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BOLETIM OFICIAL
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ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 58/IX/2019:
Procede à primeira alteração à Lei n.º 104/VIII/2016, de 06 de janeiro, que estabelece os princípios e
regras aplicáveis ao Sector Público Empresarial..................................................................................1390
Lei n.º 59/IX/2019:
Procede à primeira alteração à Lei n.º 88/VII/2011, de 14 de fevereiro, que define a organização, a
competência e o funcionamento dos tribunais judiciais......................................................................1390
Lei n.º 60/IX/2019:
Extingue o International Support For Cabo Verde Stabilization Trust Fund, criado pela Lei nº 69/V/98, 17 de
agosto e, consequentemente, extingue os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF) detidos
pela Direção-geral do Tesouro, bem como autoriza a troca dos TCMF detidos pelo Banco de Cabo Verde
por títulos do Tesouro, nos termos do Decreto Regulamentar definido para o efeito.............................1406
Lei n.º 61/IX/2019:
Cria o Fundo Soberano de Emergência, adiante designado Fundo de Emergência e, ainda, extingue o Fundo
Especial de Estabilização e Desenvolvimento (FEED), criado pela Lei n.º 71/V/98, de 17 de agosto...............1407
CONSELHO DE MINISTROS
Decreto nº 5/2019
Aprova o Acordo de empréstimo celebrado entre a República de Cabo Verde e o Banco Internacional para
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), destinado ao Financiamento da Política de Desenvolvimento
de Gestão de Riscos de Desastres em Cabo Verde............................................................................1410
Decreto nº 6/2019:
Aprova o contrato de financiamento celebrado entre a República de Cabo Verde e a Associação Inter-
nacional para o Desenvolvimento (AID), com o objetivo de financiamento da Primeira Reforma das
Empresas Públicas e Financiamento da Elaboração da Política de Gestão Fiscal...........................1414
Decreto nº 7/2019:
Aprova o Acordo de financiamento celebrado entre a República de Cabo Verde e a Associação Internacional
de Desenvolvimento (AID), destinado ao financiamento da Política de Desenvolvimento de Gestão de
Riscos de Desastres em Cabo Verde...................................................................................................1418
Resolução nº 95/2019:
Autoriza o Ministro das Finanças a proceder à permuta de terrenos entre o Estado de Cabo Verde e a
Empresa Débora Imobiliária, SU. Lda..................................................................................................1422
Resolução nº 96/2019:
Fixa a remuneração do Gestor Executivo do Fundo Autónomo de Desenvolvimento e Segurança do
Transporte Marítimo Inter-ilhas (FADSTM)......................................................................................1423
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Com a então reforma legal, de 2016, á referida lei, se 3. Pode o Governo criar uma entidade pública, tutelada
pretendeu melhorar a competitividade, o desempenho, pelo membro do Governo responsável pela área das finan-
proporcionando maior eficácia e transparência na gestão, ças, para gerir as participações do Estado, cabendo-lhe,
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visando dotar o país dum sector empresarial moderno e neste caso, o exercício da função acionista, nos termos
com um sistema de governação do sector estatal. definidos por lei e pelos seus estatutos.
Ainda assim, o desafio proposto pelo Governo passa 4. […]
por melhorar o desempenho e a competitividade das 5. Os ministérios sectoriais colaboram com o membro
empresas públicas, bem como, a prestação de contas, do Governo responsável pela área das Finanças no ex-
ficando as mesmas obrigadas a apresentá-las de forma ercício da função acionista, nas matérias que lhes dizem
mais rigorosa e transparente. respeito, em conformidade com as orientações previstas
Outrossim, face à extinção e consequente fusão da no artigo seguinte.
Unidade de Privatizações e Parcerias Público-Privadas Artigo 3.º
com o Serviço das Participadas do Estado, foi criada, a
Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Entrada em vigor
Estado, denominada UASE, através do Decreto-Lei n.º A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
57/2016, de 9 de novembro, alterada pelo Decreto-Lei sua publicação.
n.º 28/2018, de 24 de maio, que aprova a orgânica do
Ministério das Finanças. Aprovada em 28 de junho de 2019.
Por conseguinte, a UASE tem como missão principal O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro
apoiar o Ministro das Finanças no exercício da função Maurício dos Santos
acionista do Estado e na intervenção junto das empresas
públicas. Promulgada em 16 de julho de 2019.
Assim, ––––––
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, Lei n.º 59/IX/2019
nos termos da alínea b) do artigo 175. ° da Constituição, de 29 de julho
o seguinte:
PREÂMBULO
Artigo 1.º
Objeto A Lei n.º 88/VII/2011, de 14 de fevereiro, define a orga-
nização, a competência e o funcionamento dos tribunais
A presente lei procede à primeira alteração à Lei n.º 104/ judiciais. Volvidos cerca de sete anos após o seu início de
VIII/2016, de 06 de janeiro, que estabelece os princípios vigência, urge introduzir alterações na mesma, decorren-
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a) […]
2. Em consequência do aditamento dos artigos 16.º-A e
b) […] 16.º-B, é alterada a secção II do Capítulo II com a epígrafe
“Gestão dos Tribunais”, bem como a correspondente sub-
c) […] secção I com a epígrafe “Objetivos”, sendo que a Secção II
d) […] do Capítulo II passa a constar como a Secção III.
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meios económicos.
5. Os objetivos processuais do tribunal ou juízo devem
ser refletidos nos objetivos estabelecidos anualmente 2. A lei regula o acesso aos tribunais em caso de insu-
para os oficiais de justiça e ser ponderados na respetiva ficiência económica.
avaliação. Artigo 3.º
6. Os objetivos processuais do tribunal ou juízo devem Função jurisdicional
ser ponderados nos critérios de avaliação dos magistrados
nos moldes que vier a ser definido pelo Conselho. 1. Os tribunais são órgãos de soberania com competência
Artigo 38.º-A para administrar a justiça em nome do povo.
Assessores 2. Incumbe aos tribunais, no âmbito da sua competên-
1. O Supremo Tribunal de Justiça e os Tribunais da cia, dirimir conflitos de interesses públicos e privados,
Relação dispõem de assessores que coadjuvam os mag- reprimir a violação da legalidade democrática e assegurar
istrados, nos termos definidos na lei. a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos
dos cidadãos.
2. Os assessores e os magistrados dos Tribunais da
Artigo 4.º
Relacão são nomeados em comissão de serviço pelo
CSMJ, sob proposta do Presidente da Relação respetivo, Independência dos tribunais e dos juízes
aplicando-se-lhes, com as necessárias adaptações, o Es-
tatuto do Pessoal do Quadro Especial. 1. No exercício das suas funções, os tribunais são inde-
pendentes e apenas estão sujeitos à Constituição e à lei.
Artigo 4.º
Revogação 2. Os tribunais não podem aplicar normas contrárias
à Constituição ou aos princípios nela consagrados.
São revogadas as alíneas a), f) e i) do número 4 do artigo
45. ° da Lei n.º 88/VII/2011, de 14 de fevereiro. 3. Os juízes, no exercício das suas funções, são in-
Artigo 5.º dependentes e só devem obediência à Constituição e à
lei, sem prejuízo do dever de acatamento das decisões
Republicação proferidas em via de recurso pelos tribunais superiores,
É republicada, na íntegra e em anexo como parte in- nos termos da lei.
tegrante à presente lei, a Lei n.º 88/VII/2011, de 14 de 4. A independência dos juízes é assegurada, nomeada-
fevereiro, com a redação atual. mente, pela existência de um órgão privativo de gestão
Artigo 6.º e disciplina da sua magistratura, pela inamovibilidade
Entrada em vigor e pela não responsabilidade pelos seus julgamentos e
decisões, exceto nos casos especialmente previstos na lei.
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
sua publicação. Artigo 5.º
O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro O MP intervém nos tribunais nos termos da Consti-
Maurício dos Santos tuição e da lei.
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Artigo 10.º
de São Vicente;
Ano judicial e abertura solene
c) A área territorial da Comarca da Santa Catarina
1. O ano judicial inicia-se a 1 de outubro de cada ano é a correspondente ao território dos Municípios
e termina a 30 de setembro do ano seguinte. de Santa Catarina e de São Salvador do Mundo;
2. O início de cada ano judicial é assinalado pela re-
alização de uma sessão solene, da responsabilidade do d) A área territorial da Comarca de São Filipe é a
Supremo Tribunal da Justiça e presidida pelo Presidente correspondente aos territórios do Municípios
da República. de São Filipe e de Santa Catarina do Fogo;
Artigo 11.º e) A área territorial da Comarca do Sal é a correspondente
Férias judiciais ao território do Município do Sal;
1. As férias judiciais decorrem, em cada ano, de 1 de f) A área territorial da Comarca de São Domingos
agosto a 15 de setembro. é a correspondente ao território do Município
de São Domingos;
2. Sem prejuízo dos serviços de turno e do mais que
dispuser a lei, os magistrados judiciais e do Ministério g) A área territorial da Comarca de Santa Cruz é
Público, bem como os oficiais de justiça, devem, sempre a correspondente ao território dos Municípios
que possível, gozar os dias de férias a que tenham direito de Santa Cruz e de São Lourenço dos Órgãos;
no período das férias judiciais.
