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AÇÃO POPULAR
DOS FATOS
Além disso, constatou que o município recentemente realizou a compra dos mesmos
produtos destinados ao Hospital Municipal, todavia de outro fornecedor, com o valor até
cinquenta por cento inferior do que atualmente foi acordado para a realização da compra de dez
mil pares de luvas cirúrgicas, dez mil pares máscaras e duas mil lâminas de bisturi.
Em vista disso, o autor, cidadão e vereador do município, não vê alternativa a não ser a
propositura da presente ação, visando evitar os atos lesivos ao patrimônio público, pelos
fundamentos a seguir expostos.
II
DAS PRELIMINARES
A) DA LEGITIMIDADE ATIVA
Art. 5º, LXXIII, CRFB - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
B) DA LEGITIMIDADE PASSIVA
No que tange a legitimidade passiva, conforme previsão no art. 6°, da Lei 4.717/1965,
respondem passivamente os requeridos nesta sede processual, na condição de Pessoas públicas,
autoridades e administradores. Perante isto, integram o polo passivo o Município de Brilhante,
o Secretário de Saúde do Município e a empresa beneficiada Joli Produtos Cirúrgicos Ltda.
C) DO CABIMENTO DO PROCEDIMENTO
Faz cabimento a presente Ação tendo em vista que o pleito formulado é compatível com
a Ação Popular regulada pela Lei 4.717/65, pois visa anular ato lesivo ao patrimônio público,
em conformidade com o artigo 5º, inciso LXXIII da CRFB/88 e o artigo 1º da Lei 4.717/65,
que consente a impetração da Ação Popular, por qualquer cidadão, que tem por objetivo anular
o ato lesivo ao patrimônio público, no que se refere à moralidade administrativa, ao meio
ambiente, ao patrimônio histórico e cultural.
Condizente com a redação da Constituição Federal, o presente contrato discutido de
fornecimento de material hospitalar é lesivo ao patrimônio visto que sem a apropriada e devida
licitação, se usando de forma contrária as regras a inexigibilidade de licitação e contrato
administrativo, ofendeu a moralidade administrativa, além do valor da compra causar lesão aos
cofres públicos. Portanto, o ajuizamento da presente ação é totalmente cabível.
III
DO MÉRITO
Além disso, deve ser invocado o art. 25, § 2.º, da Lei 8.666/93, que trata da
responsabilidade solidária do fornecedor e do agente público responsável se comprovado o
superfaturamento. Segundo averiguado pelo impetrante junto ao mercado, o valor acordado
entre o secretário de saúde e a empresa Joli produtos Cirúrgicos Ltda para a compra dos
produtos, são superiores aos que habitualmente são adquiridos com a mesma qualidade e
quantidade junto a outras empresas.
Art. 25. §2°: Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à
Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Ademais, ressalta-se que a verba utilizada para a compra dos produtos é destinada a
Saúde pública, que já demonstra a gravidade do ato praticado. Além de que, de acordo com o
art. 10º, I, da lei nº 8.429/92, tal ato praticado pelo Secretário de saúde, em pleno gozo de função
pública, configura-se improbidade administrativa, uma vez que não há dúvidas que foi cometido
com dolo, visando a incorporação indevida de valores do patrimônio público.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela
Lei nº 14.230, de 2021)
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta
Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Conforme exposto, fica evidente que o ato praticado violou princípios básicos
constitucionais da administração pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade,
eficiência, conforme art. 37º da CRFB e art. 2º da lei 9.784/99.
IV
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, REQUER que o excelentíssimo juízo se digne a receber a presente Ação
Popular, apreciando:
Cidade, data,
Advogado
OAB/XX____