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RECURSO CÓD.

437572 - PREGÃO Nº 3/2019 | UASG 389496


ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO RESPONSÁVEL, PELO PROCESSO DE
LICITAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA
OCUPACIONAL DA 2º REGIÃO – CREFITO-2.

EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO Nº 003/2019


PROCESSO Nº 2019/000048
USAG 389496

Objeto da licitação: Contratação de empresa especializada na prestação, de forma


contínua, dos serviços de vigilância patrimonial desarmada, diurna e noturna, a
serem executados nas dependências do CREFITO -2, nos termos e condições
constantes no Edital e seus anexos.

FIRMIANO SEGURANÇA PATRIMONIAL EIRELI – EPP, pessoa jurídica de direito


privado inscrita no CNPJ sob o nº 19.907.785/0001-09, com sede localizada na
Rua Otávio Ascoli, nº 250 – Centro, Nova Iguaçu/RJ, CEP 26215-160, por
intermédio de seu representante legal, vem respeitosamente a presença do Nobre
Pregoeiro do certame, com base no subitem 11.2 do Edital c/c o §1º do Art. 44 do
Decreto nº 10.024/2019, interpor

RECURSOADMINISTRATIVO

Em face da respeitável decisão que, equivocadamente, classificou e habilitou a


empresa OGVIG SEGURANCA E VIGILANCIA PATRIMONIAL LTDA para
execução dos serviços em tela, vez que a referida empresa SEQUER preenche os
requisitos mínimos necessários para licitar e contratar com administração Pública
Federal, tampouco logrou êxito em cumprir com as exigências do Edital, em
arrepio a legislação vigente, conforme restará demonstrado, a seguir.
1. DA TEMPESTIVIDADE.

Conforme se observa da própria “Ata de Realização do Pregão Eletrônico Nº


003/2019” em epígrafe, a data limite para o registro de Recurso das empresas
interessadas esgota-se somente no dia 27/01/2020 (segunda-feira), restando,
portanto comprovada da tempestividade do presente recurso.

2. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE.

De acordo com a nova legislação em vigor - Decreto Nº 10.024/2019, o presente


recurso deverá ser recebido, examinado e decidido pelo Pregoeiro, o qual poderá
reconsiderar sua decisão ou caso mantenha encaminhar à autoridade superior
competente para análise do mérito, conforme determina o Art. 17, inciso VII, na
forma do Art. 13 do Decreto em referência.

3. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA ADMINISTRATIVA.


De acordo com o DI PIETRO e Maria Sylvia Zanella (Direito Administrativo. 19 ed.
São Paulo: Editora Jurídico Atlas, 2006), por meio do princípio da autotutela, a
Administração Pública deve exercer o controle sobre seus próprios atos, tendo a
possibilidade de anular os ilegais e de revogar os inoportunos sempre que for
identificado algum equívoco ou inconsistência. Isso ocorre, pois, a Administração
está vinculada à lei, podendo exercer o controle da legalidade de seus atos.

Com efeito, cabe-nos ressaltar que virtude do presente recurso e da prerrogativa


em epígrafe nenhum prejuízo foi causado a administração pública, ao menos até o
momento, vez que o Pregoeiro dispõe de todas as ferramentas necessárias e
adequadas ao seu alcance para sanar a situação.

Nesse sentido, dispõe a Súmula 346, do Supremo Tribunal Federal: "a


administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos". No
mesmo rumo é a Súmula 473, também da Suprema Corte, "a administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial".
Desse modo, é dever do Pregoeiro de zelar pelos bens que integram o patrimônio
da administração e respeitar nada menos que o seu próprio Edital, sem que haja a
necessidade de interferência de título fornecido pelo Judiciário.

4. DO EDITAL DO CREFITO.

O Edital de licitação é, com toda certeza, um dos componentes e documentos mais


importantes em toda e qualquer licitação pública, de modo que aquele publicado
pela Diretoria do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2º
Região – CREFITO-2 não é diferente.

