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CENTRO UNIVERSITÁRIO CASTELO BRANCO

CURSO DE DIREITO
ESTÁGIO DE PRÁTICA JURÍDICA (NPPJ)
10° PERÍODO

ALAN MARTINS SOSSAI


DAVI FIORIN DA SILVA
ISABELA DIAS LUCHI
LUANA PIFFER FERRI
PEDRO JOSÉ MARIM GÓDIO CÔCO

AÇÃO POPULAR

COLATINA
2022
AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA FAZENDA PÚBLICA DA
COMARCA DE COLATINA – ES

ALGUÉM, brasileiro, portador do R.G. nº X.XXX.XXX, inscrito no CPF sob o nº.


XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXXXX, nº XX, Bairro XXXXX,
Colatina-ES, telefone (XX) XXXXX-XXXX, por intermédio de seu advogado abaixo
subscrito, com endereço profissional na Rua XXXXX, nº XX, Bairro XXXXX, XXXXX/ESe
endereço eletrônico XXXXX, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor

AÇÃO POPULAR

em face do ato do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE COLATINA ES, pessoa jurídica de


direito público, com sede na rua xxxxx, Colatina – ES, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:

DOS FATOS:

No dia 10 de fevereiro de 2020 o Prefeito Jacinto Jacaré transferiu a cobrança do


serviço de estacionamento em locais públicos, denominado “Zona Azul”, para uma
associação de comerciantes locais (ACSC-UF), cujo presidente, Sr. XXXX, é seu amigo
pessoal e principal colaborador de sua campanha eleitoral. Ocorre que quando o Prefeito
transferiu o serviço para seu amigo pessoal e principal colaborador de sua companha
eleitoral, fez se o ato sem a realização da devida modalidade que de maneira legal
denominada licitação, modalidade imposta aos entes públicos para realizar a denominada
concessão de serviços públicos, com base na Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993.

É cabível salientar que Luiz Augusto, é morador de Colatina no Estado do Espírito


Santo, atualmente comerciante e muito engajado em política, tendo, inclusive, encerrado
um mandato como vereador há pouco mais de um mês. Devidamente correto com suas
obrigações eleitorais com o título de eleitor de nº 123456, anexo certidão de quitação
eleitoral.

Ele ficou inconformado com uma decisão do prefeito de sua cidade. Tendo em
vista que como já mencionado é fielmente ativo nos quesitos direitos e deveres em que
compõe a sua estimada cidade, o requerente ficou inconformado pelo fato do Prefeito
Jacinto Jacareí ter subestimado a sua população e ter beneficiado um amigo, tendo em
vista que este o apoia em sua campanha eleitoral e é sabido que como Prefeito é de
suma importância agir amparado na Lei que no caso em questão com fulcro na Lei 8.666
de 21 de junho de 1993.

DA LEGITIMIDADE ATIVA:

São encontrados todos os requisitos para que haja a legitimidade ativa, pois nos
moldes do art. 5, inciso LXXII da Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade”.

Dessa forma, embasado pelo supracitado artigo, o ajuizamento desta ação


popular pode ter no polo ativo qualquer cidadão no pleno gozo dos seus direitos e
deveres eleitorais.

DA LEGITIMIDADE PASSIVA:

O requerido é o responsável pelo ato ilegal e lesivo ao patrimônio público,


portanto há legitimidade passiva, nos moldes do artigo 6º da Lei 4.717/65:

“A ação será proposta contra pessoas públicas ou privadas e as entidades


referidas no artigo 1º contra as autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado ou que,
por omissas, tiveram dado oportunidades à lesão, e contra os beneficiários direitos
do mesmo”.
DO CABIMENTO:

O artigo 5º, inciso LXXXII da CF/88 garante que qualquer cidadão é parte legítima
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe.

Dessa forma, o referido contrato de concessão, que ocorreu sem a devida


licitação, é contrato administrativo que ofende a moralidade administrativa e é um ato
lesivo ao patrimônio público.

DO MÉRITO:

A priori, é notório que houve uma violação ao art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/1993,
uma vez que a dispensa de licitação somente alcança as atividades contempladas no
contrato de gestão, o que não é o caso citado. Observa-se:

Art. 24. É dispensável a licitação:

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as


organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo,
para atividades contempladas no contrato de gestão.

IV – o pedido com as suas especificações;

O Artigo 37 da CF/88 garante que a administração pública obedecerá aos


princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, contudo o
ato do poder executivo viola diretamente o princípio da moralidade.

No Princípio da Legalidade a Administração Pública está subordinada às leis e à


Constituição, assim como todo cidadão; no Princípio da Impessoalidade a Administração
Pública deve ter como único objetivo o interesse público, jamais os interesses pessoais
dos seus políticos ou de algum grupo específico; no Princípio da Moralidade
administrativa se refere a padrões éticos, ao decoro, à boa-fé, à honestidade, à lealdade e
à probidade no trato da Coisa Pública, sempre tendo como finalidade o bem comum. O
desrespeito a esses princípios gera a chamada improbidade administrativa.
É de conhecimento geral que o administrador deve buscar sempre os melhores
resultados com o menor custo à Administração, em uma positiva relação de
custo/benefício, buscando presteza e qualidade em suas atividades.

Há a obrigatoriedade de licitação para contratação com a Administração Pública,


que está previsto no art. 37, XXI:

XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.

O desrespeito a esse princípio pode constituir improbidade administrativa e,


inclusive, a ocorrência de crimes de modalidade licitatória.

Outrossim, a presente ação está inequivocamente fundamentada da violação ao


princípio da impessoalidade, visto que a administração não pode atuar com vistas a
beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que
nortear o seu comportamento.

Nesta esteira ocorreu a violação ao princípio da moralidade ou probidade


administrativa visto que a contratação direta, fora das hipóteses de dispensa, de empresa
do amigo próximo do prefeito implica violação aos padrões éticos que devem pautar a
atuação do administrador.

Assim sendo, a presente ação popular é pautada e fundamentada na violação ao


princípio da moralidade ou probidade administrativa visto que a contratação direta de
empresa do amigo íntimo do prefeito implica violação aos padrões éticos que devem
pautar a atuação do administrador.

Assim, torna-se claro a ofensa ao art. 37, XXI, da CRFB/1988 e ao art. 2º da Lei n.
8666/1993.

DOS PEDIDOS:

Ante ao exposto, requer:


1 - A citação do réu, para se defender no processo;

2 - A concessão da medida liminar para suspender os atos de repasse de recursos e de


utilização de bens públicos;

3 - Que seja JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO, acolhendo os pedidos do suplicante para


determinar a anulação dos atos lesivos ao patrimônio e à moralidade administrativa;

4 - Que sejam os réus condenados a pagarem as custas e demais despesas judiciais e


extrajudiciais, bem como o ônus da sucumbência;

5 - A produção de provas documental, testemunhal, pericial, e, especialmente, o


depoimento pessoal dos demandados por quem de direito;

6 - Que haja o parecer do Ministério Público sobre o caso narrado.

Pretendem provar o alegado pelos documentos acostados e os demais meios de provas


admitidos em direito.

Dá à causa o valor de R$ xxxxxx

Termos em que pede deferimento.

Colatina - ES, 01/12/2022

Advogado OAB n°

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