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em Conteúdo,
Método e Gestão
Metodologias
de Êxito
Ensino Médio
Realização
PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães
CONSELHEIRO
Alberto Toshiktse Chinen
EQUIPE DE DIREÇÃO
Juliana Zimmerman
Liane Muniz
Thereza Barreto
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Amália Ferreira
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Renata Campos e Thereza Barreto
Leitura crítica: Alberto Chinen, Amália Ferreira e Elizane Mecena
Edição de texto: Korá Design e Instituto Qualidade no Ensino
Revisão ortográfica: Palavra Pronta, Cristiane Schmidt e Neuza Pontes
Projeto Gráfico e Diagramação: Korá Design e Instituto Qualidade no Ensino
5ª Edição | 2021
© Copyright 2021 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”
Para a efetivação do projeto escolar à luz dos pressupostos da Escola da Escolha, o Instituto
de Corresponsabilidade pela Educação considera a necessidade de articulação entre os
elementos que compõem o Modelo Pedagógico e de Gestão para criar no ambiente esco-
lar as condições para que seja oferecida, por meio do currículo, a Excelência Acadêmica,
a Formação para a Vida com base na consolidação de valores e a Formação para as Com-
petências necessárias para o século XXI.
Para a concepção do currículo do Novo Ensino Médio da Escola da Escolha, o ICE apresenta
uma proposição de organização de matriz curricular que responde às expectativas da
formação idealizada no seu Modelo, resguardadas as características locais e especificidades
de cada rede de ensino, bem como o ordenamento legal brasileiro quanto à existência de
uma matriz que integra a Base Nacional Comum Curricular, uma Parte de Formação Diver-
sificada e a oferta de Itinerários Formativos.
Para tanto, tratar o currículo de maneira integrada significa assegurar que a sua
Parte de Formação Diversificada ganhe robustez e lugar ao lado dos componentes
curriculares da Base Nacional Comum Curricular e sirvam à flexibilidade, diversifi-
cação e aprofundamento dos conhecimentos – elementos singulares dos Itinerários
Formativos no Novo Ensino Médio. Para a efetivação desses elementos na Parte
de Formação Diversificada, foram adequadas e concebidas novas Metodologias de
Êxito. Na perspectiva da integralidade curricular, a Parte de Formação Diversificada
não é um complemento ao currículo, mas compõe o currículo em sua plenitude.
Há cerca de 20 anos, com o advento da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (Lei 9.394),
foi regulamentada uma base nacional comum para a Educação Básica, a ser considerada
nos currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, em cada
sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar.
A PARTE DIVERSIFICADA
No Art.15 das Diretrizes Curriculares Nacionais gerais para a Educação Básica (DCN), em
resolução CNE/CEB nº 04/2010, a Parte Diversificada é tratada como elemento que
enriquece e complementa a BNCC, relacionando os estudos que considerem as caracte-
rísticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia, bem como da comunidade
escolar, a despeito dos tempos e espaços curriculares.
A consideração de uma Parte Diversificada integrada existe desde a Base Nacional Cur-
ricular - BNC de 1996 e na Base Nacional Comum Curricular - BNCC continua a ser consi-
derada, notadamente, como espaço privilegiado para o necessário diálogo entre conhe-
cimento e cultura.
Projeto de Vida
Pós-Médio
Pensamento Científico
Protagonismo
Práticas Experimentais
Ensino Médio
Projeto de Corresponsabilidade Social
Eletivas da BNCC
O CONCEITO
O Projeto de Vida ocupa a centralidade do Modelo da Escola da Escolha porque é para ele
que convergem todas as energias, dedicação, talento e foco da Equipe Escolar. Ao Projeto
Escolar cabe prover as condições para a sua elaboração e aos estudantes a sua execução
em virtude da excelente formação acadêmica recebida, da base de valores constituída e
consolidada pelas experiências vividas e pelo desenvolvimento de um conjunto de com-
petências e habilidades que permitirão ao estudante viver, se posicionar e enfrentar os
desafios e oportunidades deste século.
No rol de condições providas pelo Projeto Escolar, consta na Parte de Formação Diversifi-
cada do Currículo do Novo Ensino Médio da Escola da Escolha uma Metodologia de Êxito
oferecida aos estudantes sob forma de aulas, tanto nos Anos Finais do Ensino Fundamental
quanto no Ensino Médio, denominada Projeto de Vida.
No contexto das inovações trazidas pelo Novo Ensino Médio na Escola da Escolha, encon-
tra-se a oferta de Itinerários Formativos enquanto trajetória a ser percorrida pelo estu-
dante em direção ao seu desenvolvimento acadêmico associado aos seus interesses em
termos de continuidade dos estudos após a conclusão do Ensino Médio.
Para a escolha e decisão acerca do seu Itinerário, aos estudantes serão oferecidos diversos
mecanismos de apoio. Na Escola da Escolha, os membros da Equipe Escolar tornam-se
“arquitetos de escolhas1” porque todos têm a responsabilidade de organizar o contexto
no qual os estudantes aprendem a escolher e a tomar decisões. O refeitório e as salas de
aula são igualmente ambientes que fazem parte desse contexto, assim como a natureza e
a qualidade das orientações presentes na relação com os estudantes.
As aulas de Projeto de Vida fazem parte dessa estratégia quando também apresentam
para discussão e reflexão, a importância de construir um processo decisório orientado
por critérios.
O que dá sentido ao futuro é a projeção que o ser humano faz de si, a partir da apro-
priação da história de vida pessoal e do que já é no presente, podendo traçar rotei-
ros sobre os próprios desejos de atuação no mundo. Desse ponto de vista, o desejo não
é um atestado do que não se é, não é o lugar de uma falta, mas a manifestação de uma sede
criativa de ser mais.
O lugar onde se fala e se age está sempre no tempo presente. Por isso, um Projeto de
Vida parte da percepção de onde se está para onde se quer chegar. Isso envolve uma re-
flexão cuidadosa da bagagem que é preciso levar e como adquiri-la: os valores que serão
fundamentais nessa travessia permeada de escolhas e conhecimentos necessários para
a tomada de decisões nas três dimensões da vida humana (pessoal, social e produtiva)
e, finalmente, o sentido da própria existência quando se pensa na autorrealização.
Por isso, a sua elaboração exige uma formação em que os elementos cognitivos, socioe-
mocionais e as experiências pessoais devem constituir uma base a partir da qual o jovem
consolide seus valores, conhecimentos e competências para apoiar-se na construção do
projeto da sua vida.
É preciso cuidado para não repetir os padrões, dizer para o jovem “o que ele deve ser” ou o
que ele “deve fazer para ser alguém”.
Ele deverá ter descoberto a necessidade de projetar seus sonhos e desejos em forma de
ações e terá vivenciado um pouco da experiência de saber que este é um caminho que deve
ser construído e cuidado por cada um, com o apoio dos seus educadores e da sua família.
No Modelo da Escola da Escolha o foco é o jovem e o seu Projeto de Vida. Isso significa
que todos reúnem os esforços para a sua realização por meio do Projeto Escolar,
que se estrutura para esse fim, porque a escola provê as condições para a oferta de uma
formação acadêmica de excelência associada a uma sólida formação em valores funda-
mentais para apoiar os estudantes nas decisões que tomarão ao longo das suas vidas e no
desenvolvimento de competências, que os permitirão transitar e atuar diante dos imensos
desafios e possibilidades que encontrarão.
Esse conjunto deverá criar as condições e apoiar o estudante nas decisões relativas à
continuidade dos seus estudos no Ensino Médio, reconhecendo a imprescindibilidade dos
processos educativos para a construção de um projeto para a sua vida.
O fato de existir no currículo uma metodologia específica não prescinde toda a equipe de
educadores de se envolver com a sua realização, na medida em que o Projeto de Vida do
jovem é o foco do projeto escolar. Nesse sentido, todos têm contribuições a oferecer e um
precioso trabalho a realizar. Sejam os manipuladores de alimentos no refeitório da escola
ou os Professores, todos conjugam esforços para apoiar o estudante diante do percur-
so do seu Projeto, em toda a sua complexidade e oportunidades, por meio da sua com-
petência técnica e experiências pessoais, exercendo influência afirmativa em suas vidas,
orientando, apontando caminhos e sempre inspirando os estudantes na realização de suas
visões de futuro.
No Ensino Médio, a elaboração do Projeto de Vida dos jovens se constitui como a tarefa mais
importante do Projeto Escolar porque ela representa a efetivação dos processos educativos
postos a serviço do estudante. Jovens concluintes do Ensino Médio com seus Projetos
de Vida elaborados de acordo com as suas escolhas e decisões conscientes, refletem
a efetividade de um currículo cujos processos asseguraram práticas pedagógicas orientadas
pelos Eixos Formativos e um Projeto Escolar plenamente conduzido pelos Princípios
Educativos. Nessa escola, uma visão foi realizada e seguramente uma geração autônoma,
solidária e competente se apresentará à sociedade com grandes condições de transformá-la.
O trabalho ao longo desses anos deve levar o jovem à crença no seu potencial e que ele se sinta
motivado e capaz de atribuir sentido à criação do projeto que dá perspectiva ao seu futuro.
1º ANO 2º ANO
A construção O futuro:
Identidade: A elaboração
de os planos e as
Eu no mundo do Projeto de Vida
competências decisões
• Valores: aquilo que tem sentido e significado em nossas vidas, vale. Aquilo
ao qual não somos indiferentes, vale. Os valores e princípios que elegemos
em nossas vidas são os “faróis” que iluminam o nosso processo de escolha
e decisão e nos guiam para a tomada de definições orientadas por critérios.
A Centralidade do Modelo
é o Jovem e o seu Projeto de Vida
Por isso, em Projeto de Vida, os estudantes devem ser avaliados por meio de mecanismos
que atendam as especificidades e características da Metodologia. Reiteramos que ao
tratarmos de avaliação da aprendizagem não nos referimos meramente à atribuição de
notas, conceitos e/ou menções e, sim, à estratégia que fornece elementos para análise do
processo de ensino e de aprendizagem e tomada de decisão para a continuidade do desen-
volvimento dos estudantes nas suas variadas competências e habilidades.
As aulas também são um meio potentíssimo que junto a outros processos desenvolvidos
no Projeto Escolar, contribuem para a formação de um estudante capaz de tomar decisões
baseado nas suas crenças e conhecimentos e se colocar no mundo de maneira protago-
nista e competente.
Uma literatura muito ampla em Psicologia Social e Cognitiva nos dizem que as habilidades
socioemocionais têm sido compreendidas como um construto multidimensional, composto
por variáveis emocionais, sociais, cognitivas e comportamentais que podem ser desenvolvi-
das e aprendidas. Aqui, o objeto avaliado é de natureza muito distinta de uma Área de
Conhecimento, como acontece nas Eletivas e nas Práticas Experimentais, razão pela qual o
ICE considera que deva ser acompanhado o seu desenvolvimento, e não avaliado para
efeito de atribuição de nota como representação do desempenho do estudante.
1 - Avaliação e 2 - Autoavaliação
Objetivo
Metodologia
Instrumentos
HABILIDADES INDICADORES
Apenas
um
exemplo
Exercício da... A Capacidade de...
HABILIDADES INDICADORES
Apenas
um
exemplo
Exercício do... A Capacidade de...
Zelar pelo seu próprio corpo (saúde física), pela sua mente (saúde
Autocuidado mental), empenhar-se em desenvolver o seu potencial por meio da
educação, da cultura e do trabalho.