O Edital de licitação é a materialização do próprio ato convocatório, voltado a


empresas e prestadores de serviços, com o objetivo é atender a uma determinada
demanda, no caso, a contratação de empresa especializada na prestação dos
serviços de vigilância patrimonial desarmada, diurna e noturna, a serem
executados nas dependências do CREFITO -2.

É justamente o edital que estabelece TODAS AS REGRAS do processo de


licitação para as empresas interessadas que desejam contratar com
administração, de modo que nele estão contidos os documentos de habilitação,
meios de julgamento das propostas, sanções, condições de participação, prazos,
especificações de objeto, etc.

É importante que todo o edital seja lido com bastante atenção e caso a empresa
não tenha condições de atender as suas exigências terá sempre a opção de não
participar do certame.

Afinal, é o Edital que estabelece todas as regras e exigências para o processo de


contratação, por meio da licitação. Desde as candidaturas de empresas até a
definição de um vencedor.

Destarte, estabelecido as regras e as condições do processo de contratação


caberá aos interessados e principalmente a própria administração cumprir como
que foi determinado, tal como previsto no Art. 41, in verbis:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao


qual se acha estritamente vinculada.
Portanto, com vistas a manutenção da isonomia entre os participantes, não há
dúvidas de que as regras do Edital devem ser respeitadas não só pelas empresas
interessadas, mas também e principalmente pela diretora do CREFITO, na medida
em que foi ela mesma quem elaborou o Instrumento convocatório. Não há sentido
não cumprir com suas próprias regras.

Ademais, não custa lembrar que a licitação se destina a seleção da proposta mais
vantajosa para a administração, desde que observado o princípio constitucional da
isonomia, devendo ser processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade e da vinculação ao instrumento convocatório, sob
pena de nulidade.

Nesse sentido, a empresa FIRMIANO SEGURANÇA PATRIMONIAL, ora


recorrente, pretende apenas que administração do CREFITO cumpra com o que
foi estabelecido no seu próprio Edital, sob pena de desfiguração da legislação.

5. DOS DESCUMPRIMENTOS AS REGRAS DO EDITAL.

5.1. DESCONFORMIDADE DA PROPOSTA.

De acordo com o subitem 3, alínea “b” do Edital, observa-se o mesmo determinou


que SOMENTE poderão participar da licitação as empresas interessadas que
atenderem as exigências do Instrumento convocatório.

Por definição, verifica-se que administração adotou (ao menos em tese), o


princípio da legalidade e vinculação como critério objetivo de julgamento, todavia,
na prática, deixou a desejar, vez que não respeitou os procedimentos de que trata
os Arts. 28 a 30 do Decreto 10.024/2019, tampouco a determinação do §2º, do Art.
23 do referido diploma.

Note senhor Pregoeiro, que a proposta da empresa OGVIG SEGURANCA, ora


recorrida, foi cadastrada no valor de R$ 765.000,00 (setecentos e sessenta e cinco
mil reais), ao passo que o limite máximo estimado pela administração para essa
contratação foi de apenas R$ 691.468,32 (seiscentos e noventa e um mil
quatrocentos e sessenta oito reais e trinta e dois centavos), ou seja, de R$
73.531,68 (setenta e três mil quinhentos e trinta e um reais e sessenta e oito
centavos) a mais.

Via de regra, caberia ao Edital prever as regras e procedimentos que devem ser
adotados com relação as propostas cadastradas, principalmente aquelas acima da
estimativa, todavia, o mesmo foi visivelmente omisso nesse sentido, restando as
empresas interessadas (atentas a legislação) solicitar os devidos esclarecimentos.

Nesse sentido, conforme se observa do PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS Nº 3,


questionamento nº 8, foi solicitado ao Pregoeiro que esclarecesse com relação aos
procedimentos que seriam adotados para os licitantes que cadastrassem preço
acima do estimado, ou seja, se as mesmas seriam desclassificadas ANTES ou
DEPOIS da fase de lances.

