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Ação e Omissão

Crimes Omissivos – Principais Características

- Características dos crimes omissivos


⁃ os tipos penais são circunstanciados (eles descrevem uma situação típica na qual o agente deve agir)
⁃ os tipos exigem que a conduta seja fisicamente possível; se não for, a omissão será atípica (se o comportamento for
fisicamente possível mas não for razoável exigir do agente a atuação conforme o direito, há a exclusão da culpabilidade)
⁃ nos crimes omissivos não há um nexo de causalidade (material) entre a ação e o resultado; não há um liame
naturalístico e sim um liame normativo de atribuição de responsabilidade (“nexo de evitação” – probabilidade enorme de que a
conduta devida teria interrompido o processo causal já iniciado por outras razões)

Elementos dos crimes omissivos (objetivos):


⁃ dever de agir imposto por uma norma diante de uma situação descrita no tipo penal
⁃ possibilidade de agir
⁃ nexo de evitação
Ação e Omissão
Crimes Omissivos – Elementos e Espécies

Elementos dos crimes omissivos (objetivos):


⁃ dever de agir imposto por uma norma diante de uma situação descrita no tipo penal
⁃ possibilidade de agir
⁃ nexo de evitação

Espécies de crimes omissivos


⁃ Crimes Omissivos Próprios
⁃ Crimes Omissivos Impróprios
Ação e Omissão
Crimes Omissivos – Elementos e Espécies

Crimes omissivos próprios


⁃ há um dever de agir genérico imposto pela norma penal (dever de agir que alcança qualquer pessoa,
tenha ela ou não uma qualidade especial – ex. arts. 135 e 269 do Código Penal; art. 2º, II, da Lei 8.137/90)
⁃ não há um crime comissivo equivalente
⁃ consumação do crime → crime formal ou de mera inatividade

Crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão)


⁃ há um dever de agir específico apenas para quem ocupa a posição de garantidor (art. 13, § 2º do
CP)
⁃ há um crime comissivo equivalente
⁃ consumação do delito → ocorrência do resultado (concreto) descrito na norma penal
Ação e Omissão
Posição de garantidor (art. 13 §2º, do CP)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação
ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a
quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

- Fontes Originadoras da posição de garantidor:


⁃ Legal
⁃ Contratual
⁃ Comportamento anterior
Ação e Omissão
Responsabilidade penal por omissão dos dirigentes, administradores e sócios gerentes da empresa → dever de
diligência (dever de vigilância) e probidade na gestão da empresa
Inobservância do dever de vigilância → imputação penal por crimes praticados por funcionários → necessidade
de dolo (direto ou eventual) ou de culpa
Oito funcionários da Vale são presos em investigação sobre Brumadinho

Teoria da cegueira deliberada (“Willful Blindness Doctrine”) → Teoria das Instruções do Avestruz, Teoria da
Evitação da Consciência ou Teoria do Ato da Ignorância Consciente → Suprema Corte Norte Americana →
agente finge não enxergar a ilicitude da procedência de bens, direitos e valores com o intuito de auferir
vantagens → Dolo eventual
Comportamento anterior que coloca em perigo determinado bem jurídico → contrário ao dever → criação de
risco não permitido → responsabilidade do dirigente/sócio da empresa
É possível que um gestor delegue parte de seu dever de vigilância a terceiros?

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