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Processo nº 0000415-85.2013.4.05.8201
a acusação efetivada nos autos do processo em epígrafe, o que o faz consubstanciado nas razões
I– SÍNTESE FÁTICA
da República, ingressou com a Ação Civil Pública por ato de improbidade supostamente
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com um sórdido esquema de fraude à licitação, mormente, com a participação de empresas
017/2007, pela qual, foram convidadas as empresas: MAVIL que não existia de fato, mas só
WALLACE LTDA que não possuía maquinário, nem pessoal, só subsistindo no papel e
que possuía todo o equipamento para a perfuração dos poços e que efetuava, de fato, as
Convênio 2112/2006 (SIAFI 570427) entre o Município de Várzea/Pb que desembolsou uma
pelo acompanhamento da execução das obras de perfuração dos poços, realizando “ocasional”
e de forma “graciosa” tal encargo, conforme disse em seu depoimento, sem manter qual-
quer ligação com a atinente empresa, o que é óbvio, não convenceu o representante do
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Doutro modo, o certame foi presidido por JEANE ARAÚJO DE ME-
abril de 2007 e o contrato assinado no mesmo dia (ff. 197, 198), tudo durante a gestão de
II-PRELIMINARMENTE:
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TRF-5- RSE 39334820134050000, Des. Rel. Francisco Cavalcanti, DJE: 18/07/2013; TRF-5. AC
5588004/PE, Des. Rel. José Maria Lucena, DJE: 07/11/2013
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De fato, é com base neste dispositivo que a defesa sustenta a inclusão de
modo que também merece ser acionada no pólo passivo da atinente demanda a fim de
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FIGUEIREDO, Marcelo. Probidade administrativa: comentários à Lei 8.429/92 e legislação
complementar. 4. ed., atual, e ampl. São Paulo: Malheiros Editores, 2.000, p. 27.
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Deveras, a AÇÃO CIVIL PÚBLICA deve ser dirigida contra todos os
que se enquadrem, em tese, nos arts. 1º e 3º da Lei 8.429/92, que serão litisconsortes neces-
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GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. 1.ª ed. rev. e ampl-.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2.002, p. 560.
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III-DO MÉRITO
exordial que tal evento esteve correlacionado ao Convênio 2112/2006 (SIAFI 570427)
com razão que JOSÉ IVALDO DE MORAIS teria sido o engendrador de um sórdido esquema
vir à tona, a fim de que nenhuma dúvida reste acerca do presente feito. É com esse intuito
que a demandada JEANE ARAÚJO DE MEDEIROS vem expor o que de fato aconteceu,
sem se esquivar de relatar a inteireza dos acontecimentos que teve conhecimento, a fim de
modesta família do Sítio Alemanha, S/N, Zona Rural de Várzea/Pb, que cursou tão somente
até o ensino médio (doc. 01) e que teve a possibilidade de melhorar de vida quando passou
num concurso público no ano de 2.006 (doc. 02), ingressado na carreira pública no cargo de
aludido ente federativo, prevalecendo-se, assim, da sua condição de Prefeito para exteriorizar
um ato administrativo discricionário da sua alçada com a nomeação de uma integrante à CPL
ciência de que tinha sido designada, desaprovou de imediato a sua indicação para a CPL DE
VÁRZEA/PB, visto que era totalmente despreparada, de modo que reclamou com o ex-
Gestor, ao que este último respondeu “que não tinha mais como voltar atrás, pois já havia
afirmação descarada de que não tinha mais como voltar atrás na sua nomeação, também
passou a determinar que ela colocasse a sua assinatura em vários papéis, sem dá maiores
feitas pela PREFEITURA e que não continham nenhum problema (...)”, quando na realidade,
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A posteriori, com o decorrer do tempo, a demandada JEANE ARAÚJO
ficou sabendo que os aludidos documentos eram elaborados pela Sra. KEYLLA M.