Em resposta, o pregoeiro foi bastante objetivo e enfático em sua resposta:


“ANTES”

De acordo com a inteligência do § 2º, do Art. 23 do Decreto 10.024/2019, as


respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas pelo sistema e
VINCULARÃO OS PARTICIPANTES E A ADMINISTRAÇÃO.

Logo, a resposta do Pregoeiro que estabeleceu a desclassificação das propostas


ANTES da fase de lances deve ser respeitada, vez que passou a fazer parte
integrante do Edital, impondo que as eventuais propostas cadastradas acima do
valor da estimativa devem ser prontamente desclassificadas o que, diga-se de
passagem, não ocorreu na prática.

A omissão da administração com relação ao cumprimento do Edital, ou seja,


desclassificação das propostas cadastradas acima da estimativa acaba por
favorecer determinadas empresas do mercado que não cumprem com a legislação
e com as exigências do Instrumento convocatório, em arrepio ao que determina o
Art. 41 da lei 8.666/93, desrespeitando a isonomia entre os participantes.

Art. 23. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório serão


enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da
sessão pública, por meio eletrônico, na forma do edital.

§ 1º O pregoeiro responderá aos pedidos de esclarecimentos no prazo de dois


dias úteis, contado da data de recebimento do pedido, e poderá requisitar
subsídios formais aos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos.

§ 2º As respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas pelo sistema e


vincularão os participantes e a administração.

Se isso não bastasse, a Lei 10.520/02 previu expressamente em seu Art. 4º, inciso
VII a necessidade de verificação, ANTES DA FASE DE LANCES, da conformidade
das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório, em
alinhamento com o DECRETO Nº 10.024/2019 que estabeleceu em seus artigos
28 a 30, o seguinte:

Art. 28. O pregoeiro verificará as propostas apresentadas e desclassificará aquelas


que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no edital.

Parágrafo único. A desclassificação da proposta será fundamentada e registrada


no sistema, acompanhado em tempo real por todos os participantes.

Art. 29. O sistema ordenará automaticamente as propostas classificadas pelo


pregoeiro.

Parágrafo único. SOMENTE AS PROPOSTAS CLASSIFICADAS PELO


PREGOEIRO PARTICIPARÃO DA ETAPA DE ENVIO DE LANCES.

Art. 30. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva,


oportunidade em que os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por
meio do sistema eletrônico.

Sendo assim, conforme se observa do Edital (resposta ao pedido de


esclarecimento) e da própria legislação em vigor, a proposta cadastrada em
desconformidade com as exigências da administração deverá ser desclassificada
antes de iniciar a fase competitiva.

Basta que se verifique o Edital (resposta do Pregoeiro), o Art. 29 da Lei 10.520/02


(Lei do Pregão) e o Art. 23 do Decreto 10.024/2019 (Regulamenta o Pregão
eletrônico).

5.2. DESCONFORMIDADE DA PLANILHA DE CUSTOS.

O subitem 5.6.5 do Edital determinou expressamente que as propostas comerciais


das empresas interessadas deverão ser preenchidas em conformidade com o
Modelo de Proposta de Preços constante do Anexo I do Termo de Referência.

Todavia, de modo a não deixar dúvidas com relação a obrigatoriedade ou não de


utilização do referido modelo de proposta, verifica-se que o Pregoeiro foi
novamente questionado sobre o tema, com a seguinte pergunta:

Senhor pregoeiro, “O modelo de planilha do edital é de uso obrigatório? ”

Resposta: “Sim conforme caderno de Logística”.

Destarte, conforme repisado anteriormente, todas as respostas aos pedidos de


esclarecimentos farão parte integrante do Edital e vincularão tanto os participantes
quanto a administração as suas condições (§2º do Art. 23, do Decreto
10.024/2019), logo, tendo o Pregoeiro condicionado a utilização dos modelos
disponibilizados pelo Edital evidente que nenhuma empresa poderia utilizar de
outra prerrogativa, senão cumprir em igualdade de condições as exigências
comuns a todos os licitantes.