Artigo 12.º
h) A área territorial da Comarca do Tarrafal é a
correspondente ao território dos Municípios do
Coadjuvação das autoridades Tarrafal e de São Miguel;
No exercício das suas funções, os tribunais têm direito i) A área territorial da Comarca do Maio é a correspondente
à coadjuvação das demais autoridades, nomeadamente ao território do Município do Maio;
no que respeita à guarda e proteção das instalações e
à manutenção da ordem pública no decurso dos atos e j) A área territorial da Comarca dos Mosteiros é a
diligências judiciais, sempre que solicitado. correspondente ao território do Município dos
CAPÍTULO II Mosteiros;
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n) A área territorial da Comarca do Paul é a correspondente 5. Os objetivos processuais do tribunal ou juízo devem
ao território do Município do Paul; ser refletidos nos objetivos estabelecidos anualmente
para os oficiais de justiça e ser ponderados na respetiva
o) A área territorial da Comarca de S. Nicolau é a avaliação.
correspondente ao território dos Municípios da
Ribeira Brava e do Tarrafal de São Nicolau; 6. Os objetivos processuais do tribunal ou juízo devem
ser ponderados nos critérios de avaliação dos magistrados
p) A área territorial da Comarca da Boa Vista é a nos moldes que vier a ser definido pelo Conselho.
correspondente ao território do Município da
Boa Vista. Secção III
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3. O STJ funciona como tribunal de primeira instância a) Primeira secção que trata de causas em matéria
nos casos previstos na lei. cível, e funciona como secção comum para todas
Artigo 25.º
as causas não atribuídas às demais secções;
Composição b) Segunda secção, que trata das causas em matéria
criminal e contraordenacional; e
1. O STJ é composto por sete juízes.
c) Terceira secção, que trata das causas em matéria
2. Sem prejuízo do disposto no Estatuto dos Magistra- administrativa, fiscal e aduaneira.
dos Judiciais, no que se refere ao concurso para acesso
ao STJ, na falta ou insuficiência de juízes Conselheiros Artigo 31.º
para assegurar a composição ou funcionamento do STJ,
Preenchimento das secções
o Conselho Superior da Magistratura Judicial, sob pro-
posta do seu Presidente, designa um Juiz Desembargador 1. Cabe ao Presidente do STJ distribuir anualmente os
ou Magistrado Judicial de primeira classe, neste caso, juízes pelas secções, tomando em conta, sucessivamente,
com pelo menos quinze anos de judicatura, para exercer o grau de especialização dos mesmos, a preferência que
temporariamente funções no STJ. eles manifestarem, a equidade na sua distribuição e a
3. Para efeitos do número anterior, a designação obe- conveniência do serviço.
dece, por ordem decrescente de preferência, a avaliação
de desempenho e a antiguidade. 2. Os juízes de uma secção podem ser agregados a outra,
em acumulação de funções, tendo sempre em conta os
4. Os Magistrados Judiciais que, nos termos do número critérios estabelecidos no número antecedente.
anterior, exerçam funções no STJ gozam dos mesmos
direitos e regalias que os juízes Conselheiros. 3. O Presidente do STJ pode autorizar a permuta entre
juízes de secções diferentes ou a mudança de secção, tendo
Artigo 26.º em conta o disposto do número 1.
Acesso ao STJ
4. Quando o relator mudar de secção, mantém-se a sua
O acesso ao STJ faz-se por concurso público, nos termos competência e a dos seus adjuntos que tenham tido visto
definidos no Estatuto dos Magistrados Judiciais. para julgamento.
Artigo 27.º Artigo 32.º
Presidente do STJ
Presidentes das secções
O Presidente do STJ é nomeado pelo Presidente da
República, de entre os juízes que compõem o STJ, medi- Todas as secções são presididas pelo Presidente do STJ
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ante proposta destes, para um mandato de cinco anos, que é coadjuvado em cada uma delas pelo mais antigo dos
renovável uma única vez. juízes em funções no Tribunal ou, havendo igualdade na
antiguidade, pelo juiz mais idoso.
Artigo 28.º
Artigo 33.º
Competência do Presidente do STJ
Substituição do presidente e dos juízes do STJ
Compete ao Presidente do STJ:
a) Representar os tribunais judiciais, os tribunais 1. O Presidente do STJ é substituído, nas suas faltas,
administrativos, os tribunais fiscais e aduaneiros ausências e impedimentos pelo juiz mais antigo em fun-
e o tribunal militar de instância; ções no tribunal.
b) Dirigir o tribunal, assegurar o seu normal 2. Os Juízes do STJ são substituídos, nos termos e
funcionamento e superintender na secretaria; para os efeitos estabelecidos na legislação processual,
sucessivamente, pelos juízes mais antigos no STJ e, em
c) Presidir ao plenário, às reuniões das secções e às se tratando de processos provenientes do Tribunal da
conferências, quando a elas assista; Relação de Barlavento, pelos juízes mais antigos no Tribu-
d) Homologar as tabelas das sessões ordinárias e nal da Relação de Sotavento ou, tratando-se de processos
convocar as sessões extraordinárias; provenientes do Tribunal da Relação de Sotavento, pelos
juízes mais antigos no Tribunal da Relação de Barlavento.
e) Assegurar o normal andamento dos processos Artigo 34.º
submetidos ao tribunal;
Periodicidade das sessões
f) Apurar o vencido nas conferências;
g) Exercer as demais competências conferidas por lei. 1. Para efeitos de julgamento, cada secção do STJ, salvo
convocação para apreciação de processos urgentes, reúne-
Artigo 29.º se em sessões quinzenais, segundo agenda elaborada pelo
Organização do STJ Presidente do Tribunal, ouvidos os demais juízes.
1. O STJ organiza-se, em plenário, sob a direção do seu 2. A data e a hora das sessões devem constar de tabela
Presidente, ou por secções. afixada, com a antecedência mínima de uma semana, no
átrio do Tribunal, podendo a mesma ser divulgada por
2. O plenário do STJ é constituído por todos os seus meios eletrónicos.
juízes e apenas pode funcionar com a presença de, pelo
menos, dois terços dos juízes em efetividade de funções. 3. O Plenário do STJ reúne-se, em regra, mensalmente,
3. Em secção, o STJ funciona com três dos seus juízes, observando-se, com as devidas adaptações, o disposto nos
podendo um mesmo juiz fazer parte de mais do que uma números anteriores.
secção. Artigo 35.º
Artigo 30.º Turnos
Número de secções
1. No STJ são organizados turnos para o serviço urgente
O STJ funciona com três secções: durante as férias judiciais ou quando o serviço o justifique.
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e) Conhecer dos conflitos de competência entre as 1. Os Tribunais da Relação são compostos no mínimo
secções; de três juízes e máximo de sete juízes, nos termos da
presente lei.
f) Exercer as demais competências conferidas por lei.
2. Sem prejuízo do disposto no Estatuto dos Magistra-
Artigo 37.º
dos Judiciais, no que se refere ao concurso para acesso
Competência das secções ao Tribunal da Relação, na falta ou insuficiência de
juízes Desembargadores para assegurar a composição
Compete ao STJ, funcionando por secções: ou funcionamento dos Tribunais de Relações, o Conselho
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a) Julgar as ações propostas contra os Juízes do Superior da Magistratura Judicial, sob proposta do seu
Tribunal Constitucional, do STJ, dos Tribunais Presidente designa o Magistrado Judicial de primeira ou
da Relação e os magistrados do Ministério Público de segunda classe, neste caso, com pelo menos dez anos
que exerçam funções naqueles Tribunais por de judicatura, para exercer temporariamente funções
factos praticados no exercício das suas funções; na Relação.
b) Julgar os recursos das decisões proferidas pelos 3. Para efeitos do número anterior, a designação obe-
tribunais de segunda instância, nos termos das dece, por ordem decrescente de preferência, a avaliação
leis do processo; do desempenho e a antiguidade.
c) Exercer jurisdição em matéria de habeas corpus 4. Os Magistrados Judiciais que, nos termos do número
por detenção ou prisão ilegal nos termos das anterior exerçam temporariamente funções na Relação
leis do processo; gozam dos mesmos direitos e regalias que os juízes De-
sembargadores.
d) Conhecer dos pedidos de revisão de sentenças
penais e suspender a execução da sanção quando Artigo 40.º
a revisão tenha sido decretada; Conferência e reunião
e) Conhecer dos conflitos de competência entre Os Tribunais da Relação funcionam em conferência,
tribunais da Relação, entre tribunais judiciais composta por três juízes.
de primeira instância, entre estes e os tribunais
administrativos e os fiscais e aduaneiros ou o Artigo 41.º
tribunal militar de instância e, em geral, entre Assessores
quaisquer categorias de tribunais de primeira
instância. 1. O Supremo Tribunal de Justiça e os Tribunais da
Relação dispõem de assessores que coadjuvam os mag-
f) Conhecer dos conflitos de jurisdição entre as categorias istrados, nos termos definidos na lei.
de tribunais não judiciais referidos na alínea
antecedente ou entre alguns deles e o tribunal 2. Os assessores e os magistrados dos Tribunais da
militar de instância; Relação são nomeados em comissão de serviço pelo
CSMJ, sob proposta do Presidente de Relação respetivo,
g) Julgar as confissões, desistências e transações aplicando-se-lhes, com as necessárias adaptações, o Es-
pendentes de recurso e decidir quaisquer tatuto do Pessoal do Quadro Especial.
incidentes que nelas sejam deduzidos;
Secção III
h) Praticar, nos termos da lei do processo, os atos
jurisdicionais relativos às diferentes fases Competência dos Tribunais da Relação
processuais anteriores ao julgamento, nos casos Artigo 42.º
em que este caiba, nos termos da presente lei,
Competência
ao STJ;
i) Julgar quaisquer outros recursos ou ações que por Compete aos Tribunais da Relação:
lei sejam da competência do STJ; a) Julgar os recursos das decisões proferidas pelos
j) Exercer as demais competências conferidas por lei. tribunais judiciais, nos termos da lei;
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c) Julgar as ações cíveis ou administrativas propostas Substituição do presidente e dos demais juízes
contra juízes de direito, juízes militares de O presidente do Tribunal da Relação é substituído, nas
primeira instância e procuradores da república, suas faltas, ausências, impedimentos ou vacatura pelo
por causa do exercício das suas funções; juiz Desembargador mais antigo no tribunal e em caso
d) Julgar processos por crimes cometidos pelos magistrados de igualdade de circunstância, o mais idoso.
e juízes militares referidos na alínea anterior CAPÍTULO V
e recursos em matéria contraordenacionais a
eles respeitantes; TRIBUNAIS JUDICIAIS DE PRIMEIRA
e) Julgar os processos judiciais de cooperação judiciária INSTÂNCIA
internacional em matéria penal; Secção I
f) Julgar os processos de revisão e confirmação de Disposições gerais
sentença estrangeira, sem prejuízo da competência
Artigo 47.º
legalmente atribuída a outros tribunais;
Área de jurisdição
g) Julgar, por intermédio do relator, os termos dos
recursos que lhe estejam cometidos pela lei 1. A área de competência dos tribunais judiciais de pri-
do processo; meira instância é, em regra, a comarca e estes, designam-se
pelo nome da circunscrição em que se encontram inseridos.
h) Praticar, nos termos da lei do processo, os atos
jurisdicionais relativos à instrução criminal, à 2. Quando o volume ou a natureza do serviço o justi-
audiência contraditória preliminar e proferir fique, pode ser determinada por lei a existência na mesma
despacho de pronúncia ou não pronúncia nos comarca de vários tribunais de primeira instância de
processos referidos na alínea d); competência específica ou especializada ou que a área de
jurisdição de um tribunal judicial de primeira instância,
i) Exercer as demais competências conferidas por lei. de competência específica ou especializada, ultrapasse a
Artigo 43.º da comarca onde esteja sediado.