HABILIDADES INDICADORES
Apenas
um
exemplo
Habilidades metacognitivas
HABILIDADES INDICADORES
Apenas
um
exemplo
Exercício de... A Capacidade de...
1 - HABILIDADES BÁSICAS
3 - HABILIDADES DE GESTÃO
b) Conheço meus pontos fortes e fracos; mas tenho dificuldade para pensar ou falar sobre eles.
c) Não reconheço com clareza minhas forças e fraquezas, mas estou me esforçando para
desenvolver essa capacidade.
d) Desconheço minhas forças e fraquezas. Ainda não parei para pensar sobre isso.
Você cuida de você mesmo, isto é, procura preservar a saúde do seu corpo
e da sua mente e desenvolver suas forças? Apenas
um
a) Sim. Tenho hábitos saudáveis, evito situações de risco (álcool, drogas, violência, doenças exemplo
sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada etc.) e procuro aproveitar as oportunida-
des de me preparar para dar continuidade aos meus estudos e futuramente ingressar na
vida profissional.
b) Procuro cuidar bem da minha saúde física e mental e aproveitar as oportunidades educa-
tivas que me são oferecidas na família, na escola e na comunidade. Quanto aos riscos devo
admitir que às vezes me exponho sem muito exagero a algumas situações, principalmente
nos fins de semana.
c) Procuro cuidar bem da minha aparência, vou mais ou menos bem nos estudos. Quanto
às situações de risco, envolvo-me com algumas delas mais de uma vez por semana, sempre
que tenho oportunidade de fazer isso.
d) Entendo que cuidar da saúde física e mental é ter boa aparência e aproveitar a vida. Te-
nho dificuldade nos estudos e tenho vontade de abandonar a escola. Quanto às situações de
risco, elas estão por quase toda a parte e é difícil escapar de todas elas nos dias de hoje.
Sou ex-aluna da primeira Escola da Es- quis me integrar, embora não soubesse
colha, o Ginásio Pernambucano (2004- ao certo qual era a proposta da escola,
2006). Nasci em Nazaré da Mata, pequeno mas sabia que teriam três refeições e
município da zona da Mata de Pernambu- isso me ajudaria muito, pois eu seria um
co. Aos dois anos, fui com a minha família custo a menos na minha casa, além do
morar em Recife pois naquele momento fato de estudar no centro da cidade que
buscávamos melhores condições de vida. já é, por si, uma mudança de status para
Filha de mãe solteira, empregada domés- quem mora na periferia.
tica e analfabeta, desde muito cedo eu ou-
Me inscrevi sem muita esperança e in-
via minha mãe dizer “estude para não ter
gressei na escola pelo mérito das minhas
o mesmo futuro que eu”. Essa foi a frase
notas do histórico escolar dos anos an-
que mais me motivou a querer ter um futu-
teriores, o que parecia uma contradição,
ro diferente, pois algo deveria estar errado
pois elas não correspondiam, em nada,
na vida da minha mãe, que trabalhava de
ao conhecimento que eu dominava.
domingo a domingo e ainda assim, nos
faltava o básico para viver (casa, alimenta- Ao entrar no Ginásio Pernambucano,
ção, vestimenta, lazer...). o porte de sua estrutura física já me di-
zia que eu não pertencia àquele mundo.
Com extrema dificuldade, cursei todo o
No alto dos meus quase 18 anos, me
Ensino Fundamental em escolas públicas
encontrava com autoestima zerada e
da periferia da cidade do Recife e apenas
baixa perspectiva de futuro. Quando co-
aos 12 anos fui alfabetizada, fruto, obvia-
meçaram as aulas pensei em desistir na
mente, das inúmeras vezes em que me
primeira semana, pois não entendia ne-
faltaram as aulas das disciplinas Portu-
nhum conteúdo ministrado nas aulas.
guês, Matemática, Ciências etc. Quando
estava na 8ª série (atual 9º ano), ouvi no Mas algo de diferente acontece já no
noticiário que iria abrir no centro da ci- primeiro dia, pois fui acolhida por uma
dade uma escola em que os estudantes equipe sorridente, que falava em sonhos
passariam o dia inteiro. Prontamente eu o tempo inteiro, que me diziam que eu
seria aquilo que eu quisesse ser!
As Eletivas cumprem objetivos diferentes e são oferecidas de formas distintas aos estu-
dantes conforme o ano em curso. Todas objetivam enriquecer o repertório dos estudan-
tes, mas em virtude da natureza da sua relação com os Itinerários Formativos e a Base
Nacional Comum Curricular, elas incorporam outros objetivos e características próprias
como apresentado na sessão específica para cada uma.
Eletivas acrescentam
conhecimentos da
BNCC para aumen-
Eletiva
tar o repertório exis- _ _ _
da BNCC tente nos estudantes
e assegurar a sua
formação geral.
DIVERSIFICAR:
As Eletivas variam
As Eletivas acres-
o conhecimento da
centam conheci- AMPLIAR:
BNCC apresentado
mentos da BNCC As Eletivas aumen-
ao estudante de
Eletivas para aumentar o tam ou intensifi-
_ modo que expres-
Pré-IF repertório existente cam o conhecimento
sem e demons-
nos estudantes e prévio do estudante
trem distinções e
assegurar a sua relativo à BNCC.
diferenças em cada
formação geral.
um dos Itinerários
Formativos.
APROFUNDAR:
As Eletivas aprofun-
dam os conhecimen-
As Eletivas acres- tos da BNCC enfatica-
centam conheci- mente presentes no AMPLIAR:
mentos da BNCC Itinerário Formativo e As Eletivas aumen-
Eletivas para aumentar o que não foram asse- tam ou intensifi-
_
IF repertório existente gurados nas 1.800h cam o conhecimento
nos estudantes e previstas. Penetra em prévio do estudante
assegurar a sua nível mais extenso e relativo à BNCC.
formação geral. minucioso e explora
novos aspectos ain-
da não conhecidos
em cada Itinerário.
• que muitas pessoas atuem em torno de uma única tarefa. Isso exige a
flexibilidade para confiar naqueles com quem se está trabalhando,
em encorajá-las para fazer o melhor e não apenas para realizar a tarefa.
O CONCEITO
As Eletivas da Base fazem parte das Metodologias de Êxito da Escola da Escolha locali-
zadas na Parte de Formação Diversificada. São componentes curriculares temáticos, de
oferta obrigatória (porém de livre escolha pelo estudante), oferecidos semestralmente,
propostos pelos professores e/ou pelos estudantes e objetivam enriquecer os conteú-
dos e temas trabalhados nos componentes curriculares da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) dos 1º, 2º e 3º anos.
As Eletivas da Base constituem uma parte muito importante do currículo do Novo En-
sino Médio da Escola da Escolha e são oferecidas como elemento de grande relevância
na perspectiva do enriquecimento do conhecimento característico das suas inovações.
Elas cumprem os seus objetivos por meio da exploração de temas e conteúdos presen-
tes nas ciências, nas artes, nas linguagens e na cultura corporal por meio de metodolo-
gias dinâmicas e atividades diversificadas.
FOCO NA
ARTICULAÇÃO
ENRIQUECIMENTO FORMAÇÃO
COM A BNCC
GERAL
O CONCEITO
Elas são desenvolvidas de tal modo a assegurar que os estudantes do 1º ano possam conhe-
cer os Itinerários Formativos sob o ponto de vista acadêmico e compreender a pre-
sença dos componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular, com maior
ou menor ênfase e diferentes enfoques, em cada um dos Itinerários.
ARTICULAÇÃO FOCO NO
DIVERSIFICAÇÃO ITINERÁRIO
COM A BNCC
FORMATIVO
O CONCEITO
São desenvolvidas de tal modo a assegurar que os estudantes dos 2º e 3º anos se apro-
fundem nos conhecimentos relativos aos Itinerários Formativos sob o ponto de vista
acadêmico e compreendam a presença dos componentes da Base Nacional Comum
Curricular em sua maior ênfase em cada um dos Itinerários.
FOCO NO
ARTICULAÇÃO
APROFUNDAMENTO ITINERÁRIO
COM A BNCC
FORMATIVO
Todas são de oferta obrigatória, semestrais e propostas pelos professores, que po-
dem considerar uma ampla escuta a partir dos estudantes em torno dos seus temas
e áreas de interesse,
Ao escolher e decidir por um dos temas das Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas
IF, entre as opções oferecidas, o estudante exercita a sua capacidade de escolha com
base num repertório estendido, aprende a estabelecer critérios valorando o que lhe
interessa e o que lhe importa naquele momento de sua vida escolar tendo em vista
as suas expectativas e ambições relativas ao seu Projeto de Vida. Ao mesmo tempo,
o estudante entende que sua escolha não o impede nem o limita a aprender sobre as demais
áreas do conhecimento.
Os temas oferecidos nas Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF devem ser plane-
jados por meio de uma rica variedade teórico-conceitual, metodológica e didática. Acima
de tudo, elas devem cumprir os seus objetivos junto às especificidades trazidas para os
estudantes do 1º ano e dos 2º e 3º anos.
A base curricular do Novo Ensino Médio organizada por Itinerários Formativos exige
um processo mais global de aprendizagem junto aos estudantes do 1º ano e mais
específico para os estudantes dos 2º e 3º anos, necessariamente articulado às várias
dimensões do desenvolvimento pessoal, social e emocional do estudante.
A Escola da Escolha varia a sua oferta por meio de três tipos diferentes de Eletivas
para que o estudante conheça a grande variedade de conceitos presentes nos com-
ponentes curriculares ao longo dos três anos do Ensino Médio, enriqueça, diversifi-
que, amplie e aprofunde o seu repertório de conhecimentos presentes nos Itinerários For-
mativos e descubra o prazer de seguir em busca de mais conhecimentos ao longo da vida,
sempre numa perspectiva ampla, considerando as diversas áreas da produção humana.
As Eletivas também devem ser uma oportunidade para desenvolver nos estudantes um
ampliado conjunto de habilidades essenciais que não estão no estatuto das competências
cognitivas apenas.
Os temas oferecidos nas Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF são escolhidos
pelos estudantes a partir do interesse demonstrado na apresentação realizada pelos professores.
A contribuição das Eletivas está justamente no diálogo que elas estabelecem entre o co-
nhecimento e as expectativas e sonhos dos estudantes, no enriquecimento, diversifica-
ção, ampliação e aprofundamento dos seus repertórios e na riqueza oportunizada pelas
vivências culturais, artísticas, esportivas, científicas, estéticas e linguísticas presentes no
cardápio de temas oferecidos.
AUMENTO DE REPERTÓRIOS
Para muitos, as escolhas que naturalmente fazem parte dessa fase da vida dizem respeito
aos trajetos profissionais, geralmente marcados pela sua condição socioeconômica, o que
termina por tornar precoce um conjunto de decisões, a exemplo do ingresso no mundo
produtivo sem ainda ter desenvolvido plenamente suas qualificações.
Outros constroem essa visão de si próprios no futuro com base num repertório muito res-
trito de opções, certamente em função das suas próprias trajetórias pessoais ou mesmo
pela insuficiência de dados e informações. Mas há muitos que não tomam decisões porque
não compreendem que as escolhas e decisões podem ser feitas com base em critérios e se
sentem confusos diante das opções.
A variedade não se aplica apenas aos temas, mas também ao método utilizado pelo pro-
fessor, pois as Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF ou Eletivas IF oferecem a oportunidade
de aplicar uma grande pluralidade de recursos didáticos, bem como métodos de ensino
e de aprendizagem. Essa variedade cria condições para os estudantes incrementarem
novas habilidades cognitivas, sociais e emocionais necessárias ao seu desenvolvimento e
importantes para o seu percurso formativo.
