À ILUSTRISSÍMA SENHORA PREGOEIRA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE XXX –
ESTADO DA XXX
Ref: Pregão Eletrônico SRP Nº 0XX/2021
A XXXXXXXXX, Pessoa Jurídica de Direito Privado inscrita no Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica sob o nº.: XX.XXX.XXX/0001-XX, INSC. Estad.: XX.XXX.XXX, com Endereço na Rodovia XXXXX, nº XX, Bairro XXX na cidade de XXX, Estado da XXXX, - Tel. (XX) XXXX-XXXX e -mail: empresa@hotmail.com, que neste ato regularmente representada por sua Só cia Proprietá ria, Sr.ª XXXXXX, RG Nº: XX.XXX.XXX-XX, CPF/MF Nº. XXX.XXX.XXX-XX, VEM, com o habitual respeito apresentar CONTRARRAZÕES AO RECURSO ADMINISTRATIVO interposto por XXXXXX LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF Nº XX.XXX.XXX/000X-XX. DA TEMPESTIVIDADE Inicialmente, cabe destacar que nos termos do inciso XVII do art. 4º da Lei 10.520/2002, cabe recurso administrativo no prazo de 3 (três) dias e em igual prazo os demais licitantes tem para apresentar suas contrarrazões. Portanto, apó s a notificaçã o da razoante, esta teria até o dia XX/0X/2021 para interpor recurso, razã o pela qual o seu prazo ainda está em curso. DO OBJETO DESSAS CONTRARRAZÕES Alega a recorrente, em apertada síntese, que ofertou a proposta mais vantajosa à Administraçã o Pú blica nos lotes 02, 03 e 04 referentes ao Pregã o Eletrô nico SRP Nº 00X/2021, cujo objeto diz respeito a contrataçã o de empresa do ramo para registro de preços para futuras e eventuais aquisiçõ es de medicamentos para atender à s demandas do Município de XXXX/XX. A recorrente assevera que: “Portanto, apresentou proposta mais vantajosa para administraçã o nos lotes 02, 03 e 04, atendendo fielmente as normas editalícias, principalmente no que tange ao item 6.2 do Instrumento convocató rio, em especial a inserçã o da marca do fabricante, sob pena de desclassificaçã o, decretando assim, apó s a fase lance, à administraçã o como disputa encerrada.” De forma que, aduz ter sido erroneamente desclassificada pela Pregoeira, sob argumentaçã o que: a) A decisã o monocrá tica proferida pela Pregoeira seria invá lida, uma vez que teria ocorrido sem a participaçã o do amicus curiae, logo, “sem o conhecimento de causa, sem sequer consultar um profissional habilitado para se dar laudo com parecer técnico.” Ademais, alega que teria cumprido o item 16.11.2 do edital. b) A recorrente também afirma que supostamente teria uma credencial para comercializar fá rmacos de uso controlado, regidos pela Portaria Ministerial 344/98. Bem como que, “possui o Certificado de Boas Prá ticas de Distribuiçã o e/ou Armazenagem (CBPDA) em plena validade, conforme RDC 39/2013.” c) Por fim, preconiza que apresentou à Pregoeira o alvará sanitá rio do seu domicílio de origem, no município de Salvador/BA, o qual descreveria no ramo de atividade “autorizaçã o para comercializar medicamentos controlados pela Portaria 344/98”. Assim, requer a classificaçã o da sua proposta em primeiro colocado para os lotes 02, 03 e 04, o aceite da documentaçã o e as vistas ao laudo técnico. Portanto, pugna a recorrente pela reforma da decisã o. Ocorre que, como veremos adiante, as Razõ es do recurso interposto pela recorrente nã o devem prosperar, e tem estas Contrarrazõ es o objetivo de afastar de maneira contundente e de forma irrefutá vel tais retençõ es, pois descabidas fá tica e juridicamente. DAS CONTRARRAZÕES FÁTICAS E JURÍDICAS A) DOS REGISTROS DOS MEDICAMENTOS Preliminarmente é imperioso destacar que a licitaçã o é um procedimento administrativo, composto de atos ordenados e legalmente previstos, mediante os quais a Administraçã o Pú blica busca selecionar a proposta mais vantojosa. Todavia, cada um dos seus atos devem ser conduzidos em estrita conformidade com os princípios constitucionais e os parâ metros legais. Neste sentido, elucidamos as palavras do renomado Hely Lopes Meirelles, vejamos: “A escolha da proposta será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, da Publicidade, da Probidade Administrativa, da Vinculaçã o ao Instrumento Convocató rio, do Julgamento Objetivo e dos que lhes sã o correlatos.”