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Alexandre Valle
Secretário de Estado de Educação

Ricardo Piquet Alcantara


Subsecretário de Planejamento e Ações Estratégicas

Flávia Guimarães
Superintendente de Desenvolvimento de Pessoas

Julia Maria Godinho Barbosa


Coordenadora de Formação com Ênfase em Educação Integral
Professores Formadores - Conteudistas
Amanda Costa de Moura Condal
Letras (Língua Portuguesa/Literatura)
Polo Avançado de Formação de Nilópolis

Carla Ferreira
Licenciatura plena e Bacharel em História
Redatora de Área Ciências Humanas BNCC - RJ
Polo Avançado de Formação de Campo Grande

Cláudia Márcia Lessa Cosendey


Licenciatura em Matemática
Polo Avançado de Formação de Itaocara

Daniel Pinto Muniz


Licenciatura em Matemática
Pós-graduação em Matemática
Polo Avançado de Formação de Teresópolis

Edna de Souza Camargo


Graduada em Ciências Biológicas
Pós-graduação em Educação e Gestão Ambiental
Especialista em Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação na Educação
Polo Avançado de Formação de Teresópolis

Ellen Oliveira de Menezes


Licenciatura Plena em Ciências Biológicas e em Pedagogia
Pós-Graduação em: Psicopedagogia; Gestão Ambiental; Gestão em RH.
Pós-Graduação em Estatísticas e Avaliação Educacional
Mestrado em Gestão e Estratégia
Polo Avançado de Formação de Volta Redonda

Flávia Barja Duarte


Licenciatura em Filosofia
Polo Avançado de Formação de Duque de Caxias

Fernanda Lima
Graduação com licenciatura plena em Educação Artística e habilitação em História da Arte
Pós-graduação em Arteterapia em Educação e Saúde
Formação em Planejamento para a Implementação de Políticas Públicas e Desenvolvimento do Ensino Médio
Polo Avançado de Formação de Niterói

Francisca Deise Feitosa Marins Camargo


Licenciatura em Pedagogia
Docência do Ensino Superior
Polo Avançado de Formação de São Gonçalo

Lídia Oliveira Barbosa da Silva


Bacharelado em História
Polo Avançado de Formação da Penha

Mônica Amorim Machado d'Almenery


Pós-graduação em Tecnologias e Educação a Distância; Psicopedagogia e Educação Especial; Docência da
Educação Básica na Disciplina de Língua Portuguesa; Literaturas Contemporâneas de Expressão Portuguesa
(Brasileira, Portuguesa, Infantil e Africana), em Metodologias de Ensino de Literatura, de Língua Portuguesa e
Redação Acadêmica.
Polo Avançado de Formação do Centro

Maria Angélica Reis de Paula Nicolau


Licenciatura em Pedagogia
Informática em Educação
Planejamento, Implementação e Gestão em EaD
Polo Avançado de Formação de Campos dos Goytacazes

Revisão Textual e de Conteúdo

Fernanda Lima
Graduação com licenciatura plena em Educação Artística e habilitação em História da Arte
Pós-graduação em Arteterapia em Educação e Saúde
Formação em Planejamento para a Implementação de Políticas Públicas e Desenvolvimento do Ensino Médio
Polo Avançado de Formação de Niterói

Mônica Amorim Machado d'Almenery


Pós-graduação em Tecnologias e
Educação a Distância; Psicopedagogia e Educação Especial; Docência da Educação Básica na Disciplina de
Língua Portuguesa; Literaturas Contemporâneas de Expressão Portuguesa (Brasileira, Portuguesa, Infantil e
Africana), em Metodologias de Ensino de Literatura, de Língua Portuguesa e Redação Acadêmica.
Polo Avançado de Formação do Centro

Ilustrações / Arte Digital

Antonio Silvério Cardinot de Souza


Licenciatura em Ciências Sociais
Polo Avançado de Formação de Nova Friburgo

Design Gráfico - Digital

Daniel Pinto Muniz


Licenciatura em Matemática
Pós-graduação em Matemática
Polo Avançado de Formação de Teresópolis

