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João, nascido e domiciliado em Florianópolis - SC, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio
da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a
reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo
individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD,
O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a
Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia
sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o
início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que
da advocacia para aconselhar-se a respeito da providência legal que poderia ser tomada no caso.
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) constituído(a) por João, redija a
medida judicial mais apropriada para impedir que a reforma do gabinete do referido senador da
A) seja julgado procedente o pedido para anular quaisquer atos administrativos tomados pelo
demandado na presente ação visando às despesas objeto da presente ação popular, bem como,
caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu, com comunicação ao
Ministério Público para as devidas ações penais e de improbidade que entender pertinentes;
B) A condenação do Réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos do art. 12
XXX
JOAO, brasileiro, estado civil XXX, profissão XXX, residente e domiciliado na rua XXX, n. XXX,
bairro XXX, na cidade de (cidade)/(uf), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
seu advogado constituído pelo instrumento de procuração anexo e que recebe intimações de foro
em geral em seu endereço profissional sito na rua XXX, n. XXX, bairro XXX, na cidade de XXX,
vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos termos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/
em face do Sr. XXX, Senador da República, com domicílio profissional no Prédio do Senado
Federal, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília – DF, pelos motivos que passará a expor.
1. DOS FATOS
JOÃO, já qualificado, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o Sr.
Senador XXX, que merecera seu voto nas últimas eleições, havia determinado a reforma total de
seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. A
referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente
e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que o autor considera
suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O Sr. Senador XXX declarara, em entrevistas,
que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao
cargo que exerce. Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que
a obra não havia sido iniciada, o Autor, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer
atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde
foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. Supondo tratar-se de um “jogo de empurra-
empurra”, o Autor preferiu procurar ajuda deste profissional de advocacia para aconselhar-se a
respeito da providência legal que poderia ser tomada no caso, resolvendo por ajuizar a presente
2. DO MÉRITO
1. DA AÇÃO POPULAR
potencializada pela reforma do gabinete do Sr. Senador XXX. Assim, como disposto na
Constituição da Republica Federativa do Brasil, precisamente em seu artigo 5º, LXXIII, qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
e ao patrimônio histórico e cultural. Ademais, os requisitos legais estão presentes nos artigos da
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
e) desvio de finalidade.
Cumpre destacar que houve lesão ao patrimônio público, pois foi utilizado dinheiro do Senado
Federal para beneficiar um agente político em suas pretensões pessoa is, em termos de melhorias
do seu próprio gabinete, o que de forma expressa é vedado pela Constituição, nos termos do art.
37, caput, já que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Esta dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
Havendo, portanto, expressa violação ao princípio da moralidade, uma vez que o dinheiro público
que sejam também nulos os atos ou contratos, praticados ou celebrados por quais quer das pessoas
ou entidades referidas no art. 1º da Lei n. 4.7 17/65, com o por exemplo, a admissão ao serviço
público remunerado, com desobediência, quanto às condições de habilitação, das normas legais,
como já sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal. Para o cabimento da ação popular, basta a
ilegalidade do ato administrativo a invalidar, por contrariar normas específicas que regem a sua
prática ou por se desviar dos princípios que norteiam a Administração Pública, dispensável a
demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, não é ofensivo ao inc. LXXIII do art. 5.º da
Constituição Federal, norma esta que abarca não só o patrimônio material do Poder Público, como
No presente caso, então, aliada à real possibilidade iminente de prejuízo ao Erário, temos que o
Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4. 717/65, na defesa do patrimônio público caberá à
suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Observa-se que, no caso em tela, a situação atenta
o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. Já o periculum in mora faz-se presente,
visto que o processo licitatório já se encerrou. Em bora as obras ainda não tenham s e iniciado,
necessário se faz evitar que os gastos sejam efetuados, tendo em vista a enorme dificuldade de
concessão da liminar.
5. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
Isso posto, envolvendo interesse da União que, inclusive, pode vir a atuar ao lado do autor na
presente ação, é competente o Foro Federal sem privilégio de foro, contudo. Bem assim posto na
mantidas por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos
das sociedades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por
mesmos fundamentos.”
Ademais, assim dispõe o § 2.º do art. 109 da Constituição da Republica Federativa do Brasil:
“§ 2.º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou,
Por fim, exigir do autor, pessoa de parcos recursos financeiros, que se desloque até Brasília seria
6. DOS PEDIDOS
a) deferimento da tutela provisória para o propósito da assinatura do contrato (Art. 5º, 4º LAP +
b) a citação por precatória do réu, nos prazos e termos do inciso IV do art. 7.º da Lei n.º 4.717, de
d) a intimação da União para se manifestar, conforme disposto no § 3.º do art. 6.º da Lei n.º 4.717,
de 1965;
demandado na presente ação visando despesas objeto da presente ação popular e, caso já tenha
havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu ao erário por despesas que venham a ser
g) a condenação do Réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos do art. 12
Nestes termos,
Pede deferimento.
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OAB/MG XXXXX