A presença dos Eixos Estruturantes do Novo Ensino Médio deve garantir junto aos estudan-
tes o desenvolvimento de competências, habilidades e valores para formar gerações que sai-
bam lidar com desafios, sejam de natureza pessoal, profissional ou no âmbito mais geral da
sociedade. Por isso as Eletivas são também estratégicas para desenvolver as competências,
valores e habilidades fundamentais e nelas devem estar presentes os Eixos Estruturantes.
Para o desenvolvimento das oito aulas a serem ministradas pelos professores, o ICE elabo-
rou uma orientação específica sobre como trabalhar a partir dos temas a seguir2:
• Tenho muito para contar... dizer que aprendi – a publicação dos resulta-
dos da pesquisa.
As aulas são oferecidas exclusivamente aos estudantes do 1º ano e apenas no início das
atividades letivas do 1º semestre como parte indissociável das Eletivas da Base. Após a
sequência dessas aulas, são iniciadas as aulas específicas das Eletivas da Base.
1º ano
a) Eletivas da Base
Enfoque: apoio à formação geral do estudante por meio da introdução do Eixo Estruturan-
te Investigação Científica e enriquecimento, de temas ou conteúdos relativos aos compo-
nentes da Base Nacional Comum Curricular.
Enfoque: apoio na escolha e decisão em torno do Itinerário Formativo por meio da introdução
dos estudantes no universo produtivo dos Itinerários sob o ponto de vista dos conhecimentos
relativos às áreas de conhecimento para que identifiquem as suas características e peculiari-
dades presentes que se expressam nos respectivos cursos de ensino superior e técnicos.
As Eletivas Pré-IF, como indicado pela sua denominação, antecedem a escolha do Itine-
rário Formativo. Elas objetivam enfaticamente demonstrar como os componentes curri-
culares da BNCC estão presentes nos 5 Itinerários Formativos e, dessa maneira, apoiar o
estudante na escolha do Itinerário a ser cursado a partir do 2º ano e que mais se aproxima
das suas expectativas alinhadas ao seu Projeto de Vida.
Quantidade de Eletivas oferecidas: 2 Eletivas a cada semestre com 2h/semanais cada, sen-
do no 1º semestre focadas em 2 blocos de Itinerários e no 2º semestre, nos 2 blocos restantes.
A seguir, ilustramos a organização das áreas de conhecimento com uma breve definição
para cada uma de maneira a contribuir para a compreensão entre a relação existente entre
elas e os Itinerários Formativos.
IF CIÊNCIAS
CIÊNCIAS HUMANAS COMUNICAÇÃO ARTES
HUMANAS E SOCIAIS
E DE LINGUAGENS
• Medicina • Bioquímica
• Fonoaudiologia • Farmacologia
• ... • ...
ET PRODUÇÃO CULTURAL
ET INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
E DESIGN
ET DESENVOLVIMENTO
ET GESTÃO E NEGÓCIOS
EDUCACIONAL E SOCIAL
ET INFRAESTRUTURA ET MILITAR
ET SEGURANÇA
O Itinerário de Formação Técnica e Profissional não está relacionado a uma área de conhe-
cimento específica ou exclusiva, mas a todas. Dessa forma, no campo 4 do mapa da Eletiva
Pré-IF que trata do ENFOQUE, sempre estarão explicitados os Itinerários Formativos e os
Eixos Tecnológicos evidenciados na sua proposição.
Para maior clareza sobre a associação entre os 5 Itinerários Formativos e as Áreas de Co-
nhecimento/componentes curriculares da BNCC, organizamos blocos como a seguir:
Eletivas do Bloco 1
ENGENHARIAS
ET MILITAR ET SEGURANÇA
ET PRODUÇÃO ET RECURSOS
INDUSTRIAL NATURAIS
ET INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Eletivas do Bloco 3
IF CIÊNCIAS ECONÔMICAS
IF EDUCAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
E ADMINISTRATIVAS
Eletivas do Bloco 4
CIÊNCIAS
COMUNICAÇÃO ET
HUMANAS ET PRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CULTURAL
EDUCACIONAL
E DESIGN
E SOCIAL
ARTES
2º ano
a) Eletivas da Base Nacional Comum Curricular (Eletivas da Base)
Enfoque: apoio à formação geral do estudante por meio do enriquecimento de temas, con-
teúdos e competências relativas aos componentes da Base Nacional Comum Curricular
não assegurados nas 1.800h previstas para a BNCC.
Oferta: considerando que sua oferta é semestral, nas duas Eletivas cursadas no ano,
o estudante deverá escolher, preferencialmente, as Eletivas cujos temas não estão as-
sociados aos componentes curriculares relativos ao seu Itinerário Formativo. Essa
orientação deve assegurar que os estudantes continuem a sua formação geral por meio
de conteúdos, temas e competências não contempladas nas 1.800h destinadas à BNCC.
Enfoque: apoio à formação geral do estudante por meio do enriquecimento de temas, con-
teúdos e competências relativas aos componentes da Base Nacional Comum Curricular
não assegurados nas 1.800h previstas para a BNCC.
Oferta: considerando que sua oferta é semestral, nas duas Eletivas cursadas no ano,
o estudante deverá escolher, preferencialmente, as Eletivas cujos temas não estão as-
sociados aos componentes curriculares relativos ao seu Itinerário Formativo. Essa
orientação deve assegurar que os estudantes continuem a sua formação geral por meio
de conteúdos, temas e competências não contempladas nas 1.800h destinadas à BNCC.
Os temas das Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF não são definidos pelo ICE
ou pela Secretaria de Educação, mas, pelos professores nas escolas.
E para isso, os estudantes podem ser convidados pela Equipe Gestora e Coordenadores de
Itinerários Formativos nas primeiras semanas de aula para participar de uma apresenta-
ção detalhada orientada pela Coordenação Pedagógica e apoiada pelos Coordenadores de
Itinerários Formativos. Essa atividade pode acontecer durante os horários previstos para
as Eletivas, enquanto os professores executam o seu planejamento.
Eletivas
• Oferta semestral;
• Execução semanal em duas aulas sequenciadas;
• Ocorrem no mesmo horário para todas as turmas de cada ano;
• Títulos atraentes que provoquem a curiosidade e do interesse do estudante;
• Metodologias diversificadas;
• Diversidade de práticas educativas.
Um produto final como resultado material que expresse a síntese das Eletivas da Base,
Eletivas Pré-IF e Eletivas IF ao final do semestre deve ser considerado no planejamento.
Isso será valioso para as exposições durante a Culminância (sobre a qual trataremos a
seguir). O estímulo à atuação protagonista deve ser uma constante em qualquer que seja
a opção metodológica, uma vez que a Escola da Escolha trata o estudante como fonte de
iniciativa, capaz de ações afirmativas em direção ao autodidatismo.
Após o planejamento, as Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF devem ser di-
vulgadas para que se inicie o processo de escolha e inscrição pelos estudantes de cada
ano. Eles devem ser informados sobre o que é uma Eletiva e de como acontecerá na
escola. Devem ser pensadas estratégias para a sua divulgação considerando as dis-
tintas condições entre os anos. Expor uma lista das Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF
e Eletivas IF propostas em local de ampla visibilidade nos espaços da escola certamente
deverá chamar a atenção!
Professores: Enfoque
Há muita coisa interessante a ser estudada, mas
qual é o foco dessa Eletiva? Quais são os conteúdos
e temas a serem evidenciados para que a Eletiva
Justificativa
cumpra o seu objetivo?
Por que é importante oferecer essa Eletiva? Por que
esse grupo de estudantes deve fazer essa Eletiva?
Objetivo
O que se pretende alcançar com a oferta dessa Eletiva? O que se espera enquanto competências para o
estudante?
Proposta de culminância
Qual é o produto final a ser apresentado na Culminância?
Professores: Enfoque
Para quais Itinerários Formativos essa Eletiva
é dirigida? Aqui também é preciso deixar claro
quais são os Eixos Tecnológicos do IF Educa-
Justificativa
ção Técnica e Profissional. E o mais importan-
Por que é importante oferecer essa Eletiva? te: por quê?
Por que esse grupo de estudantes deve fazer
essa Eletiva?
Objetivo
O que se pretende alcançar com a oferta dessa Eletiva? O que se espera enquanto competências para o
estudante?
Proposta de culminância
Qual é o produto final a ser apresentado na Culminância?
Professores: Enfoque
Para quais Itinerários Formativos essa Eletiva
é dirigida? Aqui também é preciso deixar claro
quais são os Eixos Tecnológicos do IF Educa-
Justificativa
ção Técnica e Profissional. E o mais importan-
Por que é importante oferecer essa Eletiva? te: por quê?
Por que, se os estudantes fizerem essa Eletiva,
eles terão uma visão clara de como o conheci-
mento adquirido junto aos componentes curri-
culares da BNCC está presente nos Itinerários
Formativos e a atividade produtiva relacionada
a esse conhecimento?
Objetivo
O que se pretende alcançar com a oferta dessa Eletiva? O que se espera enquanto competências para o
estudante?
Proposta de culminância
Qual é o produto final a ser apresentado na Culminância?
TURMAS: 1º ano.
OBJETIVO: compreender que o mundo e seus objetos podem ser representados concretamente.
BARBOSA, João Lucas Marques. Geometria euclidiana plana. Rio de Janeiro: Editora Socieda-
de Brasileira de Matemática, 2012.
CONSALEZ, L. Maquetes: a representação do espaço. São Paulo: Editora Gustavo Gilli, 2015.
DOLCE, Oswaldo. Fundamentos da Matemática Elementar. Rio de Janeiro: Atual Didáticos, 2013.
NACCA, Regina M. Monte sua minicidade. São Paulo: Editora Giz, 2012.
TURMAS: 1º ano
JUSTIFICATIVA: diante do aumento populacional e da insegurança alimentar que atinge vários paí-
ses, a Eletiva propõe uma reflexão sobre qualidade de vida, hábitos nutricionais e modos de produção
de alimentos e insumos para a indústria alimentícia, considerando aspectos como aumento populacio-
nal, capacidade produtiva, uso de agrotóxicos, transgênicos e rede mundial de distribuição.
CONTEÚDO: como a humanidade passou de padrões de extração (leite, manteiga e carne) para padrões
de produção (vinho, azeite e pão)? A eletiva propõe observar a relação da humanidade com a alimentação e
os processos envolvidos, desde o cultivo até a preparação dos alimentos que sustentam a população mun-
dial, propondo pesquisa direcionada ao desenvolvimento dos conteúdos curriculares em direção à área
específica de interesse de cada estudante. Ênfases sugeridas de pesquisa: Representação da alimentação
nas Artes Visuais, História da Alimentação, Sustentabilidade e Segurança Alimentar e Permacultura.
METODOLOGIA: pesquisa, análise de obras de arte e imagens de varejo, oficinas de ideias e resolução
de problemas; apresentação ted final.
RECURSOS DIDÁTICOS: projetor para seminários, celular com câmera para registros de varejo ali-
mentar, material de desenho para oficinas de ideias.
SBAMPATO, Alessandro. Sobre batatas e homens. Crônica para Blog do Instituto Ecofuturo. Link:
icebrasil.org.br/surl/?875443. Acesso em: 25 de fevereiro de 2021.
