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COMARCA DE TERESINA-PIAUÍ
AÇÃO POPULAR
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Em desfavor do Município de Teresina, com Sede da Prefeitura à Rua XXXX, nº XX,
bairro Centro, Teresina,bn Piauí; o que faz pelos fundamentos de fato e razões de direito
a seguir aduzidos.
Nos termos do art. 5º, inciso LXXIII, da CF e do art. 1º da Lei 4717/65 ( Lei da
Ação Popular), qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa.
Cidadão visto sob o enfoque adotado amplamente pela doutrina, serve para identificar aqueles
que gozam do direito de votar e ser votado, adquirindo a cidadania com simples inscrição
eleitoral (SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 30. ed. São Paulo:
Malheiros, 2007, p. 463), ou, nas palavras de DIÓGENES GASPARINI (Direito
Administrativo. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 974), pessoa física brasileira, portadora de
título de eleitor, e, para ALEXANDRE DE MORAES (Direito Constitucional. 15. ed. São
Paulo: Atlas, 2003, p.193) ao brasileiro nato ou naturalizado no gozo de seus direitos políticos.
Ademais, a ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas, contra as autoridades,
funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão e contra os
beneficiários diretos do mesmo.
a) Da Legitimidade Ativa
O autor, brasileiro, regular com a Justiça Eleitoral (doc. 01), com amparo no Art. 5º, LXXIII, da
Carta Magna, tem direito ao ajuizamento de AÇÃO POPULAR, que se substancia num instituto
legal de Democracia. É direito próprio de o cidadão participar da vida política do Estado
fiscalizando a gestão do Patrimônio Público, a fim de que esteja conforme com os Princípios da
Moralidade e da Legalidade.
b) Da Legitimidade Passiva
A Lei 4.717/65, em seu Art. 6º, estabelece um espectro abrangente de modo a incluir no pólo
passivo os causadores ou produtores do ato lesivo, como também todos aqueles que para ele
contribuíram por ação ou omissão. A par disto, respondem passivamente os REQUERIDOS
nesta sede processual.
Conforme assevera a legislação em vigor (art. 5º, Lei 4717/65), é competente pra processar e
julgar a Ação Popular o juiz do local da origem do ato impugnado. Em obediência a este
requisito legal é que se propõe a presente ação perante este juízo.
IV - DO DIREITO
O artigo segundo da LAP Lei da Ação Popular (Lei n. 4717/65) infere que são nulos os atos
lesivos ao patrimônio das entidades da Administração Pública, direta ou indireta (artigo
segundo), nos casos de vício de forma (letra b) e de desvio de finalidade (letra e).
“Seja infringida a finalidade legal do ato (em sentido estrito), seja desatendido o seu fim de
interesse público (sentido amplo), o ato será ilegal, por desvio de poder”.
Outrossim, a Lei da Ação Popular já consignou o desvio de finalidade como vício nulificador do
ato administrativo lesivo do patrimônio público e o considera caracterizado quando o agente
pratica ato visando fim diverso do previsto, explicita ou implicitamente.
Ora, a contratação direta, em hipótese de licitação obrigatória (Lei 8666/93, art. 2º), a qual se
destina a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (art.
3º, primeira parte, Lei 8666/93), fere de morte os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos
(art. 3º,in fine, Lei 8666/93).
Patente, deste modo, a violação ao princípio da impessoalidade, por ter contratado a Prefeitura
empresa do enteado do Prefeito, visto que a Administração não pode atuar com o objetivo de
beneficiar pessoa determinada, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o
comportamento do administrado público.
Assim, estes atos narrados acima constituem improbidade administrativa (por força dos artigos
10 e 11, da Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa), por ter a ação ou omissão em
tela dado ensejo à lesão patrimonial, desvio, apropriação e dilapidação de bens públicos, e
atentado contra os princípios da administração pública e violado os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade.
Ademais, houve inclusive violação à norma do artigo 57 da Lei n. 8.666/93, que estabelece que
a vigência dos contratos administrativos é adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, pois o prazo de vigência do contrato administrativo ora impugnado está
estabelecido no seu instrumento contratual em 60 (sessenta) meses, embora não se enquadre na
hipótese de exceção do inciso II do art. 57 da Lei acima mencionada.
V - DOS PEDIDOS
Face o exposto e aqui constituídos todos os pressupostos da Ação Popular, quais sejam,
condição de eleitor, ilegalidade e lesividade do ato, requer-se:
a) o recebimento e o processamento desta Ação Popular, por conter ato ilegal e lesivo ao
patrimônio público, em conformidade com a Lei 4.717/65;
OAB/CE XXXXX