Periodicidade das sessões e funcionamento dos turnos Artigo 48.º
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São aplicáveis ao funcionamento das sessões e ao turno Classificação dos tribunais de comarca em função
do desenvolvimento na carreira
nos Tribunais da Relação as disposições dos artigos 34.º
e 35.º, com as devidas adaptações. 1. Para efeitos de ingresso e acesso dos magistrados
Secção IV
judiciais e do Ministério Público, os tribunais de comarca
classificam-se em tribunais de comarca de ingresso,
Presidência tribunais de comarca de primeiro acesso e tribunais de
Artigo 44.º
comarca de acesso final.
Modo de designação 2. São tribunais de comarca de acesso final:
Os juízes de cada Tribunal da Relação elegem, de en- a) O tribunal da comarca da Praia;
tre si e por escrutínio secreto, o presidente do respetivo b) O tribunal da comarca de S. Vicente.
tribunal, para um mandato de 3 três anos, renovável
uma única vez. 3. São tribunais de comarca de primeiro acesso:
Artigo 45.º a) O tribunal da comarca de Santa Catarina;
Competência
b) O tribunal da comarca de Santa Cruz;
Compete ao presidente do Tribunal da Relação:
c) O tribunal da comarca de S. Filipe;
a) Presidir às reuniões do pleno dos seus juízes e
das conferências processuais; d) O tribunal da comarca de Ribeira Grande;
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5. Atendendo à natureza, complexidade e volume dos e) Participar na conceção e execução das medidas
serviços dos tribunais, a classificação estabelecida nos de organização e modernização dos tribunais;
números anteriores pode ser alterada por lei.
f) Informar o CSMJ das necessidades de recursos
Secção II humanos;
Funcionamento
g) Praticar o mais que resultar da lei ou lhe for
Artigo 49.º determinado pelo CSMJ, no âmbito das
competências deste órgão.
Tribunais singulares e tribunais coletivos
3. A anteceder a tomada de decisão, no exercício das
1. Os tribunais de comarca funcionam como tribunais competências referidas no número anterior, o presidente
ou juízos singulares e, sempre que expressamente esta- deve auscultar a opinião dos demais juízes e do repre-
belecido por lei, como tribunais ou juízos coletivos. sentante do Ministério Público que presta serviço no
2. O tribunal ou juízo singular é composto por um único respetivo tribunal.
juiz, sem prejuízo da existência de mais do que um juiz 4. As competências estritamente administrativas
no mesmo tribunal ou juízo. podem ser delegadas pelo presidente ao administrador
3. O tribunal ou juízo coletivo é composto por três juízes. nos tribunais de acesso final e, nos demais, sempre que
a complexidade e o volume do serviço o justifiquem.
Artigo 50.º
Artigo 52.º
Presidência do tribunal de comarca
Substituição do Presidente e dos demais juízes
1. Em cada tribunal de comarca existe um presidente,
designado pelo CSMJ em comissão de serviço, pelo período 1. O presidente é substituído, nas suas faltas, ausências
de três anos, de entre juízes que exerçam funções efetivas e impedimentos, pelo juiz mais antigo na carreira em
como juízes de direito e possuam cinco anos de serviço exercício no tribunal.
efetivo nos tribunais e classificação não inferior a Bom.
2. Nos tribunais com mais de um juízo, o juiz do pri-
2. A comissão de serviço não dá lugar à abertura de meiro juízo é substituído, para efeitos processuais, nas
vaga e pode ser cessada a qualquer momento, mediante suas faltas, ausências e impedimentos, pelo do segundo
deliberação fundamentada do CSMJ. juízo, e assim sucessivamente, para que o juiz do último
juízo seja substituído pelo do primeiro juízo.
3. O Presidente beneficia de um subsídio mensal cor-
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respondente a 25% da sua remuneração base, suportada 3. Quando o tribunal esteja dividido em juízos de com-
exclusivamente pelo Cofre do respetivo tribunal. petência especializada ou específica, o disposto no número
Artigo 51.º
anterior aplica-se, com as devidas adaptações, de forma
a que se proceda, sempre que possível, à substituição de
Competência do presidente cada juiz pelo que se encontra afetado a outro juízo da
mesma espécie.
1. Compete ao presidente:
4. Não havendo juízes que permitam a aplicação do
a) Representar o tribunal e assegurar o seu normal regime de substituição a que se referem os números ante-
funcionamento; cedentes, a substituição é efetuada através de substitutos
designados pelo CSMJ, sucessivamente, de entre juízes
b) Enviar ao presidente do CSMJ o relatório anual de outros tribunais judiciais de competência especializada
de atividades do tribunal; ou específica, tribunais administrativos, tribunais fiscais
e aduaneiros.
c) Presidir ao Cofre do respetivo tribunal;
Artigo 53.º
d) Superintender no funcionamento e expediente da
secretaria central; Destacamento e acumulação
e) Aprovar o mapa de turnos de férias dos oficiais 1. Por ponderosas necessidades do serviço, decorrentes,
de justiça e demais funcionários que prestam nomeadamente da ausência do juiz por mais de trinta dias
serviço no tribunal; ou da acumulação de processos, pode o CSMJ determinar
que um ou mais juízes, integrados no regime de bolsa de
f) Exercer ação disciplinar sobre o pessoal referido juízes, nos termos do artigo seguinte, passem a exercer
na alínea anterior por condutas a que sejam funções no tribunal ou juízo necessitado de reforço, em
aplicáveis pena de multa e instaurar procedimento regime de destacamento.
disciplinar nos demais casos, quando ocorridos
no tribunal ou por causa do mesmo serviço. 2. Nos casos referidos na primeira parte do número
anterior, pode ainda o CSMJ determinar que um ou mais
2. Compete ainda ao presidente do tribunal: juízes colocados no tribunal ou juízo passem a exercer
a) Acompanhar a atividade do tribunal; funções no tribunal ou juízo necessitado de reforço, em
regime de acumulação.
b) Acompanhar o movimento processual do tribunal,
informando o CSMJ e propondo as medidas 3. A designação de juízes para o desempenho de fun-
que se justifiquem; ções no regime estabelecido nos números anteriores não
pode destinar-se ao recebimento, instrução, julgamento
c) Elaborar o projeto de orçamento, ouvido o magistrado ou prática de qualquer ato judicial referente a um deter-
do Ministério Público coordenador, que faz minado processo ou grupo de processos individualmente
sugestões sempre que entender necessário; considerados, sob pena de inexistência jurídica, quer das
decisões que neste sejam proferidas, pelo juiz destacado
d) Propor as alterações orçamentais consideradas ou designado em acumulação de funções, quer da cor-
adequadas; respondente deliberação de mobilidade.
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1. O administrador é recrutado, de entre pessoas con- 1. Os tribunais de comarca podem ser desdobrados em
stantes de lista organizada e publicada pelo CSMJ, após a juízos de competência genérica, de competência especial-
realização de concurso público, nos termos da presente lei. izada ou de competência específica e são criados por lei.
2. São admitidos ao concurso público indivíduos com 2. Os juízos de competência genérica possuem, cada
formação académica e experiência profissional adequadas um, igual poder para o conhecimento das causas que
ao exercício das respetivas funções. por lei sejam da competência territorial do respectivo
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k) Regulação, em geral, dos direitos e deveres pessoais e f) Declaração e execução das questões enumeradas
patrimoniais decorrentes da relação familiar e dos nos artigos 14.º, alíneas a) a i), 26.º e 27.º do
direitos e deveres dos progenitores relativamente Código de Processo de Trabalho;
à pessoa e aos bens dos filhos.
g) Questões cíveis relativas à greve;
2. Compete, ainda, aos juízos de família:
h) Questões entre as organizações de trabalhadores
a) Instaurar a tutela e a administração de bens e as empresas ou trabalhadores destas;
relativamente a menores e filhos maiores, nos
termos da lei; i) Questões entre os organismos sindicais e os membros
ou pessoas por eles representadas ou afetadas
b) Regular o exercício do poder paternal e conhecer por decisões suas, quando respeitem a direitos,
das questões a este respeitantes; poderes ou obrigações legais, regulamentares
c) Fixar os alimentos devidos nos termos da lei, e ou estatutárias de uns ou de outros;
preparar e julgar as execuções por alimentos; j) Demais questões de natureza cível atribuídas,
d) Constituir o vínculo da adoção, revogar e rever por lei, ao tribunal de trabalho ou às extintas
a adoção e tomar as medidas necessárias, nos Comissões de Litígio de Trabalho;
termos da lei, para julgar as contas do adotante k) Ações destinadas a anularem os atos e contratos
e fixar alimentos ao adotado; celebrados por quaisquer entidades responsáveis,
e) Ordenar a entrega judicial de menores; e com o fim de se eximirem ao cumprimento de
obrigações resultantes da aplicação da legislação
f) Conhecer de outras ações relativas ao estabelecimento do trabalho ou sindical;
e aos efeitos da filiação que por lei não estejam
conferidas a outro tribunal. l) Infrações de natureza contraordenacionais, relativas
à requisição civil;
Artigo 68.º
Juízos de menores
m) Quaisquer outras ações ou providências em matéria
de direito do trabalho que não sejam, por lei,
1. Compete aos juízos de menores aplicar as medidas da competência de outros tribunais;
tutelares socioeducativas previstas na lei.
n) Demais questões que, por lei, lhes sejam atribuídas.
2. Compete ainda aos juízos de menores a adoção de
medidas de proteção relativamente a menores vítimas de 2. Compete ainda aos juízos de trabalho julgar os recursos
interpostos das decisões das autoridades administrativas
2 866000 000000
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l) Os recursos das decisões da administração penitenciária 6. Os recursos das decisões dos tribunais de pequenas
que a lei determinar. causas, quando couberem por lei, são da competência do
Tribunal da Relação com jurisdição na respetiva área
3. Compete especialmente ao Juiz de Execução de Penas territorial.
e Medidas de Segurança: Artigo 73.º
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Os solicitadores são auxiliares da administração da 1. Enquanto não forem instaladas as Secções, o STJ
Justiça, exercendo o mandato judicial nos casos e com reúne-se em Conferência, quando não deva funcionar em
as limitações estabelecidas por lei. Plenário para desempenho das suas atribuições judiciais.
Artigo 80.º 2. A Conferência é constituída por três juízes designados
Empregados forenses nos termos das leis do processo.
b) Solicitar a restituição e a junção de documentos; Conselheiros que vierem a ser nomeados nos termos do
Estatuto dos Magistrados Judiciais.
c) Solicitar certidões nos tribunais, nas procuradorias,
conservatórias e cartórios notariais; Artigo 87.º
d) Pagar preparos e custas; Instalação dos Tribunais e juízos de primeira instância
e) Receber cheques de custas de parte.