CRIANDO UMA REDE DE JUSTIÇA fará parte desse processo criativo. Você se sente
SOCIAL E CUIDADO protegido ou vulnerável? E seus amigos? A expres-
são artística pode dar visibilidade a questões geral-
TURMAS: 2º e 3º ano mente negligenciadas, além de permitir formação
a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.
COMPONENTES CURRICULARES: Arte, Portu-
A eletiva propõe identificar demandas na comunida-
guês, História, Geografia e Filosofia
de, discutir ações possíveis de proteção, formação
ENFOQUE NO ITINERÁRIO FORMATIVO: Ciên- e geração de emprego e renda a partir das artes.
cias Econômicas e Administrativas e Ciências Hu-
EIXOS ESTRUTURANTES: Investigação Cientí-
manas e Linguagens, além do Eixo Tecnológico
fica na pesquisa, Mediação e Intervenção Socio-
Desenvolvimento Educacional e Social. A partir
cultural na discussão de demandas, Processos
do conhecimento das estruturas governamentais
Criativos na resolução de problemas e Empreen-
e não-governamentais de proteção à criança e ao
dedorismo na Culminância.
adolescente, a Eletiva propõe uma pesquisa ativa e
cuidadosa sobre os agentes sociais e áreas envol- METODOLOGIA: pesquisa, tópicos teóricos, gru-
vidas nesse universo desde a criação do Estatuto pos de discussão de clipping de mídia e oficinas
da Criança e do Adolescente às áreas artísticas de de criação de microprojetos em artes.
produção e de arte-educação, a identificação dos RECURSOS DIDÁTICOS: clipping diário de no-
resultados de indicadores estatísticos relacionados tícias de jornal, projetor para seminário ted/pit,
e a proposição de ações não-governamentais de materiais de desenho e rolo de papel kraft e jornal
complementação de ações relativas ao tema, en- para oficinas e debates, mapa da própria cidade.
volvendo o estudante na proposição de soluções e
exercitando sua empatia e envolvimento social. PROPOSTA DE CULMINÂNCIA: Apresentação
em formato ted/pitch sobre projetos pleiteando
JUSTIFICATIVA: Considerando-se que ainda que serem incubados.
o Brasil tenha presente há décadas a pauta de
crianças e adolescentes em situação de vulnera- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA O
proteção a elas, e é preciso trazer essa discussão Arte. São Paulo: Instituto Pólis, 1999. TOZZI, J.A.
ao universo dos estudantes em formação, como ONG sustentável: o guia para organizações do
conteúdo geral de cidadania, mas principalmente terceiro setor. São Paulo: Gente, 2017. PEREIRA,
como possibilidade de formação, atuação e ativi- Milton (org.). Gestão para organizações não go-
dade remunerada com grande potencial de impac- vernamentais. Campinas: UNICAMP, 2013. Dis-
colha de temas de interesse na área de Direito, ESTUDANTE: Vários autores. VAI – 5 anos. São
Definidas as Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF, inicia-se a fase de divulgação
para a comunidade escolar, que consiste em expor uma lista com os temas em local de am-
pla visibilidade na escola e na “propaganda” individual feita pelos professores nos intervalos
e nas salas de aula durante a semana de inscrição, conforme previsto no planejamento.
Há muitas maneiras de realizar essa divulgação e algumas muito criativas como o recurso
da “mídia humana”, no qual os professores encarnam os personagens relativos às Eleti-
vas que oferecerão (já imaginou o Bono Vox, líder da banda U2, conversando sobre a paz
com Barack Obama, ex-presidente dos EUA, em pleno pátio da escola?). Outra forma é a
“Feira das Eletivas”, na qual os professores organizam no pátio da escola suas mesas,
expõem materiais ilustrativos (folders, cartazes etc.) e apresentam aos estudantes os con-
teúdos e objetivos propostos.
Vale destacar que na organização semanal dos horários para as Eletivas é necessário o
alinhamento com todas as turmas dos respectivos anos para favorecer a troca entre os
estudantes e professores, bem como para o desenvolvimento de todas as atividades de
forma compartilhada, provocando a curiosidade dos jovens em relação ao que está acon-
tecendo em todas as turmas, a vontade de conhecer, saber e aprender neste momento em
que a escola tem uma dinâmica diferenciada e bastante estimulante.
Assim, o próximo passo é quando os estudantes poderão se inscrever na Eletiva que lhes
chamou mais atenção e despertou sua curiosidade. Com o apoio dos Professores Coorde-
nadores de Itinerários Formativos, os estudantes são orientados a escolher entre as opções
divulgadas e inscrever o seu nome, definindo em qual delas participará. O importante aqui é
criar condições para que todos os estudantes possam fazer sua escolha, atentando-se para
não se escolher “pelo” estudante.
Observar também que para as Eletivas oferecidas aos estudantes dos 1º anos, não há in-
dicação por Itinerário Formativo e para essas, eles podem ser orientados no momento da
inscrição pela Coordenação Pedagógica, apoiada pelos Professores Tutores. Para os estu-
dantes dos 2º e 3º anos, os Professores Coordenadores de Itinerários Formativos fazem a
orientação, sempre apoiados pelos Professores Tutores.
AS INSCRIÇÕES
Os estudantes não são organizados pelas suas turmas, mas pelas Eletivas que escolheram.
Isso significa que os grupos serão formados por estudantes de várias turmas dos mesmos
anos, indistintamente. Aí reside mais um elemento de extrema riqueza desta Metodologia
de Êxito: possibilitar a multiplicidade de convivência de perfis em termos de maturidade,
de histórias de vida, de experiências, de repertórios, de perspectivas, de limites e de possi-
bilidades em torno de um objeto em comum.
A cada semestre, o processo se repete. Em se tratando das Eletivas da Base para os es-
tudantes dos 1º anos, eles devem optar por Eletivas diferentes das que vivenciaram no
semestre anterior, mesmo que algumas delas sejam oferecidas novamente, sobretudo
quando elas foram muito celebradas, bem avaliadas e por isso, procuradas.
Não é o que ocorre com os estudantes dos 2º e 3º anos que devem, preferencialmente,
optar por Eletivas da Base que não se relacionam diretamente com os seus respectivos
Itinerários Formativos.
A CULMINÂNCIA
Ao final do semestre, são realizadas as Culminâncias das Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF
e Eletivas IF. Elas acontecem em um dia específico, previsto no Calendário Escolar e Agenda
Bimestral, dedicado apenas para a realização dessa atividade. Para isso, a escola se prepara
para expor o que foi produzido pelos estudantes e professores à toda comunidade escolar,
proporcionando um ambiente de compartilhamento de conhecimentos, de experiências, de
aprendizados e de proposições de desafios para avançar nos próximos períodos. Os pais/
responsáveis podem ser convidados para conhecer as produções dos estudantes, bem
como Equipes Escolares e estudantes de escolas que se localizem nas proximidades.
Neste dia, todos os estudantes têm a oportunidade de falar sobre o que aprenderam, con-
solidar as bases acadêmicas que construíram, avaliar as escolhas que fizeram e os valores
que agregaram às suas vidas, bem como de se expor às críticas e proposições daqueles para
quem apresentarão os seus trabalhos. Os produtos, sob a forma de relatórios de projetos
de pesquisa, jogos, robôs, experiências científicas, jornais, dramatizações, músicas, repor-
tagens, história em quadrinhos, curta-metragem etc., não são apenas apresentados, mas
expostos à crítica pública. Todos têm a oportunidade de falar sobre o que aprenderam, as
bases acadêmicas que construíram, as escolhas que fizeram e os valores que consolidaram.
É um exercício rico de competências que deverá ter sentido e significado por meio do co-
nhecimento gerado pelo e para os jovens, nas diversas dimensões da vida.
Os distintos marcos legais das Secretarias de Educação (estaduais e municipais) que tra-
tam da avaliação da aprendizagem normatizam os critérios para aprovação ou retenção
nos componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada. No entanto, isso não
significa que não devam existir mecanismos de avaliação.
Nas Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF, a exemplo de qualquer outro compo-
nente curricular, a avaliação deve estar presente como estratégia importante que ajuda a
redirecionar os processos de ensino e de aprendizagem quando faz uso de variados ins-
trumentos e modelos que atendam não apenas os objetivos previstos no currículo, mas
também as necessidades do estudante e da turma, mantendo o foco tanto no individual
como no coletivo.
Portanto, as Eletivas da Base, Eletivas Pré-IF e Eletivas IF devem ser avaliadas por meio
de mecanismos que atendam às suas especificidades e características. Ao tratarmos de
avaliação da aprendizagem não nos referimos meramente à atribuição de notas, conceitos
e/ou menções e, sim, à estratégia que fornece elementos para análise do processo de en-
sino e de aprendizagem e tomada de decisão para a continuidade do desenvolvimento dos
estudantes nas suas variadas competências e habilidades.
5 Aqui vale destacar que as Eletivas notadamente contribuem para o desenvolvimento e domínio das seguintes
Competências Gerais da BNCC:
1. Conhecimento;
2. Pensamento Científico, crítico e criativo;
3. Repertório Cultural;
4. Comunicação;
5. Cultura Digital;
6. Trabalho e Projeto de Vida;
7. Argumentação.
Por óbvio, a ponderação desses valores deve ser prerrogativa da Secretaria de Educação.
No entanto, como contribuição derivada das experiências vividas e acumuladas pelo ICE,
apresentamos duas alternativas para consideração desta Secretaria, a partir de um
cenário hipotético onde:
p1 = prova 1
p2 = prova 2
s1 = seminário 1
E = Eletiva
p1 + p2 + s1 + E4
4
7 + 6 + 8 + 6 = 6,75 é a média do bimestre em Português.
4
8 + 5 + 8 + 7 = 7,0 é a média do bimestre em Arte.
4
Ainda nesse mesmo cenário hipotético, o resultado dessa Eletiva poderia ser conside-
rado como parâmetro com atribuição de peso. Nesse caso, o desempenho na Eletiva
poderia corresponder a um dado percentual a incidir na média do bimestre e cujo valor
(ou peso) deve, por óbvio, ser arbitrado pela Secretaria de Educação. Apresentamos um
exemplo dessa aplicação onde o resultado da Eletiva “Do passado ao presente: Shakes-
peare de um jeito diferente” corresponde a 20% da média final do bimestre:
p1 + p2 + s1 x 0,8 + E x 0,2
3
(7 + 6 + 8) x 0,8 + 6 x 0,2 = 6,8 é a média do bimestre em Português.
3
(7 + 6 + 8) x 0,8 + 8 x 0,2 = 7,2 é a média do bimestre em Arte.
3
Por fim, consideramos que a nota obtida pelo estudante também seja resultado da aplica-
ção de critérios de qualidade que considere a sua participação nos processos de planeja-
mento, execução e avaliação das atividades realizadas; envolvimento pessoal e disposição
em atuar de maneira colaborativa e contributiva com o grupo; atitude proativa diante do
conhecimento; domínio do conteúdo e competências, além da aplicação do que aprendeu
em situações práticas. Para isso, diferentes instrumentos de avaliação podem ser utiliza-
dos, tais como: fichas para registro do desempenho do estudante, portfólios, observação
rotineira pelo professor e uso de agenda, análise crítica dos produtos gerados e apresenta-
dos na Culminância, entre outros.
