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Novo Ensino

Médio - 2022

Orientações
Itinerário
Formativo
Integrado

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA


DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA
Governador do Estado da Paraíba
JOÃO AZEVEDO LINS FILHO

Vice Governadora do Estado da Paraíba


ANA LÍGIA COSTA FELICIANO

Secretário de Estado da Educação e da Ciência e


Tecnologia
CLAUDIO BENEDITO SILVA FURTADO

Secretário Executivo de Gestão Pedagógica


GABRIEL DOS SANTOS SOUZA GOMES

Secretária Executiva de Adm. de Suprimentos e Logística


ELIS REGINA NEVES BARREIRO

Secretário Executivo da Ciência e Tecnologia


RUBENS FREIRE RIBEIRO

Gerente Executiva do Ensino Médio -GEEM


AUDILÉIA GONÇALO DA SILVA
Sumário

Introdução: O que é NEM?

O que é um Itinerário e como funciona?

Vasto Mundo: Meu Quintal é Global

A Matriz Curricular

Na Prática...

Eletivas

Projeto de Vida
Introdução
O que é o Novo Ensino Médio (NEM)?

Em 2017, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a


publicação do relatório Education at a Glance 2017 (OCDE, 2017), apontou que apenas 58% dos jovens
de 15 a 17 anos estavam matriculados no Ensino Médio no Brasil, enquanto a média dos demais
países que compõem o Organização chegava a 90%. Aos relatórios da OCDE se juntam os dados do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, que no Relatório Saeb
2017 mostrou uma variação negativa na média da proficiência de Língua Portuguesa no Ensino Médio
de 290 em 1995 para 268 pontos em 2017, enquanto em Matemática esta variação foi de 282 pontos
em 1995 para 270 em 2017 (Inep, 2017).
No contexto da Paraíba, conforme os dados do Censo Escolar realizado no ano de 2018, o Estado
possui 621 escolas que ofertam Ensino Médio, sendo 18 escolas pertencentes à rede pública federal,
436 escolas à rede pública estadual, 4 escolas às redes públicas municipais e 163 escolas à rede
privada. Além disso, 93% destas escolas estão localizadas em áreas urbanas e 7% em áreas rurais. Na
Paraíba estão matriculados cerca de 126.057 estudantes no Ensino Médio, sendo 105.970 na rede
estadual de ensino, o que corresponde a 85% das matrículas de adolescentes, jovens e adultos.
A proposta apresentada pelo Ministério da Educação, o disposto na Constituição Federal que
determina que sejam “fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”
(BRASIL, 1988, p.124 ) e o estabelecido no inciso IV do Art. 9º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, subsidiaram a definição da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, as mudanças que
estabeleceram a Reforma do Ensino Médio no Brasil e a elaboração das Propostas Curriculares no
âmbito dos Estados e Distrito Federal como estratégia para minimizar as desigualdades educacionais
regionais e potencializar a flexibilização curricular, a diversidade e direito de escolha dos estudantes
pelos itinerários formativos, conforme proposto pela Lei 13.415/2017.
A Reforma do Ensino Médio, regulamentada pela Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, dentre outros
elementos, define a ampliação progressiva da carga horária no Ensino Médio de 800 horas para 1.000
horas, podendo chegar a 1.400 horas anuais para a educação integral, a organização curricular
estruturada em uma Formação Geral Básica, pautada nos direitos e objetivos de aprendizagem,
dispostos na Base Nacional Curricular Comum, com de 1.800 horas, e em elementos flexíveis
especificados como Itinerários Formativos, com de mínimo de 1.200 horas.
A Lei nº 13.415/2017, ainda coloca em seu Art 4º, que o currículo do Ensino Médio deverá ser
organizado pela oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto
local e a possibilidade dos sistemas de ensino, conforme áreas do conhecimento:
a) Linguagens e suas Tecnologias;
b) Matemática e suas Tecnologias;
c) Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
d) Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
e) Formação Técnica e Profissional.
Diante das atualizações contidas na Lei nº 13.415/2017, que regulamentou a Reforma do Ensino Médio,
além de ampla legislação que contempla a sua implementação e as Diretrizes Nacionais Curriculares
para esta etapa, emitidas pelo Conselho Nacional de Educação, fez-se necessária a reformulação
dos Documentos Curriculares para a educação no estado da Paraíba, pautados nos dados concretos
da nossa realidade educacional, a partir, essencialmente, do olhar sobre os sujeitos e os direitos
constitucionais que a eles devem ser garantidos e que permeiam a Proposta Curricular do Ensino
Médio da Paraíba aqui apresentada.