1. Enquanto não forem instalados os Tribunais criados
2. O estatuto dos empregados forenses é regulamen- nos termos da presente lei, as respetivas competências
tado pelo Governo, ouvida a Ordem dos Advogados de continuam a ser exercidas pelas instâncias judiciais ora
Cabo Verde. existentes.
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MAPA I
(A que se refere o artigo 65.º da Lei da Organização Competência e Funcionamento dos Tribunais - sobre juiz de pronúncia
versus juiz de julgamento para comarcas com apenas um juízo crime ou de tribunais de competência indiferenciada).
13 Paul Um dos Juízes crime da Comarca de São Vicente e o Juiz da Comarca do Porto Novo
14 São Domingos Um dos Juízes Crime da Comarca da Praia, por distribuição e o Juiz Crime da Comarca de Santa Cruz
15 Boa Vista O Juiz Crime da Comarca do Porto Novo e o Juiz da Comarca de São Nicolau
16 São Vicente O Juiz da Comarca da Ribeira Grande ou da Comarca do Porto Novo, por distribuição
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resultantes dessa venda destinam-se, prioritariamente, Acresce que fenómenos meteorológicos extremos e fenó-
à aquisição de todo ou parte dos títulos do Tesouro, de menos económicos externos adversos podem ocorrer em
renda perpétua, em particular os detidos pelo Banco de simultâneo, gerando situações extremamente difíceis para
Cabo Verde, nos termos do número 1 deste artigo. a economia endógena, para além dos consequentes efeitos
sociais, quase sempre de grande alcance e significado.
3. Os rendimentos do Estado, resultantes da gestão do
Fundo de Garantia do Investimento Privado e do Fundo Na década de noventa do século passado, a compreen-
de Emergência, constituem receitas do Estado, nos ter- são do contexto de vulnerabilidade estrutural do País
mos orçamentais, e são utilizados, prioritariamente, na face à Economia Mundial Globalizada, não regulada, e
liquidação dos juros dos títulos emitidos para recompra face às adversidades potencialmente crescentes trazidas
de TCMF, portanto, sujeitos a inscrição obrigatória no pelo meio-ambiente e, em particular, pelas mudanças
orçamento do Ministério das Finanças. climáticas, assim como a hipótese da sua combinação,
levou as autoridades a pensar soluções, designadamente
Artigo 5º
financeiras, de prevenção relativamente aos efeitos das
Extinção do International Support for Cape Verde referidas adversidades, tanto no domínio económico como
Stabilization Trust Fundo e dos respetivos Títulos no domínio social. De entre outras medidas adotadas
para minimizar os referidos efeitos, o Governo propôs
Com a entrada em vigor da presente Lei ficam extintos: à Assembleia Nacional a criação do Fundo Especial de
Estabilização e Desenvolvimento (FEED), que viria a ser
a.) A Lei nº 69/V/98, de 24 de agosto, que cria o aprovada pela Lei n.º 71/V/98, de 17 de agosto, publicada
International Support for Cape Verde Stabilization no Boletim Oficial I Série - n.º 31, de 24 de agosto.
Trust Fund ;
Infelizmente, a referida Lei acabou por não ser cumprida
b.) A Lei nº 70/V/98, de 24 de agosto, que cria os títulos e, em consequência, o País se confrontou com a mais recente
de participação do International Support for crise económica e com o forte choque ambiental de 2017,
Cape Verde Stabilization Trust Fund . sem soluções estruturais e imediatamente mobilizáveis
para responder aos consequentes desafios.
Aprovada em 28 de junho de 2019. forma estrutural e perene, efetiva e eficaz, aos efeitos da
O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro ocorrência de choques externos, tanto económicos como
Maurício dos Santos ambientais.
O Presidente da República, JORGE CARLOS ALMEIDA A presente Proposta de Lei pretende, assim, criar um
FONSECA novo instrumento, o Fundo Soberano de Emergência, do-
miciliado off shore, abreviadamente, Fundo de Emergência
Assinada em 25 de julho de 2019. e, em consequência, extinguir o FEED.
O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro Assim,
Maurício dos Santos
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
–––––– nos termos da alínea b) do artigo 175.º da Constituição,
o seguinte:
Lei n.º 61/IX/2019
CAPÍTULO I
de 29 de julho
DISPOSIÇÕES GERAIS
PREÂMBULO
Artigo1.º
Cabo Verde é um pequeno país insular e, por isso, com
pouca capacidade para fazer face a crescentes choques Objeto
externos, nalguns casos originados pela histórica e fre-
quente ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos; 1- A presente Lei cria o Fundo Soberano de Emergência,
noutros casos, pela vulnerabilidade do País aos desafios adiante designado Fundo de Emergência.
trazidos por uma Economia Global de circulação relativa-
mente livre, mas com regulação insuficiente. No conjunto 2- A presente Lei tem ainda por objeto a extinção do
dos fenómenos meteorológicos refira-se as inundações e Fundo Especial de Estabilização e Desenvolvimento
secas recorrentes, cuja tendência para o agravamento é (FEED), criado pela Lei n.º 71/V/98, de 17 de agosto, pub-
pressentida, como consequência das mudanças climáticas. licada no Boletim Oficial I Série - n.º 31, de 24 de agosto.
No que concerne aos desafios trazidos por uma Economia Artigo 2.º
Global de circulação relativamente livre, refira-se o risco de
vagas de stress sentidas na esfera da economia, como prova Natureza e finalidade
a mais recente crise económica mundial, fenómenos que,
em muitas situações, desafiam as pequenas economias de 1- O Fundo de Emergência é um fundo off shore do
forma particular e tão intensa que se torna praticamente Estado de Cabo Verde, cuja finalidade é financiar ações
impossível, através de soluções convencionais, responder de reparação de danos provocados por catástrofes, desig-
à altura das exigências do contexto. nadamente ambientais, e ações de mitigação dos efeitos
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das mesmas nos cidadãos, nos residentes, nas famílias, CAPÍTULO III
nas empresas, nas comunidades e no património natural
e construído. FINANCIAMENTO DOS PROGRAMAS DE
EMERGÊNCIA E DE MITIGAÇÃO DOS EFEITOS
2- O Fundo de Emergência tem, ainda, por finalidade DE CATÁSTROFES
financiar programas cujos objetivos sejam mitigar os
efeitos dos choques económicos externos na economia Artigo 7.º
nacional, incluindo os de natureza financeira, energética,
cambial e de preços. Financiamento
Reservas
3- Os títulos representativos da dívida do Estado junto
1- Constituem reservas do Fundo de Emergência os do Fundo de Emergência são livremente transacionáveis,
resultados apurados no fim de cada exercício económico- nomeadamente no mercado de capitais.
financeiro.
4- Os financiamentos referidos no n.º 1 são concedidos por
2- Constituem, também, reservas do Fundo de Emergên- um prazo máximo de cinco anos, sem período de carência,
cia as contribuições que receber do Estado para o reforço e vencem juros à taxa mais baixa para as obrigações do
do seu capital, designadamente: tesouro de médio prazo.
a) Até 25% do produto da alienação de património Artigo 9.º
imobiliário do Estado;
Competência
b) Até 50% das mais-valias obtidas pelo Estado na
alienação de património mobiliário. A competência para decidir sobre o financiamento dos
programas, projetos, ações e medidas referidos no artigo
3- Podem, ainda, constituir reservas do Fundo de anterior, pelo Fundo de Emergência, é do Gestor Único,
Emergência até: ouvido o Conselho Consultivo.
a) 5% das receitas do Fundo de Sustentabilidade CAPÍTULO IV
Social para o Turismo;
b) 5% das receitas do Fundo Rodoviário. APLICAÇÕES FINANCEIRAS
Artigo 10.º
4- Igualmente, constituem reservas do Fundo de
Emergência as contribuições financeiras concedidas por Gestão dos recursos do Fundo de Emergência
entidades singulares ou coletivas, públicas ou privadas,
nacionais ou estrangeiras, assim como heranças e legados, 1- As aplicações correntes dos recursos do Fundo de
cuja a finalidade visa fazer face aos choques externos seja Emergência são asseguradas por uma entidade financeira,
de natureza ambiental ou económica. reconhecida pelo Banco de Cabo Verde como de maior
Artigo 6º
credibilidade e solidez financeira, mediante contrato ne-
gociado e assinado pelo Gestor Único, em representação
Aumento do capital inicial do Fundo de Emergência, ouvido o Conselho Consultivo.
1- É permitido ao Governo, por Decreto-Lei, aumentar 2- As aplicações correntes dos recursos do Fundo de
o capital do Fundo de Emergência uma ou mais vezes, até Emergência só podem ser feitas no mercado cambial ou
ao montante de €50.000.000 (cinquenta milhões de euros). em títulos transacionáveis de baixo risco e de elevada
liquidez.
2- São periodicamente integradas no capital do Fundo
de Emergência, por Decreto-Lei, as reservas constituídas, 3- É absolutamente vedado ao Fundo de Emergência
até ao limite máximo de capital de €50.000.000 (cinquenta fazer aplicações ou aquisições de bens patrimoniais
milhões de euros). imobiliários.
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Incompatibilidades Substituição
É incompatível com o exercício de qualquer cargo nos Nas suas faltas e impedimentos, o Gestor Único é sub-
órgãos de gestão do Fundo de Emergência a existência de stituído por quem for indicado pelo Ministro das Finanças.
interesses de natureza financeira ou outra em qualquer
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1- Ao Fundo Soberano de Emergência são aplicáveis Em tudo o que não estiver previsto na presente Lei,
as disposições em vigor e os princípios metodológicos de na medida em que tal não seja contraditório com as re-
gestão orçamental e contabilístico dos órgãos ou organismos gras especiais aqui estabelecidas, é aplicável ao Fundo
de direito público dotados de autonomia administrativa de Emergência o Regime Jurídico aplicável aos fundos
e financeira. autónomos.
2- A atividade financeira do Fundo de Emergência está Artigo 22.º
sujeita à fiscalização da Inspeção Geral das Finanças, Extinção do Fundo Especial de Estabilização e
podendo também ser sujeita à auditoria externa, por Desenvolvimento
iniciativa do Ministro titular da pasta das Finanças.
1- É extinto o FEED, criado pela Lei n.º 71/V/98, de 17
3- O Fundo de Emergência está também sujeito à fis- de agosto, publicada no Boletim Oficial I Série - n.º 31,
calização do Tribunal de Contas. de 24 de agosto.