Espírito
Entusiasmo
gregário
Capacidade de
Foco
Planejamento
Capacidade
Esforço
de iniciativa
Eletivas
Autoconheci-
Curiosidade
mento
Autodidatismo Resolutividade
Outros
Outros
Outros
Esse é um exemplo de Eletiva da Base que apoiou o nivelamento das aprendizagens não
adquiridas nas séries anteriores e identificadas na avaliação diagnóstica, que proporcio-
nou o domínio dos conteúdos e das competências exigidas para aquela série e, posterior-
mente, enriqueceu e aprofundou o conhecimento que os estudantes traziam. Nessa escola
havia 200 estudantes dos quais 80 se inscreveram na Eletiva da Base “O mundo que cabe
na palma da minha mão”.
O CONCEITO
No Novo Ensino Médio da Escola da Escolha, o jovem será sempre estimulado ao de-
senvolvimento de habilidades, tanto cognitivas como sociais e emocionais e a culti-
var o desejo de continuar a aprender ao longo de sua vida. O Estudo Orientado é uma
Metodologia de Êxito que tem como uma de suas importantes estratégias, a criação
de uma rotina na escola que contribua para a melhoria da aprendizagem de todos.
Por óbvio, o Estudo Orientado deverá apoiar o estudante para se organizar e assu-
mir as responsabilidades inerentes à sua condição de jovem, praticando o que foi
aprendido por meio da adequada utilização dos tempos planejados para a realização
dos seus estudos.
O Estudo Orientado é uma Metodologia de Êxito que objetiva oferecer um tempo qualifi-
cado destinado à realização de atividades pertinentes aos diversos estudos. Inicialmen-
te orientado por um professor, o estudante aprende métodos, técnicas e procedimentos
para organizar, planejar e executar os seus processos de estudo visando ao autodidatismo,
à autonomia, à capacidade de auto-organização e de responsabilidade pessoal. Não deve
ser confundido com “tempo para realizar as tarefas”, mas para realizar quaisquer ati-
vidades relativas às necessidades exigidas pelos estudos, entre elas as próprias tarefas.
No Novo Ensino Médio da Escola da Escolha, apoiar os estudantes para atendimento das
necessidades derivadas das suas escolhas com vistas à sua vida após a conclusão do En-
sino Médio compõe o racional para a concepção do currículo.
É nesse espírito que situamos os objetivos do Estudo Orientado, na medida em que ele
busca promover junto aos estudantes o apoio necessário para sua aprendizagem,
num processo reflexivo e dialógico para que, de maneira permanente, sistemática
e objetiva, usufruam das situações didáticas planejadas para o desenvolvimento
de habilidades relacionadas à sua capacidade de auto-organização, autodidatismo,
didatismo, entre outras.
Criar uma cultura de estudos na escola é uma das estratégias mais eficazes na direção da For-
mação para a Excelência Acadêmica. Assegurar uma rotina permanente de estudos junto aos
estudantes é uma das ações para realizar essa estratégia e por isso a criação de tempos qua-
lificados para a realização dos estudos torna-se fundamental. Ter clareza sobre isso e investir
nessa estratégia é uma das medidas mais acertadas para um Plano de Ação bem sucedido.
Por essa razão, no Estudo Orientado para o Ensino Médio constam não apenas os tempos
destinados às aulas e aqueles que posteriormente serão destinados à realização dos es-
tudos propriamente ditos, mas constam também dois tempos semanais destinados à rea-
lização de avaliações semanais dos componentes curriculares da BNCC – sendo essa
uma ação extremamente eficaz.
Apesar de alguns aspectos importantes dos marcos legais permanecerem sem defini-
ção clara do Ministério da Educação, em especial aqueles que se referem à realização do
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), é oportuno realizar simulados tendo em vista a
composição dos componentes curriculares na perspectiva dos Itinerários Formativos para
os estudantes dos 2º e 3º anos, uma vez confirmada a tendência inicial do Ministério da
Educação em realizar a avaliação do ENEM em duas perspectivas: tanto com enfoque mais
geral quanto com enfoque nas especificidades dos Itinerários.
Nesse sentido, os simulados para os 2º e 3º anos podem ser alternados entre elementos
gerais dos componentes da BNCC e elementos mais específicos dos Itinerários.
Essas avaliações, que podem ser chamadas de “Avaliação de Bloco”, “Avaliação de Módu-
lo” ou qualquer outro (não importa qual nome), desde que sejam realizadas, fazem parte
da programação do Estudo Orientado e devem ser realizadas sempre nos 2 últimos horá-
rios da segunda-feira. Há um motivo muito objetivo para isso.
Essas provas devem ser objetivas, com no máximo 20 questões, elaboradas pelos pró-
prios professores das escolas e sob a orientação da Coordenação de Itinerário Formativo
que reportarão ao Coordenador Pedagógico (responsável por todo o processo).
A correção deve ser realizada pelos professores por meio dos gabaritos e os seus resulta-
dos divulgados junto aos estudantes periodicamente.
Os resultados dos simulados devem ser exibidos sob a forma de gráficos objetivando de-
monstrar a evolução das turmas (para cada turma) e de cada estudante individualmente
para que sirva de parâmetro para os seus planos de estudo e para os professores como
referências para os seus trabalhos.
• o apoio dos pais para a limpeza das mochilas pelo menos semanal,
a organização do uniforme, o controle das tarefas de casa, o estímulo
e a valorização dos estudos e conquistas dos seus filhos.
HABILIDADES METACOGNITIVAS
Segundo Flavell citado por Yavas (1988), é na fase intermediária da infância, período com-
preendido entre os 04 e os 08 anos de idade, que as crianças percebem como podem
controlar seus processos intelectuais. Por outro lado, os autores também destacam a in-
fluência do fator escolarização, pois mesmo que os professores não se ocupem de ensinar
estratégias às crianças, o próprio meio escolar, com as atividades e tarefas que lhe são
próprias, se encarrega de fazê-lo. À medida que a criança é confrontada com a resolução
de problemas cognitivos, como repetir, agrupar, classificar, evocar os conteúdos que as
situações de aprendizagem lhe trazem, elas necessitam utilizar-se das estratégias de que
dispõem, o que as leva ao aperfeiçoamento das mesmas e à aquisição de novas estraté-
gias, confirmando a ideia de Vygotsky (1984) de que, o ingresso no ambiente escolar favo-
rece a conscientização da criança acerca de seus próprios processos mentais.
As habilidades metacognitivas são estratégias que as crianças usam para aprender e com
elas conseguem desenvolver a autorregulação de sua própria aprendizagem. Seus conhe-
cimentos prévios articulam-se com novos conhecimentos para gerar novas aprendizagens.
A priorização do que deve ser estudado está relacionada aos indicadores de desempenho
dos estudantes. A Equipe Escolar deve fazer uso do Modelo de Gestão para que o Modelo
Pedagógico (na articulação entre Base Nacional Comum Curricular e sua Parte de Forma-
ção Diversificada) aponte a direção para que os jovens superem possíveis dificuldades e/
ou potencializem o que já sabem mediados pelo professor de Estudo Orientado.
Nas aulas dos 1º anos, os grupos devem preservar as seguintes características: hete-
rogeneidade, identidade, um líder e a corresponsabilidade na aprendizagem de todos.
Os estudantes também devem ter a oportunidade de escolher seus pares para o trabalho,
e recomenda-se que a formação dos grupos de trabalho tenha pouca duração, sejam pe-
riódicos, e após as avaliações, aconteça a formação de novos grupos.
É importante instalar a rotina de estudos na vida dos estudantes pelo domínio de habilida-
des que favoreçam as suas aprendizagens e desenvolver atitudes que cultivem o desejo
de continuar a aprender ao longo da vida.
Ao final das aulas, espera-se que os estudantes consigam aperfeiçoar seus horários de estu-
dos a partir do que aprenderam e consigam estudar de forma autônoma.
AS AULAS NO 1º ANO
• uma aula estruturada (com material didático concebido e oferecido pelo ICE), com
foco no aprendizado sobre responsabilidade, organização pessoal e técnicas de es-
tudo para a realização das suas atividades;
São oferecidas aulas para que os estudantes realizem e cumpram as suas obrigações aca-
dêmicas, bem como para a realização de estudos eletivos, a depender dos seus interesses
e necessidades – elementos fundamentais para a sequência dos seus estudos e para lidar
com a complexidade do Itinerário Formativo que escolheram. Não são oferecidas aulas
estruturadas porque é esperado que os estudantes tenham desenvolvido as competências
e habilidades no ano anterior.
A distribuição das aulas considera o tempo equivalente a duas aulas semanais para a rea-
lização de avaliações semanais dos componentes curriculares da BNCC como estratégia
para a criação e manutenção da rotina de estudos, alternadas com avaliações referentes
aos respectivos Itinerários Formativos e aulas para realização dos estudos e cumprimento
das obrigações acadêmicas de cada estudante.
No Ensino Médio, espera-se que os estudantes consigam estabelecer uma sólida relação
entre estudar e suas razões/objetivos para concluir a Educação Básica e dar sequência ao
Projeto de Vida, além de cultivar o desejo de continuar aprendendo ao longo da vida.
Para que as aulas de Estudo Orientado apoiem cada estudante em suas necessidades,
é preciso que os professores conheçam, ainda que minimamente, os seus estilos de
aprendizagem. É preciso buscar de forma criativa modos de atender a todos sem que
com isso alguns possam ser estigmatizados no processo. Propor atividades baseadas
no desenho universal da aprendizagem é um caminho para isso, por meio de atividades
que considerem os perfis de como cada um aprende. Para tanto, é interessante que as
atividades propostas pelos professores possibilitem: múltiplos meios de representação,
de ação e expressão e de envolvimento dos estudantes.
A organização dos horários de estudo de cada turma, sob a orientação de um mesmo pro-
fessor, ou mais de um, é determinada pela distribuição de carga horária feita pela escola.
Assim, uma turma pode ter vários professores de Estudo Orientado e outras apenas um.
O principal foco da aplicação do Estudo Orientado neste Modelo é a aprendizagem dos es-
tudantes. Portanto, cabe ao professor incentivar a autonomia intelectual, estimulando-os
a descobertas dentro dos seus próprios recursos mentais e ritmo pessoal.
A cooperação em sala de aula pode ser um fator importante para a inclusão das pessoas com
deficiência, pois permite interação e troca entre os estudantes. O desenvolvimento de estraté-
gias pode ser decisivo para criar esse ambiente de cooperação em que os estudantes, que têm
mais habilidades em alguma matéria, possam ajudar aqueles com menos habilidades.
Uma dificuldade comum aos jovens é não saber como administrar o próprio tempo,
entender e aceitar a necessidade de estabelecer rotinas em sua vida. Assim, sempre
que o professor achar necessário, é importante criar espaços nos horários de Estudo
Orientado para que todos falem sobre o seu tempo: se faltou tempo para fazer o que
foi pedido, se alguma matéria tomou muito tempo, se conseguiram fazer todas as
tarefas da semana, se foi fácil dar conta das tarefas, como estudou, se o estudo foi
produtivo e, principalmente, se eles conseguiram perceber o que aprenderam.
Nos horários de Estudo Orientado de sua turma, o Líder pode assumir, com apoio e super-
visão do professor, a condução de uma atividade de extrema importância, caracterizada
pelo alto nível de corresponsabilidade e compromisso: a liderança do Plano de Atividades
ou Plano de Estudos da Turma. Trata-se de um conjunto de fichas com o nome de todos
os estudantes para o registro da frequência e da atividade a qual cada um está dedicado
naquele horário de Estudo Orientado. Essas fichas ficam armazenadas numa pasta sob a
responsabilidade do líder de Turma. Ao final do horário de Estudo Orientado, o Líder entre-
ga a pasta à Coordenação Pedagógica, encarregada de fazer os encaminhamentos poste-
riores necessários.