A utilização do modo de planilha constante no Edital passou a ser, portanto, uma


EXIGÊNCIA e não uma simples orientação, lembrando que a Administração não
pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
vinculada.

No entanto, não é isso que se observa da planilha acostada ao processo de


licitação pela empresa OGVIG SEGURANCA que visivelmente se favoreceu de
procedimento diverso.

Note Pregoeiro que o fato de a planilha apresentada pela OGVIG SEGURANCA


estar em desacordo com o que foi determinado pelo Pregoeiro e pela legislação
vigente (Caderno de logística), causa uma discrepância muito grande entre os
valores reais e aqueles apresentados favorecendo, evidentemente, a recorrida.

Apenas à guisa de exemplo, entre as inconsistências encontradas podemos


destacar:

a) Módulo 1 – Adicional Noturno: Valor de R$ 334,36, em desacordo com a


planilha constante do caderno de logística, cujo cálculo correto é (salário base +
adicional de periculosidade) x 58,33% x 20%.

Note Pregoeiro que não foi cotado Hora Noturna Reduzida, cujo cálculo correto é
(salário base + adicional de periculosidade) x 8,33% x 1,2.

b) Submódulo 2.1 letra F – SAT/INSS: Consta o percentual de 1,00%. Sendo o


FAP da empresa igual a 1 e o RAT igual a 3,00%, quando na verdade o percentual
correto a ser inserido na planilha é 3,00%, pois SAT=RAT x FAP.

Torna-se evidente, portanto, que a planilha de custos utilizada pela recorrida não
se coaduna com o caderno de logística exigido pelo Edital, favorecendo-a
ilegalmente.

5.3. DA ATIVIDADE CLANDESTINA E DESCUMPRIMENTO DA IN 05/2017.

De acordo com o subitem 10.7, do ANEXO VII-A da IN SEGES 05/2017, observa-


se que no caso de contratação de serviços por postos de trabalho será aceito o
somatório de atestados que comprovem que o licitante gerencia ou gerenciou
serviços de terceirização compatíveis com o objeto licitado POR PERÍODO NÃO
INFERIOR A 3 (TRÊS) ANOS.

Exigência semelhante se observa no SUBITEM 9.4.1.3 do EDITAL, in verbis:

9.4.1. Para fins de comprovação da Capacidade Técnico-operacional:

9.4.1.1. 01 (um) atestado e/ou declaração de capacidade técnica, no mínimo,


expedido por pessoa jurídica de direito público ou privado, em nome da licitante,
que comprove a aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características e quantidades com o objeto desta licitação, de forma
satisfatória, demonstrando que a licitante gerencia ou gerenciou serviços de
vigilância, com, no mínimo, 6 (seis) postos de vigilante.

9.4.1.2. Os atestados de capacidade técnico-operacional deverão referir-se a


serviços prestados no âmbito da atividade econômica principal ou secundária da
CONTRATADA especificadas no contrato social vigente, registrado na junta
comercial competente, bem como no cadastro de pessoas Jurídicas da Receita
Federal do Brasil – RFB, e terem sido expedidos após a conclusão dos contratos
ou decorrido, pelo menos, 01 (um) ano do início de sua execução, exceto se
firmado para ser executado em prazo inferior;

9.4.1.3. Os atestados deverão comprovar que a CONTRATADA gerencia ou


gerenciou serviços de vigilância POR PERÍODO NÃO INFERIOR A 03 (TRÊS)
ANOS;

Como se sabe, Pregoeiro, as exigências de qualificação técnica têm por objetivo


verificar, pela análise de sua experiência pretérita, se o licitante possui realmente
condições técnicas mínimas para executar a contento o objeto do certame,
evitando que o Poder Público contrate com pessoas desqualificadas.

