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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA

CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE/PE

Gilberto do Vigor, brasileiro, profissão XXX, CPF XXX, cidadão eleitor conforme
título eleitoral (número do título, seção e zona), em pleno gozo de seus direitos
políticos, (endereço eletrônico), residência e domicílio), por sua advogada infra-
assinada, conforme procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência,
com fulcro no artigo 5º, inciso LXX III da Constituição Federal e Lei n. 4.717/1965,
ajuizar a presente

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de AUTARQUIA FEDERAL “AntiCoronga”, na qualidade de pessoa


jurídica em nome da qual foi praticado o ato impugnado, PRESIDENTE DA
AUTARQUIA “AntiCoronga”, representado em juízo pela procuradoria, com
sede na XXX, na qualidade de pessoa jurídica em nome da qual foi
praticado o ato impugnado ; MINISTRO DO ESTADO, cujo ministério possui
endereço XXX ; PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO; na sede da
Autarquia supra citada; MULTINACIONAL X-Chine, pessoa jurídica de direito
privado, CNPJ XXX, endereço XXX e DIRETOR EXECUTIVO, encontrado
na sede endereço XXX, pelos seguintes fatos e fundamentos aduzidos.

I – DOS FATOS

O impetrante é cidadão em pleno gozo de seus direitos conforme


título de eleitor anexado à inicial, e tomou conhecimento de que o
Ministério Público Federal instaurou inquérito civil para apurar denúncia
de irregularidades em contratos administrativos celebrados pela Autarquia
Federal “AntiCoronga”, com sede em RECIFE/MG.

Conforme divulgado pela impressa, há provas de que existem


superfaturamento e fraude nos dois últimos contratos celebrados por esta
Autarquia.
E ainda há informações que os contratos em questão foram
realizados com a Multinacional X-Chine que inclusiva encontra-se em fase
de execução, conforme documentos em anexo.

Ademais, também em anexo, há documentos que comprovam a


fraude e a lesão ao erário, demonstrando ainda a participação direta do
Presidente da Autarquia Autarquia “AntiCoronga”, do Ministro de Estado
presidente da comissão de licitação, bem como do diretor executivo da
multinacional X-Chine.

Inconformado com os gastos indevidos e a lesão ao patrimônio


público, o impetrante vem socorrer judicialmente em busca de uma
medida a cessar os danos e a restituição dos gastos indevidos
decorrentes do ilícito.

II - DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

O impetrante é parte legítima para propor à ação, pois de acordo


com a Constituição Federal em seu artigo 5º inciso LXXII e com os
requisitos do § 3º do artigo 1º da Lei nº 4.717/65, a Ação Popular pode ser
impetrada por qualquer cidadão que vise anular ato lesivo ao patrimônio
público ou entidade em que o Estado participe, inclusive de entidade
autárquicas, com a prova de cidadania para ingresso em juízo, feita com
o título eleitoral conforme já mencionado em anexo.

Do mesmo modo, da leitura dos dispositivos e ainda do artigo 6º da


lei da ação popular que aduz que a ação será proposta contra pessoas
pública ou privadas que tenham praticado o ato lesivo impugnado, resta
mais que evidente a legitimidade passiva dos impetrados.

II- DA COMPETÊNCIA

Conforme se extrai do artigo 5º caput e parágrafo 1º da Lei 4.717/65


que regula à Ação Popular, é competente para conhecer da ação,
processá-la e julgá-la, conforme a origem do ato impugnado, o juiz de
acordo com a organização judiciária e for do interesse da União, do
Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios.

III- DO MÉRITO

Conforme o artigo 2º alínea c da Lei 4.717/65

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades


mencionadas no artigo anterior.

c) nos casos de ilegalidade do objeto;

Parágrafo único artigo 2º da respectiva lei. Alínea c.

Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as


seguintes normas a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do
ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;

Da análise dos documentos anexos, é perfeitamente apurável a


ilicitude do ato de contratação por conta do superfaturamento e ainda a
fraude nos contratos em questão.

Ademais, as ilicitudes praticadas ferem os princípios da


administração pública elencados no artigo 37 da Constituição Federal,
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, que inclusive se aplica aos entes, autarquias e aqueles que
com elas pactuam.

Todos os documentos juntados aliados aos documentos do


inquérito civil são indícios probantes do ilícito praticado pelos requeridos,
devendo estes serem responsabilizados por toda lesão causada à
administração pública.

Desse modo, bastaria a ilegalidade do ato administrativo para


invalidá-lo, por desviar-se dos princípios da administração pública acima
elencados.
Diante de todo o exposto e da gravidade dos fatos, a presente ação
deve ser julgada procedente.

IV- DA TUTELA DE URGÊNCIA/ DA LIMINAR

No presente caso a concessão de tutela de urgência é


perfeitamente cabível, eis que o ato lesivo continua a existir enquanto a
vigência da execução do contrato ilícito diante da lesão ao patrimônio
público, extrai-se do artigo 300 do Código de Processo Civil que:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo.

E ainda o parágrafo 4º do artigo 5º da Lei 4.717/65 dispõe que


caberá suspensão liminar do ato lesivo impugnado.

Conforme documentação anexa, a multinacional X-Chine possui


contrato em vigência e execução, contratos este que são objetos do
superfaturamento e fraudes, fatos que já tomaram a imprensa, e tal
repercussão leva a indignação dos cidadãos.

Portanto, resta claro que é cabível a medida liminar nos do artigo


300 do CPC e do § 4º do artigo 5º da Lei 4.717/65.

V- DO PEDIDO

Diante do exposto, requer o impetrante que Vossa Excelência:

a) Conceda liminarmente a suspensão dos contratos assinados em execução e


ainda de qualquer ato visando desfazer os atos ilegais, com a restituição à
Administração dos gastos indevidos, bem como a sustação imediata dos atos
lesivos ao patrimônio público;
b) Determine a citação dos impetrados, nos prazos dos incisos I, alínea ‘a’ e IV
do artigo 7º da Lei 4.717/65, com cópia da presente inicial, bem como todos os
documentos;

c) Determine que Autarquia Federal AntiCoronga, bem como a multinacional X-


Chine , junte ao processo, todos os documentos referentes aos contratos e todos
demais documentos e planilhas pertinentes a demanda, nos termos do artigo 1º,
§ 4º da Lei 4.717/65, visando a apuração de todos os gastos superfaturados;

d) Dê-se vistas ao Ministério Público, conforme determina o artigo 6º, § 4º e artigo


7º, inciso I, alínea ‘a’ ambos da Lei 4.717/65;

e) Ao final julgue procedente o pedido, confirmando a liminar, e determine a


anulação dos contratos assinados pelos impetrados e envolvidos com o ato
lesivo, bem como de quaisquer atos administrativos que visem qualquer forma
de pagamento de despesas referentes aos contratos;

f) Condene os impetrados a restituição/devolução aos cofres públicos, com a


comunicação ao Ministério Público para as devidas ações penal de improbidade
que entenderem pertinentes;

g) Condene os impetrados no pagamento das custas e honorários advocatícios


artigo 12 da Lei 4.717/65

A impetrante protesta provar o alegado por todos os meios em direitos admitidos,


especialmente pelos documentos ora juntados, oitiva de testemunhas e outras
mais que se fizerem necessárias, desde já requeridas.

Dá se à causa o valor de XXX,XXX.

Termos em que, pede deferimento.

Recife, 04 de setembro de 2021.

Advogado (a)

OAB/PE

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