Outra ação de grande importância do Líder de Turma é o registro, com o apoio dos profes-
sores, de todas as demandas dos componentes curriculares (trabalhos, provas, pesquisas,
seminários etc.) prescritas pelos professores para assegurar que seja preservado o devido
equilíbrio, sem sobrecarregar os estudantes e assegurar que as atividades sejam mantidas
pelos professores conforme planejado. À medida que os professores prescrevem, o Líder
de Turma ajuda os professores a localizar no Plano de Atividades da Turma os dias e
horários para apresentação/entrega. Esse é um importante instrumento de diálogo/nego-
ciação entre os professores e estudantes e uma maneira de favorecer o desenvolvimento
de habilidades como planejamento, flexibilidade, organização etc.
Durante o Estudo Orientado, o Líder de Turma chama a atenção para o Plano de Ativida-
des da Turma e alerta sobre as suas prioridades.
Componentes
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
curriculares
Portuguesa
Responder
Língua
questionário
da pág. 10
Matemática
Resolver
Prova Bloco I exercícios do
Capítulo II
Ler e resumir
Física
Fazer pesquisa
Prova Bloco I sobre os seres
vivos.
Habilidades trabalhadas
nas aulas de Estudo Orientado
Espírito
gregário
Autonomia Entusiasmo
Autogestão Foco
Estudo
Orientado
Planejamento Esforço
Autodidatismo Responsabilidade
Outros
Outros
Outros
O Estudo Orientado é uma Metodologia de Êxito que oferece tempo e espaço qualificados
para que o estudante aprenda a se organizar para os estudos; seja estimulado a estudar
por meio de técnicas, estratégias e instrumentos adequados que favoreçam a sua aprendi-
zagem; compreenda e reconheça que pode desenvolver habilidades que muitas vezes des-
conhece e cultive o gosto e o desejo de continuar a aprender ao longo da sua vida. Trata-se
de desenvolver a habilidade denominada autodidatismo e o Estudo Orientado trabalha de
maneira expressa o seu desenvolvimento.
6 Notadamente, o Estudo Orientado contribui para o desenvolvimento e domínio das seguintes Competências
Gerais da BNCC:
1. Conhecimento;
2. Pensamento Científico, crítico e criativo;
10. Responsabilidade e Cidadania.
culando sua prática com as demandas dos pela Equipe Escolar em seu Plano
O CONCEITO
A busca do desenvolvimento social com equidade tem sido, ao longo dos séculos, um obje-
tivo permanente das civilizações. Para se atingir esta condição, todavia, sabe-se hoje que
existe uma série de pressupostos:
Uma educação tecnológica de qualidade pressupõe o ensino das Ciências Naturais funda-
mentado em uma sólida base matemática, de forma que teoria e prática se complemen-
tem e o estudante se estimule e se excite ao descobrir que entender os fenômenos da
natureza é entender a própria essência da vida.
A beleza da ciência reside na ideia de que a certeza teórica, enquanto certeza absoluta
deve ser abandonada para dar lugar ao que Popper (1982) afirma, ou seja, há um progres-
so que pode ser ultrapassado e que permanece incerto.
Karl Popper (1902 – 1994), filósofo austro-húngaro, foi um dos grandes filósofos
liberais da Ciência do Século XX.
Então, a Ciência é este esforço natural da condição humana, e o Cientista é esta figura que
em todos nós pode ser educada!
GRAÇAS ÀS CIÊNCIAS...
É a tecnologia que hoje nos permite a comunicação entre indivíduos de maneira pratica-
mente ubíqua; possibilita-nos as múltiplas formas de entretenimento sem sair de casa;
fornece-nos o acesso rápido à informação acumulada pela humanidade no decorrer de
toda sua história; oferece-nos diagnósticos médicos cada vez mais precisos, aumentando
a qualidade e a expectativa de vida das pessoas. Some-se a este conjunto de conquistas
a comprovação de que os anos de escolaridade de uma população são um dos principais
definidores do seu PIB per capita.
Neste mundo que se renova a cada dia, uma vez que as mudanças ocorrem cada vez mais
rapidamente, vemos não só aplicação das ciências e das tecnologias crescer e mudar a
vida de todos nós, como o seu vocabulário técnico sendo usado nas nossas conversas.
Esse crescimento “exponencial” acelerado pela “fibra óptica” que leva informações “qua-
se na velocidade da luz” quando comparada aos antigos fios de cobre, nos traz muitos be-
nefícios e certamente alguns desafios. Não basta mais apenas ler e decodificar as palavras,
é preciso entender conceitos, fazer relações, pensar nas suas aplicações, adaptações e
pensar crítica e eticamente. Assim, há a necessidade de uma alfabetização com um con-
ceito expandido, conhecida como “Alfabetização Científica”.
“Desenvolvimento da Pesquisa”.
“Nascimento do pesquisador”.
Estimular o estudante A Escola deve prover
na sua curiosida- O que é pesquisa, como buscar as condições para o
de, capacidade de explicações, como entender desenvolvimento da pesquisa
analisar e interpretar os fenômenos naturais e sociais, de interesse dos estudantes.
dados e situações como elaborar situações-
problema. Proposições dos Despertar espírito e
e dialogar com seu
temas de pesquisas do interesse competência investigativa
conhecimento.
dos estudantes. articulada às características
de jovem protagonista.
Aprender Ciências significa, por um lado, aproximar-se das grandes linhas do pensamento
científico e, por outro, desenvolver o pensamento lógico.
É assim que nos tornamos capazes de analisar uma situação; de identificar seus aspectos
relevantes e secundários e, dessa forma, elaborar uma explicação acerca dela; de desco-
brir implicações e estabelecer suas interrelações; de levantar hipóteses para, então, con-
firmá-las ou negá-las.
Uma vez que competências e conhecimentos do mundo das ciências e matemática são
cada vez mais demandadas na sociedade do conhecimento e avançam rapidamente, pro-
movendo o seu desenvolvimento econômico e social, este somente pode se sustentar e
expandir se o protagonismo juvenil estiver no centro das ações.
Dentro dos Quatro Pilares da Educação – um dos Princípios Educativos do Modelo da Es-
cola da Escolha – as ciências da natureza e a matemática podem atuar como catalisadores
das ações de autonomia, responsabilidade e superação de limites (“aprender a ser”), da
aprendizagem e construção do conhecimento em uma perspectiva também de produção
do conhecimento (“aprender a conhecer”), na construção de soluções por meio da apli-
cação do conhecimentos, da construção de modelos, ensaios, protótipos e metodologias
adequadas a cada objetivo (“aprender a fazer”) e na construção coletiva de soluções que
aprimoram a convivência e a colaboração, essencial na ciência (“aprender a conviver”).
A formação de uma atitude científica está intimamente vinculada ao modo como se cons-
trói o conhecimento e por isso, na Escola da Escolha, os Laboratórios de Ciências e de Ma-
temática são potencialmente mais que recursos didáticos. Eles são, em essência, espaços
privilegiados de ressignificação da experiência porque contribuem para o desenvolvimen-
to de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar
objetivamente fenômenos e como desenvolver soluções para problemas complexos.
As mudanças apresentadas no Novo Ensino Médio demandam ajustes na atuação dos pro-
fessores com relação às Práticas Experimentais. Uma atuação mais aproximada entre os
professores em virtude dos Itinerários Formativos pode favorecer a construção de solu-
ções interessantes, tanto para os estudantes do 1º ano que ainda escolherão os Itinerários,
quanto para os dos 2º e 3º anos cujos Itinerários estarão em curso.
No Novo Ensino Médio, a BNCC10 afirma que a Matemática e suas Tecnologias devem ter
o foco na construção de uma visão integrada da área, aplicada à realidade, levando em
conta as vivências cotidianas dos estudantes. Devem ser realizadas ações para provocar
processos de reflexão e abstração, que deem sustentação a diversos modos de pensar,
entre eles, os criativos, analíticos e sistêmicos. No que diz respeito às Ciências da Natureza
e suas Tecnologias, a BNCC diz que se espera diversificação de situações-problema e que
os jovens possam aplicar modelos de maior nível de abstração e de propostas de interven-
ção em contextos mais amplos e complexos. A ampliação de habilidades investigativas,
análises quantitativas e avaliação e comparação de modelos explicativos também estão
no centro das propostas.
Tomemos por exemplo uma Prática Experimental que envolva a Matemática e a Quími-
ca presentes na nossa na alimentação. São amplamente conhecidas as recomendações
da sociedade médica e organizações de saúde quanto ao consumo moderado de sal.
A depender da intensidade desse consumo, alterações importantes podem causar diver-
sos problemas relacionados ao coração e aos rins, apenas para citar dois deles.
AS PRÁTICAS RELACIONA-
DAS AO ESTUDO DO SÓ- COMPETÊNCIA ESPECÍFICA DA
HABILIDADES DA BNCC
DIO OU OUTROS ELEMEN- BNCC TRABALHADA
TOS PODEM ENVOLVER:
No Novo Ensino Médio os Eixos Estruturantes são os novos hubs de conhecimento sob
os quais são integrados os Itinerários Formativos. Presentes nas Práticas Experimentais,
eles oportunizam aos estudantes experiências educativas profundamente associadas à
realidade contemporânea e promovem a sua formação pessoal, profissional e cidadã. Isso
acontece porque os estudantes são mobilizados em torno de situações de aprendizagem
que os permitem produzir conhecimentos, criar, intervir na realidade e empreender proje-
tos presentes e futuros.
Na Escola da Escolha foram definidos quatro Itinerários Formativos, listados abaixo. As Prá-
ticas Experimentais são Metodologias de Êxito que se apresentam como parte importante
para o sucesso dos Itinerários Formativos, disponíveis aos estudantes dos 2º e 3º anos do
Novo Ensino Médio.
ITINERÁRIOS
EXEMPLOS DE
FORMATIVOS
CARREIRAS PRESENÇA DAS PRÁTICAS EXPERIMENTAIS
DA ESCOLA DA
RELACIONADAS
ESCOLHA
Para o estudante, cujo Projeto de Vida está alinhado aos Itinerários Formativos que envol-
vem as áreas das Ciências Naturais e Matemática, as Práticas Experimentais oferecem
oportunidades de ir muito além do conteúdo básico trabalhado nos componentes curri-
culares ao longo do 1º ano. Além de colocar os conteúdos e conhecimentos em prática, os
Itinerários Formativos são o espaço no qual o estudante interessado nas carreiras técnicas
e científicas dará os primeiros passos no desenvolvimento da postura científica e os co-
nhecimentos passam então, a fazer sentido na sua vida.
Já para o estudante cujo Projeto de Vida segue pelos caminhos dos Itinerários Formati-
vos das Ciências da Saúde, Ciências Econômicas e Administrativas, Ciências Humanas e
Sociais e Linguagens, as Práticas Experimentais contribuem para o seu futuro de uma ma-
neira muito mais profunda do que se pode imaginar. Um estudante que não possui acesso
às Práticas Experimentais possui dificuldades muito maiores de seguir e criar procedimen-
tos, entender e dar instruções, interpretar e criar gráficos, identificar problemas e buscar
conhecimentos, elaborar hipóteses e aplicar a criatividade para propor soluções, identifi-
car riscos e assumir responsabilidades.
Ao mesmo tempo em que todo o novo processo é um desafio, há nele uma grande oportu-
nidade, potencializada pelo currículo da Escola da Escolha, que com o Novo Ensino Médio,
passa a oferecer aos estudantes ainda mais amplas possibilidades de atuação protagonis-
ta ao trilhar o caminho para o seu futuro.
