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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA CIDADE

DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA/SC

JOÃO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., e inscrito no CPF


sob nº..., residente e domiciliado na Rua..., n°..., Bairro..., Florianópolis/SC, CEP...,
endereço eletrônico..., na condição de cidadão com pleno gozo dos seus direito políticos,
conforme título de eleitor nº..., zona, seção, por seu advogado que este subscreve, com
endereço profissional situado na Rua..., n°..., Bairro..., Florianópolis/SC, CEP..., endereço
eletrônico..., com procuração anexa, para fins do Art. 77, V do CPC, vem perante vossa
excelência, com fundamento no artigo 5°, LXXIII da CRFB/88 e no Art. 1º da Lei 4.717/65,
propor:

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR

em face de ato do SENADOR DA REPÚBLICA, nacionalidade ..., estado civil...,


profissão..., inscrito no RG sob nº..., inscrito no CPF sob nº..., com domicílio profissional
situado na Rua..., n°..., Bairro..., Florianópolis/SC, CEP..., endereço eletrônico..., pelos
fatos e fundamentos que passo a expor:

I – DO CABIMENTO

A ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão que deseja
questionar judicialmente a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, conforme
preconiza o Art. 5º LXXIII da CRFB/88, e no mesmo diapasão o Art.1º da lei 4717/65. No
caso em tela, faz-se presente a condição da ação necessária para a propositura de tal
feito, visto que o mesmo visa anular ato lesivo ao patrimônio público, fato este de
conhecimento público e notório que resta configurado.
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA

O autor é parte capaz do polo ativo de tal feito, visto que é cidadão nato em pleno
exercício dos seus direitos políticos, podendo assim utilizar-se da ação popular, prevista no
art. 5º, LXXIII, da Constituição da República Federativa do Brasil.

III – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA PRESENTE AÇÃO POPULAR

Conforme Art. 5°, caput e §2° da Lei 4.717/65, quando o pleito interessar
simultaneamente à União e a qualquer outra pessoa ou entidade, será competente o juiz
das causas da União. Assim, por figurar no polo passivo de tal feito o ato do Senador pelo
Estado de Santa Catarina, a competência para conhecer, processar e julgar apresente
ação popular é deste Douto Juízo. Aliás, sequer se pode aventar a possibilidade de foro
privilegiado ao Senador da República, uma vez se tratar de ação popular, cuja regra de
competência é do Juízo de primeiro grau.

IV – DO PEDIDO LIMINAR

Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4. 717/65, na defesa do patrimônio


público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Observa- se que, no caso em
tela, a situação atenta contra a moralidade administrativa, princípio expresso no caput do
art. 37 da Constituição Federal, o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. Já o
periculum in mora faz-se presente, visto que o processo licitatório já se encerrou. Embora
as obras ainda não tenham se iniciado, necessário se faz evitar que os gastos sejam
efetuados, tendo em vista a enorme dificuldade de reembolso ou ressarcimento futuro ao
Erário por parte do Político. Assim, presentes os requisitos para suspenção liminar, é
cabível e necessária à concessão da medida proposta.

V – DOS FATOS

O Autor, cidadão nascido e domiciliado em Florianópolis - SC, indignou-se ao saber,


em abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador, que merecera seu voto nas
últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$
1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. A referida reforma incluía
aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de
ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que o autor considera
suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O senador declarara, em entrevistas,
que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação
adequada ao cargo que exerce. Tendo tomado conhecimento de que o processo de
licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, o autor, temendo que
nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma,
exerceu sua cidadania e ingressou com a presente ação popular, medida jurídica
adequada para evitar a lesão ao patrimônio público e à moralidade administrativa.

VI – DO DIREITO

Resta comprovado que a referida reforma, a ser custeada com dinheiro público,
poderá causar lesão ao patrimônio público, além de ferir frontalmente princípios
constitucionais quais sejam o princípio da moralidade administrativa, princípio da
impessoalidade, princípio da legalidade. Não é minimamente razoável e inadequado o
custo da reforma do gabinete do senador avaliada em R$ 1.000.000,00 e custeada com o
dinheiro público do Senado Federal, ainda mais sob o argumento que aquecimento e
resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico
para projeção de filmes em DVD seriam necessários para a manutenção da representação
adequada ao cargo que exerce. O artigo 2°, “d” e § único, “d”, da Lei4.717/65 determinam
que são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior,
nos casos de: inexistência dos motivos - quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido. Também resta comprovado o desvio de finalidade do objeto do contrato
administrativo que a simples reforma do gabinete. Ao incluir itens dispensáveis ao
propósito da contratação.

VII – DOS PEDIDOS

Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:


a) deferimento da tutela provisória para o propósito da assinatura do contrato (art. 5º, 4º
LAP + art. 300 CPC);
b) a citação por precatória do réu, nos prazos e termos inciso IV do art. 7º da Lei 4.717, de
1965;
c) a oitiva do representante do Ministério Público Federal (art. 6º, § 4º, LAP);
d) intimação da União para se manifestar, conforme disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº
4.717, de 1965;
e) a confirmação da sentença com a anulação de quaisquer atos administrativos tomados
pelo demandado na presente ação visando despesas objeto da presente ação popular e,
caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu ao erário por
despesas que venham a ser efetuados e já tenham sido efetuadas ao longo do processo,
com comunicação ao Ministério Público para as devidas ações penal e de improbidade que
entender pertinentes;
f) requerimento de provas (art. 369 CPC);
g) a condenação do réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos
do art. 12 da Lei nº 4.717, de 1965, bem como nas custas.

Dá-se à presente a causa o valor estimado R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local..., data...

Advogado...

OAB/UF nº...

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