De uma simples, porém atenta leitura do Edital e do Normativo em epígrafe salta


aos olhos que o legislador definiu que uma das exigências da qualificação técnica
nesse sentido é a comprovação de experiência mínima de 03 anos.
Ora Pregoeiro, como poderia a empresa Recorrida ter comprovado experiência
igual ou superior a 03 anos se a mesma possui menos tempo do que isso de
autorização de funcionamento?

Frise-se, por oportuno, que diferentemente de outras atividades econômicas como


limpeza e conservação, copeiragem, motoristas e etc... As atividades de
segurança privada são reguladas, autorizadas e fiscalizadas pelo Departamento de
Polícia Federal - DPF nos termos da legislação específica, tal como previsto na
Portaria 3233/2012 DG-DPF, de modo que somente poderão operar com a devida
autorização de funcionamento.

Registre-se, por oportuno, que o exercício da atividade de vigilância patrimonial,


cuja propriedade e administração são vedadas a estrangeiros, dependerá de
autorização prévia do DPF, por meio de ato do Coordenador-Geral de Controle de
Segurança Privada, publicado no Diário Oficial da União, na forma estabelecida
pelo Art. 4º da Portaria em referência, pois, caso contrário, restará caracterizado
exercício de ATIVIDADE CLANDESTINA E ILEGAL.

Além da autorização de funcionamento em epígrafe, as empresas que exercem


atividade de segurança privada deverão possuir ainda instalações físicas
aprovadas pelo Delegado Regional Executivo - DREX da respectiva unidade da
federação, após realização de vistoria pela DELESP ou Comissão de Vistoria, de
modo que ao final do processo, caso seja aprovado, receberá um certificado de
segurança, sem o qual não poderá operar.

No caso da empresa OGVIG SEGURANCA E VIGILANCIA PATRIMONIAL LTDA,


observa-se que essa AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO somente foi
concedida em 05/07/2017, ou seja, a menos de 03 anos o que, por definição
lógica, tornaria impossível qualquer comprovação de experiência igual ou superior
a 03 anos, demonstrando novamente o descumprimento aos requisitos básicos de
habilitação.

Com Respeito Pregoeiro, só existem 03 hipóteses possíveis para os documentos


apresentados pela recorrida:

1) Ou um ou mais atestados são falsos;

2) Os serviços de vigilância eram prestados de forma clandestina (antes da


autorização do Departamento de Polícia Federal) quando os atestados foram
emitidos ou;

3) O atestado apresentado refere-se a outra empresa que não a Recorrida.

De acordo com o Art. 192 da Portaria 3.233/2012, a execução não autorizada das
atividades de segurança privada por pessoa física ou jurídica, por meio de
qualquer forma, implicará a lavratura do auto de encerramento respectivo.

Diante ao exposto, considerando que é facultado ao Pregoeiro, bem como,


autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de DILIGÊNCIA
destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, protesta-se
desde já pela verificação junto ao DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
sobre a possibilidade do exercício da atividade de vigilância (armada ou não) sem
a devida autorização de funcionamento, pois, caso contrário, a Recorrida estará
incorrendo em infração administrativa gravíssima.

Registre-se, por oportuno, que tal procedimento de diligencia poderá ser facilmente
realizado por meio do endereço eletrônico dapex.cgcsp@dpf.gov.br cuja resposta
ocorre em menos de 48horas, ou seja, basta que se queria verificar.

Outro fato bastante interessante e que certamente o Departamento de Polícia


Federal terá imensa satisfação em esclarecer a Diretoria do CREFITO é como a
empresa OGVIG SEGURANCA poderia apresentar um atestado de capacidade
técnica e um contrato de prestação de serviços de vigilância com a CHOPERIA
DECK CARIOCA, assinado com data de 01/08/2016, ou seja, praticamente 01
(um) ano antes de ter autorização da DPF.
Conforme repisado anteriormente só existem três possibilidades: 1º) Ou o atestado
é falso ou 2ª) a empresa recorrida prestou serviços de vigilância de forma
clandestina, ou seja, sem a devida autorização de funcionamento ou 3º) Os
atestados referem-se a outra empresa.

