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Ação Popular

Prevista no Art. 5º, LXXIII da CRFB e regulamentada pela lei 4.717/65 a ação popular tem por objetivo evitar
ou reparar atos lesivos ao patrimônio público, histórico, cultural, à moralidade, e ao meio ambiente.
Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Destaca-se que é uma ação em que o cidadão não formula o pedido em seu próprio favor, visto que a tutela
de interesse é da coletividade, ou seja, busca-se a defesa do interesse público.
SOMENTE o cidadão (brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus direitos político) tem
legitimidade para a propositura de tal ação.
Dessa forma, não podem propor a ação popular: os estrangeiros, as pessoas jurídicas, os brasileiros
que estejam com seus direitos políticos suspensos ou perdidos, o Ministério Público.
Cuidado!
O Ministério Público, embora não possa propor uma ação popular, pode assumi-la se o autor
desistir ou abandonar a causa.
Art. 9º da Lei 4.717/65 Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e
condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.

Especificidades da Ação Popular


1) Na qualificação mencione o título de eleitor
Art. 1º § 3º da Lei 4.717/65 A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele
corresponda.

2) Coloque no Polo passivo todas as pessoas que praticaram o ato lesivo, inclusive aquelas que se
beneficiaram de tal ato. Além disso, mencione a pessoa jurídica que sofreu a lesão, para que, caso ela queira,
possa atuar ao lado do autor.
Art. 6º da Lei 4.717/65 A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as
autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários
diretos do mesmo.
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o
pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal
ou dirigente.

3) Mencione “no direito” as violações ao artigo 2º que foram identificadas.


Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou
seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente
inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente,
na regra de competência.

4) Súmula do STF:
Súmula 365-STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular
Súmula 101 – STF: O mandado de segurança não substitui a ação popular

5) Não há foro por prerrogativa, a ação popular será proposta no 1º grau, seguindo o mesmo
endereçamento apresentado na ação comum.
6) Pedidos da ação popular você encontra a maioria na lei 4.717/65.

Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, observadas
as seguintes normas modificativas:
I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público;

Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de
perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários
causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e
extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.

4.2. Modelo
AO JUÍZO ________________ DA VARA DA _________________
(10 linhas)
NOME, estado civil, profissão, domicílio e residência, CPF e RG, endereço eletrônico, título de eleitor
(primeira especificidade da ação popular, promete que não se esquecerá do TÍTULO DE ELEITOR, por
favor?), por seu advogado, procuração em anexo, escritório na, vem perante Vossa Excelência com fulcro no
art. 5º, LXXIII, da CRFB c/c a Lei 4.717/65, propor AÇÃO POPULAR, com pedido de liminar (normalmente
tem pedido de liminar), contra... (colocar no polo passivo todo mundo que estiver envolvido no caso, e
qualificar um por um), ante os fatos e fundamentos jurídicos abaixo expostos:

DO CABIMENTO
É cabível a ação popular, pois visa a proteção do patrimônio público e da moralidade, na forma da Lei
4.717/65 e do art. 5º, LXXIII, da CRFB, vejamos:
Art. 5º... LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
DA LEGITIMIDADE ATIVA
Qualquer cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos é parte legitima para propor Ação Popular, logo
(nome do cidadão) satisfaz plenamente o requisito da cidadania nos termos do Art. 5º, inciso LXXIII, da
CRFB/88 e Art. 1º da Lei Federal n. 4717/65.
DA LEGITIMIDADE PASSIVA
O... é legítimo, pois foi o responsável.... Além do mais, o ... também é legítimo pois são atribuídos os atos
praticados por seus agentes na forma do Art. 6º da Lei Federal n. 4.717/65.
DOS FATOS
Resumir (faça isso no máximo em 6 linhas)
DO DIREITO
...
DO PEDIDO DE LIMINAR