Link para maiores informações:


https://sites.google.com/see.pb.gov.br/probnccpb/novo-ensino-m%C3%A9dio?authuser=0
O que é e como funciona um
itinerário formativo?

Apesar de estar ancorado nos


Os Itinerários Formativos (IF)
componentes curriculares das
são uma parte do currículo
áreas do conhecimento e atuar
de aprofundamento da
de forma transdisciplinar, os IF
Formação Geral Básica (FGB)
devem ser entendidos como uma
alinhada à BNCC. O IF é
considerado, pois, tudo o que forma diferente de abordar as
não for FGB, circunscrevendo áreas de conhecimento e não
1.200 horas da parte flexível como uma nova roupagem para
do currículo, com foco na a base comum. Eles foram
mobilização de pensados para direcionarem de
competências e habilidades maneira específica a construção
voltadas para eixos do conhecimento conforme as
estruturantes necessidades, peculiaridades,
complementares que especificidades e estrutura da
contribuem para o
comunidade a que o estudante
desenvolvimento de uma
pertence, partindo, sempre, do
formação humana e integral,
contexto local para o global.
a saber: Aprofundamento
Além disso, por ser um conjunto
das Áreas de Conhecimentos
da FGB, além de Projeto de de componentes, cuja escolha é
Vida (PV), Formação Técnica livre, o estudante pode fazê-la de
Profissional (FTP) e Eletivas. acordo com seus sonhos,
Os IF, portanto, são vontades, desejos e
elementos norteadores e necessidades, baseado em seu
mediadores das escolhas, projeto de vida. Visto assim, os IF
buscas e desejos dos são um caminho para o
estudantes, tornando o Novo autoconhecimento e para
Ensino Médio um leque de seleção de uma área de
opções para que eles
conhecimento na qual o jovem
possam perceber e se
queira projetar-se
perceberem como parte do
profissionalmente com
seu processo formativo.
satisfação de querer aprender e
de dominar o saber-fazer.
O itinerário integrado paraibano -
Vasto Mundo: Meu Quintal é Global

Os itinerários formativos permitem, na condição de docentes, trabalhar saberes de uma


maneira integrada, podendo moldar caminhos transdisciplinares, potencializando as
experiências dos estudantes em relação a um alinhamento entre conhecimento escolar,
ações cotidianas, projeto de vida e mundo do trabalho.
O percurso formativo que envolve este itinerário condiz com a compreensão e vivência
de conceitos sobre criatividade e inovação, a territorialização da Agenda 2030, a
aplicação de metodologias ativas de aprendizagem e o desenvolvimento de um
produto ou serviço de impacto social.
A partir da territorialização da Agenda 2030 e da abordagem de eixos que integram as
áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências da Natureza e suas
tecnologias, Matemática e suas tecnologias e Linguagens e suas tecnologias, os
estudantes desenvolverão, por meio do trabalho em equipe, projetos de intervenção
social que considerem relevantes para o ambiente escolar ou para o entorno,
resultando no fomento de um ecossistema de impacto social entre escola e
comunidade.
O objetivo principal deste itinerário é fomentar uma cultura empreendedora nas
escolas, de forma criativa, inovadora e interdisciplinar, com contribuições significativas
ao autogerenciamento da aprendizagem e estímulo às competências do século XXI
(pensamento crítico, comunicação, criatividade e colaboração). Pretendemos que
nossos estudantes tenham preparo e qualificação para o desenvolvimento de
atividades cotidianas da vida, pessoais e profissionais, e que possam conhecer e se
integrar ao mundo do trabalho de uma maneira ética e sustentável.

