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Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo:
Noeses, 2018, Capítulo III, primeira parte da obra e, item 2.4 (Sistema e norma: validade,
vigência, eficácia e interpretação da legislação tributária) da segunda parte do livro.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo:
Saraiva, 2019, Capítulo IV.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. 10
ed. São Paulo: Saraiva, 2015, Capítulo I, itens 15 (Validade como relação de pertinência
da norma com o sistema), 16, 17 e 18 (A interpretação do direito e os limites da
interdisciplinariedade).
Leitura complementar
• BEZERRA NETO, Bianor Arruda. O que define um julgamento e quais são os limites do
juiz: valores, hermenêutica e argumentação para a construção de uma teoria da decisão
judicial. São Paulo: Noeses, 2017. Capítulo 3 e 4.
• CARVALHO, Paulo de Barros. O absurdo da interpretação econômica do “fato gerador” –
Direito e sua autonomia – O paradoxo da interdisciplinaridade. Revista de Direito Tributário,
n. 97.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v.1. 2 Ed. São
Paulo: Noeses, 2014, Tema II (As normas interpretativas no direito tributário: análise do
art. 3º da Lei Complementar n. 118/05 e seus efeitos jurídicos).
• DALLA PRIA, Rodrigo. Constructivismo jurídico e interpretação concretizadora:
dialogando com Paulo de Barros Carvalho e Friedrich Muller. In: VIII Congresso Nacional
de Estudos Tributários: derivação e positivação no direito tributário. São Paulo: Noeses,
2011.
• GAMA, Tácio Lacerda. Competência tributária, fundamentos para uma teoria da nulidade.
3.ed. São Paulo: Noeses, 2020. Capítulo 11.
• MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Revogação em matéria tributária. 2.ed. São Paulo: Noeses,
2011. Itens 3.5 a 3.8 do Capítulo III.
Questões
1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii)
vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
Afirmar que uma norma jurídica é válida, diz respeito a sua relação com
o ordenamento jurídico como um todo, trata-se de qualidade da norma, que
pertence e atende com as regras impostas a sua criação.
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cumprir o comando pré-fixado na norma. Assim, uma norma será eficaz quando
for integralmente seguida por seus destinatários.
3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos
hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal
no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II).
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse
mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido
publicada no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os
dois diplomas normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar.
da mesma matéria, tem-se que a norma que prevalesce é a A, visto ter sido
vigorada posteriormente à norma B.
c) o lucro;
REDAÇÃO ANTERIOR:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
II - dos trabalhadores;
FATO 3 – O STF, em controle difuso, declarou inconstitucional o art. 25, incisos I e
UU, da Lei n. 8.212/91, com as alterações promovidas pela lei n. 9.528/97:
(RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2010,
DJe-071 DIVULGAÇÃO 22-04-2010 PUBLICAÇÃO 23-04-2010): “RECURSO
EXTRAORDINÁRIO - PRESSUPOSTO ESPECÍFICO - VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO -
ANÁLISE - CONCLUSÃO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS
- PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS - SUB-ROGAÇÃO - LEI Nº 8.212/91 -
ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL - PERÍODO ANTERIOR À EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 20/98 - UNICIDADE DE INCIDÊNCIA - EXCEÇÕES - COFINS E
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PRECEDENTE - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR.
Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária sub-rogada do adquirente,
presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos
12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações
decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no tempo -
considerações.”
FATO 4 – A lei 10.256/2001, alterou o caput do artigo 25 da Lei n. 8.212/91:
“Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de
que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente,
na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é
de:”
FATO 5 - O STF reconheceu a constitucionalidade da contribuição do empregador
rural pessoa física ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL):
(RE 718874, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE
DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-219 DIVULG 26-09-2017 PUBLIC 27-09-2017
REPUBLICAÇÃO: DJe-225 DIVULG 02-10-2017 PUBLIC 03-10-2017) Ementa:
TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I DA CF. POSSIBILIDADE
DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE
EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS INCIDENTE SOBRE A
COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI
10.256/2001. 1.A declaração incidental de inconstitucionalidade no julgamento do RE
596.177 aplica-se, por força do regime de repercussão geral, a todos os casos idênticos
para aquela determinada situação, não retirando do ordenamento jurídico, entretanto, o
texto legal do artigo 25, que, manteve vigência e eficácia para as demais hipóteses. 2. A Lei
10.256, de 9 de julho de 2001 alterou o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o empregador
rural como sujeito passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta
proveniente da comercialização da sua produção; espécie da base de cálculo receita,
autorizada pelo novo texto da EC 20/98. 3. Recurso extraordinário provido, com afirmação
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permanecerá vigente e válida, até que seja introduzida outra norma que a retire
do ordenamento.