LACERDA e que esta prestava uma assessoria, em termos licitatórios, para a COMISSÃO
DE MEDEIROS, haja vista que o mesmo também foi dito no depoimento de SANDRA
BRASILEIRO que apôs a sua assinatura naquele referido inquérito”, aquela demandada
certame atinente à CARTA CONVITE 017/2.007 que foi alvo de um suposto esquema de
com o suporte jurídico da Sra. KEYLLA LACERDA, conseguindo, assim, engendrar uma
licitação fraudulenta e prejudicial aos Cofres Públicos, servindo-se para tanto, da inexperiência
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Doutro modo, KEYLLA M. LACERDA é bem versada no concernente
aos procedimentos licitatórios, inclusive, prestando, serviços do gênero para diversos outros
municípios da região sertaneja4, a exemplo de Santa Terezinha, sendo que, nesta última
localidade, a mesma teria praticado uma suposta fraude à licitação, através da certificação
de atos inexistentes, aos quais, vem respondendo criminalmente perante a Justiça Federal,
não só elaborou a documentação pertinente à licitação aludida, mas também apôs a sua assi-
natura no rol de testemunhas, conforme podemos aferir de modo bem nítido no concernente
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Disponível em:<< http://dados.tce.pb.gov.br/html/esfera_municipal/2006/empenhos/TCE-PB-SAGRES-
201172-EMP-MUN-2006-PREFEITURA_MUNICIPAL_DE_SANTA_TERESINHA.html; http://dados.tce.
pb.gov.br /html/esfera_municipal/2008/empenhos/TCE-PB-SAGRES-101044-EMP-MUN-2008-CAMARA_
MUNICI PAL _DE_CACIMBAS.html; dados.tce.pb.gov.br/html/esfera_municipal/2013/ empenhos/TCE-PB-
SAGRES-201056-EMP-MUN-2013-PREFEITURA_MUNICIPAL_DE_CATINGUEIRA.html; http://www.
prpb. mpf. mp.br/arquivos_ascom/ACPIAS_2013/04-Patos/12-Dezembro/RUI%20NOBREGA% 20DE%20
PONTES %20e%20outros%20-%20 Santa%20Terezinha.pdf >>.
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Todavia, nem o ex-Prefeito WALDEMAR foi só um mero homologador e
a Sra. KEYLLA MEDEIROS LACERDA foi só uma mera testemunha ocular do Contrato
MEDEIROS era totalmente leiga acerca dos procedimentos jurídicos que culminaram
com a CARTA CONVITE 017/2007, de sorte que ela nada sabia sobre aquele certame em
dias 11, 12 e 13 de março daquele ano (doc. 03), ou seja, 1 (um) ano após a ocorrência
era licitação e as suas regras, após o ano de 2.007, depois de ter ocorrido a fatídica CARTA
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Em relação aos demais promovidos e, em especial, ao Sr. JOSÉ IVALDO
DE MORAIS e aos representantes das empresas MAVIL, WALLACE e HYDROGEO,
a demandada desconhece maiores detalhes sobre a relação entre ambos. Entretanto, o re-
presentante do MPF deixou bem claro a participação de cada um deles no suposto esquema
de fraude à licitação com base em declarações à RFB e depoimentos no ICP.
Sr. JOSÉ IVALDO DE MORAIS, Engenheiro de Minas com larga experiência na área de
já vinha realizando obras em parceria com aquelas (ff. 257, 282, 283):
base de sustentação do Sr. WALDEMAR MARINHO FILHO, o que serviu para aproximar
este último às empresas concernentes. Realmente, ambos integravam o mesmo partido, por
ocasião daquele procedimento licitatório, segundo pudemos aferir na lista5 dos eleitos nas
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Disponível em: http://www.tre-pb.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/resultados-de-eleicoes
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A posteriori, o Sr. JOSÉ IVALDO DE MORAIS que teria arquitetado
este esquema fraudulento e servido de elo de ligação entre as empresas em foco com a
da perfuração dos poços, naquele ínterim, consoante pudemos constatar no seu depoimento,
poços, recebendo remuneração por isso, segundo disse o Sr. ANTÔNIO MILITÃO (f. 238),
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também, foi o responsável por acompanhar a execução das obras até a sua conclusão,
conforme declaração dele a RFB (f.257) e, sobretudo, teria assinado, quando assumiu a
alterou o prazo do contrato que ele sabia ser manifestamente irregular que foi prorrogado
por mais 90 dias, ensejando a liberação pela FUNASA da 3ª e última parcela no valor de
R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) reais no dia 23 de abril do ano de 2009 (f.108).