Maria Angélica Reis de Paula Nicolau


Licenciatura em Pedagogia
Informática em Educação
Planejamento, Implementação e Gestão em EaD
Polo Avançado de Formação de Campos dos Goytacazes

Marcelo da Silva Rufino


Licenciatura em Educação Física
Polo Avançado de formação de Teresópolis

Gestão, Acompanhamento Pedagógico e Design Instrucional


Mônica Araujo
Veronica Nunes
Membros de Equipe - COFEEI - Coordenadoria de Formação com Ênfase em Educação Integral
FORMAÇÃO NOVO ENSINO MÉDIO E AS POSSIBILIDADES PARA UMA EDUCAÇÃO
INTEGRAL

MÓDULO II

Unidade 4 - Parte Flexível do Currículo

1° Edição - 2021
SUMÁRIO:

ITINERÁRIOS FORMATIVOS 7
1.1. O que são os Itinerários Formativos? 7

EIXOS ESTRUTURANTES 12
1. INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 13
2. PROCESSOS CRIATIVOS 14
3. MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO SOCIOCULTURAL 15
4. EMPREENDEDORISMO 16

ELETIVAS: CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES: 17

4.O QUE SÃO UNIDADES CURRICULARES: 19

5. HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E CONTEÚDOS: 20


Unidade 4 - Parte Flexível do Currículo

1. ITINERÁRIOS FORMATIVOS
1.1. O que são os Itinerários Formativos?

Conforme apresentado anteriormente, o currículo é um documento norteador do trabalho


pedagógico. Sua função é indicar e orientar conhecimentos, metodologias e práticas pedagógicas a
serem desenvolvidas pelas equipes de gestão e de ensino nas escolas.

Destaca-se também, que os currículos precisam ser reelaborados de acordo com o que determina a
Reforma do Ensino Médio, na Lei nº 13.415, e em consonância com o que a BNCC (Base Nacional
Comum Curricular) estabelece para essa etapa. Além disso, devem ser organizados por meio da
oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e as
possibilidades dos sistemas e redes de ensino.

A mudança mais significativa evidenciada na configuração do Novo Ensino Médio é a substituição


do modelo único de currículo por um diversificado e flexível. Esta nova estrutura organizada com
base nas competências gerais, deve ser composta pela Base Nacional Comum Curricular (parte
comum) e pelos Itinerários Formativos (parte flexível).

Como base ao estudo da Reforma do Ensino Médio, destacamos o art. 4º da Lei nº 13.415 de 16 de
fevereiro de 2017 que dispõe sobre a construção dos Itinerários Formativos na nova organização
curricular em questão:

Art. 4º O art. 36 da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por
itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos
curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de
ensino, a saber:
I - Linguagens e suas Tecnologias;
II - Matemática e suas Tecnologias;
III - Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
IV - Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
V - Formação Técnica e Profissional.
§ 1º - Organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades
será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino. (...)
§ 3º - A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário formativo integrado, que
se traduz na composição de componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular -
BNCC e dos itinerários formativos, considerando os incisos I a V do caput. (...)
§ 5º - Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede, possibilitarão ao aluno
concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário formativo de que trata o caput (BRASIL,
2017).

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Unidade 4 - Parte Flexível do Currículo

O Itinerário Formativo é a parte flexível do currículo do Novo Ensino Médio, que os estudantes
podem escolher conforme seus interesses, aptidões e objetivos.

De acordo com a Portaria Nº 1.432, de 28 de dezembro de 2018, ao oportunizar Itinerários


Formativos, o Novo Ensino Médio pretende atender às necessidades e às expectativas dos jovens,
contribuir para o acesso e permanência na escola e fazer com que a aprendizagem seja mais
significativa. É preciso dar aos estudantes a possibilidade de escolher o Itinerário Formativo mais
atrativo no qual desejam aprofundar seus conhecimentos e, assim, promover o fortalecimento do
protagonismo juvenil.