5.4. DA AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS.

De acordo com o subitem 9.1 do edital, encerrada a etapa de lances da sessão


pública, a licitante detentora da melhor proposta ou lance deverá encaminhar a
documentação referente à habilitação, no prazo máximo de 03 (três) horas, por
convocação do Pregoeiro pelo Sistema Eletrônico, cujo rol de documentos
encontra-se acostado ao longo do item 9 do Edital.

Transcorrido o prazo de 03 (três) horas, não serão considerados, para fins de


análise, sob qualquer alegação, o envio da documentação de habilitação ou de
qualquer outro documento complementar ou retificador ou que deveria ter sido
remetido juntamente com a proposta, consoante expressa previsão do subitem
9.1.3.

Todavia, encerrado o prazo de que trata o subitem acima, observa-se que


recorrida DEIXOU DE APRESENTAR UM EXTENSO ROL DE DOCUMENTOS DE
HABILITAÇÃO exigidos Edital, senão vejamos:

1) Não foi apresentado o ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO EXPEDIDO PELO


MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, devidamente publicado no D.O.U., conforme
estabelece a Lei n.º 7.102, de 20/06/1983, regulamentada pelo Decreto n.º 89.056,
de 24/11/1983, e pela Portaria DG/DPF n.º 387, de 28/08/2006, e alterações
posteriores (Documento exigido pelo subitem 9.4.1.6).

2) Não foi apresentado o CERTIFICADO DE SEGURANÇA ATUALIZADO,


expedido pelo Departamento de Polícia Federal, do Ministério da Justiça, de
acordo com a Portaria DG/DPF n.º 387, de 28/08/2006, e alterações posteriores
(Documento exigido pelo subitem 9.4.1.7).

3) Não foi apresentado a DECLARAÇÃO DO LICITANTE, sob assinatura do


Representante legal da empresa, de que, sendo vencedora da Licitação, em até 10
(dez) dias corridos após a assinatura do Contrato, apresentará à CONTRATANTE
uma cópia autenticada do comprovante de conclusão, com aproveitamento
suficiente e dentro do prazo de validade, do curso de formação e/ou reciclagem
dos vigilantes designados para a execução dos serviços, realizado junto à
empresa devidamente autorizada pelo Ministério da Justiça, nos termos da
Portaria n.º 387, de 28/08/2006, e alterações posteriores (Documento exigido pelo
subitem 9.4.2)

4) Não foi apresentado DECLARAÇÃO DO LICITANTE, sob assinatura do


Representante legal da empresa, de que, sendo vencedora da licitação
comprovará junto à CONTRATANTE o nível de escolaridade exigida para os
profissionais (Documento exigido pelo subitem 9.4.4)

5) Não foi apresentado DECLARAÇÃO DA LICITANTE, assinada pelo


Representante legal da empresa, de que, caso seja declarada vencedora da
Licitação, instalará, no Rio de Janeiro - RJ, sede, filial ou representação, dotada de
infraestrutura administrativa e técnica, adequadas, com recursos humanos
qualificados, necessários e suficientes para a prestação dos serviços contratados,
a ser comprovada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias contados a partir da
assinatura do contrato (Documento exigido pelo subitem 9.4.5)

6) Não foi apresentado DECLARAÇÃO DA LICITANTE, assinada pelo


Representante legal da empresa, de que, sendo vencedora da Licitação, se
responsabiliza por quaisquer danos causados por seus empregados à União e
servidores da CONTRATANTE, dentro da área e dependências onde serão
prestados os serviços, bem como pelo desaparecimento de bens da União e de
terceiros, seja por omissão ou negligência de seus empregados (Documento
exigido pelo subitem 9.4.6).

7) Não foi apresentado DEMONSTRAÇÃO DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO igual ou


superior a 1/12 do valor total dos contratos firmados (ou instrumentos
equivalentes) pela licitante com a Administração Pública e com empresas privadas,
vigentes na data de abertura da licitação. (Acórdão TCU nº 1214/2013-Plenário e
IN SLTI n.º 02/2008 e alterações posteriores), conforme exigido pelo subitem
9.4.6.6.