promovido e por ANTÔNIO MILITÃO para a RFB (ff. 241, 257), igualmente, alvos da
tributários, de modo que isso levantou a suspeita no MPF de que elas estariam conluiadas
paraibanos. JOSÉ IVALDO confirmou em seu depoimento que sabia que a WALLACE
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O “Sr. Antônio Militão teria afirmado que as obras decorrentes dos convites n.° 04/2007 da
Prefeitura Municipal de Aguiar, n° 11/2007 da Prefeitura Municipal de Gurjão, n.° 10/2007 da Prefeitura
Municipal de Junco do Seridó e n.° 017/2007 do Município de Várzea teriam sido realizadas em parceria
com o declarante” (f. 257). Ademais, correm processos, neste juízo, contra o demandado José Ivaldo, por
fraude à licitação, em razão do mesmo modus operandi em Junco do Seridó (Processo n° 0000372-
39.2013.4.05.8205) e São Mamede (00873-90.2013.4.05.8205).
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E o mesmo foi ratificado por JOSÉ W. BORBOREMA ARCOVERDE,
representante técnico da HYDROGEO, que disse a RFB e nos autos do ICP (ff. 266/267):
Além do mais, ela não possuía qualquer relação de intimidade ou compadrio com os
silêncio dos confrades, bem distante dos olhos e dos ouvidos da população em geral.
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IV-DO DIREITO
Da lesão ao erário público
generalista e sem arrimo na realidade dos fatos, tendo apontado a promovida JEANE A.
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No mesmo sentido, Luiz R. Wambier (WAMBIER, 2.002, p.118-119)
asseverou que:
licitatório sub examine, nem as integrantes da CPL foram as que comandaram o mesmo. De
não deu causa à lesão ao erário público, notadamente, às integrantes da CPL. Deveras, para a
pela pessoa humana de realizar a conduta” [In Curso de Direito Penal, v. 1, p. 193]. Nesta
incorreu em conduta dolosa, já que não teve a consciência e a intenção de lesar o erário
depois do Sr. WALDEMAR a induzir a erro, afirmando “que não tinha mais como voltar
atrás na sua designação à CPL, pois já havia publicado a Portaria da sua nomeação no
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De fato, o EX-PREFEITO utilizou-se de um expediente assaz ardiloso para
nomear a demandada JEANE ARAÚJO DE MEDEIROS, valendo-se da inexperiência e da
falta de conhecimento técnico desta última. Por outro lado, além de tê-la nomeado através de
um engodo, ele também foi responsável por escolher uma pessoa inapta para a CPL, o que
inclusive, feriu o preceito do art. 51 da Lei 8666 que dispõe:
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Nesta mesma senda intelectiva, o Eng. Civil Pedro Paulo Piovesan de Farias asseverou sobre a
necessidade de profissionais habilitados, na área de engenharia, para avaliarem as propostas dos
licitantes neste segmento. In Licitações e Obras Públicas. Curitiba: CREA, 2.011, p. 22 (Série de
Cadernos Técnicos). Disponível em: <http:www.crea-pr.org.br>. Acesso em 01 de set. 2014.
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Notadamente, é dever que impende ao Gestor Público, a escolha e a
nomeação de indivíduos com o mínimo de qualificação para a CPL, pois são eles que terão
a incumbência de receber, examinar todos os documentos e os procedimentos relativos ao
cadastramento, à habilitação e ao julgamento das propostas dos licitantes (art. 6°, XVI, da
Lei 8.666/93). Ademais, deve-se conferir capacitação aos que não são versados em licitação,
como meio de instruí-los, consoante os Acórdãos do TCU:
para nomear a referida demandada, a contragosto dela, ele também passou a ordená-la que
sobre os mesmos, só afirmando que “eram documentos corriqueiros às licitações feitas pela
situação, para a qual, se tivesse o devido conhecimento e a experiência, não teria de modo
algum participado, visto que a mesma foi iludida pelo EX-PREFEITO que asseverou que
aquela documentação era perfeita e sem nenhum problema, quando, na realidade, era o
minava que a mesma assinasse. Logo, depreende-se que, em nenhum momento, subsistiu
aptidão, para tal encargo, JEANE, e quiçá SANDRA tinham, pois as duas eram recém-
regularidade daqueles documentos [arts. 28, 29, 30, 31 da Lei Lei 8.666/93].