A fumaça do bom direito está presente nos argumentos fáticos e jurídicos expostos acima __________
( Coloque os arts que foram violados)
O perigo da demora por sua vez, consiste no risco de lesão, na medida em que __________
Assim, requer a concessão de liminar para (assegurar/sustar/suspender.)_____________ até decisão final.
DOS PEDIDOS DEFINITIVOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A citação dos Réus para contestarem a ação de acordo com o art 7º,I,a, da lei 4717/65
b) A intimação do Ministério Público;
c) A procedência dos pedidos, para declarar a invalidade (ou nulidade) do ato impugnado
________________________________ (no caso concreto dizer qual foi o ato), condenando ao pagamento
de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele;
(percebeu que é só copiar o artigo 11? Então para quê decorar?)
e) A condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais
e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários
de advogado. (só copiar o art 12!!!!! Oba, que maravilha)
f) A confirmação da liminar, para.... (Aqui você pede para Assegurar/suspender/sustar, pois
o pedido de anulação é no pedido “C”).
g) a produção de todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente a
documental.
h) a juntada dos documentos em anexo, especialmente o título de eleitor.
Dá à causa o valor de...
Pede deferimento.
Local..., Data...
Advogado...
OAB...

4.3. Peça Processual Passo a Passo


EXAME XXXI Como parte das iniciativas de modernização que vêm sendo adotadas no plano urbanístico do
Município Beta, bem sintetizadas no slogan “Beta rumo ao século XXII”, o prefeito municipal João determinou
que sua assessoria realizasse estudos para a promoção de uma ampla reforma dos prédios em que estão
instaladas as repartições públicas municipais.
Esses prédios, localizados na região central do Município, formam um belo e importante
conjunto arquitetônico do século XVIII, tendo sua importância no processo evolutivo da humanidade
reconhecida por diversas organizações nacionais e internacionais, tanto que tombados.
A partir desses estudos, foi escolhido o projeto apresentado por um renomado arquiteto modernista, que
substituiria as fachadas originais de todos os prédios, as quais passariam a ser compostas por estruturas
mesclando vidro e alumínio. Concluída a licitação, o Município Beta, representado pelo prefeito municipal,
celebrou contrato administrativo com a sociedade
empresária WW, que seria responsável pela realização das obras de reforma, o que foi divulgado
em concorrida cerimônia.
No dia seguinte à referida divulgação, Joana, cidadã brasileira, atuante líder comunitária e
com seus direitos políticos em dia, formulou requerimento administrativo solicitando a anulação
do contrato, o qual foi indeferido pelo prefeito municipal João, no mesmo dia em que apresentado,
sob o argumento de que a modernização dos prédios indicados fora expressamente
prevista na Lei municipal n. XX/2019, que determinara o rompimento com uma tradição que,
ao ver da maioria dos munícipes, era responsável pelo atraso civilizatório do Município Beta.
Muito preocupada com o início das obras, já que a primeira fase consistiria na demolição parcial das
fachadas, de modo que pudessem receber os novos revestimentos, Joana procurou você, como advogado(a),
para que elabore a petição inicial da medida judicial cabível, com o objetivo de preservar o patrimônio
histórico e cultural descrito acima, evitando-se lesão a este importante conjunto arquitetônico. (Valor: 5,00)
Espelho:
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA..., ESTADO... (OBS:
ACEITARAM TAMBÉM VARA CÍVEL).