4- A atividade corrente do Fundo de Emergência é orien- 2- O património do FEED, incluindo direitos e obriga-
tada pelos seguintes documentos de prestação de contas: ções, é transferido para a Direção-Geral do Tesouro.
Artigo 23.º
a) Relatório semestral e anual de atividades;
Regulamentação
b) Conta anual de gerência.
Por Portaria do membro do Governo responsável pela
Artigo 19.º área das Finanças são regulamentados a instalação do
Aprovação do relatório e contas Fundo de Emergência e o modo de início da respetiva
atividade.
1- Os documentos de carácter anual de prestação de Artigo 24.º
contas referidos nas alíneas a) e b) do n.º 4 do artigo an-
terior são apresentados pelo Gestor Executivo, depois de Entrada em vigor
obtidos para parecer do Conselho Consultivo, ao membro
2 866000 000000
do Governo responsável pela área das Finanças, até 31 A presente Lei entra em vigor no dia seguinte ao da
de março do ano seguinte àquele a que respeitem. sua publicação.
Aprovada em 28 de junho de 2019.
2.A Inspeção Geral das finanças emite anualmente
um parecer sobre as contas do fundo antes da sua ho- O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro
mologação pelo Membro do Governo responsável pela Maurício dos Santos
área das finanças.
Promulgada em 23 de julho de 2019.
3- O Relatório e Contas é homologado ate 31 de maio
do ano seguinte, e remitido à Assembleia Nacional, como Publique-se.
anexo às Contas do Estado do ano a que respeita. O Presidente da República, JORGE CARLOS ALMEIDA
CAPÍTULO VII FONSECA
Assinada em 25 de julho de 2019.
SUPERINTENDÊNCIA
O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro
Artigo 20.º Maurício dos Santos
Poderes
––––––o§o––––––
1- O Fundo de Emergência é superintendido pelo
membro do Governo responsável pela área das Finanças. CONSELHO DE MINISTROS
2- No exercício dos seus poderes, compete ao membro Decreto nº 5/2019
do Governo referido no número anterior, nomeadamente: de 29 de julho
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de USD 5.000.000 (cinco milhões de dólares americanos), através de uma Conversão Monetária (“Empréstimo”).
destinado ao Financiamento da Política de Desenvolvi-
mento de Gestão de Riscos de Desastres em Cabo Verde, 2.02. A Comissão de abertura de empréstimo é de meio
cujo texto em língua portuguesa se publica em anexo ao porcento (0,50%) do montante do Empréstimo.
presente diploma, do qual fazem parte integrante. 2.03. Se, a pedido do Mutuário e nos termos e condições,
Artigo 2º conforme pode o Banco acordar, for prorrogada
a Data de Encerramento, a taxa a ser paga pelo
Entrada em vigor Mutuário para cada prorrogação da Data de
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao Encerramento deve ser um quarto de um porcento
da sua publicação e o Acordo referido no artigo anterior e (0,25%) do montante do Empréstimo disponível
os seus respetivos anexos, dele partes integrantes, produ- para retirada mediante essa prorrogação. Se o
zem efeitos em conformidade com o que neles se estipula. Mutuário optar por capitalizar a taxa, o Banco
deve, em nome do Mutuário, efetuar a retirada
Aprovado em Conselho de Ministros, do dia 11 de julho da Conta de Empréstimo e pagar a si próprio
de 2019. os montantes necessários para pagar essa taxa.
Se o Mutuário optar por pagar a taxa a partir
José Ulisses de Pina Correia e Silva e Olavo Avelino de recursos próprios, o Mutuário deve pagar
Garcia Correia essa taxa no prazo máximo de sessenta (60)
EMPRÉSTIMO NÚMERO 8968-CV dias após a data de notificação entregue pelo
Banco ao Mutuário confirmando a prorrogação
Acordo de Empréstimo da Data de Encerramento.
(Financiamento da Política de Desenvolvimento de 1.04. A taxa de juro é a Taxa de Referência mais o
Gestão de Riscos de Desastres em Cabo Verde, com Spread Variável ou qualquer taxa conforme
uma Opção de Desembolso Diferido para Riscos de pode ser aplicado após uma Conversão; sujeita
Catástrofes) à Secção 3.02(c) das Condições Gerais.
Entre 2.05. As Datas de Pagamento são a 15 de Abril e 15
de Outubro de cada ano.
A REPÚBLICA DE CABO VERDE
2.06. O montante principal do Empréstimo deve ser
e reembolsado de acordo com o Calendário 2 do
presente Acordo.
BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO
E DESENVOLVIMENTO (BIRD) 2.07. A qualquer altura antes da Data de Encerramento,
o Mutuário pode, através de notificação ao Banco,
EMPRÉSTIMO NÚMERO 8968-CV reembolsar qualquer montante do Saldo Retirado
ACORDO DE EMPRÉSTIMO para efeitos de creditar novamente esses montantes
à Conta do Empréstimo para futuras retiradas.
ACORDO datado conforme à Data de Assinatura, en- Após esse reembolso, o calendário de reembolso
tre a REPÚBLICA DE CABO VERDE (“Mutuário”) e o deve ser reajustado numa base pro rata, nos
BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E termos e condições aceitáveis pelo Banco.
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3. O Banco notificará as Partes do Empréstimo do acordo com o Artigo 20º da Lei Nº 12/VIII/2012
calendário de amortização para cada Montante de 7 de março de 2012 e Artigo 265º alínea (2)
Desembolsado imediatamente após a Data da Constituição do Mutuário de 2010, conforme
de Fixação da Maturidade para o Montante podem ser periodicamente alterados.
Desembolsado.
13. “Quadro Legal de Ordenamento do Território”
ANEXO significa o Decreto-lei Nº 1/2006 de 13 de fevereiro
de 2006 e Decreto-lei Nº 6/2010 de 21 de junho
Secção I. Definições de 2010, conforme emendados pelo Decreto-lei
Nº 4/2018 aprovado pelo Conselho de Ministros
1. “Contas Dedicadas” significa Conta Dedicada em a 19 de abril de 2017, e publicado no Boletim
Divisa e Conta Dedicada em Moeda Nacional. Oficial de 6 de julho de 2018.
2. “Conta Dedicada em Divisa” significa a conta referida Secção II. Modificações às Condições Gerais
na Parte E.1(a)(i) da Secção II do Calendário
1 do presente Acordo. As Condições Gerais são pelo presente alteradas da
seguinte forma:
3. “Condições Gerais” significa as “Condições Gerais
da Associação Internacional de Desenvolvimento 1. No parágrafo 101 do Anexo, o termo “Spread
para Financiado da AID, Financiamento de Variável” é modificado para o seguinte:
Políticas de Desenvolvimento”, datada de 14
de dezembro de 2018, com as modificações “101. “Spread Variável” significa, para cada Retirada
estabelecidas na Secção II do presente Anexo. e cada Período de Juros:
4. “Conta Dedicada em Moeda Nacional” significa a (a) (1) o spread padrão de empréstimos do Banco para
conta referida na Parte E.1(a)(ii) da Secção II Empréstimos em vigor às 12h01, horário de
do Calendário 1 do presente Acordo. Washington, D.C., na Data de Retirada; (2) menos
(ou mais) a margem média ponderada, para o
5. “Estratégia Nacional de Redução de Riscos de Período de Juros, abaixo (ou acima) da Taxa de
Desastres” significa a estratégia adotada pelo Referência, para depósitos semestrais, em relação
Beneficiário na Resolução Nº 114/2018 do aos empréstimos pendentes do Banco ou parcelas
Conselho de Ministros, publicada no Boletim alocadas por ele para financiar empréstimos que
Oficial datada de 20 de outubro de 2018. transportar juros a uma taxa baseada no Spread
Variável; conforme razoavelmente determinado
6. “Fundo Nacional de Emergência” significa o fundo pelo Banco e expresso em percentagem por ano;
2 866000 000000
criado pelo Decreto-lei Nº 59/2018, publicado e (b) no caso de Conversões, o spread variável,
no Boletim Oficial a 16 de novembro de 2018. conforme aplicável e determinado pelo Banco
de acordo com as Diretrizes de Conversão e
7. “Sistema Nacional de Estatísticas” significa o sistema notificado ao Mutuário de acordo com a Cláusula
de estatísticas do Beneficiário introduzido pela 4.01 (c). No caso de um Empréstimo denominado
Lei Nº48/IX/2019, publicada no Boletim Oficial em mais de uma Moeda, o “Spread Variável”
a 18 de fevereiro de 2019. aplica-se separadamente a cada uma dessas
Moedas ”.
8. “Programa” é: o programa de objetivos, políticas, e
ações estabelecido ou referido na carta de 2 de 2. As seguintes definições dos termos “Retirada”
abril de 2019, do Mutuário ao Banco declarando e “Data de Retirada” foram inseridas como
o compromisso do Mutuário face à execução do novos parágrafos 102 e 103, respetivamente,
Programa, e solicitando ajuda orçamental ao e as demais definições e parágrafos (conforme
Banco para o Programa durante a sua execução o caso) renumerados de acordo:
e composta por ações adotadas, incluindo as
estabelecidas na Secção I do Calendário 1 do 102. “Retirada” significa cada montante do Empréstimo
presente Acordo, e ações a serem adotadas no retirado pelo Mutuário da Conta do Empréstimo
âmbito dos objetivos do programa. nos termos da Cláusula 2.01.
9. “Unidade de Gestão de Riscos” significa a unidade 103. “Data de Retirada” significa, para cada Retirada,
do Departamento de Tesouro do Ministério das a data em que o Banco paga a Retirada. ”
Finanças, criada pelo Decreto-lei Nº 28/2018,
publicado no Boletim Oficial de 24 de maio de Aprovado em Conselho de Ministros, do dia 11 de julho
2018, e em vigor a 9 de julho de 2018, ou que de 2019.
lhe suceda.
José Ulisses de Pina Correia e Silva e Olavo Avelino
10. “Data de Assinatura” significa a mais tardia Garcia Correia
das duas datas na qual o Mutuário e o Banco
assinaram este Acordo e essa definição aplica-se ––––––
a todas as referências para “a data do Acordo
de Empréstimo” nas Condições Gerais. Decreto nº 6/2019
de 29 de julho
11. “Desembolso de Tranche Única” significa o
montante do Financiamento alocado à categoria A 6 de junho de 2019, foi celebrado entre a República
intitulada “Desembolso de Tranche Única” na de Cabo Verde e a Associação Internacional para o De-
tabela estabelecida na Parte B da Secção II do senvolvimento, um Acordo de financiamento que tem por
Calendário 1 do presente Acordo. objetivo a disponibilização de recursos para financiamento
das mais diversas áreas previamente identificadas.
