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§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção No nosso exemplo, você precisa justificar a Uma vez feita essa prova em juízo, sobre o
àquele que pretender justificar a existência existência de uma relação jurídica, qual seja, verdadeiro proprietário do bem, depois do
ALERTA PRÁTICO: deixar claro que não se
de algum fato ou relação jurídica para Aqui está o fundamento para a propositura de que o Marcelo é proprietário de um carro, contraditório exercido na ação probatória
Mas o ouro deste artigo está no § 5º: trata de uma ação de produção antecipada
simples documento e sem caráter da Ação Probatória Autônoma. pois anda com ele diariamente, mas autônoma, você estará bem mais perto do
de provas
contencioso, que exporá, em petição registrou o bem em nome da Sogra, que deferimento do pedido de penhora na sua
circunstanciada, a sua intenção. nunca fica com a posse do bem. execução.
O objetivo dessa ação não é que o juiz Mas simplesmente documentar em juízo,
1 declare algo (que o Marcelo é o
proprietário do veículo, por exemplo).
mediante o contraditório, a existência de
um fato ou relação jurídica.
3
competência do juízo do foro onde esta
Qual é o juízo competente para essa ação? Art. 381, § 2º, do CPC
deva ser produzida ou do foro de domicílio
do réu.
Você deve mostrar que ajuizou a ação Lembra, sempre, que pra conseguir uma Simplesmente juntando os elementos de
Para garantir a utilidade prática da ação
10 probatória autônoma e pedir que, até o medida cautelar, você tem que prova que você já tem...Mostra o Marcelo E mostra o ajuizamento da ação probatória
A necessidade de uma medida cautelar probatória, você deve pedir uma medida E como fazer isso na prática
encerramento dessa ação, que seja demonstrar minimamente a desfilando com o carro, fotografias, vídeos autônoma
cautelar ao juízo da execução.
impedida a venda do bem em discussão. verossimilhança de suas alegações. e etc.
O primeiro conceito que precisamos rever Como regra, o devedor responde pelo
pagamento da dívida com os seus bens,
Art. 789. O devedor responde com todos
Mas o art. 790 do CPC apresenta
hipóteses em que mesmo estando em
é o de RESPONSABILIZAÇÃO com aquilo que está registrado em seu
nome. Isso está previsto no art. 789 do
os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as
nome de outras pessoas, um bem pode
ser penhorado para pagar dívida do
Você conhece essas hipóteses? Sabe como
aplicá-las na prática?
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
VII - do responsável, nos casos de
desconsideração da personalidade jurídica.
PATRIMONIAL CPC
restrições estabelecidas em lei.
executado
- etc
1.1.1.1. Mesmo devendo pra Deus e o mundo, Marcelo vivia andando de carro de luxo pra baixo e pra cima
1.1.1.1.1. Ele ostentava uma vida de luxo e ainda tirava onda da cara dos credores...
1.1.1.1.1.1. O que ele não esperava é que o advogado de um de seus credores fosse meu aluno...
1.1.1.1.1.1.1. Ele não esperava que o meu aluno fosse aplicar na prática o que ele aprendeu com o Método PPCR e fosse conseguir
desmontar toda a farsa montada pelo Marcelo...
1.1.1.1.1.1.1.1. No caso, o credor do Marcelo, cliente do meu aluno, descobriu que o carro que Marcelo desfilava estava registrado no
nome da sogra dele...
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Qual é ação adequada a ajuizar? Ou basta um pedido dentro da própria execução?
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. E as provas? Que provas eu preciso apresentar para ter esse pedido acolhido?
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O melhor é que, além de te ensinar, ainda hoje você vai receber um modelo da ação que eu vou
te ensinar a usar
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. A melhor ferramenta jurídica para provar que um bem é do devedor, apesar de
não estar no nome dele se chama
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1. 1
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.1. O objetivo dessa ação não é que o juiz declare algo (que o Marcelo é o
proprietário do veículo, por exemplo).
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.2. 2
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.3. 3
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.4. 4
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.5. 5
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.6. 6
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.7. 7
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.7.1.1. Sim
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.8. 8
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.8.1.1. Art. 382, § 4º, do CPC: Neste procedimento, não se admitirá defesa ou
recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente
originário.
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.9. 9
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.9.1.2.1.1. Como a lei não fala em que prazo, isso terá que ser feito no
prazo assinalado pelo juiz ou em 5 dias, caso o juiz não estabeleça prazo (art. 218, § 3º, CPC).
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.10. 10
1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.10.1.1. Para garantir a utilidade prática da ação probatória, você deve pedir
uma medida cautelar ao juízo da execução.