Para apoiar e facilitar os estudantes a fazerem a melhor opção de escolha é preciso:

❖ Definir regras claras sobre o que e como podem escolher e garantir que tenham possibilidades de
escolha;

❖ Ajudá-los a identificar interesses, aptidões e objetivos e a conectar suas escolhas com seus
projetos de vida;

❖ Permitir que mudem de Itinerário Formativo e que aproveitem os estudos realizados no Itinerário
anterior em caso de mudança.

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Veja a apresentação: Link

No próximo quadro estão elencados os quatro objetivos que os Itinerários Formativos precisam
atingir na formação dos jovens estudantes, de acordo com a Portaria nº 1.432/2018 :

Figura 1

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Unidade 4 - Parte Flexível do Currículo

Na aplicação prática da referida Portaria citada anteriormente, o processo de criação


do Itinerário Formativo deverá considerar:

❖ Os Itinerários Formativos são um conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo,


entre outras metodologias e práticas pedagógicas, que os estudantes poderão escolher para
construir uma trilha de aprendizagem de acordo com temas com os quais melhor se identificam,
tanto para aprofundar seus estudos nas áreas do conhecimento, como em habilitações de
formação técnica e profissional.

❖ A construção de um Itinerário Formativo pode se aprofundar nos conhecimentos de uma


determinada área do conhecimento (Matemáticas e suas Tecnologias, Linguagens e suas
Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas). E
na formação técnica e profissional (FTP) ou mesmo nos conhecimentos de duas ou mais áreas
do conhecimento e da FTP de forma integrada.

No desenho abaixo, podemos observar as várias formas de construção dos Itinerários Formativos:

Fonte: https://porvir.org/novo-ensino-medio-entenda-os-itinerarios-formativos(com alterações)

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❖ As redes de ensino terão autonomia para definir a oferta dos Itinerários Formativos. Para tanto,
devem criar um processo que envolva a participação e escuta de toda a comunidade escolar;
considerar as demandas e necessidades do mundo contemporâneo; respeitar a cultura e o
contexto regional onde a escola está inserida. E avaliar a infraestrutura, o perfil e disponibilidade
do corpo docente da unidade.

❖ Os estudantes deverão ser orientados para a escolha dos Itinerários Formativos. A escola
deverá criar espaços qualificados para diálogo com os estudantes, mostrando suas
possibilidades, avaliando seus interesses e orientando-os na seleção do(s) itinerário(s). Ou seja,
é fundamental trabalhar o desenvolvimento do projeto de vida dos estudantes, para que sejam
capazes de fazer opções responsáveis e conscientes, em consonância com seus anseios e
aptidões.

Para garantir que os estudantes tenham escolha, é importante:

Figura 2
Em síntese: Os Itinerários Formativos são a parte flexível do currículo, cujo objetivo fundamental é
desenvolver competências e habilidades no estudante e consolidar sua formação integral. Devem
ser construídos segundo a capacidade das redes e escolas, mas sobretudo, necessitam atender aos
interesses e perspectivas dos estudantes. Para que isso aconteça é fundamental criar um processo
de escuta ativa, garantir a oferta de diferentes itinerários e oferecer apoio aos estudantes para
exercer a escolha que melhor atenda às suas expectativas e projetos de vida.

No vídeo abaixo do Movimento pela Base podemos assistir como esse arranjo vai funcionar dentro
da proposta do Novo Ensino Médio:

Os Itinerários Formativos do Novo Ensino Médio

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2. EIXOS ESTRUTURANTES

A Lei nº 13.415 determina a Reforma do Ensino Médio e que um dos parâmetros são os Itinerários
Formativos. Nesse sentido, os mesmos são organizados em quatro eixos estruturantes
(investigação científica, processo criativo, mediação e intervenção e empreendedorismo) que visam
integrar e integralizar os diferentes arranjos de Itinerários Formativos.