12. “Estado de Calamidade” significa uma declaração
do Mutuário, através de uma Resolução do seu O referido financiamento tem por base as ações definidas
Conselho de Ministros, de uma situação de no Programa, levadas a cabo pelo Estado de Cabo Verde
calamidade devido a uma catástrofe natural, de (beneficiário) a saber:
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1. O destinatário adotou e implementou uma Nos termos do contrato de financiamento supra alu-
estratégia para reduzir a exposição fiscal face às dido, o Associação concedeu um crédito, considerado um
empresas Públicas, aumentando a conectividade Financiamento com condições preferenciais conforme o
dos transportes aéreos, comprovado pela: (I) disposto nas suas Disposições Gerais, no valor equiva-
aprovação da agenda e lista de 23 Empresas lente a vinte e oito milhões e novecentos mil Direitos de
públicas a serem reestruturadas, privatizadas Saque Especial.
ou objeto de concessão (incluindo a companhia
aérea TACV) através da resolução 87/2017; e Acima de tudo, pretende o Governo de Cabo Verde ga-
(ii) a publicação da Resolução 23/2019 de Março rantir a reforma das Empresas Públicas e Financiamento
de 2019, autorizando que as dívidas assumidas da Elaboração da Política de Gestão Fiscal.
pelo Governo Central no âmbito da venda da
companhia aérea sejam compensadas com os Assim,
resultados da reestruturação das entidades
selecionadas. Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 46º da Lei no
44/IX/2018, de 31 de dezembro, que aprova o Orçamento
2. Ao nível do sector dos transportes marítimos e do Estado para o ano económico de 2019; e
visando a sua sustentabilidade financeira e
qualidade de serviço de ligação inter-ilhas: o No uso da faculdade conferida pela alínea d) do n.º 2 do
Beneficiário procedeu à concessão exclusiva do artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
serviço a um parceiro estratégico privado para
Artigo 1º
a prestação de serviços de transportes mínimos
inter-ilhas. Aprovação
3. Melhorar a situação financeira da empresa pública É aprovado o contrato de financiamento no valor equiva-
de eletricidade: o Beneficiário já aprovou um lente a DSE 28.900, (000vinte e oito milhões e novecentos
novo contrato de gestão centrado nos resultados mil Direitos de Saque Especial), com o objetivo de finan-
com a Electra, incluindo metas, indicadores de ciamento da Primeira Reforma das Empresas Públicas
resultados e incentivos. e Financiamento da Elaboração da Política de Gestão
4. Para a redução do risco fiscal associado ao programa de Fiscal, celebrado entre a República de Cabo Verde e a
habitação social “Casa para Todos”: o Beneficiário Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID),
já instruiu à Imobiliária, Fundiária e Habitat cujo texto em língua portuguesa se publica em anexo ao
(IFH) para abrir contas bancárias dedicadas presente diploma, do qual fazem parte integrante.
para o pagamento das vendas das unidades Artigo 2º
remanescentes na posse da empresa, (Categoria
2 866000 000000
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Programa I do presente Contrato; (ii) a garantia dada pelo 4.02. Outras causas de vencimento: consistem-se nas
Beneficiário em manter um quadro adequado de políticas seguintes, nomeadamente as causas especificadas
macroeconómicas. O Beneficiário e a Associação acordam na Secção 4.01.
os seguintes termos: ARTIGO IV – ENTRADA EM VIGOR: RESOLUÇÃO
ARTIGO I - DISPOSIÇÕES GERAIS; DEFINIÇÕES
5.01. As condições adicionais para a entrada consistem-
1.01. As Disposições Gerais (conforme definido no se pelos seguintes termos: nomeadamente a
Anexo do Presente Contrato) são aplicáveis e Associação deve estar satisfeita com os progressos
constituem-se como parte integral do Presente registados pelo Beneficiário na realização do
Contrato. programa e com a manutenção de um Quadro
1.02. Salvo se disposto em contrário, os termos em de Política Macroeconómica adequado.
maiúsculas usados no Contrato têm o significado 5.02. O prazo para a validade é de noventa (90)
atribuído nas Disposições gerais ou no anexo dias após a data de assinatura.
ao presente Contrato.
ARTIGO V - REPRESENTANTE: ENDEREÇOS
ARTIGO II - O FINANCIAMENTO
6.01. O Representante do beneficiário é o Ministro
2.01. A Associação aceita conceder ao Beneficiário das Finanças
um crédito, considerado um Financiamento com
condições preferenciais conforme o disposto nas 6.02. Para os fins previstos na secção 11.01 das
Disposições Gerais, no valor equivalente a vinte Disposições gerais: (A) o Endereço do Beneficiário é:
e oito milhões e novecentos mil direito de saque
especial (DSE 28 900,000) ( denominado por, Ministro das Finanças - Ministério das Finanças
“Crédito” e “Financiamento”). - Avenida Amílcar Cabral C.P. 30, Praia
2.02. O valor máximo da comissão de imobilização Cabo Verde, e
é zero é vírgula cinco porcento (0,5%) por ano (A) o Endereço Eletrónico do Beneficiário é: E-mail:
sobre o saldo do valor não utilizado.
2.03. A Comissão de Serviço é de zero vírgula Carla.Cruz@mf.gov.cv ou Hernani.trigueiros@
setenta e cinco porcento (0,75%) por ano do mf.gov.cv
valor do capital utilizado 6.03. Para os fins previstos na secção 11.01 das
2.04. As Datas de Pagamentos são 15 de junho e Disposições gerais: (A) endereço da Associação é:
15 de dezembro de cada ano. International Development Association
2.05. O capital do crédito deve ser reembolsado de
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ou objeto de concessão (incluindo a companhia aérea endividamento com metas definidas para o endividamento
TACV) através da resolução 87/2017; e (ii) a publicação público estipuladas na EEMP (Artigo 5º).
da Resolução 23/2019 de Março de 2019, autorizando que
as dívidas assumidas pelo Governo Central no âmbito da 7. Para melhorar a responsabilidade fiscal: o Beneficiário
venda da companhia aérea sejam compensadas com os já apresentou uma nova Lei do Tribunal de Contas,
resultados da reestruturação das entidades selecionadas. alargando os poderes da Instituição Superior de Controlo
para todas as instituições que gerem fundos públicos, e
2. Ao nível do sector dos transportes marítimos e introduzindo novos métodos de controlo incluindo audi-
visando a sua sustentabilidade financeira e qualidade torias de desempenho e de cumprimento.
de serviço de ligação inter-ilhas: o Beneficiário procedeu
à concessão exclusiva do serviço a um parceiro estraté- 8. Para a implementação das normas do Fórum Mundial
gico privado para a prestação de serviços de transportes para a Transparência e Troca de Informações para fins
mínimos inter-ilhas. Tributários: o Beneficiário inscreveu-se para se tornar
membro do referido Fórum.
3. Melhorar a situação financeira da empresa pública
de eletricidade: o Beneficiário já aprovou um novo con- 9. Para garantir a racionalização na seleção dos inves-
trato de gestão centrado nos resultados com a Electra, timentos públicos: de acordo com a Lei do Planeamento
incluindo metas, indicadores de resultados e incentivos. de 2014 e o decreto-lei do orçamento de 2018, todos os
novos projetos de investimentos no Orçamento de 2019
4. Para a redução do risco fiscal associado ao programa foram submetidos ao Parlamento, e foram selecionados de
de habitação social “Casa para Todos”: o Beneficiário já acordo com a fase 1 o Sistema de Gestão de Investimento
instruiu à IFH para abrir contas bancárias dedicadas para Publico e alinhados com os objetivos de desenvolvimento
o pagamento das vendas das unidades remanescentes na estipulados pelo Beneficiário.
posse da empresa, (Categoria I e II) e a IFH já abriu as Secção II. Disponibilidade dos fundos
referidas contas.
A. Disposições Gerais O beneficiário poderá de-
5. Para melhorar gestão orçamental: o Beneficiário já sembolsar os fundos do financiamento de acordo com o
apresentou ao Parlamento um Projeto de Lei orgânica do disposto na presente secção e de acordo com as instruções
orçamento definindo as regras e princípios orçamentais que a Associação poderá especificar através de uma no-
que devem ser aplicadas na preparação, implementação, tificação ao beneficiário.
avaliação, controlo e prestação de contas do orçamento
de estado. B. Afetação dos montantes de financiamento. O
financiamento é afetado numa única parcela desembol-
6. Para melhorar a gestão da dívida: o Beneficiário já sada, da qual o Beneficiário poderá fazer o levantamento
apresentou ao Parlamento um projeto-lei que no Artigo 16º dos fundos. A afetação dos montantes do financiamento
prevê a elaboração de uma Estratégia de Endividamento está estipulada no quadro apresentado a seguir:
2 866000 000000
TOTAL 28 900 000.
1. Nenhum desembolso da parcela única do financiamento deverá informar à Associação; (A) o montante exato
deve ser feito salvo se a Associação estiver de recebido na conta especial em moeda estrangeira;
acordo: (A) como o programa que está a ser (b) os detalhes da conta onde será depositado o
implementado pelo Beneficiário, e (b) com o valor equivalente em Escudos cabo-verdianos;
ajustamento do quadro de políticas macroeconómicas (c) os registos do montante equivalente inscrito
do beneficiário: no sistema de gestão orçamental do beneficiário;
e (d) um extrato de recibos e desembolsos da
D. Depósito dos montantes de financiamento. conta especial em moeda estrangeira.
1. Não obstante as disposições da secção 2.03 E. Auditoria O beneficiário deve, a pedido da
das Disposições gerais: Associação:
(A) antes de enviar o primeiro pedido de desembolso 1. Ter a contas auditadas por auditores independentes
do montante do financiamento, o beneficiário aprovados pela Associação, de acordo com as
deverá abrir e manter duas contas especiais normas de auditoria aprovadas pela Associação;
seguindo os termos e condições da Associação:
(I) conta especial em Dólar Norte-americano 2. Disponibilizar à Associação uma cópia autenticada
(“conta especial em moeda estrangeira”): (ii) do relatório de auditoria, logo que possível e
uma conta especial em escudos cabo-verdianos num prazo máximo de 4 meses após o pedido
(“conta especial em moeda nacional”); e de auditoria feito pela Associação. O âmbito
do exercício será de acordo com o exigido pela
B) todos os desembolsos da Conta de financiamento Associação, e o relatório deverá ser publicado
devem ser depositados pela Associação na Conta oportunamente e de acordo com o que a Associação
especial em moeda estrangeira. Após cada considerar aceitável; e,
depósito do financiamento na conta especial
em moeda estrangeira, o beneficiário deverá 3. Disponibilizar à associação quaisquer informações
depositar um montante equivalente na conta solicitadas pela Associação relacionadas com
especial em moeda nacional as contas e a auditoria.