Os distintos marcos legais das Secretarias de Educação (estaduais e municipais), que tra-
tam da avaliação da aprendizagem, normatizam os critérios para aprovação ou retenção
nos componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada. No entanto, isso não
significa que não devam existir mecanismos de avaliação.
Portanto, as Práticas Experimentais devem ser avaliadas por meio de mecanismos que
atendam às suas especificidades e características. Ao tratarmos de avaliação da aprendi-
zagem não nos referimos meramente à atribuição de notas, conceitos e/ou menções e,
sim, à estratégia que fornece elementos para análise do processo de ensino e de aprendi-
zagem e tomada de decisão para a continuidade do desenvolvimento dos estudantes nas
suas variadas competências e habilidades
Nesse sentido, o mesmo racional proposto para as Eletivas também se aplica nas Prá-
ticas Experimentais quanto à aplicação dos resultados do desempenho do estudante nas
práticas ser utilizado na média bimestral dos componentes curriculares acima citados.
Por óbvio, a ponderação desses valores deve ser prerrogativa da Secretaria de Educação.
No entanto, como contribuição derivada das experiências vividas e acumuladas pelo ICE,
apresentamos duas alternativas para consideração desta Secretaria, a partir de um
cenário hipotético onde:
p1 = prova 1
p2 = prova 2
s1 = seminário 1
P = Práticas Experimentais
p1 + p2 + s1 + E
4
7 + 6 + 8 + 6 = 6,75 é a média do bimestre em Física
4
p1 + p2 + s1 x 0,8 + E x 0,2
3
7 + 6 + 8 x 0,8 + 6 x 0,2 = 6,6 é a média do bimestre em Física
3
Por fim, consideramos que a nota obtida pelo estudante também seja resultado da aplicação
de critérios de qualidade que considere a sua participação nos processos de planejamen-
to, execução e avaliação das Práticas Experimentais realizadas; envolvimento pessoal e
disposição em atuar de maneira colaborativa e contributiva com o grupo; atitude proativa
diante do conhecimento; domínio do conteúdo e competências, além da aplicação do que
aprendeu em situações práticas. Para isso, diferentes instrumentos de avaliação podem ser
utilizados, tais como: fichas para registro do desempenho do estudante, portfólios, obser-
vação rotineira pelo professor e uso de agenda, análise crítica dos produtos gerados e apre-
sentados nas Práticas.
No Caderno Palavras Fáceis para Explicar Coisas que Parecem Difíceis encontra-se
uma breve orientação sobre como organizar um rodízio para uso dos laboratórios e as-
segurar turmas menores, oferecer melhor atendimento do professor nos experimentos
e maior rotatividade dos estudantes nos laboratórios.
São muitas reflexões sobre qual o caminho a tomar para a sua formação profissio-
nal e suas decisões se tornam tão mais complexas quanto menos eles forem apoia-
dos e tenham dedicado tempo e atenção ao planejamento do seu Projeto de Vida.
Mais do que nunca o apoio dos professores se torna essencial nesse momento dian-
te da missão de acompanhá-los nessa reflexão e decisão, apoiando-os na constru-
ção do seu próprio marco lógico e levando-os a pensar sobre o fato de que talvez
adorem alguma área da atividade humana (paixão) e até sejam bons nessa área
(talento), mas também precisam considerar formas de prover seu autossustento
(necessidade).
Por outro lado, não é recomendável limitá-los a uma reflexão que os leve a vislum-
brar uma profissão que remunere bem (necessidade), mas que não lhes traga feli-
cidade (paixão) ou não explore seus dotes (talento).
Durante seu processo de escolarização, o estudante deverá ter se apropriado de uma série
de conhecimentos e informações, mas não apenas de natureza acadêmica. Há outra dimen-
são igualmente importante para sua tomada de decisão, que se refere à compreensão das
relações dinâmicas do mundo produtivo e das muitas possibilidades que ele tem diante de si.
O CONCEITO
Como Metodologia de Êxito, o Pós-Médio é estratégico para a oferta de apoio aos estudan-
tes dos três anos, e foi atualizado como uma das inovações associadas à implantação do
Novo Ensino Médio na Escola da Escolha.12
Para esse processo tão importante, o estudante necessita de apoio, referências, infor-
mações e conhecimentos acerca das possibilidades e oportunidades relativas ao seu
foco, seja o ingresso na universidade, em cursos de formação técnica e profissional, in-
serção no mundo do trabalho ou outra área do campo produtivo. Para os estudantes dos
2º e 3º anos, o Pós-Médio apoia na ampliação dos conhecimentos relativos aos Itinerá-
rios Formativos escolhidos sob o ponto de vista dos mecanismos de inserção e da sua
relação com o mundo produtivo.
12 Para efeito da implantação do Novo Ensino Médio junto à Secretaria de Educação do Maranhão, as aulas de
Pós-Médio se destinam apenas aos estudantes dos 2º e 3º anos e não se aplicam ao Itinerário Formativo de For-
mação Técnica e Profissional das escolas com oferta de tempo parcial (3.000h).
Enfoque: apoio para que os estudantes compreendam a relação entre as Áreas de Conhe-
cimento e os Itinerários Formativos e como se dá a presença dos conhecimentos inerentes
a cada uma das Áreas, bem como das habilidades requeridas para atuação na dimensão
profissional que os Itinerários apontam. Aqui, os estudantes têm acesso às informações
sobre o universo de cada Itinerário relativamente ao seu foco, seu objeto de estudo e às
possíveis projeções no mundo produtivo da sociedade contemporânea.
Esse tipo de informação e relações estabelecidas devem trazer o apoio que o estudante ne-
cessita para fazer as suas escolhas e tomar decisões sobre o Itinerário Formativo com o qual
se identifica e que se alinha às suas expectativas e desejos presentes no seu Projeto de Vida.
Enfoque: apoio para que o estudante conheça as opções e oportunidades relativas ao Iti-
nerário Formativo escolhido tendo em vista a consecução do seu Projeto de Vida.
EXEMPLO: para assegurar o conhecimento sobre as opções para acesso aos cursos em
nível de graduação e técnico relacionados ao Itinerário Formativo escolhido, os professo-
res podem apresentar as instituições de ensino superior e de formação técnica existentes
no Estado (ou região), esclarecendo sobre os cursos oferecidos, as suas similaridades e
diferenças e as formas de acesso. Pode ainda apresentar os mecanismos existentes para
financiamento quando se trata de instituições privadas.
Esse tipo de informação deve trazer para o estudante o conhecimento sobre as opções
existentes e apoiá-lo no seu processo de escolhas, sempre alinhadas às suas expectativas
e desejos presentes no seu Projeto de Vida.
Enfoque:
Pode ainda ampliar essas informações, esclarecendo que os portos de Salvador (BA),
Recife e Suape (PE), Mucuripe e Pecém (CE), Areia Branca (RN), Cabedelo (PB) e Itaqui
(MA) se configuram como áreas de intensa movimentação no segmento de exportação
de couros, sapatos, minérios, frutas, carne bovina, petróleo e derivados tendo em vista a
sua capacidade de ancoragem das embarcações e, por isso, apresentam grande potencial
competitivo para atendimento da demanda de exportação.
Esse tipo de informação deve trazer para o estudante o conhecimento sobre as opções
existentes em se tratando de prestação de serviços, empreendedorismo e atuação tanto
no setor público quanto privado e apoiá-lo no seu processo de escolhas, sempre alinhadas
às suas expectativas e desejos presentes no seu Projeto de Vida.
O Pós-Médio é desenvolvido semanalmente por meio das aulas cujos temas são aqui
apresentados para inspirar os professores na elaboração das suas aulas e detalhados no
material intitulado Pós-Médio: Um Mundo de Possibilidades, onde consta um conjunto
de referências, informações e orientações fundamentais para a conclusão do processo de
apoio ao Projeto de Vida iniciado no 1º ano. Esse conteúdo deve ser trabalhado desde dife-
rentes perspectivas, que incluem não só a expectativa de inserção no mundo do trabalho,
mas a consideração de múltiplas oportunidades de atuação produtiva que podem variar
no tempo, de acordo com as trajetórias, os desejos e as possibilidades de cada estudante,
tendo em vista aquilo que foi planejado no seu Projeto de Vida.
As aulas de Pós-Médio devem ser intercaladas com a oferta de “aulões” destinados à pre-
paração dos estudantes para submeterem-se ao Exame Nacional do Ensino Médio, anual-
mente realizado e cujo objetivo é verificar o desempenho dos estudantes concluintes des-
sa etapa de ensino como espelho do resultado dos sistemas educacionais brasileiros.
O conteúdo poderá ser utilizado da forma que melhor se adequar ao trabalho idealizado
pelo professor, considerando sua opção metodológica, seja na forma de debates, oficinas,
painéis, seminários, palestras etc.
Conhecer, saber... ter e compartilhar podem ser os lados de uma equação sugestiva
de que ter conhecimento é um indicador de domínio, de influência, de poder.
13 Francis Bacon (1561/1626), foi um político, ensaísta, cientista e filósofo inglês do século XVII, reconhecido pela
sua obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Ocupou-se especialmente de temas como a
metodologia científica e o empirismo e é considerado um dos grandes colaboradores para o desenvolvimento da
história da ciência moderna e reconhecido defensor do método experimental contra a ciência especulativa clássica.
14 Thomas Hobbes (1588/1679) foi um matemático, teórico político e filósofo inglês do século XVII, considerado um
dos principais expoentes da Filosofia Política, defensor do Estado forte e com o poder centralizado. Pierre Félix Bour-
dieu (1930/2002) foi um sociólogo francês e um dos maiores pensadores das ciências humanas do século XX. Sua
extensa obra tem relevante contribuição para diversas áreas do conhecimento, especialmente na educação e cultura.
Michel Foucault (1926/1984), foi um filósofo e teórico social francês do século XX conhecido pelas suas críticas às
instituições sociais e por suas teorias gerais relativas ao poder e à complexa relação entre poder e conhecimento.
O conhecimento torna-se inútil quando o possuímos e não agimos, logo, a chave da questão
está em compreender como e quando aplicar esse conhecimento. O conhecimento é abun-
dante, acessível para muitos e até portátil, mas para significar poder, precisa ser aplicado, pois
poder é ter a capacidade de agir sobre as informações para gerar os melhores resultados.
Por que nós – pessoas e sociedade – nem sempre transformamos em ação aquilo
que conhecemos?
Todos nós temos algum tipo de conhecimento sobre algo, aprendemos ao longo da vida
por diversas fontes, inclusive, pela experiência social, e podemos aplicar o que sabemos
com diversos fins, melhorando as nossas próprias vidas e a de outras pessoas também.
O conhecimento muda a forma como entendemos o mundo e como reagimos a ele.
Quanto mais aprendemos, quanto mais conhecemos, mais capacidade temos de fazer es-
colhas e assumir decisões baseadas em conhecimento e informação. Mas, de que conhe-
cimento estamos falando?16
15 COSTA, Sérgio Francisco. Método científico: os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.
16 A Filosofia categoriza o conhecimento em três grandes domínios: pessoal, procedimental e proposicional. O pri-
meiro se relaciona com a experiência vivida; o segundo, refere-se ao conhecimento de como fazer algo; e o terceiro,
a afirmações gerais sobre a verdade sobre o mundo e como o conhecemos.
Quando optamos por não comer de forma saudável, fazer pausas no trabalho para evitar o es-
gotamento, adotar hábitos que nos ajudam a viver melhor ou agir em benefício de outros, não
nos perguntamos o que precisa ser feito, pois já sabemos. Mas, entre conhecimento e ação há
uma grande diferença.