Link do texto do Itinerário:IFs - Integrado VCP.pdf


https://drive.google.com/file/d/1YgkOZjoNdoJczZx8x3DxyWl7vDIwfJUj/view

Observações
Seguindo esta linha de raciocínio, os educadores
precisam levar em consideração, ao ministrar as
aulas do itinerário, as competências e habilidades
propostas e os conteúdos a serem desenvolvidos em
suas respectivas áreas de conhecimento, sempre
alinhados e seguindo a proposta curricular presente.
A Matriz Curricular
Uma das principais mudanças no cotidiano da educação a partir do Novo
Ensino Médio são as novas matrizes.
Temos uma inédita distribuição de carga horária dos Componentes
Curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e um novo campo
dentro da Matriz, voltado exclusivamente para o Itinerário Formativo.
Dito de outra forma, a matriz, atualmente, se divide em dois campos:
BNCC: os componentes rotineiros
Itinerário formativo: distribuição de componentes e carga horária voltada
para a mobilização da parte flexível do currículo

Link para acesso das matrizes:Matrizes NEM - 1 ano - Consulta


https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1tGY2N8Yg0VjOwXQrNb48tET51aDNe
p5Y

Observações

A diminuição da carga horária não implica em


perda de qualidade educacional, mas sim, numa
redistribuição que ressignifica a relação de ensino e
aprendizagem de forma a ampliar e aprofundar o
escopo de trabalho durante os anos do ensino
médio como também diversifica a abordagem e
forma de movimentar a BNCC e o desenvolvimento
de suas competências e habilidades de maneira
inovadora com o público discente.
Importante frisar que na matriz do itinerário
constam uma aula para inglês e espanhol. Estes
professores precisarão revezar semanalmente suas
turmas, mas a carga horária entra no quadro de
ambos.
Fundamental observar que os bimestres continuam
sendo os marcos temporais fundantes do ano letivo,
todavia, a matriz é pensada em semestres, o que
não impacta em nada o trabalho cotidiano das
equipes escolares.
Informações Complementares

Escolas Cidadãs Integrais


O modelo tem como especificidade a Parte Diversificada (PD). Neste,
tem-se algumas novidades
PROPULSÃO: Nivelamento faz parte da grade curricular da PD. As
escolas receberão as orientações para a construção do Plano de
Nivelamento e Sequências Didáticas a serem aplicadas;
TUTORIA: A partir do PDCA realizado com os professores da rede
durante as Formações e Ciclos de Acompanhamento Formativo, a
Prática Educativa da Tutoria agora entra como Metodologia de Êxito
no modelo, cujas orientações próprias serão enviadas para as
escolas assim como constarão nas Diretrizes Operacionais do Modelo;
PROTAGONISMO: Também a partir do PDCA realizado com os
professores da rede durante as Formações e Ciclos de
Acompanhamento Formativo, foi conformada a nova Metodologia de
Êxito, o “Protagonismo Juvenil”, cujas orientações próprias serão
enviadas para as escolas assim como constarão nas Diretrizes
Operacionais do Modelo;
Estudo Orientado, Avaliação Semanal, Colabore & Inove e Práticas
Experimentais já faziam parte do modelo e são conhecidas pela rede.
Projeto de Vida e Eletiva, que já constavam na Parte Diversificada,
agora fazem parte do Itinerário Formativo.
Escolas Cidadãs Integrais Técnicas:
As Escolas Cidadãs Integrais Técnicas irão focar exclusivamente no
Quinto Itinerário Formativo, isto é, o Itinerário da Educação Profissional e
Técnica (não oferecendo o integrado) seguindo as matrizes próprias de
cada curso
As Matrizes do NEM para as ECITs devem ser seguidas APENAS para os 1º
anos do Ensino Médio. Os anos seguintes precisam seguir as matrizes
anteriores e costumeiras
É importante prestar bastante atenção ao quantitativo de aulas de cada
componente curricular e em cada semestre para que não haja uma má
distribuição de carga horária, seguindo a risca a matriz
A matriz é dividida em:
BNCC: conteúdos comuns da base curricular
PARTE DIVERSIFICADA: campo específico das escolas cidadãs
O ITINERÁRIO subdivide-se em:
A Formação Básica para o Trabalho possui componentes comuns
a todas as ECITs e que fazem base para a formação do estudante,
com as disciplinas empreendedoras, educação midiática e
segurança e Higiene do trabalho.
A Formação Profissional Específica contém as disciplinas de cada
curso técnico oferecido pela escola.