[1] De pronto, concluímos que não há como se falar em proposta mais vantajosa que não esteja em consonância com as normas do edital e os princípios que regem a licitação. Assim, veremos pontualmente que a recorrente nã o apresentou a proposta mais vantajosa, bem como nã o atendeu as exigências do edital. Ao suscitar que a decisã o proferida pela pregoeira é invá lida sem a presença do amicus curiae, além de afirmar que a figura da pregoeira nã o possui competência para analisar as condiçõ es de habilitaçã o, a recorrente incide em erro grave de conhecimento acerca das competências da/o pregoeira/o. O Decreto Federal nº 10.024, de 20 de setembro de 2019 que regulamenta a licitaçã o, na modalidade pregã o, na forma eletrô nica, para a aquisiçã o de bens e a contrataçã o de serviços comuns, dispõ e no artigo 17, o seguinte: Art. 17. Caberá ao pregoeiro, em especial: II – receber, examinar e decidir as impugnações e os pedidos de esclarecimentos ao edital e aos anexos, além de poder requisitar subsídios formais aos responsáveis pela elaboração desses documentos; III - verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos estabelecidos no edital; V – verificar e julgar as condições de habilitação; VII – receber, examinar e decidir os recursos e encaminhá-los à autoridade competente quando mantiver sua decisão; VIII – indicar o vencedor do certame;[2](grifamos) Mediante a simples leitura do supracitado artigo, resta cristalino os poderes designados aos pregoeiros, que entre outras competências, esta incumbido de verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos estabelecidos no edital. No mais, o pará grafo ú nico do referido artigo, dispõ e que “o pregoeiro poderá solicitar manifestaçã o técnica da assessoria jurídica ou de outros setores do ó rgã o ou da entidade, a fim de subsidiar sua decisã o.” Ora, resta claro que a pregoeira PODERÁ solicitar manifestação técnica. Logo, conclui- se que, a presença do amicus curiae não é obrigatória. Ademais, apesar de possuir os poderes questionados pela recorrente, em consulta atenta aos documentos que compõ em o certame, é possível detectar que no dia XX/XX/2021, os farmacêuticos do município apresentaram Relatório de Qualificação Técnica (parecer técnico), descrevendo objetivamente a análise da documentação de habilitação das empresas licitantes. Ainda neste tó pico, a recorrente alega que cumpriu o item 16.11.2 do edital, uma vez que de acordo sua livre interpretação, o que se exige “nada mais é, a impressão de uma “consulta” que pode ser diligenciada pela equipe técnica da Prefeitura.” E que essas informações são prestadas de forma livre, tendo, qualquer pessoa interessada acesso ao site da Anvisa. A verdade é que a empresa XXXXXX, busca uma interpretação duvidosa e extensiva do edital a qual encontra -se vinculada. Diga -se de passagem, que nã o apenas ela, mas também os demais participantes do certame e a pró pria Administraçã o, conforme reza a Lei de Licitaçõ es, vejamos: “Art. 41. A Administraçã o nã o pode descumprir as normas e condiçõ es do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. Art. 55. Sã o clá usulas necessá rias em todo contrato as que estabeleçam:[...] XI - a vinculaçã o ao edital de licitaçã o ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;” (grifamos). Nesse sentido, destacamos as liçõ es da ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “Trata-se de princípio essencial cuja inobservância enseja nulidade do procedimento. Além de mencionado no art. 3º da Lei n 8.666/93, ainda tem seu sentido explicitado, segundo o qual “a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”. E o artigo 43, inciso