em questões técnicas minuciosas poderiam, com desvelo, conferir uma série de documentos
e a sua regularidade de acordo com os meandros da Lei 8.666/93, bem como, da legislação
correlata. Nisto, há de convir-se que nenhuma daquelas duas estavam aptas para apreciarem
a habilitação das empresas licitantes no certame em questão, visto que não foram capacitadas
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No tocante a isso, é de ressaltar-se que a abertura dos envelopes, contendo
as propostas, está condicionada à prévia apreciação da regularidade dos documentos dos
licitantes [art. 43, I, II, III da lei 8.666/93]. Contudo, é de questionar-se como poderiam abrir
os envelopes das propostas, se nem mesmo uma aferição digna e eficaz da documentação
teria sido possível àquelas duas integrantes da CPL, notavelmente, pessoas que não tiveram
o mínimo de capacitação jurídica àquele múnus público.
propostas” que começou às 10h 00min e que durou apenas “40 minutos” (f.105), apesar
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MEIRELLES, Hely Lopes. Licitações e contratos administrativos. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1.999,
p. 134-135.
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Com efeito, para tal julgamento que é um ato personalíssimo, exige-se dos
julgadores que conheçam a fundo cada tipo de licitação e os critérios fixados no ato con-
vocatório [arts. 3, 41, 45 da Lei n.° 8.666/93], algo que JEANE, Presidenta da CPL, àquela
época, não sabia e nem saberia, visto que não foi capacitada, evidenciando que ela foi
inocentemente usada pelo promovido WALDEMAR MARINHO que prevalecendo da sua
função, mandava ela colocar a sua assinatura nos documentos que eram elaborados por
KEYLLA M. LACERDA, só afirmando que “eram documentos corriqueiros às licitações
feitas pela PREFEITURA e que não continham nenhum problema (...).”
não praticou uma conduta consciente e nem de má-fé, uma vez que a mesma não tinha
conhecimento do que fazia, nem muito menos, teve a intenção de descumprir algum
comando legal da Lei de Licitação, sendo certo que a mesma foi mais uma vítima do
racterizar, inclusive, qualquer conduta culposa, já que para o cometimento de algum ilícito
no caso em apreço, visto que ela não previu e nem tinha condições de prever o suposto
resultado danoso, haja vista que tinha um diminuto nível de instrução e, mormente, por ser,
àquela época, uma mera Auxiliar de Serviços Gerais, recém-ingressa no serviço público, em
estágio probatório e que foi induzida a erro pelo EX-PREFEITO que se aproveitou da
mediano, ainda assim, estaria sujeito à situação desconfortável pela qual passou JEANE
ARAÚJO DE MEDEIROS, pois esta não praticou uma conduta voluntária e espontânea
com manifesto discernimento do que fazia, mas o fez por indução da referida autoridade.
Neste sentido, mesmo os acurados de espírito estão sujeitos aos erros provocados por
Figueiredo, escritor consagrado sobre este tema, o qual trouxe os elementos básicos e essenciais
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E a ilustre escritora Maria Sylvia Zanella Di Pietro seguiu por esta mesma
senda intelectiva, afirmando que:
Mesmo quando algum ato ilegal seja praticado, é preciso
verificar se houve culpa ou dolo, se houve um mínimo de
má-fé que revele realmente a presença de um compor-
tamento desonesto. A quantidade de leis, decretos, medidas
provisórias, regulamentos, portarias torna praticamente
impossível a aplicação do velho princípio de que todos
conhecem a lei. Além disso, algumas normas admitem
diferentes interpretações e são aplicadas por servidores
públicos estranhos à área jurídica. Por isso mesmo, a
aplicação da lei de improbidade exige bom-senso, pesquisa
da intenção do agente, sob pena de sobrecarregar-se inu-
tilmente o Judiciário com questões irrelevantes, que podem
ser adequadamente resolvidas na própria esfera admi-
nistrativa [PIETRO. Maria Sylvia Zanella Di. Direito administra-
tivo. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2.009, p. 823-824].