2. 2
2.1. O caso da Holding familiar
2.1.1. Vamos estudar o caso daquele cidadão muito esperto que, com o intuito de se livrar de credores, decidiu abrir uma HOLDING PATRIMONIAL
2.1.1.1. Ele transfere todos os seus bens para o nome de uma empresa, da qual são sócios ele e os filhos
2.1.1.1.1. A partir daí não tem mais nada em seu nome
2.1.1.1.1.1. Mas mesmo assim ele continua contraindo dívidas, continua assumindo novas obrigações
2.1.1.1.1.1.1. Agora imagina que você é procurado por um cliente que tem um crédito com esse espertão, mas não consegue receber, já
que não existe nada no nome dele
2.1.1.1.1.1.1.1. Eu vou te mostrar que basta conhecer o remédio jurídico e saber como produzir a prova, para que você consiga ter
sucesso na execução
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Para te ajudar a resolver esse problema prático, precisamos relembrar alguns conceitos jurídicos
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Como regra, o devedor responde pelo pagamento da dívida com os seus bens, com aquilo que está
registrado em seu nome. Isso está previsto no art. 789 do CPC
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento
de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas o art. 790 do CPC apresenta hipóteses em que mesmo estando em nome de outras
pessoas, um bem pode ser penhorado para pagar dívida do executado
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. O segundo conceito necessário para resolver o nosso caso é o conceito de DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. Você precisa conhecer todas as hipóteses previstas em lei que permitem a desconsideração da
personalidade jurídica
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Mas para a nossa aula de hoje basta conhecer o que dispõe o art. 50 do CC
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Exemplo:
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.2.1.1.1.2.1. Exemplo:
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.2.1.1.1.4.1.1.1.1.1.4. - etc
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.2.1.1.1.4.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Você só
precisa conhecer e colocar em prática
2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.2.1.1.1.4.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.
Vamos ver mais ações que você deve tomar
3. 3
3.1. O devedor abre uma MEI, cria dívida nela, mas mantém bens no seu patrimônio pessoal
4. 4
4.1. A técnica do dinheiro de risco
4.1.1. A empresa devedora recebe suas vendas na máquina de cartão de outra empresa
5. 5
5.1. O devedor - empresa matriz - deixa sua conta bancária zerada e usa a conta de uma filial ou vice versa
5.1.1.1. Recurso Repetitivo: tema 614: Inexiste óbices à penhora, em face de dívidas tributárias da matriz, de valores depositados em nome das
filiais.
6. 6
6.1. O caso da sucessão empresarial
6.1.1. O devedor fecha uma empresa quebrada, mas abre outra no mesmo local, com outro nome e com sócios diferentes (um filho e um laranja)
6.1.1.1.1. A empresa antiga, devedora do seu cliente, tá quebrada e não tem nada no nome
6.1.1.1.1.1.1. Eis um caso clássico de RESPONSABILIZAÇÃO PATRIMONIAL....um caso de sucessão empresarial fictícia
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1. 1
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Como você sabe, é perfeitamente possível que o empresário resolva alienar, arrendar ou mesmo dar
em usufruto a seu estabelecimento comercial.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O tema é regulado pelo Código Civil nos artigos 1.144 e seguintes:
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Havendo o respeito a todas a formalidade na venda, o art. 1446 do Código Civil estabelece
que o adquirente fica responsável pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente
contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas e quando essa sucessão é feita de forma irregular, sem qualquer formalização?
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2. 2
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. A sucessão empresarial tácita - como responsabilizar a empresa sucessora pelo pagamento de dívidas
da empresa sucedida.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. O que fazer quando a sucessão empresarial ocorre de forma irregular, sem as formalizações
necessárias...
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Em muitos casos, em razão da grande quantidade de dívida, uma empresa simplesmente fecha
as portas, deixando largo débito. Ela continua existindo juridicamente, pois não recebe baixa na junta comercial, mas
deixa de existir fisicamente.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. E logo em seguida, outra empresa é aberta no mesmo local, com novos sócios, nova
denominação, mas explorando o mesmo ramo de atividade, atendendo a mesma clientela.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1. Sim. Para tanto é necessário que fique demonstrado o que a doutrina denomina
de "Trespasse Fraudulento";
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1. “Se as circunstâncias dos autos indicam que a Executada foi sucedida
por outra empresa, que teve o mesmo objetivo social, funciona no mesmo endereço comercial e utiliza
das mesmas instalações e mercadorias da devedora originária, a empresa sucessora torna-se
responsável pelas dívidas que a sucedida contraiu no exercício de suas atividades. Evidenciado o abuso
da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade e fraude contra credores, as obrigações
da empresa sucedida devem ser estendidas à sucessora” (Arnaldo Rizzardo. Direito de Empresa, 2ª ed.,
Forense, 2007, p. 1112).
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.3.1. 1
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.3.2. 2
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.3.3. 3
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.3.4. 4
6.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.3.5. OBS 1
6.1.1.1.1.1.1.1.1.3. 3
6.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.1.1. Porque não há previsão expressa de procedimento para esse tipo de caso. Então, o
procedimento da desconsideração, previsto no art. 133 e seguintes do CPC, garante a todos os envolvidos o pleno
exercício do direito de defesa, antes de ser imposta qualquer responsabilização.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.1.1.1. Lembra que o STJ decidiu que não há honorários no incidente? Então vale a pena ajuizar