2. Num prazo de trinta (30) dias a contar do desembolso F. Data limite
efetuado da conta de financiamento, o beneficiário
O prazo final é de 30 de junho de 2020
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Programa de Reembolso
* os valores representam percentagens do valor do capital do crédito a ser reembolsado, exceto se a Associação
expressar o contrário de acordo com o disposto na Secção 3.05(b) das disposições gerais.
ao abrigo do Decreto-lei n 37/82 de 17 de abril de 1982. Contrato e conforme a definição aplicável a todas as
referências à “Data do Contrato de Financiamento” das
4. “Conta Especial em Moeda estrangeira: conta men- Disposições Gerais.
cionada na alinha D.1(a) da Secção II. Do Programa 1
do Presente Contrato. 13. “Desembolso Único”: Montante do financiamento
afetado estipulado no quadro apresentado na Alínea B
5. “Disposições Gerais: Disposições Gerais da ASSOCIA- da Secção II. Do Programa 1 do Presente Contrato.
ÇÃO INTERNACIOAL DE DESENVOLVIMENTO para
o financiamento da AID, e de Financiamento da Política 14. Empresas Públicas: Empresas de Capitais Públicos
para o desenvolvimento” de 14 de Dezembro de 2018
15. TACV: companhia aérea do beneficiário criada em
6. “Fórum Mundial para a Transparência e Troca de 1958 denominada por Transportes Aéreos de Cabo Verde
Informações para Fins Tributários” ou Fórum Mundial: (TACV) designada por companhia de bandeira tornando-se
fórum multilateral composto por 154 estados-membros de capitais públicos 1983, em 2018 a empresa alterou a sua
(conforme a data de assinatura), visando a garantia de designação Comercial para Cabo Verde Airlines (CVA).
implementação de normas internacionalmente acordadas
para a transparência e intercâmbio de informações na José Ulisses de Pina Correia e Silva e Olavo Avelino
área tributária. Garcia Correia
8. “Conta Especial em Moeda nacional : conta mencio- A 6 de junho de 2019 foi celebrado entre a República
nada na alinha D.1(a) de Cabo Verde e a Associação Internacional para o De-
senvolvimento (AID) um acordo de financiamento num
D.1(a) da Secção II. Do Programa 1 do Presente Contrato. montante de três milhões e setecentos mil Direitos de
Saque Especiais (DSE 3.700.000), com o objetivo de fi-
9. EEMP ou Estratégia de Endividamento a Médio-prazo: nanciamento da Política de Desenvolvimento de Gestão
plano estipulado no projeto de Lei da dívida aprovado em de Riscos de Desastre em Cabo Verde.
sede do Conselho de Ministros de 17 de maio de 2018,
visando concretizar o objetivo de um portfólio de dívida Considerando que a Associação decidiu conceder esse
a médio-prazo, espelhando as preferências em termos da financiamento com base, inter alia, em: (i) as ações que
relação custo-risco. Cabo Verde já tenha adotado no âmbito do Programa e que
estão descritas na Secção I do Calendário 1 ao presente
10. Sistema de Gestão do Investimento Público: fer- Acordo, e (ii) a manutenção por parte de Cabo Verde de
ramenta criada pelo Decreto-lei do Orçamento de Estado um quadro adequado de políticas macroeconómicas.
Nº 1/2018 aprovado pelo Conselho de Ministros a 21 de
Dezembro de 2017, e publicado no Boletim Oficial a 3 de No mais, é de referir que as ações realizadas por Cabo
Janeiro de 2018, que visa agilizar a preparação, avalia- Verde no âmbito do Programa culminaram na efetivação
ção aprovação e gestão de todos os projetos do Governo, dos seguintes processos:
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1. Adotou a Estratégia Nacional de Redução de Riscos (“Associação”) para efeitos de concessão de financiamento
de Desastres. em apoio do Programa (conforme definido no Anexo ao
presente Acordo).
2. Emendou o Quadro Legal de Ordenamento do
Território por forma a incluir o uso dados de CONSIDERANDO QUE a Associação decidiu conceder
desastres e riscos relacionados com o clima na esse financiamento com base, inter alia, em: (i) as ações
elaboração de instrumentos de ordenamento que o Beneficiário já tenha adotado no âmbito do Pro-
do território. grama e que estão descritas na Secção I do Calendário
1 ao presente Acordo, e (ii) a manutenção por parte do
3. Reformulou o Sistema Nacional de Estatísticas Beneficiário de um quadro adequado de políticas mac-
que inclui normas, protocolos e procedimentos roeconómicas;
de dados abertos.
Considerando que a Associação se comprometeu a
4. Criou uma Unidade de Gestão de Riscos no conceder ao Beneficiário um financiamento em apoio do
Departamento de Tesouro do Ministério das Programa através do presente Acordo e de um Empréstimo
Finanças. Nº 8968-CV num montante equivalente a cinco milhões de
dólares (USD), concedido pelo Banco Internacional para
5. Criou um Fundo Nacional de Emergência para Reconstrução e Desenvolvimento nos termos de um Acordo
financiar respostas de emergência e recuperação de Empréstimo, com a mesma data (“o Empréstimo”);
em caso de desastre ou choque provocado pelo
clima. Por conseguinte, o Beneficiário e a Associação acordam:
Assim, ARTIGO I — CONDIÇÕES GERAIS; DEFINIÇÕES
de Cabo Verde e a Associação Internacional para o Desen- Beneficiário um crédito, que é considerado
volvimento (AID), no montante de três milhões e setecentos Financiamento Concessional para os efeitos
mil Direitos de Saque Especiais (DSE 3.700.000) desti- das Condições Gerais, num montante de três
nado ao financiamento da Política de Desenvolvimento de milhões e setecentos mil Direitos de Saque
Gestão de Riscos de Desastres em Cabo Verde, cujo texto Especiais (DSE 3.700.000) (alternadamente
em língua portuguesa se publica em anexo ao presente designado, “Crédito” e “Financiamento”).
diploma, do qual fazem parte integrante.
Artigo 2º 2.02. A Taxa de Serviço sobre o Saldo do Crédito
Desembolsado será igual a três quartos de um
Entrada em vigor porcento (3/4 de 1%) por ano.
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao 2.03. As Datas de Pagamento são a 15 de Abril e 15
da sua publicação e o Acordo referido no artigo anterior e de Outubro de cada ano.
os seus respetivos anexos, dele partes integrantes, produ-
zem efeitos em conformidade com o que neles se estipula. 2.04. A moeda de pagamento é o Dólar EUA.
Aprovado em Conselho de Ministros, do dia 11 de julho 2.05. Sem limitação quanto às disposições da Secção
de 2019. 5.05 das Condições Gerais, o Beneficiário deve
fornecer à Associação informações relacionadas
José Ulisses de Pina Correia e Silva e Olavo Avelino com as disposições do presente Artigo II, conforme
Garcia Correia pode a Associação periodicamente requerer.
Acordo de Financiamento 2.06. (a) Se, antes da Data de Encerramento, o
Beneficiário requerer uma prorrogação da Data
(Financiamento da Política de Desenvolvimento de Encerramento, a Associação pode deferir
de Gestão de Riscos de Desastres em Cabo Verde, este pedido uma única vez e por um período
com uma Opção de Desembolso Diferido para máximo de suspensão de seis (6) anos após a
Riscos de Catástrofes) Data de Assinatura e mediante certos termos e
Entre condições conforme acordado com a Associação; e
A REPÚBLICA DE CABO VERDE (b) Não obstante as disposições da alínea (a) acima, a
Data de Encerramento não deve ser prorrogada se,
e na data do pedido do Beneficiário, tiver ocorrido
ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
os eventos especificados na alínea (b)(i)(A) e (B)
da Secção 3.05 das Condições Gerais.
ACORDO DE FINANCIAMENTO
ARTIGO III — PROGRAMA
ACORDO datado conforme à Data de Assinatura, entre
a REPÚBLICA DE CABO 3.01. O Beneficiário declara o seu compromisso para
com o Programa e a sua implementação. Para o
VERDE (“Beneficiário”) e a ASSOCIAÇÃO INTERNA- efeito, e para além da Secção 5.05 das Condições
CIONAL DE DESENVOLVIMENTO (AID) Gerais:
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5.01. A Condição Adicional de Entrada em Vigor consiste Ações do Programa; Disponibilidade dos Recursos do
no seguinte: A Associação está satisfeita com
os progressos alcançados pelo Beneficiário na Financiamento Secção I. Ações ao abrigo do Programa
implementação do Programa e com a adequação
2 866000 000000
5.02. O Prazo para a Entrada em Vigor é de noventa 1. O Beneficiário adotou a Estratégia Nacional de
(90) dias após a Data de Assinatura do presente Redução de Riscos de Desastres.
Acordo.
2. O Beneficiário emendou o Quadro Legal de
ARTIGO VI - REPRESENTANTE; ENDEREÇOS Ordenamento do Território por forma a incluir
o uso dados de desastres e riscos relacionados
6.01. O Representante do Beneficiário é o Ministro com o clima na elaboração de instrumentos de
das Finanças. ordenamento do território.
6.02. Para os efeitos da Secção 11.01 das Condições 3. O Beneficiário reformulou o Sistema Nacional
Gerais: de Estatísticas que inclui normas, protocolos
e procedimentos de dados abertos.
(a) O endereço do Beneficiário é:
4. O Beneficiário criou uma Unidade de Gestão de
Ministro das Finanças Ministro das Finanças Avenida Riscos no Departamento de Tesouro do Ministério
Amílcar Cabral das Finanças.
