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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___

VARA CÍVEL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE Catas Dentro/ MG.

Misael, brasileiro, casado, autônomo, portador da cédula de identidade R.G. nº


XXXXXX, e inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua
Aramideo, nº XXX, Catas Dentro/ MG, CEP.: XXXXXXX, endereço eletrônico:
Misaelautonomo@gmail.com, portador do Título de Eleitor nº XXXXX, Seção XXX,
Zona XXX, cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos, conforme documento
anexo, nos termos do artigo 1º, § 3º, da Lei nº X.XXX/XX, por seu advogado e
bastante procurador que esta subscreve, procuração em anexo (Doc), com
escritório profissional situado na Rua do Escritório, 546, bairro dos advogados,
36285641, Catas Dentro/ MG, endereço eletrônico: advogadodomisael@gmail.com,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo
5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988, e a Lei nº 4.717/65, impetrar a
presente:

AÇÃO POPULAR com pedido de liminar

em face de ato do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE Catas Dentro/ MG, Benedito


Silva, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua prefeitura, nº 100, Catas
Dentro/ MG, CEP.: 11111111, endereço eletrônico: prefeito@gmail.com, e em face
de Ricardo Augusto, pessoa jurídica de direito público, inscrito no CPF sob o nº
XXXXXXXXXXXXXX, com sede na (Rua), nº (XXX), Catas Dentro/MG, CEP.:
XXXXXXX, endereço eletrônico: secretário@gmail.com, pelos motivos de fatos e
direitos a seguir expostos.

I – DOS FATOS
No mês de janeiro de 2021 a prefeitura de Catas Dentro publicou edital de concurso
público para provimento de 10 vagas no cargo de auxiliar administrativo; contudo,
na véspera da abertura das inscrições o prefeito Benedito Silva e o secretário de
administração Ricardo Augusto suspenderam o concurso por prazo indeterminado.
Nos dias subsequentes a administração contratou 10 pessoas para ocupar os
cargos que a princípio seriam destinados ao concurso público; dentre os
contratados estão a mãe, irmão, esposa e dois filhos do prefeito. Os demais
contratados são parentes diretos de secretários da prefeitura. A contratação destas
pessoas se deu por contrato administrativo temporário com o supedâneo de
necessidade urgente para a administração, além disso existe lei municipal
autorizando a contratação de auxiliares administrativos para exercerem funções
administrativas rotineiras, v. g., atendimento ao público, protocolo, arquivo, etc.
Ademais, os parentes contratados foram lotados no gabinete do prefeito e no do
secretário administrativo e lamentavelmente, segundo denúncias, raramente
aparecem para trabalhar.

II – LEGITIMIDADE
A) ATIVA

A Ação Popular tem previsão no artigo 5º, inciso LXXII da Constituição Federal:
Esse artigo garante o seu ajuizamento a todos os cidadãos no regular gozo dos
seus direitos, políticos, o que é o caso do autor, conforme comprovado pelo Título
Eleitoral e Certidão de Obrigações Eleitorais. Importante mencionar que embora
seja filiado à partido político, o aqui impetrante vem em nome próprio, exercendo os
direitos de cidadão, logo, a sua filiação partidária não se faz impedimento, e nem
tem nenhuma relação com a ação aqui proposta.

B) PASSIVA

O réu apontado nessa peça processual é devidamente responsável pelo ato ilegal,
lesivo ao princípio da moralidade administrativa, conforme artigo 6º da Lei 4.717/65:
“ A ação será proposta contra pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no artigo 1º contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado ou que, por omissas,
tiveram dado oportunidades à lesão, e contra os beneficiários direitos do mesmo”, e
evidentemente, a suspensão por prazo indeterminado de concurso público, em
conjunto da contratação de parentes diretos para o preenchimentos de vagas em
serviços públicos, ferem o princípio da moralidade administrativa.

C) PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

A Tutela de Urgência na Ação Popular está prevista no artigo 5º parágrafo 4ª da Lei


4717/65: “Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da
ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de
cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao
Estado ou ao Município”. Esse artigo demonstra a fumus boni juris e o periculum in
mora.

III – DO CABIMENTO AÇÃO POPULAR

O artigo 5º, inciso LXXXII da CF/88 menciona:


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
Tomando este artigo como base, entende-se que a impetração da ação popular
pode ser feita por qualquer cidadão, que tenha a intenção de anular atos lesivos ao
patrimônio público, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural. Conforme a Lei 4.717/65 que estabelece o rito da presente ação.
Dito isto, o ajuizamento da presente é perfeitamente cabível.

IV – INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Ao Ministério Público é cabível o acompanhamento da ação, que por sua vez atua
como fiscal da Lei com base no parágrafo 46º da Lei 4.717/65.

V – FUNDAMENTOS JURÍDICOS

No Artigo 37 da CF/88 na Lei os Princípios da Administração Pública: “A


administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” (BRASIL, 1988,
[s.p.]).
Assim, estão estabelecidos todos os princípios a serem seguidos pelos
administradores públicos em TODOS os seus atos, e de acordo com os Princípios
da Administração Pública o Princípio da Impessoalidade a Administração Pública
deve ter como único objetivo o interesse público, jamais os interesses pessoais dos
seus políticos ou de algum grupo específico; o Princípio da Moralidade bem definido
no seguinte trecho diz que “em sua atuação o administrador público deve atender
aos ditames da conduta ética, honesta, exigindo a observância de padrões éticos,
de boa-fé, de lealdade, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina
interna na Administração Pública” (MARINELLA 2005); O desrespeito a esse
princípio enseja a chamada improbidade administrativa; e atentando-nos aos atos
praticados pelo administrador público que aqui se fazem réus, estes princípios não
foram observados em seus atos aqui impugnados; uma vez que ao suspenderem o
concurso público de maneira inesperada, e preencher as vagas que seriam
destinadas a este contratando seus parentes, os mesmos buscaram não aquilo que
era bom ao interesse público, e sim ao seu interesses pessoais, ferindo tanto o
princípio da moralidade quanto da impessoalidade, pois se deduz que suspendeu-se
indefinidamente o concurso para realizar a contratação que se seguiu.

A Ação Popular está prevista no art. 5º, LXXIII, da CF/88, que dispõe:
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência. (BRASIL, 1988, [s.p.]
Somente quem estiver no gozo de seus direitos políticos que pode ingressar com
Ação Popular, por esta razão anexo a certidão de quitação eleitoral juntamente com
o título de leitor para fins comprobatório.
Com base no artigo 1º da Constituição da República:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição.

VI – LIMIAR,

Trata-se o presente caso de grande relevância, já que é necessário manter a


moralidade dos atos dos administradores públicos e visar o bem coletivo acima de
tudo.

VII – DOS PEDIDOS


Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A citação do Réu para a devida contestação a presente ação;
b) A condenação do Réu no pagamento ao autor, das custas e demais despesas
judiciais e extrajudiciais, bem como nos honorários de advogado;
c) A confirmação da Liminar, nos termos em que foi requerida;
d) A anulação do ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade, além da
condenação dos réus ao pagamento dos danos ao patrimônio público em virtude
dos contratos realizados;
e) A produção das provas documentais.
f) A anulação dos contratos realizados com os parentes diretos do prefeito e de seu
secretário.
G) A abertura de novo concurso público para os cargos das 10 vagas ora ofertadas,
uma vez que, como explanado pela própria administração pública, necessita de
urgência no preenchimento destas.

Pede deferimento.
Catas Dentro, 03 de fevereiro de 2020.
Nome do Advogado
OAB/MG 000.000

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