Indígena e Audiocomunicação:
Foram mantidas as especificidades e particularidades respeitando o
público de destino

Regular Diurno:
Inserção de Eletiva e Projeto de Vida como parte do itinerário
(orientações específicas mais abaixo)
Nivelamento como parte da BNCC. As escolas receberão as orientações
para a construção do Plano de Nivelamento e Sequências Didáticas a
serem aplicadas
.
Regular Noturno:
Inserção de Eletiva e Projeto de Vida como parte do itinerário (orientações específicas mais
abaixo)
Nivelamento como parte da BNCC. As escolas receberão as orientações para a construção do
Plano de Nivelamento e Sequências Didáticas a serem aplicadas
É importante prestar bastante atenção ao quantitativo de aulas de cada componente
curricular e em cada semestre para que não haja uma má distribuição de carga horária,
seguindo a risca a matriz
As Diretrizes Nacionais referentes ao Novo Ensino Médio (NEM) Regular Noturno permitem que
até 30% da carga horária anual se dê através do Ensino À Distância (EAD) e vale salientar que
uma das prerrogativas do NEM é expansão da carga horária para três mil (3 mil) horas anuais.
No caso do NEM Regular Noturno Paraibano. para a integridade do cumprimento da carga
horária de 3 mil horas (levando em consideração o horário reduzido da aula neste turno - não
sendo de 50 minutos, mas sim, de 40 minutos cada aula), será necessário ofertar 20%, que
corresponde a 600 horas trabalhadas, através do EAD, sem extender a permanência do
estudante na escola.
Portanto, dentro de cada Matriz correspondente a um Itinerário Formativo, uma parte da carga
horária da matriz será realizada em EAD, por meio de atividades na Plataforma Google
Classroom:
Na matriz correspondente ao Itinerário Integrado, uma parte da Carga Horária dos
professores de: Português, Matemática, Biologia, Química, História, Geografia, Física, Inglês e
Espanhol se dá em EAD.
Sendo aulas como parte da BNCC (Biologia, Química, História, Geografia, Português e
Matemática) em EAD
Três aulas como parte do Itinerário Formativo (História, Inglês/Espanhol e Física) em EAD
Na prática (BNCC):
O professor de Biologia terá duas aulas em todos os anos, sendo que uma delas é
presencial e outra EAD
O professor de Química terá duas aulas em todos os anos, sendo que uma delas é
presencial e outra EAD
O professor de História terá duas aulas em todos os anos, sendo que uma delas é
presencial e outra EAD
O professor de Geografia terá duas aulas em todos os anos, sendo que uma delas é
presencial e outra EAD
Os Professores de Português e Matemática responsáveis por Propulsão/Nivelamento,
terão no 1 Ano, duas aulas disponíveis: uma aula presencial e uma aula EAD. No 2 Ano,
apenas uma aula presencial e no primeiro semestre do 3 ano, uma aula presencial e
uma aula EAD. Vale salientar que este componente curricular é trabalhando através do
revezamento, isto é, uma semana para português e uma semana dedicada à
matemática
Na prática (Itinerário):
O professor de História terá duas aulas em todos os anos, sendo que uma delas é
presencial e outra EAD
O professor de Física terá duas aulas em todos os anos, sendo que uma delas é
presencial e outra EAD
O(s) professor(s) de Espanhol/Inglês terão duas aulas em todos os anos, sendo que
uma delas é presencial e outra EAD. Vale salientar que neste caso há o revezamento,
uma semana dedicada a Inglês e uma dedicada à Espanhol.
Na Prática...
No chão da escola, a equipe irá organizar o horário escolar
normalmente, seguindo a matriz curricular do itinerário e a sua
distribuição de carga horária, tanto das aulas da BNCC quanto do
Itinerário.
Vale salientar que precisa estar diferenciado neste horário quando uma
aula é destinada à BNCC ou ao Itinerário, estando claro tanto para o
professor quanto, e principalmente, para o estudante.
Isto porque, as aulas dos componentes que funcionam dentro do
Itinerário não seguem necessariamente a ordem de um livro didático,
mas sim, dialogam com o currículo escrito pelo estado, prezando pela
interdisciplinaridade dentre todas as áreas de conhecimento
movimentadas e englobadas num tema gerador que deverá permear
todo o percurso formativo do jovem.
Portanto, em primeiro lugar, os professores precisarão se apropriar do
material produzido no estado para entender a intencionalidade e os
rumos pensados, isto é, “como” é "o quê” se trabalhar em sala de aula
durante o ano letivo.
Em segundo lugar, é necessário planejar as aulas de forma conjunta
entre o corpo docente, para manter coeso o intuito do itinerário, fazendo
sentido na mente dos alunos.

