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Inovação em Educação Mediada por Tecnologias

Metodologias para Educação Mediada por Tecnologia


Reflexão sobre a prática pedagógica: é possível inovar?

Nome: Danielle Filipim /data: 27-08-2023

A criação de novas metodologias educacionais é um tema ultimamente muito presente


em estudos na área educacional, ainda mais diante da rápida e constante evolução tecnológica
que estamos presenciando. Com uma breve pesquisa no Google sobre eventos educacionais
em 2023 com a palavra Inovação, não foram poucos os resultados, e aqui estão alguns
exemplos:
• I Congresso Internacional de Educação e Inovação da Unimontes - Educação Digital:
transformando pessoas e lugares (Unimontes); (link)
• I Congresso Brasileiro On-line de Pesquisa e Inovação em Educação (CINPED); (link)
• 14º CONICT - Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia (IFSP); (link)
• Workshop "Estratégias Transformadoras e Inovação na Educação" (Univesp). (link)
A inovação parece ser um elemento fundamental para que a escola possa lidar com as
expectativas dos jovens nativos digitais. Esses jovens cresceram em um mundo em que a
informação é facilmente acessível online, a comunicação é instantânea por meio das redes
sociais e aplicativos de mensagens, e a interação com dispositivos eletrônicos é uma parte
natural de suas rotinas diárias. Isto tem levado os educadores a repensarem suas abordagens
de ensino. Métodos tradicionais, para esses jovens, não são tão eficazes quanto estratégias que
incorporam tecnologia e abordagens mais interativas.
As Metodologias Ativas de aprendizagem abarcam uma série de abordagens inovadoras
em sala de aula e, em muitas delas as tecnologias estão presentes. Essas abordagens
geralmente envolvem a criação de situações de aprendizagem desafiadoras e interativas, onde
os alunos são encorajados a explorar, discutir, colaborar, resolver problemas e aplicar o
conhecimento em contextos do mundo real.
Toda essa movimentação em busca de melhores e diferentes formas de ensinar tem o
objetivo de criar um ambiente de aprendizagem mais envolvente, participativo e centrado no
aluno, onde o foco está na construção do conhecimento, no desenvolvimento de habilidades e
na preparação para a vida além da sala de aula.
Para que esse processo se concretize, precisamos ter ferramentas que colaboram no
sentido de medir o quanto essas abordagens estão impactando nas aprendizagens dos

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estudantes. A avaliação das aprendizagens em sala de aula é um processo essencial na


educação, que envolve a coleta de informações sobre o progresso dos alunos em relação aos
objetivos educacionais. Ela desempenha um papel fundamental no entendimento de como os
alunos estão assimilando o conteúdo e as habilidades ensinadas, permitindo que os professores
ajustem suas abordagens de ensino quando necessário.
Conforme destaca Moran e Bacich (2018, p.135), “avaliar não é fim. Avaliar é processo”.
E é nesta perspectiva que o nosso projeto de criação do “Portal da Integração das Competências
Gerais da Educação” tem o desafio de colaborar para uma avaliação contínua das aprendizagens
não somente na sala de aula, mas também se estendendo a toda a escola. Nosso projeto tem o
objetivo de criar um ambiente colaborativo e transparente para uso de docentes e de gestores
escolares acompanharem todo o processo de avaliação ocorrida na escola.
As avaliações são essenciais para a garantia das aprendizagens dos alunos em todas as
áreas. Mas como integrar essas avaliações, já que cada área/matéria tem suas próprias
características e objetivos de aprendizagem? A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, traz
em seu conceito, um conjunto de objetivos de aprendizagem que definem aquilo que é essencial
que todos os estudantes aprendam ao fim do seu percurso escolar, e isso vale para todas as
etapas da educação básica, em todas as suas áreas de conhecimento.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (1996), nossa lei maior na área
da educação no país, também traz, em seu artigo 24, a importância das avaliações formativas,
ou seja, aquela que ocorre durante todo o processo de ensino. Veja:
Art. 24. ...
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre
os de eventuais provas finais; (BRASIL, 1996).
Observando essas diretrizes e a importância da transparência das informações na criação
de um sistema educacional mais equitativo e eficiente, nosso projeto foi pensando na
complementaridade dos processos acontecidos na escola e como se relacionam com as
avaliações das aprendizagens, abrangendo um contexto mais amplo, considerando as
competências gerais da educação básica.
As aprendizagens essenciais dispostas na BNCC estão apresentadas na forma de dez
competências gerais, e são sintetizadas no documento “Dimensões e Desenvolvimento das
Competências Gerais da BNCC” (2018) da seguinte forma: 1 – Conhecimento; 2 – Pensamento
científico, crítico e criativo; 3 – Repertório Cultural; 4 – Comunicação; 5 – Cultura digital; 6 -

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Trabalho e projeto de vida; 7 – Argumentação; 8 - Autoconhecimento e autocuidado; 9 – Empatia


e cooperação e 10 - Responsabilidade e cidadania (MOVIMENTO PELA BASE, 2018, p. 2).
Portanto, as avaliações formativas, baseadas nas dez competências da BNCC, tem relação
direta com o conceito de interdisciplinaridade, no sentido de desfazer a visão fragmentada no
processo ensino-aprendizagem.
A interdisciplinaridade é muito importante na construção do processo de ensinar e
aprender. Para Thiesen (2008, p. 553), a interdisciplinaridade é:
Compreendida como formulação teórica e assumida enquanto atitude, tem a
potencialidade de auxiliar os educadores e as escolas na ressignificação do trabalho
pedagógico em termos de currículo, de métodos, de conteúdos, de avaliação e nas formas
de organização dos ambientes para a aprendizagem. (grifo nosso)
Tecnologias que abordam a interdisciplinaridade ajudam a romper a avaliação das
aprendizagens de disciplinas engessadas, criando conexões com diferentes áreas de
conhecimento, por isso, acredito que o projeto “Portal da Integração das Competências Gerais
da Educação” tem grande potencial de aplicação em qualquer contexto educacional, já que ele
tem a intenção de ajudar na implementação da avaliação formativa na sala de aula, em toda as
áreas de conhecimento.
As possibilidades de transformação e inovação na área educacional estão muito
relacionadas a investimentos, tanto em insumos materiais, mas principalmente em formação
adequada de professores. Nesta perspectiva, há muito o que ser melhorado e estudado na área
de inovação na educação mediada por tecnologias. Todo o repertório adquirido até aqui no curso,
combinado com estudos dos problemas educacionais enfrentados atualmente, com certeza
propicia a elaboração de temas para a monografia final.

Referências:
BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. (Desafios da educação). Porto Alegre: Grupo A, 2018. E-book. ISBN
9788584291168. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788584291168/. Acesso em: 26 ago. 2023.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 26 ago. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

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MOVIMENTO PELA BASE. Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC.


Center for Curriculum Redesign. 2018. Disponível em
<http://movimentopelabase.org.br/acontece/competenciasgerais-de-bncc/ >. Acesso em 27 ago.
2023.

THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo


ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, v. 13 n. 39, p. 545-598, set./dez. 2008.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbedu/i/2008.v13n39/>. Acesso em: 27 ago. 2023.

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