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1. Não obstante as disposições da Secção 2.03 das qualquer circunstância o mais tardar quatro
Condições Gerais: meses após a data em que a Associação solicitar
a auditoria, uma cópia certificada do relatório de
(a) O Beneficiário deve abrir, antes de submeter auditoria, no formato e detalhe que a Associação
à Associação o primeiro pedido de retirada possa razoavelmente requerer e tornar público
da Conta de Financiamento e, a partir dessa o relatório atempadamente e de forma aceitável
altura deve manter as seguintes duas contas pela Associação; e
dedicadas nos termos e condições satisfatórios
para a Associação: (i) uma conta dedicada em 3. Fornecer à Associação quaisquer outras informações
dólares dos Estados Unidos (“Conta Dedicada relacionadas com as Contas Dedicadas e sua
em Divisa”); (ii) uma conta dedicada em Escudos auditoria conforme a Associação possa razoavelmente
Cabo-verdianos (“Conta Dedicada em Moeda solicitar.
nacional”); e F. Data de Encerramento. A Data de Encerramento
(b) Todas as retiradas da Conta do Financiamento é 30 de setembro de 2022.
serão depositadas pela Associação na Conta CALENDÁRIO 2
Dedicada em Divisa. Após cada depósito de
um montante do Financiamento na Conta Calendário de Reembolso
* Os percentuais representam a percentagem do montante principal do Crédito a ser reembolsado, salvo o que
a Associação possa especificar em contrário em conformidade com a Secção 3.05(b) das Condições Gerais
ou Secção 2.06 do Artigo II do presente Acordo.
ANEXO
Secção I. Definições
1. “Ajuste de Base à Taxa de Serviço” significa a norma de ajuste básico à taxa de serviço da Associação para
créditos na moeda de denominação do Crédito, em vigor às 12:01, horário de Washington, D.C., na data
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em que o Crédito foi aprovado pelos Diretores de 7 de março de 2012 e Artigo 265º alínea
Executivos da Associação, e expressos como (2) da Constituição do Beneficiário de 2010,
percentual positivo ou negativo por ano. conforme podem ser periodicamente alterados.
2. “Contas Dedicadas” significa Conta Dedicada em 14. “Quadro Legal de Ordenamento do Território”
Divisa e Conta Dedicada em Moeda Nacional. significa o Decreto-lei Nº 1/2006 de 13 de fevereiro
de 2006 e Decreto-lei Nº 6/2010 de 21 de junho
3. “Conta Dedicada em Divisa” significa a conta referida de 2010, conforme emendados pelo Decreto-lei
na Parte D.1(a)(i) da Secção II do Calendário Nº 4/2018 aprovado pelo Conselho de Ministros
1 do presente Acordo. a 19 de abril de 2017, e publicado no Boletim
Oficial de 6 de julho de 2018.
4. “Condições Gerais” significa as “Condições Gerais
da Associação Internacional de Desenvolvimento Secção II. Alterações às Condições Gerais
para Financiado da AID, Financiamento de
Políticas de Desenvolvimento”, datada de 14 As Condições Gerais são pelo presente alteradas da
de dezembro de 2018, com as modificações seguinte forma:
estabelecidas na Secção II do presente Anexo.
1. Secção 3.02 das Condições Gerais é eliminada na
5. “Conta Dedicada em Moeda Nacional” significa a íntegra, e as restantes secções são renumeradas
conta referida na Parte D.1(a)(ii) da Secção II em conformidade.
do Calendário 1 do presente Acordo.
2. No Índice, Anexo e todas outras disposições das
6. “Estratégia Nacional de Redução de Riscos de Condições Gerais, todas as referências para
Desastres” significa a estratégia adotada pelo os números e parágrafos da Secção do Artigo
Beneficiário na Resolução Nº 114/2018 do III são alterados, conforme necessário, para
Conselho de Ministros, publicada no Boletim espelhar a alteração acima referida.
Oficial datada de 20 de outubro de 2018.
José Ulisses de Pina Correia e Silva e Olavo Avelino
7. “Fundo Nacional de Emergência” significa o fundo Garcia Correia
criado pelo Decreto-lei Nº 59/2018, publicado
no Boletim Oficial a 16 de novembro de 2018. ––––––o§o––––––
8. “Sistema Nacional de Estatísticas” significa o sistema CONSELHO DE MINISTROS
2 866000 000000
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nos termos do Decreto-Lei nº 2/97, de 21 de janeiro, que e resultados, alterada pela Resolução n.º 82/2019 de 28
regula o regime jurídico dos bens patrimoniais do Estado. de Junho.
Artigo 3º Assim,
Artigo 1.º
––––––
Objeto
Resolução nº 96/2019
A presente Portaria fixa as remunerações dos membros
de 29 de julho
do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Gestão do
Território (INGT).
Ao abrigo do disposto do n.º 6 do artigo 9º da Lei n.º
109/VIII/2016, de 28 de janeiro, conjugado com o artigo Artigo 2.º
23.º Estatutos do Fundo Autónomo de Desenvolvimento e
Segurança do Transporte Marítimo Inter-ilhas, aprovados
Remunerações
pelo Decreto-lei n.º 44/2018, de 10 de julho; e
1. São atribuídas as seguintes remunerações, bruta
Nos termos do n.º 2 do artigo 265.º da Constituição, o mensal, aos membros do Conselho Diretivo do Instituto
Governo aprova a seguinte Resolução: Nacional de Gestão de Território (INGT):
Artigo 1.º
a) Presidente do Conselho Diretivo: 240.000$00
(duzentos e quarenta mil escudos);
Remuneração
b) Vogais Executivos: 216.000$00 (duzentos e
É fixada em 200.000$00 (duzentos mil escudos) a dezasseis mil escudos);
remuneração ilíquida mensal do Gestor Executivo do
Fundo Autónomo de Desenvolvimento e Segurança do c) Vogais não Executivos: 72.000$00 (Setenta e
Transporte Marítimo inter-ilhas. dois mil escudos)
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A presente Portaria entra em vigor no dia seguinte 1. A cedência referida no artigo anterior efetuar-se-á
ao da sua publicação e produz efeitos a partir de 01 de por auto de cedência lavrado no Notariado Privativo do
junho de 2019. Estado e assinado na Repartição de Finanças dos Mosteiros,
ilha do Fogo, nos termos estipulados no artigo 105 º do
Gabinete dos Ministross das Finanças e Ministra das Decreto –Lei 2/97, de 21 de janeiro.
Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação,
na Praia, aos 01 de julho de 2019. — Os Ministros, 2. A cedência fica sujeita à condição suspensiva do
Olavo Avelino Garcia Correia e Eunice Andrade da Silva registo da cláusula de reversão.
Spencer Lopes
3. De entre outros requisitos resultantes do artigo 105º
––––––o§o–––––– mencionado no n.º 1deste artigo, o auto deverá conter uma
cláusula de reversão, sob pena de não constituir titulo
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS bastante para o efeito do registo.
Portaria n.º 28/2019 Artigo 3°
Neste sentido, o interesse público visado com o presente d) Não fazer utilização imprudente dos terrenos;
ato é essencialmente a de reativar a vida economia em Chã
das Caldeiras, dar as famílias que perderam as suas terras e) Empregar as melhores praticas de higiene nas ativi-
com a erupção, meios para obterem os seus rendimentos dades desenvolvidas nesses terrenos.
e continuarem com as suas atividades, permitindo desta
forma uma melhor qualidade de vida e a retoma da vida Artigo 4°
económica de Chã das Caldeiras.
(Interdição de alienação a terceiros sem autorização)
Com a cedência, os beneficiários desses terrenos poderão
realizar o registo dos mesmos, de modo a se conferir maior 1. Os cessionários ficam vinculados a não alienar,
proteção a esses terrenos e permitir a manutenção da nem ceder a terceiros, a qualquer titulo, a exploração
atividade agrícola local. das parcelas de terreno que lhes forem atribuídas, salvo
autorização escrita do Governo, a qual só será concedida
Entretanto, sem prejuízo da autorização de cedência se o cessionário comprovar que deu ao terreno uso ad-
concedida por meio desta portaria, a mesma estabelece o equado conforme os objetivos da cessão e a alienação for
poder de reversão de que o Estado é detentor, consistindo considerada justificável e proveitosa ao interesse público.
na reversão gratuita para o Estado de todas as parcelas
cedidas aos beneficiários se estes destinarem as parcelas 2. Os adquirentes subsequentes aos cessionários ficarão,
a fins diversas dos que justificaram a sua cessão. como novos cessionários, vinculados ao cumprimento de
todas obrigações do anterior cessionário.
Assim,
Artigo 5º
Ao abrigo do disposto no artigo 103° do Decreto-Lei n°
2/97 de 21 de janeiro; e (reversão)
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 1.Os prédios descritos no artigo 1.º e constantes da
205 e pelo n° 3 do artigo 264º da Constituição, o Governo, lista Anexo I, reverter-se-ão a favor do Estado de Cabo
através do Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças, Verde, caso houver incumprimento ou desvio do fim quer
determina o seguinte: justificou a cedência dos mesmos por parte dos cession-
ários, ou caso os mesmos não cumprirem com quaisquer
Artigo 1º outras obrigações e deveres previsto e decorrentes da
presente Portaria.
(Autorização)
2. Ocorrido o incumprimento conforme mencionado no
É autorizada a cedência, a titulo definitivo e gratuito, nº1, o cedente, ouvido o cessionário, ordenará a reversão
a 30 beneficiários constantes da lista, Anexo I, e parte do prédio cedido, não tendo o cessionário direito a indem-
integrante da presente Portaria, das parcelas de terrenos nização pelos prejuízos que eventualmente possam haver
situados em Montinho, Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo, salvo caso de força maior.
para exploração agrícola e pecuária
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(Entrada em vigor)
Cidade da Praia, 25 de julho de 2019. — Vice-primeiro Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia
ANEXO
ANEXO I
I
Parcela
Nº Nome Alcunha NIF BI Àrea m2
N.º
1 Jose Francisco Fernandes Tchicosa 113255500 132555 1 6615,704
2 Francisca Vieira Fontes Muzinha 124665408 246656 2 5082,245
3 Augusto Lopes Motrond Anildo 132734596 367345 3 4922,096
4 Domingas Centeio Fernandes Mama 103625003 36250 4 4448,202
5 Maria Centeio Nicy 120888904 208889 5 4429,186
6 Arcinda de Pina Arcinda 127469249 274692 6 2872,952
7 Antonio Gomes dos Santos Nelo 128126337 281263 7 5878,035
8 Maria Socorro Rodrigues Coia 10762760 76276 8 4274,060
9 Amadeus Vieira Fontes Tuca 114770506 147705 9 5835,949
10 Eliseu Montrond Fernandes Andrade Djique 141379847 413798 10 4687,417
11 Eugénia Domingas Fernandes Bia 144227800 442278 11 4682,581
12 Jairson Fernandes José Monteiro Já de Clarisse 141509708 415097 12 4866,320
2 866000 000000
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I SÉRIE
BOLETIM
O FI C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.
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