Observações
É importante que no momento de distribuição dos
componentes curriculares e construção do Quadro de
Professores da escola, a gestão leve em consideração os
professores que ministram mais de uma disciplina para
não dar choque no horário.
No caso das Escolas Cidadãs Integrais, para além disso,
levar em conta a distribuição da Parte Diversificada na
montagem do Quadro e Horário escolar
Eletivas
Os Componentes Curriculares das Eletivas pertencem a parte integrante da
flexibilização do currículo do Novo Ensino Médio e são pensadas para fortalecer o
Projeto de Vida dos estudantes, com a finalidade de aprofundar as Unidades Temáticas
propostas nos Componentes Curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
As Eletivas são oferecidas, semestralmente, com temas sugeridos pelos educadores
e/ou pelos estudantes, de acordo com os anseios dos envolvidos, podendo abranger
diferentes áreas do conhecimento e ampliando o repertório cultural dos estudantes.
Para que a proposta da Eletiva se torne efetiva, ela precisa ter caráter atrativo,
dinâmico e interdisciplinar, considerando a importância de se pensar no contexto do
estudante para que os temas a serem trabalhados tenham como resultado uma
aprendizagem significativa.
A cada semestre letivo, o estudante fará a escolha da Eletiva, entre as opções
ofertadas pela Unidade de Ensino, a que mais se aproxima de sua identidade, buscando
aprender de forma contextualizada, uma vez que nos componentes Eletivas terão
aplicações aulas práticas, alinhadas com a proposta da BNCC, no que se refere à
formação integral do estudante e no desenvolvimento de habilidades e competências
que contribuam na formação do estudante para a vida.
Ressaltamos que para uma oferta adequada na Unidade de Ensino, as Eletivas, para
todas as turmas, devem acontecer no mesmo dia e horário, com carga horária de duas
horas/aulas sequenciadas, podendo se matricular estudantes de séries diferentes na
mesma eletiva, possibilitando assim um maior engajamento entre as turmas da escola.
Dessa forma, compreendendo que as Unidades de Ensino têm a missão de formar, com
excelência, cidadãos para a vida, os educadores, que possuem o privilégio de lecionar
os Componentes Curriculares Eletivas, buscam mecanismos para a efetivação do que
de fato compreende-se como processo de formação de cidadãos, amparados pela Lei
de Diretrizes e Bases para Educação nº 9394/96. em seu Art. 1º quando estabelece que a
educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
De acordo com a LDB 9394/96, quando nos referimos à Educação, ela está diretamente
ligada aos processos formativos que se desenvolvem em toda a vivência do estudante,
em todas as esferas de sua vida, e no ponto de vista das instituições de ensino, a estas
cabe o papel de sistematizar este processo, assumindo a responsabilidade de
direcionar os estudantes em um avanço acadêmico de qualidade.
Assim, exercendo seu papel de cidadãos, os estudantes possuem a liberdade de
escolher, dentre as diversas áreas do conhecimento, as Eletivas, as quais correspondem
a uma imersão no conhecimento, de forma interdisciplinar, buscando minimizar
déficits de aprendizagem ao longo de seu processo formativo, possibilitando
descobertas e novas experiências. Assim sendo, o Componente 796 Curricular Eletiva
permite o protagonismo e proatividade desses estudantes, além de desenvolver sua
autonomia, criatividade e repertório de conhecimentos, buscando aliar o conhecimento
científico e teórico às atividades práticas.
Na construção do Componente Eletiva, recomenda-se seguir os procedimentos
descritos no presente texto, visando nortear os professores do Ensino Médio, etapa final
da Educação Básica, do Estado da Paraíba no processo de elaboração e aplicação das
Eletivas. Ofertada semestralmente, as Eletivas precisam ser elaboradas com base no
Projeto de Vida dos estudantes do Ensino Médio.