(10 linhas)
JOANA, estado civil, profissão, domicílio e residência, CPF e RG, endereço eletrônico, título de eleitor, por
seu advogado, procuração em anexo, escritório na, vem perante Vossa Excelência com fulcro no art. 5º,
LXXIII, da CRFB c/c a Lei 4.717/65, propor AÇÃO POPULAR, com pedido de liminar, contra JOÃO, prefeito
do Município X, estabelecido na..., contra o Município X, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ, com
sede na... e a Sociedade Empresária WW, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, com sede na... pelos
fatos e fundamentos jurídicos abaixo expostos:
DO CABIMENTO
É cabível a ação popular, pois visa anular ato lesivo ao patrimônio histórico na forma da Lei 4.717/65 e do
art. 5º, LXXIII, da CRFB:
Art. 5º... LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência.
DA LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa de Joana decorre do fato de ser cidadã com direitos políticos vigentes conforme
título de eleitor dispõe o Art. 5º, inciso LXXIII, da CRFB/88 e o Art. 1º, caput, da Lei n. 4.717/65.
A Legitimidade passiva do prefeito João, por ser o responsável pela celebração do contrato
administrativo nos termos do Art. 6º, caput, da Lei n. 4.717/65.
A Legitimidade passiva da sociedade empresária WW, por ter celebrado o contrato administrativo e ser
beneficiada por ele, nos termos Art. 6º, caput, da Lei n. 4.717/1965.
A Legitimidade passiva do Município Beta, por se almejar a declaração de nulidade do contrato
administrativo, nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei n. 4.717/1965
DOS FATOS
(Daquele jeito, só resumir o enunciado)
DO DIREITO
A Lei Municipal n. XX/2019 é materialmente inconstitucional, visto que a Constituição Federal
dispõe que é da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural(...),
de acordo com o art. 23,III,CRFB/88.
No mesmo sentido, o Art. 30,IX, da CRFB prevê que compete aos Municípios promover a proteção do
patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
federal e estadual, assim, é dever do Município proteger os bens de valor.
Além disso, a lei Municipal n. XX/2019 afronta o dever do Município de impedir sua descaracterização,
segundo o Art. 23, inciso IV, da CRFB, vejamos:
Art. 23 IV-impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico ou cultural;
Como se não bastasse o conjunto urbano de valor histórico, alcançado pelo contrato administrativo,
integra o patrimônio cultural brasileiro, conforme o Art. 216, inciso V, da CRFB.
Vale registrar que a inconstitucionalidade da Lei Municipal n. XX/2019 deve ser reconhecida
incidentalmente.
Em consequência, o contrato administrativo celebrado é nulo, em razão da inobservância
das normas constitucionais vigentes, consistindo na ilegalidade do objeto. (Art. 2º, alínea c, e
parágrafo único, alínea c, da Lei n. 4.717/65).
DO PEDIDO DE LIMINAR
A fumaça do bom direito está presente nos argumentos fáticos e jurídicos expostos acima, decorrendo
da flagrante ofensa à ordem constitucional, o que acarreta a nulidade do ato.
O perigo da demora decorre da iminência de serem causados danos ao patrimônio-histórico.
Requer a concessão da liminar para impedir o início de execução do contrato administrativo,
com a demolição parcial das fachadas, segundo o Art. 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/65.
DOS PEDIDOS DEFINITIVOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A citação dos Réus para contestarem a ação de acordo com o art 7º,I,a, da lei 4717/65
b) A intimação do Ministério Público;
c) A confirmação da liminar para impedir o início de execução do contrato administrativo,
com a demolição parcial das fachadas, segundo o Art. 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/65
d) A procedência dos pedidos, para declarar nulidade do contrato administrativo, condenando
ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários
dele;
e) A condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais,
diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários
de advogado. (só copiar o art 12).
g) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas.
f) a juntada dos documentos em anexo, especialmente o título de eleitor.
Dá à causa o valor de...
Pede deferimento.
Local..., Data...
Advogado... OAB...
Vamos treinar outra ação popular?
(XXVIII) A sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma estrada municipal, na
qual deveria realizar investimentos sendo remunerada com o valor do pedágio pago pelos usuários do
serviço, decidiu ampliar suas instalações de apoio. Após amplos estudos, foi identificado o local que melhor
atenderia às suas necessidades. Ato contínuo, os equipamentos foram alugados e foi providenciado o cerco
do local com tapumes.
De imediato, foi fixada a placa, assinada por engenheiro responsável, indicando a natureza da obra a ser
realizada e a data do seu início, o que ocorreria trinta dias depois, prazo necessário para a conclusão dos
preparativos.
João da Silva, usuário da rodovia e candidato ao cargo de deputado estadual no processo eleitoral que
estava em curso, ficou surpreso com a iniciativa da sociedade empresária K, pois era público e notório que o
local escolhido era uma área de preservação ambiental permanente do Município Alfa. Considerando esse