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Ademais, o simples fato de JEANE ARAÚJO DE MEDEIROS ter par-
ticipado da referida CPL não pode dá ensejo à condenação da promovida, uma vez que o
nosso sistema legal, no concernente à LIA, não chancela a responsabilidade objetiva. Neste
exato diapasão é a irrepreensível lição do saudoso Hely Lopes Meirelles, atualizada por
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OSÓRIO, Fábio Medina. Teoria da improbidade administrativa, São Paulo: RT, 2007, p. 291. No
mesmo sentido: JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo, 4ª ed., São Paulo: Saraiva,
p. 889 e ss.; PAZZAGLINI FILHO, Marino. Lei de Improbidade Administrativa Comentada, 3ª ed.,
São Paulo: Atlas, 2006, p. 60 e ss.; FIGUEIREDO, Marcelo. Probidade Administrativa, 5ª ed., São
Paulo: Malheiros, 2004, p. 102 e ss.; SANTOS, Carlos Frederico Brito dos. Improbidade
Administrativa, 2ª ed., Forense, 2007, p. 92; PORTO NETO, Benedicto Pereira e PORTO FILHO,
Pedro Paulo de Rezende. “Violação ao Dever de Licitar e a Improbidade Administrativa”. Improbidade
Administrativa: questões polêmicas e atuais, São Paulo: Malheiros, 2003, p. 96 e ss.; DINAMARCO,
Pedro da Silva. “Requisitos para a Procedência das Ações por Improbidade Administrativa”.
Improbidade Administrativa: questões polêmicas e atuais, São Paulo: Malheiros, 2003, p. 332 e ss.; DI
PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 21ª ed., São Paulo: Atlas, 2008, p. 783;
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo Coletivo: Tutela de Direitos Coletivos e Tutela Coletiva de
Direitos, 2ª ed., São Paulo: RT, p. 117.
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Além disso, a jurisprudência pátria também perfilhou pela mesma senda
intelectiva, pois, assim decidiu o eg. Superior Tribunal de Justiça:
a responsabilidade objetiva do Estado pelos danos que as ações de seus agentes, nesta
qualidade, causem a terceiros (CF, art. 37, §6º) ou quando o Código Civil estabelece a
responsabilidade solidária dos pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
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No mesmo sentido, os seguintes acórdãos, também da 1ª Turma: REsp 799.511/SE, Rel. Min. Luiz
Fux, DJe de 13/10/2008; REsp 727.131/SP, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 23/04/2008; REsp 965.671/RS,
Rel. Min. José Delgado, DJe de 23/4/2008; REsp 734.984/SP, Rel. Min. José Delgado, Rel. p/ Acórdão
Min. Luiz Fux, DJe de 16/6/2008; REsp 758.639/PB, Rel. Min. José Delgado, DJ de 15/5/2006; REsp
940.629/DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 4/9/2008; REsp 939.142/RJ, Rel. Min. Rel. p/
Acórdão Min. Luiz Fux, DJe de 10/4/2008; REsp 604.151/RS, Rel. Min. José Delgado, Rel. p/ Acórdão
Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 8/6/2006.
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Por outro lado, é extremamente desproporcional que as integrantes da
CPL, mormente JEANE ARAUJO DE MEDEIROS e SANDRA ARAÚJO, àquela época,
recém-ingressas no serviço público e em estágio probatório e, conseqüentemente, leigas em
Direito Administrativo e procedimentos licitatórios, estejam sendo o foco das atenções da
Justiça, enquanto a Sra. KEYLLA MEDEIROS LACERDA sequer foi ouvida no inquérito
aberto pelo representante do Órgão Ministerial, a fim de prestar esclarecimentos, ou
mesmo, responder por seus atos correlacionados àquele certame.
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Deveras, o concernente Engenheiro foi acusado pelo representante do
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Processo n.° 0004570-96.2013.4.05.0000
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De certo que ele sabia que a empresa WALLACE não tinha maquinário e
que terceirizava os serviços de perfuração para outrem, conforme disse em seu depoimento
colacionado pelo representante do MPF (f.282-283). Outrossim, ele deixou claro que também
efetivava trabalhos para a referida empresa, inclusive, recebendo remuneração pelos serviços
prestados (ff.282-283). Logo, ele tinha uma ligação com a referida empresa, o que o impedia de
prestar serviços em VÁRZEA, e também era ciente de que aquela construtora não tinha
capacidade operacional para estar executando serviços nesta localidade.
V-CONCLUSÃO
mais justa e acertada, a absolvição de JEANE ARAÚJO DE MEDEIROS, pois ela foi uma
vítima deste sórdido esquema de fraude à licitação montado pelos demandados WALDEMAR
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contando com o suporte jurídico da Sra. KEYLLA M. LACERDA. Então, por tudo o que
Nestes termos,
Pede e aguarda deferimento.
Patos/PB, 03 de fevereiro de 2.015.
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ALEXSANDRO WAGNER DE ARAÚJO FERNANDES
OAB/PB: 12.922
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