A Portaria nº 1.432 de 28 de dezembro de 2018 estabelece os referenciais para elaboração dos


itinerários formativos. Conforme o marco legal:

Tais eixos estruturantes visam (...) criar oportunidades para que os estudantes vivenciem
experiências educativas profundamente associadas à realidade contemporânea, que
promovam a sua formação pessoal, profissional e cidadã. Para tanto, buscam envolvê-los em
situações de aprendizagem que os permitam produzir conhecimentos, criar, intervir na

realidade e empreender projetos presentes e futuros (BRASIL, 2018).

Fonte: https://porvir.org/novo-ensino-medio-entenda-os-itinerarios-formativos/(com adaptações)

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Ainda, conforme a Portaria nº 1.432/2018:

Como os quatro eixos estruturantes são complementares, é recomendado que os Itinerários


Formativos incorporem e integrem todos eles, a fim de garantir que os estudantes
experimentem diferentes situações de aprendizagem e desenvolvam um conjunto diversificado
de habilidades relevantes para sua formação integral (BRASIL, 2018).

Nesse sentido, tendo como pressuposto o marco legal anteriormente citado, veremos mais
detalhadamente os quatro eixos estruturantes, como seu conceito e sua justificativa, a seguir:

1. INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Esse eixo tem como ênfase ampliar a capacidade dos estudantes de investigar a realidade,
compreendendo, valorizando e aplicando o conhecimento sistematizado, por meio da realização de
práticas e produções científicas relativas a uma ou mais Áreas de Conhecimento, à Formação
Técnica e Profissional, bem como a temáticas de seu interesse.

➔ Justificativa: Para participar da sociedade da informação, os estudantes precisam se apropriar


cada vez mais de conhecimentos e habilidades que os permitam acessar, selecionar, processar,
analisar e utilizar dados sobre os mais diferentes assuntos. Assim, seja para compreender e
intervir na realidade, seja para lidar de forma crítica, reflexiva e produtiva com a quantidade cada
vez maior de informações disponíveis.

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2. PROCESSOS CRIATIVOS

Esse eixo tem como ênfase expandir a capacidade dos estudantes de idealizar e realizar projetos
criativos associados a uma ou mais Áreas de Conhecimento, à Formação Técnica e Profissional,
bem como a temáticas de seu interesse.

➔ Justificativa: Para participar de uma sociedade cada vez mais pautada pela criatividade e
inovação, os estudantes precisam aprender a utilizar conhecimentos, habilidades e recursos de
forma criativa para propor, inventar e inovar.

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3. MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO SOCIOCULTURAL

Esse eixo tem como ênfase ampliar a capacidade dos estudantes de utilizar conhecimentos
relacionados a uma ou mais Áreas de Conhecimento, à Formação Técnica e Profissional, bem como
a temas de seu interesse para realizar projetos que contribuam com a sociedade e o meio ambiente.

➔ Justificativa: Para participar de uma sociedade desafiada por questões socioculturais e


ambientais cada vez mais complexas, os estudantes precisam se apropriar de conhecimentos e
habilidades que os permitam atuar como agentes de mudanças e de construção de uma
sociedade mais ética, justa, democrática, inclusiva, solidária e sustentável.

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4. EMPREENDEDORISMO

Esse eixo tem como ênfase expandir a capacidade dos estudantes de mobilizar conhecimentos de
diferentes áreas para empreender projetos pessoais ou produtivos articulados ao seu projeto de
vida.

➔ Justificativa: Para participar de uma sociedade cada vez mais marcada pela incerteza,
volatilidade e mudança permanente, os estudantes precisam se apropriar cada vez mais de
conhecimentos e habilidades que os permitam se adaptar a diferentes contextos e criar novas
oportunidades para si e para os demais.

Nas referências constam as legislações na íntegra para maior aprofundamento.