O CONCEITO
Mais do que nunca no século XXI, conhecimento não é poder... conhecer e aplicar, sim.
E, para isso, a Escola da Escolha considera no Projeto Escolar o desenvolvimento de um cur-
rículo no qual a presença de competências e habilidades socioemocionais coexistem junto
às competências cognitivas, assim como os valores e princípios. Além disso, a prática peda-
gógica é realizada para assegurar os domínios necessários para a construção dos Projetos
de Vida dos estudantes, orientados a partir de conhecimentos, escolhas e decisões.
No Novo Ensino Médio da Escola da Escolha, o jovem é estimulado a aplicar na vida prática
os conhecimentos que são frutos de sua experiência acadêmica, pessoal, social e cultural.
Isso significa que o currículo oferece aos estudantes uma base de formação geral com os
componentes da BNCC (no 1º ano) e, na sequência, propõe introduzi-los na experiência da
flexibilização, aprofundamento e diversificação desses componentes presentes nos Itine-
rários Formativos.
Uma das grandes responsabilidades do Projeto Escolar é criar as condições de apoio para
o atendimento a necessidades muito específicas dos estudantes: a escolha e a decisão do
Itinerário Formativo ao final do 1º ano e a sua plena vivência nos 2º e 3º anos.
Para denominar esta Metodologia de Êxito, essas palavras não foram escolhidas aleato-
riamente. Elas foram escolhidas porque representam claramente o espírito presente na
Escola da Escolha. Vamos compreender?
Ao conceber uma metodologia que tem por natureza servir de meio para que os estudan-
tes desenvolvam a capacidade de aplicar o que conhecem, o que aprendem e o que produ-
zem, como conhecimento em situações reais e práticas que agreguem valor à sociedade,
é quase mandatório que esse adjetivo a qualifique.
Com certeza, você já deve ter visto muitos equipamentos públicos como praças, jardins,
quadras esportivas e outros com uma plaquinha onde se vê escrito: “Praça adotada pela
empresa tal” ou “Esse parque é mantido pela empresa XPTO”. Podemos ver isso em muitos
lugares e essa é uma ação muito importante que assegura a recuperação ou, às vezes,
a manutenção desses equipamentos. É possível afirmar que essas iniciativas são impor-
tantes e são consideradas como ações de responsabilidade social. Mas não, necessaria-
mente, uma ação de corresponsabilidade social.
Para o professor Antonio Carlos Gomes da Costa, a perspectiva de alianças sociais estra-
tégicas entre os três setores da sociedade17 concretiza e expressa a ética da corresponsa-
bilidade. Ele também considera que a corresponsabilidade é o novo paradigma das ações
sociais das empresas e organizações no século XXI.
17 O 1º setor é o Estado, as entidades e pessoas jurídicas estatais que existem para atender, obrigatoriamente,
os interesses públicos e coletivos em geral; o 2º setor, a iniciativa privada, composta por pessoas físicas e pessoas
jurídicas sempre submetidas ao regime jurídico privado; e o 3º setor, a zona de intersecção entre a iniciativa privada
e o setor estatal que atende aos interesses públicos e coletivos, não tem fins lucrativos, forma vínculos com o Estado,
mas não integra-o e não é o Estado.
As dinâmicas da sociedade contemporânea exigem cada vez mais que as práticas edu-
cativas interajam com as transformações e exigências da atualidade. Nesse sentido, a
Metodologia de Êxito Projeto de Corresponsabilidade Social responde a essa perspectiva
quando mobiliza os estudantes em torno da aplicação dos conhecimentos, que também
são adquiridos pelas relações estabelecidas entre os componentes curriculares da BNCC,
tanto na sua formação geral como nos Itinerários Formativos. Mas não se trata de uma
aplicação pontual, esporádica ou descontextualizada, mas sim, uma aplicação por meio
de projetos juvenis de natureza social, que articula e integra protagonismo, conhecimento,
curiosidade, desejo e ação comunitária.
Para definir projeto social, trazemos um dos depoimentos de jovens participantes do Pro-
grama Aprendiz Comgás19, uma conceituação muito especial, porque é simbolizada pela
simplicidade, objetividade e clareza daqueles jovens:
“Projeto Social, uma coisa que: ...2. É complexa. 4. Exige dedicação, paciência, persistência.
5. Precisa de muito interesse no assunto central, interesse grande, quase amor – que pode
depois se revelar passageiro, paixão de verão que não sobre serra. 7. Exige responsabilidade:
você vai criar uma expectativa nas pessoas e, acima de tudo, em você mesmo. 8. Pede sem-
pre uma nova solução: criatividade; flexibilidade; visão.”
É pela mobilização dos jovens engajados em Projetos de Corresponsabilidade Social que serão
desenvolvidas competências (pessoais, sociais, produtivas e cognitivas); habilidades (como
planejamento e gestão, entre outras); valores (como a solidariedade e a generosidade).
É por meio dos Projetos que os estudantes aplicam o que aprendem, bem como são des-
pertados os desejos em torno de causas que os envolvam e engajem na plenitude do seu
Protagonismo, da sua capacidade empreendedora e de uma visão (e uma utopia!) mais
ampliada sobre o coletivo, aqui simbolizado pela sociedade.
18 O ICE sendo socialmente corresponsável pela recuperação do Ginásio Pernambucano. Para saber mais, consul-
te o Caderno de Formação – Concepção do Modelo da Escola de Escolha.
19 Para conhecer o programa, visite: icebrasil.org.br/surl/?14b441. Acesso em 10 de janeiro de 2021.
AS AULAS
As aulas estão organizadas na matriz curricular com a oferta de aulas semanais para os
estudantes dos 2º e 3º anos20.
São ministradas por professores de quaisquer áreas de conhecimento. Para tal, o ICE disponi-
biliza material estruturado orientador com a sugestão de temas para os seus planejamentos.
20 Para efeito da implantação do Novo Ensino Médio junto à Secretaria de Educação do Maranhão, as aulas de
Projeto de Corresponsabilidade Social não se aplicam ao Itinerário Formativo de Formação Técnica e Profissional
das escolas com oferta de tempo parcial (3.000h).
Aos estudantes são oferecidas aulas que têm como enfoque o estudo sobre conceitos
como Empreendedorismo Social, Organizações Sociais, Projetos Sociais, parcerias, tec-
nologia social, entre outros. Esse conjunto de aulas destina-se a orientar e a formar uma
base de conhecimentos sobre as possibilidades de atuação no mundo produtivo, bem
como as diversas formas de participação social, para posterior desenvolvimento de um
projeto de intervenção ainda no âmbito da comunidade escolar, no qual aplique os conhe-
cimentos relacionados aos componentes curriculares da BNCC, sem referir-se, exclusiva-
mente, àqueles inerentes ao Itinerário Formativo em curso.
3º ANO
São oferecidas aulas para que os estudantes desenvolvam um projeto de intervenção so-
cial no âmbito da sociedade em geral, fazendo uso dos conhecimentos relacionados aos
componentes curriculares da BNCC, não exclusivamente aqueles inerentes ao Itinerário
Formativo em curso. Os estudantes do 3º ano também apresentam, ao final do ano letivo,
um relatório no qual sintetizam as formas utilizadas para estender o seu conhecimento ao
plano prático do projeto desenvolvido.
Os estudantes dos 2º e 3º anos se agrupam (em seus respectivos anos), a partir de diferentes
Itinerários Formativos, ou seja, estudantes dos vários Itinerários podem constituir um grupo
em torno de um mesmo tema com enfoques para estudo, investigação e pesquisa distintos.
Como recomendação, indicamos que os grupos sejam constituídos por dez estudantes21,
no máximo, livremente organizados, a partir dos critérios estabelecidos em acordo com os
Professores Coordenadores de Itinerários Formativos.
21 A recomendação do ICE para o limite de dez estudantes fundamenta-se no cuidado com a quantidade de proje-
tos a serem desenvolvidos e a qualidade do apoio a ser oferecido pelos professores. Num cenário hipotético de uma
escola com oito turmas de 2º e 3º anos, com 40 estudantes por turma, teremos 64 grupos de projetos que deman-
darão apoio de professores. Diante desse cenário, há viabilidade para a oferta desse apoio na escola?
Definidos os grupos dos estudantes dos 2º e 3º anos, nas suas respectivas séries, aos
professores caberá a prerrogativa de definição dos temas a serem oferecidos aos grupos.
Essa definição poderá ser estabelecida a partir de critérios, como: relevância, impacto,
contribuição à aprendizagem dos estudantes na perspectiva do aprofundamento, entre
outros. Nesse sentido, recomendamos uma ampla discussão entre os professores, lidera-
dos pelos Coordenadores de Itinerários Formativos.
Aqui passa a ser de grande utilidade a aplicação dos conhecimentos relativos a métodos
de pesquisa e investigação científica aprendidos pelos estudantes durante o 1º ano, como
tema que antecedeu a oferta das Eletivas de Base no 1º semestre22.
A duração dos projetos deve ser semestral para permitir que os estudantes participem do
desenvolvimento de quatro projetos ao longo dos dois anos. No entanto, se em virtude das
suas características, um projeto requerer um tempo maior para o seu desenvolvimento
(um ano), isso deve ser analisado pelos Professores Coordenadores de Itinerários Forma-
tivos e professores.
Para assegurar o enriquecimento e alargamento dos conhecimentos que não são típicos
ou inerentes a determinado Itinerário, mas que, eventualmente, estejam presentes no de-
senvolvimento dos projetos, é necessário que os estudantes sejam orientados pelos pro-
fessores daquelas áreas. Essa situação pode naturalmente acontecer em virtude de ser
facultado aos estudantes a organização livre, com outros colegas exclusivamente dos seus
Itinerários ou, de maneira mais ampliada e diversificada, com colegas de outros Itinerários,
sempre respeitando a quantidade indicada de estudantes por grupo.
22 Para saber mais sobre o tema Metodologia da Pesquisa Científica oferecida aos estudantes no 1º ano, consultar
o Caderno de Formação - Metodologias de Êxito – Eletivas de Base.
A AVALIAÇÃO
p1 + p2 + s1 + E
4
7 + 6 + 8 + 6 = 6,75 é a média do bimestre em Biologia.
4
Ainda nesse mesmo cenário hipotético, o resultado da nota atribuída ao Projeto poderia
ser considerado como parâmetro com atribuição de peso. Nesse caso, o desempenho no
Projeto poderia corresponder a um dado percentual a incidir na média do bimestre e cujo valor
(ou peso) deve ser arbitrado pela Secretaria de Educação. Apresentamos um exemplo dessa
aplicação no qual o resultado do Projeto corresponde a 20% da média final do bimestre:
p1 + p2 + s1 x 0,8 + P x 0,2
3
9 + 4 + 5 x 0,8 + 7 x 0,2 = 6,6 é a média do bimestre em Biologia.
3
No Novo Ensino Médio, espera-se que os estudantes consigam estabelecer uma sólida re-
lação entre aquilo que aprendem e a sua aplicação criteriosa na perspectiva de contribuir
para um mundo onde o bem-estar de todos seja um valor.
Autonomia
Determinação Curiosidade
Foco Entusiasmo
Projeto de
Corresponsabilidade
Social
Planejamento Esforço
Corresponsa-
Responsabilidade
bilidade
Outros
Outros
Outros
O PERFIL DO PROFESSOR
ATUAÇÃO DO PROFESSOR