Assim recomenda-se que as escolas realizem uma consulta junto aos estudantes no
início de cada semestre, com a finalidade de definir os principais temas para o
desenvolvimento da Eletiva, seja através de meios impressos como, por exemplo, fichas
pré estabelecidas, contendo temas previamente elaborados e com opção de sugestões,
ou mesmo através de meios digitais, entre os quais podemos citar os formulários em
Google Forms, ou outros recursos digitais, permitindo o engajamento e protagonismo
juvenil.
Nesse contexto, a Gestão Pedagógica deve realizar uma reunião geral com a presença
dos professores (da base comum e área técnica) para expor os principais resultados da
pesquisa de temas e sugestões dos estudantes com o intuito de orientar os professores
na elaboração de suas Eletivas. É importante destacar que a escolha do tema da
Eletiva fica a critério dos professores titulares, que podem optar pela escolha de temas
sugeridos pelos estudantes (o que possibilita maior participação e envolvimento dos
estudantes) ou ainda a escolha de outras temáticas.
Outra característica importante que deve ser ressaltada no que diz respeito à
elaboração da Eletiva é a interdisciplinaridade no processo de construção e aplicação,
possibilitando a integração dos conteúdos de diferentes componentes curriculares.
Ainda, ressalta-se que esse processo implica na articulação de ações e integração de
áreas do conhecimento distintas na busca de interesse em comum como forma de
superar a fragmentação.
Nesse pressuposto, Farias (2014, p.59) afirma que “a interdisciplinaridade, em
quaisquer das suas perspectivas, procura restabelecer o diálogo entre os diferentes
campos do conhecimento, entender melhor a relação entre o todo e as partes, restituir
a integração entre a particularidade e a totalidade, entre a unidade e a diversidade”.
Partindo do entendimento da interdisciplinaridade e sua importância no processo de
ensino e aprendizagem, recomenda-se pelo menos dois professores de Componentes
Curriculares distintos envolvidos na elaboração e aplicação da Eletiva,
preferencialmente, de áreas do conhecimento distintas (podendo envolver também
professores das diversas disciplinas ou área técnica nas escolas que possuem a oferta
de Ensino Técnico).
A elaboração da Ementa da Eletiva deve ampliar, diversificar e/ou aprofundar
conteúdos da Formação Geral Básica e/ou técnica, bem como o desenvolvimento de
habilidades, orientada por uma estrutura básica, qual seja:
Segue abaixo a estrutura que deve ser seguida:
Projeto de Vida
Quando tratamos de Projeto de Vida, na condição de Itinerário Formativo a ser trabalhado nos
espaços da Educação Básica, estamos nos referindo a uma forma institucional de pensar e lidar
com o estudante adolescente. Tratar de Projeto de Vida na escola diz respeito à ação intencional
de pensar políticas públicas educacionais para o desenvolvimento saudável da juventude.
E qual a importância de debater o Projeto de Vida na escola? Quando falamos em projetos de
vida e em sonhos, remetemos a uma perspectiva do indivíduo para com seu futuro. Mas projetar
a vida vai além do pensar solitário. Ao refletirmos sobre projetos de vida e visões de futuro, é
fundamental considerar a dimensão coletiva, de interação com o outro e de responsabilidade
social existente nessa projeção. E a escola, assim como o ambiente familiar, é um espaço de
formação cognitiva e afetiva, grande cenário no qual as adolescências se formam.
Diante de um mundo multicultural, que está conectado e em profunda transformação, faz todo o
sentido que as escolas tenham um Itinerário Formativo (IF) intitulado "Projeto de Vida". Esse
itinerário guia-se por valores, dentre os quais os Direitos Humanos e o Estado Democrático de
Direito; busca o desenvolvimento integral do ser humano, em todas as dimensões e sua relação
com o Outro; destaca o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de competências e trabalha as