Para conhecer um pouco mais sobre os eixos estruturantes e como poderá ser
implementado na prática pela escola, assista ao vídeo:

O que são e como trabalhar os eixos estruturantes nos Itinerários Formativos

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3. ELETIVAS: CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES:


A proposta de um currículo mais flexível e diverso vem sendo indicada como elemento relevante em
publicações há alguns anos, como no Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014, com a
apresentação de componentes optativos e obrigatórios. Com a publicação da Lei nº 13.415, Lei do
Novo Ensino Médio, foi instituída carga horária específica para a parte obrigatória do currículo e,
consequentemente, para a parte flexível, descrita como itinerários formativos.

As eletivas estão contempladas no tempo destinado à parte flexível e podem ser oferecidas nas três
séries do Ensino Médio, com foco nos cinco itinerários formativos determinados pela lei e em seus
desdobramentos. Na primeira série, elas têm a finalidade de dar oportunidade de conhecimento e
experimentação sobre os diversos itinerários formativos que deverão ser implementados na escola.
Aqui os estudantes devem ter acesso a um conjunto de eletivas que possam facilitar e garantir mais
tempo e subsídios para escolher seu(s) itinerário(s) formativos. Já as oferecidas na segunda e
terceira séries farão parte dos itinerários implementados, porém dando opção ao estudante de
cursar as que não façam parte do itinerário escolhido por ele, incluindo cursos FIC, de forma que
possa enriquecer seu conhecimento considerando seus interesses e atendendo ao projeto de vida
do estudante.

“As Eletivas são componentes curriculares de livre escolha dos estudantes,


que lhes possibilitam experimentar diferentes temas, vivências e
aprendizagens, de maneira a diversificar e enriquecer o seu Itinerário
Formativo. As Eletivas têm como objetivo ampliar e aprofundar as
aprendizagens previstas na Formação Geral e aquelas relativas à Formação
Básica para o Trabalho. Portanto, não devem se confundir com ‘componentes
curriculares tradicionais’, nem com ‘apoio pedagógico' ou ‘atividades de
reforço'."(Consed)

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A implementação tem a finalidade de fomentar a autonomia e o protagonismo juvenil e, nesse


sentido, é fundamental que os jovens sejam orientados para que façam escolhas conscientes e
responsáveis, que possam contribuir efetivamente para seu processo de aprendizagem.

As opções de eletivas que poderão ser escolhidas são definidas pela rede em parceria com as
escolas. Além de ouvir e orientar o estudante, também é necessário que as escolas considerem os
objetivos do seu Projeto Político Pedagógico (PPP) e o contexto em que os jovens estão inseridos.
Dessa forma, será possível propor opções que estejam de acordo com seu perfil e,
consequentemente, gerem engajamento.

A tendência é que a tecnologia se faça presente nas atividades e projetos desenvolvidos, servindo de
suporte para concretizar as suas ideias. Assim, na criação das propostas, é recomendado
acrescentar no planejamento ferramentas e conceitos tecnológicos que estejam presentes na vida
dos estudantes, agreguem praticidade e incentivem a sua criatividade.

Para isso, toda a equipe escolar, incluindo gestores e professores devem colaborar para a
construção do projeto com intencionalidade pedagógica, auxiliando também na estruturação e no
planejamento dos conteúdos que serão trabalhados junto aos estudantes.

Finalmente, é importante aproveitar a possibilidade que a lei nos traz com a flexibilização curricular e
com a Educação Integral, de modo que seja possível a implementação de um ensino que
proporcione a autonomia e que seja pautado na resolução de problemas, preparando os estudantes
para terem capacidade de enfrentar as situações que encontrarão na vida. É preciso ter em mente
que ser mais independente demanda coragem, tentativa e erro, escolha responsável, decidir a partir
de si e correr os riscos de suas opções. Exige também, pensar para além dos professores, dos pais e
dos amigos.