dado, formulou requerimento, dirigido à concessionária, solicitando que a obra não fosse realizada.
A sociedade empresária K indeferiu o requerimento, sob o argumento de que o local escolhido fora
aprovado pelo Município, que concedeu a respectiva licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos,
permitindo o início das obras. O local, ademais, era o que traria maiores benefícios aos usuários. João da
Silva, irresignado com esse estado de coisas, contratou seus serviços, como advogado(a).
Ele afirmou que quer propor uma ação judicial para que seja declarada a nulidade da licença
concedida e impedida a iminente realização das obras no local escolhido, que abriga diversas
espécies raras da flora e da fauna silvestre. Levando em consideração as informações expostas,
elabore a medida judicial adequada, com todos os fundamentos jurídicos que confiram sustentação à
pretensão. (Valor: 5,00)
Espelho:
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO ALFA,
ESTADO... (OBS: ACEITARAM TAMBÉM VARA CÍVEL).
(10 linhas)
JOÃO DA SILVA, estado civil, profissão, domicílio e residência, CPF e RG, endereço eletrônico, título de
eleitor, por seu advogado, procuração em anexo, escritório na, vem perante Vossa Excelência com fulcro no
art. 5º, LXXIII, da CRFB c/c a Lei 4.717/65, propor AÇÃO POPULAR, com pedido de liminar, contra Pedro
dos Santos, prefeito do Município Alfa, estabelecido na..., contra o Município Alfa, pessoa jurídica de direito
público interno, CNPJ, com sede na... e a Sociedade Empresária, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ,
com sede na... pelos fatos e fundamentos jurídicos abaixo expostos:
DO CABIMENTO
É cabível a ação popular, pois visa anular ato lesivo ao patrimônio público, da moralidade e do meio
ambiente na forma da Lei 4.717/65 e do art. 5º, LXXIII, da CRFB:
Art. 5º... LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
DA LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa de João da Silva decorre do fato de ser cidadão conforme dispõe o Art. 5º, inciso LXXIII,
da CRFB/88 e o Art. 1º, caput, da Lei n. 4.717/65, qualidade intrínseca à sua condição de candidato ao cargo
de Deputado Estadual.
A Legitimidade passiva do prefeito Pedro dos Santos decorre do fato de ter concedido a licença de
construção nos termos da Lei n. 4.717/65, Art. 6º, caput.
A Legitimidade passiva do Município Beta por se almejar obstar os efeitos de uma licença que concedeu por
intermédio do prefeito nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei n. 4.717/65, Por fim, a legitimidade passiva da
sociedade empresária K pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida nos termos do Art. 6º, caput, da
Lei n. 4.717/65.
DOS FATOS
(Daquele jeito, só resumir o enunciado)
DO DIREITO
A licença concedida pelo Prefeito Pedro dos Santos é lesiva ao meio ambiente, porque o local abriga uma
área de preservação ambiental permanente do Município Alfa, sendo cabível a sua anulação conforme o Art.
5º., LXXIII, da CRFB/88 OU Lei n. 4.717/65, Art. 2º, parágrafo único, alínea c.
Além do mais, não merece ser acolhido o argumento de que o possível benefício dos usuários justifica a
lesão ao meio ambiente, pois os atos do poder concedente e do concessionário devem ser praticados em
harmonia com a sua proteção, nos termos do Art. 225, caput, da CRFB/88.
Mas não é só isso, a proteção ao meio ambiente deve ser observada no âmbito da atividade
econômica, conforme dispõe o Art. 170, inciso VI, da CRFB/88.
Ademais, a licença concedida afrontou a concepção mais ampla de legalidade, prevista no Art. 37, caput,
da CRFB/88.
Por fim, a sociedade empresária K, enquanto concessionária do serviço público, não deve causar danos ao
meio ambiente, ainda que amparada por um ato estatal que nitidamente o permita.
DO PEDIDO DE LIMINAR
A fumaça do bom direito está presente nos argumentos fáticos e jurídicos expostos acima, decorrendo da
flagrante ilegalidade da licença de construção, violando o artigo 5º LXXIII, 225, 170, VI, e 37 CAPUT da CF.
O perigo da demora decorre da iminência de serem causados danos irreversíveis ao meio ambiente,
considerando as raras espécies da fauna e da flora silvestre existentes no local.
Requer a concessão da liminar, para impedir que a sociedade empresária K inicie as obras no local.
DOS PEDIDOS DEFINITIVOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A citação dos Réus para contestarem a ação de acordo com o art 7º,I,a, da lei 4717/65
b) A intimação do Ministério Público;
c) A confirmação da liminar, para impedir que a sociedade empresária K inicie as obras no local.
d) A procedência dos pedidos, para declarar a nulidade da licença concedida pelo Município Alfa, assinada
pelo Prefeito Pedro dos Santos e proibir a realização de obras na área de preservação ambiental permanente,
condenando ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele;
e) A condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais,
diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado. (só copiar o
art 12).
g) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas.
f) a juntada dos documentos em anexo, especialmente o título de eleitor.
Dá à causa o valor de...
Pede deferimento.
Local..., Data...
Advogado..., OAB...
Espelho de correção:

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