V, ainda exige que o julgamento e classificaçã o das propostas se façam de acordo com os critérios de avaliçã o constantes do edital. O principio dirige-se tanto à Administraçã o, como se verifica pelos artigos citados, como aos licitantes, pois estes nã o podem deixar de atender aos requisitos do instrumento convocató rio (edital ou carta-convite); se deixarem de apresentar a documentaçã o exigida, serã o considerados inabitados e receberã o de volta, fechado, o envelope- proposta (art. 43, inciso II); se deixarem de atender as exigências concernentes a proposta, serã o desclassificados (artigo 48, inciso I).”[3] (grifamos). Assim, ainda em consulta à doutrina acerca da temá tica, relembramos as palavras de Hely Lopes Meirelles, segundo o qual definiu que o edital "é lei interna da licitação” e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administraçã o que o expediu. Neste ponto, faz -se necessá rio, examinarmos o edital, o qual deveria ter sido lido de forma detida por todos, in verbis: “16.11 A (s) licitante (s) deverá (ã o) apresentar obrigatoriamente sob pena de desclassificaçã o: 16.11.1 Registro dos Medicamentos: cópia perfeitamente legível do registro do medicamento na Anvisa/MS ou da publicação do Diário Oficial da União em conformidade com a legislação vigente para todos os itens dos respectivos lotes desta licitação, exceto os que possuírem notificaçã o simplificada, conforme rege a ANVISA, sob pena de desclassificaçã o.” Frisa -se, mais uma vez que, inexiste proposta mais vantajosa sem o cumprimento das normas editalícias. Outrossim, revela -se perceptível que a recorrente não apresentou a documentação exigida no edital e a fim de cobrir sua ausência de atenção e diligência ante a preparação dos documentos correlatos ao pregão, busca desmerecer a decisão da pregoeira, a qual, encontra -se sim substanciada por parecer técnico dos responsáveis. Assim, tal alegaçã o nã o merece prosperar, uma vez que, a Recorrente nã o apresentou os registros dos medicamentos consoantes previsto no edital em comento. B) DOS REGISTROS DOS MEDICAMENTOS Aqui, a recorrente assevera que possui o Certificado de Boas Prá ticas de Distribuiçã o e/ou Armazenagem (CBPDA) em plena validade, conforme RDC 39/2013, cumprindo rigorosamente os critérios impostos pela legislaçã o em vigor. Novamente, é oportuno consultarmos a lei interna deste certame a fim de aclarar o que de fato fora exigido pelo edital. Para fins de qualificaçã o técnica, entre outros documentos, o edital faz mençã o expressa a: “7.5.4 Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE), conforme determina a legislação vigente; 7.5.5 Comprovaçã o de Autorizaçã o para Distribuiçã o de Medicamentos Controlados – (Licença Especial), psicotró picos e entorpecentes expedidos pelo Ministério da Saú de (ANVISA), acompanhada da respectiva publicaçã o no Diá rio Oficial da Uniã o.” (grifamos). A fim de dirimir qualquer dú vida sobre a possibilidade da Administração exigir a Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE), bem como que a referida exigência trata -se de requisito objetivo, fazemos mençã o à decisão recentíssima datada de 12 de março de 2021, do Tribunal de São Paulo, AC - 10374805220198260576, vejamos: “APELAÇÃ O Mandado de segurança. Licitaçã o. Pregã o. Impugnaçã o da inabilitaçã o e dos atos subsequentes. Descabimento. Desclassificação da impetrante por não dispor da Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE), concedida pela Anvisa. Previsã o editalícia expressa de apresentaçã o do documento. Requisito objetivo, jungido à conformação do fornecedor aos padrões mínimos exigidos pela autoridade sanitária. Critério que nã o pondera a técnica em que a prestadora do serviço é especializada. Necessidade da autorizaçã o. Cabimento do pleito administrativo para obtençã o da licença em funçã o da natureza das atividades