Anexo I
RE 606.107/RS
DJ 25/11/2013
IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO
INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS
DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS.
I – Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão
da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a
interpretação teleológica do instituto, a emprestar-lhe abrangência maior, com escopo
de assegurar à norma supralegal máxima efetividade.
II – A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para
outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita”
constante do seu art. 195, I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei.
Tampouco está condicionada à lei a exegese dos dispositivos que estabelecem
imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o acórdão de origem (arts.
149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, “a”, da CF). Em ambos os casos, trata-se de interpretação
da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com
absoluta independência da atuação do legislador tributário.
III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte
na técnica da não cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei
Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente a
atividade econômica e gere distorções concorrenciais.
IV – O art. 155, § 2º, X, “a”, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações,
desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir
que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos -, imuniza as operações
de exportação e assegura “a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores”. Não incidem, pois, a COFINS e a
contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal
violação do preceito constitucional.
V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, “b”, da Constituição Federal,
não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis
10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da
contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas sobre o total das receitas,
“independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Ainda que a
contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento
das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação
das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A
contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada
nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico
prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que
se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou
condições.
VI – O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o
exterior não gera receita tributável. Cuida-se de mera recuperação do ônus econômico
advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da
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Constituição Federal.
VII – Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS
anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor
acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC
87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação,
além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do
ICMS, as verbas respectivas qualificam-se como decorrentes da exportação para
efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal.
VIII – Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência
da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por
empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS.
IX – Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput
e inciso I, “b”, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não
provido, aplicando-se aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o
art. 543-B, § 3º, do CPC.
Anexo II
REsp 1.325.709/RJ
DJ 20/05/2014
MANDADO DE SEGURANÇA DENEGADO NA ORIGEM. APELAÇÃO. EFEITO
APENAS DEVOLUTIVO. PRECEDENTE. NULIDADE DOS ACÓRDÃOS
RECORRIDOS POR IRREGULARIDADE NA CONVOCAÇÃO DE JUIZ FEDERAL.
NÃO PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. IRPJ E CSLL. LUCROS
OBTIDOS POR EMPRESAS CONTROLADAS NACIONAIS SEDIADAS EM PAÍSES
COM TRIBUTAÇÃO REGULADA. PREVALÊNCIA DOS TRATADOS SOBRE
BITRIBUTAÇÃO ASSINADOS PELO BRASIL COM A BÉLGICA (DECRETO
72.542/73), A DINAMARCA (DECRETO 75.106/74) E O PRINCIPADO DE
LUXEMBURGO (DECRETO 85.051/80). EMPRESA CONTROLADA SEDIADA NAS
BERMUDAS. ART. 74, CAPUT DA MP 2.157-35/2001. DISPONIBILIZAÇÃO DOS
LUCROS PARA A EMPRESA CONTROLADORA NA DATA DO BALANÇO NO QUAL
TIVEREM SIDO APURADOS, EXCLUÍDO O RESULTADO DA CONTRAPARTIDA DO
AJUSTE DO VALOR DO INVESTIMENTO PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA
PATRIMONIAL.
1. Afasta-se a alegação de nulidade dos acórdãos regionais ora recorridos, por
suposta irregularidade na convocação de Juiz Federal que funcionou naqueles
julgamentos, ou na composição da Turma Julgadora; inocorrência de ofensa ao Juiz
Natural, além de ausência de prequestionamento. Súmulas 282 e 356/STF.
Precedentes desta Corte.
2. Salvo em casos excepcionais de flagrante ilegalidade ou abusividade, ou de
dano irreparável ou de difícil reparação, o Recurso de Apelação contra sentença
denegatória de Mandado de Segurança possui apenas o efeito devolutivo. Precedente:
AgRg no AREsp. 113.207/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe 03/08/2012.
3. A interpretação das normas de Direito Tributário não se orienta e nem se
condiciona pela expressão econômica dos fatos, por mais avultada que seja, do valor
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Anexo III
ADI-MC n. 6053/DF
DJe 27/06/2019
Anexo IV
RE 753.705 AgRg/SC
DJ 05/01/2013
Anexo V
RE n. 346.084/PR
DJ 01/09/2006