dificuldades e caminhos promissores dos estudantes. Desse modo, Projeto de Vida, como
abordagem educativa, significa oportunizar um exercício constante que visa a aumentar nossa
percepção sobre a vida, aprendendo com os erros e projetando os novos cenários que estão por
vir (MORAN, 2017).
A construção de Projeto de Vida, na dimensão de currículo, abrange diversas perspectivas,
dentre as quais três são fundamentais: psicológica, sociológica e filosófica. Destacamos as
contribuições de autores como Peter Senge, Daniel Goleman e William Damon (2008) no debate
referente às competências socioemocionais e sua articulação com o projeto de vida dos jovens.
No Brasil, as análises de José Moran, assim como as pesquisas promissoras e relevantes sobre
competências socioemocionais e os impactos do pensar o projeto de vida na educação básica,
principalmente entre jovens periféricos, por meio dos estudos de Ivany Pinto Nascimento e
Daniela Hurtado.
Nesse sentido, as escolas devem estar cientes de que a construção do projeto de vida é algo
contínuo, devendo elas oferecerem possibilidades para que os jovens avaliem a dimensão de
suas escolhas ao longo de toda a sua trajetória, sempre observando a ética em todo o processo,
compartilhando resultados positivos e pautando-se na corresponsabilidade de todos os
profissionais da escola na construção efetiva dos projetos de vida.
Nessa perspectiva, a escola atua como uma mediadora fundamental no processo de
sensibilização dos indivíduos no conhecimento do passado, compreensão do presente e projeção
de futuro, considerando sonhos, vontades, expectativas e a importância de cada ser no mundo.
O Projeto de Vida é um forte aliado na formação integral da pessoa, ajudando-a a entender as
dinâmicas de forças que agem de forma holística sobre as múltiplas realidades da vida, tais
como natureza, sociedade, economia e política. No entanto, para que as pessoas possam
arquitetar seu projeto de vida, é necessário partir da percepção de onde se está, aonde se quer
chegar e como fazer para obter os resultados esperados. Assim, o projeto de vida aparece como
caminho entre a descoberta de sonhos e desejos e a forma efetiva de ações, com o apoio dos
educadores e da família. Do mesmo modo, para que as instituições possam oferecer uma
formação acadêmica de excelência, fundamentada em valores que possibilitem aos estudantes
tomar decisões ao longo de suas vivências, com base em escolhas conscientes e no
desenvolvimento de competências, é preciso que todos da equipe escolar reúnam esforços para
promover as condições necessárias para os jovens desenvolverem o seu projeto de vida.
O IF Projeto de Vida permite que todas as
áreas de conhecimento se interliguem em
torno dos Eixos Estruturantes, quais sejam:

✔ Investigação científica -amplia a capacidade de


investigação da realidade dos estudantes por meio
de práticas e produção científica;
✔ Processos criativos – elabora projetos como
produto da criatividade do estudante;
✔ Mediação e intervenção sociocultural – foca na
intervenção com soluções para problemas na
sociedade e no meio ambiente;
✔ Empreendedorismo - amplia os conhecimentos
do estudante em diferentes áreas, com a finalidade
de desenvolver a postura investigativa para
encarar problemas e a capacidade de tomar
decisões.

Segue a organização abaixo:


A escola poderá utilizar as seguintes aulas estruturadas:
https://drive.google.com/drive/folders/1b6ZEfi6smgYWnEyDPgFzZiJLrdaPPEkv
Avaliação

A avaliação dos estudantes e confecção das notas a serem postadas no


Sistema deverá ser feita com base no desempenho nas disciplinas da
BNCC.

Sistema Saber

A alimentação do Sistema Saber será feita normalmente, isto é, os


professores registrarão notas, conteúdos e frequências nas aulas de
seus componentes curriculares, sejam eles BNCC ou Itinerário
Formativo.

Bom trabalho!

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