desempenhadas. Ainda que a Anvisa libere a empresa de tal requisito, nada obsta que outro ente pú blico venha a exigi-lo, como meio de comprovaçã o de idoneidade. Recurso desprovido. Portanto, na espécie, infere-se que a previsão em edital da AFE não configura abuso, em vista da correlação lógica entre a exigência da autorização e do padrão de qualidade do serviço: consoante o parecer de fls. 128/130 que respaldou a inabilitaçã o da empresa autora, a medida “traz à tona a preocupaçã o com a segurança do processo de esterilizaçã o seguro para a populaçã o que acessa a rede municipal de saú de”. Desse modo, nã o se afigurando direito líquido e certo da impetrante, a improcedência é medida de rigor.” (LINS Relator Apelaçã o nº 1037480-52.2019.8.26.0576 SÃ O JOSÉ DO RIO PRETO - grifamos). [4] Além disso, fazemos mençã o a RDC nº 16/2014 que preceitua: “Art. 3º. A AFE é exigida de cada empresa que realiza as atividades de armazenamento, distribuição, embalagem, expedição, exportação, extração, fabricação, fracionamento, importação, produção, purificação, reembalagem, síntese, transformação e transporte de medicamentos e insumos farmacêuticos destinados a uso humano, cosméticos, produtos de higiene pessoal, perfumes saneantes e envase ou enchimento de gases medicinais.”[5] Portanto, tal argumento encontra -se rechaçado. C) DO ALVARÁ SANITÁRIO OU LICENÇA SANITÁRIA MUNICIPAL A recorrente assevera que apresentou à pregoeira o alvará sanitá rio do seu domicílio de origem, no município de Salvador/BA, o qual descreveria no ramo de atividade “autorizaçã o para comercializar medicamentos controlados pela Portaria 344/98. De modo que, continua afirmando ter cumprido os requisitos do edital e apresentado a melhor proposta para os lotes 02, 03 e 04. Salientamos que habilitaçã o é uma das fases mais relevantes da licitaçã o. Sendo uma etapa fundamental para que o licitante tenha sucesso nos processos de licitaçõ es, visto que, caso nã o satisfaça as exigências necessá rias para participar nas licitaçõ es, apresentando a documentaçã o e condiçõ es elencadas e exigidas na Lei 8666/93, nã o poderá será declarado vencedor mesmo que seu preço seja o mais competitivo. Dessa maneira, cabe ao licitante leitura atenta do edital, bem como a apresentaçã o da documentaçã o exigida. DOS PEDIDOS Conforme os fatos e argumentos apresentados nestas CONTRARRAZÕ ES RECURSAIS, solicitamos como lídima justiça que: A – A peça recursal da recorrente seja conhecida para, no mérito, ser INDEFERIDA INTEGRALMENTE, pelas razõ es e fundamentos expostos; B – Seja mantida a decisã o da Douta Pregoeira, declarando a desclassificaçã o da empresa XXXXXXXX LTDA, conforme motivos consignados no parecer técnico proferido pelos farmacêuticos do município em XX/0X/2021, bem como diante da ausência de documentação exigida expressa e objetivamente no edital; C – Caso a Douta Pregoeira opte por nã o manter sua decisã o, REQUEREMOS que, com fulcro no Art. 9º da Lei 10.520/2002 C/C Art. 109, III, § 4º, da Lei 8666/93, e no Princípio do Duplo Grau de Jurisdiçã o, seja remetido o processo para apreciaçã o por autoridade superior competente. P. Deferimento. CIDADE/ESTADO, XX de mês de 2021. XXXXXXXXXXXXXX Representante [1] MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. Sã o Paulo: RT, 1990, p. 23. [2] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10024.htm [3] PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 13. Ed. Sã o Paulo: Atlas, 2001, p. 299. [4] https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1179564174/apelacao-civel-ac- 10374805220198260576-sp-1... [5]http://www.abifina.org.br/arquivos/legislacao/ resolucao_rdc_n_16_de_1_de_abril_de_2014.pdf
Contratando sem Licitação: Contratação Direta por Dispensa ou Inexigibilidade - Lei Nº 14.133, De 1º De Abril De 2021 – Nova Lei De Licitações - Lei Nº 13.303, De 30 De Junho De 2016 – Lei Das Estatais