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4.O QUE SÃO UNIDADES CURRICULARES:

Para falar sobre unidades curriculares, iniciaremos observando o artigo 36 da n° Lei 13.415/2017 que
alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do Ensino

Médio e a Resolução Nº 3 de 21/11/2018, que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais de acordo

com as alterações propostas na Lei do Novo Ensino Médio.

Conforme Resolução Nº 3 de 21/11/2018 (*) Atualiza Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio.

“Art. 6º Para fins de obtenção de maior clareza de exposição,


ficam definidos os seguintes termos utilizados na presente
Resolução:
(...)
III - itinerários formativos: cada conjunto de unidades
curriculares ofertadas pelas instituições e redes de ensino que
possibilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se
preparar para o prosseguimento de estudos ou para o mundo
do trabalho de forma a contribuir para a construção de
soluções de problemas específicos da sociedade;
IV - unidades curriculares: elementos com carga horária
pré-definida, formadas pelo conjunto de estratégias, cujo
objetivo é desenvolver competências específicas, podendo ser
organizadas em áreas de conhecimento, disciplinas, módulos,
projetos, entre outras formas de oferta;” (BRASIL, 2018).

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5. HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E CONTEÚDOS:

Nesta perspectiva existe uma indicação de metodologia para os Itinerários Formativos em 4 eixos
estruturantes, que conectam experiências educativas com a realidade, para consolidar a formação
cognitiva e socioemocional do jovem, com vistas a sua formação integral. Para nortear a
organização do conjunto de Unidades Curriculares de um ou mais itinerários temos os eixos
estruturantes que devem:

● Integrar os diferentes arranjos de Itinerário Formativo;


● Conectar experiências educativas com a realidades;
● Desenvolver habilidades importantes para a Educação Integral.

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Com carga horária pré-definida, as Unidades Curriculares são os elementos que têm o objetivo de
desenvolver competências específicas e compõem os Itinerários Formativos. Falamos aqui da parte
flexível do currículo, que deverá ser definida por cada instituição, levando em consideração o
contexto que está inserida e suas práticas pedagógicas, contidas no Projeto Político Pedagógico.

O conjunto de Unidades Curriculares de um itinerário devem desenvolver no mínimo um dos eixos


estruturantes, presentes nos referenciais para a construção dos itinerários. Nesse sentido, busca-se
criar essas unidades de formas diversas, como projetos, oficinas, clubes, laboratórios, dentre outras
formas de aprendizagem, os currículos devem ser organizados de maneira interdisciplinar.

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As Unidades Curriculares precisam observar

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REFERÊNCIAS:

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2017.Disponível
em:<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_si
te_110518.pdf

BRASIL. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Institui a Política de Fomento à


Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União. Ano
CLIV. Nº 35, p. 01, 2017. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm>. Acesso em: 30 jun.
2021.
BRASIL. Portaria nº 1.432, de 28 de dezembro de 2018.Estabelece os referenciais para
elaboração dos itinerários formativos conforme preveem as Diretrizes Nacionais do Ensino
Médio. Diário Oficial da União. Nº 66, p. 94, 2019. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/70268199>. Acesso em:
out, 2021.

BRASIL. Resolução Nº 3, de 21 de Novembro DE 2018. Atualiza as Diretrizes Curriculares


Nacionais para o Ensino Médio. Diário Oficial da União. Edição 224. Seção 1. p.221, 2018
Disponível em:
<https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51281622>. Acesso em:
30 jun. 2021.
CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO. CONSED. 2021. Base Nacional
Comum Curricular. Disponível em: <http://www.consed.org.br>. Acesso em 23 de jun. 2021.
COSTIN, Claudia. Reforma no ensino médio. YouTube, 01 nov. de 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v= 0H9ejl7Vf4I & t=2217s>. Acesso em 23 jun. 2021.

SOMOS EDUCAÇÃO. BNCC e o Novo Ensino Médio. Disponível em:


<https://www.somoseducacao.com.br/bncc-e-o-novo-ensino-medio/>. Acesso em 30 jun. 2021.

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