8) Não foi apresentado DECLARAÇÃO que detalhe os contratos firmados (ou


instrumentos equivalentes) e os respectivos valores, conforme modelo constante
no Anexo IV do Termo de Referência, acompanhada da Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE) relativa ao último exercício social. (Acórdão TCU nº
1214/2013-Plenário e IN SLTI n.º 02/2008 e alterações posteriores), conforme
exigido pelo subitem 9.4.6.6.1.

9) Não foi apresentado CERTIDÃO NEGATIVA DE FALÊNCIA, concordata ou


execução patrimonial, expedida pelo distribuidor da sede da licitante, conforme
exigido pelo subitem 9.5.3, alínea “a”.

Note Pregoeiro, que além da extensa lista de documentos que não foram
apresentados pela empresa recorrida referente ao item 9 do Edital, ainda existem
outros, a exemplo da convenção coletiva de trabalho que deu origem a proposta
ofertada que também não foi identificado nos documentos apresentados, conforme
exigência do subitem 12.1.2 do Termo de Referência, in verbis:

“A licitante DEVERÁ ENCAMINHAR, JUNTO COM AS PLANILHAS, UMA CÓPIA


dos Acordos, dos Dissídios ou das CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO
DAS CATEGORIAS utilizados na formulação dos preços ”.

Sendo assim, em que pese o nosso absoluto respeito com relação a decisão que
classificou e habilitou forçosamente a empresa OGVIG SEGURANCA no certame,
mister esclarecer que o procedimento em tela não merece prosperar, tampouco se
sustenta, ao menos no aspecto da legalidade, vez que citada empresa não
cumpriu com as exigências do Edital

6. DA CONCLUSÃO.

DIANTE A TODO O EXPOSTO, após atenta análise dos documentos de


habilitação apresentados pela recorrida, “salta aos olhos ” que existem inúmeros
empecilhos a adjudicação e homologação do resultado proferido pelo Pregoeiro,
tornando impossível a contratação da empresa OGVIG SEGURANCA para os
serviços licitados, sob pena de afronta a legislação e a isonomia entre os
participantes.

Deveras, entre as inconsistências mais relevantes identificadas até o momento,


podemos destacar as seguintes:

a) A empresa Recorrida apresentou proposta bem acima da estimativa quando o


próprio Pregoeiro informou expressamente que esse procedimento não seria
admitido carecendo, portanto, de vício insanável.

b) A empresa se utilizou de modelo de planilha diverso ao que foi exigido pelo


Pregoeiro, mascarando e se beneficiando dos custos reais da contratação, quando
em resposta aos pedidos de esclarecimento foi estabelecido que esse
procedimento não seria admitido.

c) A recorrida apresentou atestados de capacidade técnica em data anterior a sua


autorização de funcionamento suscitando, inevitavelmente, fortes indícios de
fraude o que, demanda imediata ciência do Departamento de Polícia Federal no
endereço já informado, sob pena de responsabilidade solidária da própria Diretoria
do CREFITO.

d) Simplesmente, metade dos documentos de habilitação de que trata o subitem 9


do Edital não foram SEQUER apresentados.

Com base nas informações apresentadas, a Recorrente requer que o Nobre


Pregoeiro se digne a dar provimento ao presente Recurso Administrativo
determinando a imediata desclassificação e ou inabilitação da empresa OGVIG
SEGURANCA no certame, procedendo ao exame das propostas subsequentes, a
sua aceitabilidade e as condições de habilitação, na ordem de classificação, e
assim sucessivamente, até a apuração de uma proposta ou lance que satisfaça às
condições e exigências constantes no Edital e seus anexos.

Termos em que
P. Deferimento.

Rio de Janeiro/RJ, 27 de janeiro de 2020.


FIRMIANO SEGURANÇA PATRIMONIAL EIRELI - EPP

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