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PARTE GERAL

Princípios

a) Princípio da Legalidade: (art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º CP): “não há crime sem lei anterior que o
defina, não há pena sem prévia cominação legal”;
Reserva legal: Apenas a lei em sentido estrito pode criar direito penal (Lei ordinária ou lei
complementar).

ATENÇÃO:
- Medida provisória não pode versar sobre matéria penal, mesmo depois de convertida em lei (art. 62 § 1°).
- O STF já admitiu medida provisória em matéria penal desde que favorável ao réu.
- Matéria penal não teria a urgência exigida para edição de medida provisória.
- É competência privativa da União legislar sobre direito penal.
- Lei complementar pode autorizar aos Estados legislar sobre temas específicos em matéria penal (art. 22 parágrafo
único CF).

b) Princípio da Exclusiva Proteção a Bens Jurídicos: o Direito Penal somente tutela os bens
essenciais para a vida em sociedade;

c) Princípio da Intervenção Mínima: o Direito Penal somente deve intervir na medida do que for
estritamente necessário. É comum a doutrina dividir tal princípio em dois subprincípios, a saber:
Fragmentariedade – O Direito Penal só protege os bens jurídicos mais relevantes de ataques
violentos; e Subsidiariedade – Somente deve ser tutelado um bem pela intervenção penal quando
os demais ramos do direito se revelarem insuficientes (ultima ratio).

d) Princípio da Responsabilidade Pessoal do Agente: cada agente deve responder pela conduta que
efetivamente praticou.

e) Princípio da Culpabilidade: para ser penalmente responsabilizado, o autor da conduta deve ter
atuado com dolo ou culpa. O referido Princípio inibe a responsabilidade penal objetiva.

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f) Princípio da Adequação Social: o Direito Penal só tutela condutas socialmente inadequadas.

g) Princípio da Insignificância ou Bagatela – o Direito Penal não tutela atitudes insignificantes. O


STF determinou vetores de aplicação desse princípio: reduzidas lesividade da conduta,
periculosidade do agente e reprovabilidade social da ação e inexpressividade da lesão provocada;

h) Princípio da Humanidade das Penas (art. 5º, XLVII, CF) – não se admite no Brasil, penas de
morte, prisão perpétua, de banimento, trabalhos forçados, ou penas cruéis.
* Exceção: pena de morte em caso de guerra declarada.

i) Princípio da Anterioridade (art. 5º, LX, CF) – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu.

Eficácia da Lei Penal no Tempo

A norma que deve ser aplicada é em regra a norma vigente, salvo se lei posterior for mais
benéfica.

Tempo do crime

LUTA (Lugar-Ubiquidade; Tempo-Atividade):


Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado. O prazo prescricional, no entanto, começa a correr na data em que o crime
se consumou (art. 111, CP)

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Conflito de leis no tempo

- Irretroatividade da lei mais severa: a Lei Penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

- Retroatividade da lei benéfica (art. 5°, XL CF; e art. 2° CP): A lei mais benéfica retroage
aplicando-se inclusive aos fatos já decididos por sentença transitada em julgado.

ATENÇÃO:
- Compete ao juízo da execução a aplicação da lei mais benéfica após o transito em julgado;
- Súmula 611 STF e art. 66, I da LEP;
- A lei nova que descriminaliza a conduta chama-se abolitio criminis. Ela extingue a pena, bem como os efeitos penais
da sentença condenatória. Os efeitos civis não são abolidos. Apaga-se apenas a natureza criminosa.
- Aplica-se a lei mais grave ao crime permanente e ao crime continuado desde que sua vigência seja anterior à
cessação da continuidade ou da permanência. (Súmula 711 do STF);
- A lex mitior aplica-se mesmo durante a vacacio legis, posto que o Estado já reconheceu a suficiência da nova
situação (doutrina majoritária).
- Exceção: (art. 3° do CP), a lei excepcional e temporária, mesmo que prejudicial ao réu, continua se aplicando aos
fatos praticados na sua vigência, ainda que depois de revogada.

Eficácia da Lei Penal no Espaço

Em relação à aplicação da Lei Penal no espaço, o Direito brasileiro adotou como regra o
Princípio da Territorialidade, pelo qual se aplica a lei brasileira ao crime cometido no território
nacional. Ademais, importante mencionar que o Direito brasileiro não adota a territorialidade
absoluta, mas sim a territorialidade temperada, vez que faz expressa ressalva a convenções, tratados
e regras de Direito Internacional.

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ATENÇÃO:
O Território Nacional não engloba apenas o espaço terrestre, de acordo com o § 1° do art. 5° do CP, embarcações ou
aeronaves públicas ou a serviço do governo são consideradas extensão do território brasileiro, independente de onde se
encontrarem. Já as embarcações ou aeronaves privadas somente são consideradas extensão do território brasileiro se
em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto-mar brasileiro. Ainda, de acordo com o § 2° do art. 5° do CP, é
aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
privada, que estejam em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e embarcações
privadas em porto ou mar territorial do Brasil.

Conflito aparente de Normas

Fala-se em conflito aparente de normas quando a um só fato, aparentemente, duas ou mais


normas em vigor parecem aplicáveis.
Contagem de Prazos
De acordo com o art. 10 do Código Penal, o prazo deve ser computado o dia de início da
contagem, independente da hora em que esta começou. Ademais, o prazo não se prorroga quando
termina em sábado, domingo ou feriado, não se estende, pois, até o dia útil seguinte.

Teoria do Crime

No sistema brasileiro, há duas espécies de infrações penais, a saber: Crimes ou Delitos e


Contravenções. Ocorre que, o nos interessa para o exame da OAB é a análise do conceito analítico
da infração penal.

- Conceito formal de crime: crime é a infração punível;


- Conceito material de crime: está relacionado com a essência do crime, é a ação humana positiva
ou negativa que intencional ou descuidadamente lesa ou expõe a risco de grave lesão, bem jurídico
vital para a vida em sociedade.
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- Conceito analítico de crime: divide a estrutura do crime em partes. Crime é fato típico,
antijurídico, alguns acrescentam a culpabilidade, outros ainda acrescentam a punibilidade.
Teorias: bipartide, tripartide e a quadripartide. A teoria adotada pela doutrina majoritária é a
tripartide.

I – Fato típico

O fato típico tem duas estruturas essenciais e duas acidentais. As essenciais são: conduta e
tipicidade (estão em todos os fatos típicos); e as eventuais (acidentais): nexo de causalidade e
resultado (apenas nos crime materiais).

Teoria da conduta: no Brasil prevalece o conceito finalista de conduta: movimento corpóreo


humano positivo ou negativo, consciente e voluntário, dirigido a uma finalidade.
Classificação: de acordo com a conduta o crime pode ser classificado como comissivo ou omissivo.

Os omissivos podem ser classificados como comissivos próprios (puros) ou impróprios (impuros).

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Omissivos próprios Omissivos impróprios (comissivo por omissão)
- A lei prevê uma omissão. - A lei prevê ação. Resultado naturalístico relevante.
- Dever jurídico de agir. - Dever jurídico de agir para impedir o resultado,
- Resultado naturalístico irrelevante específico, ligado a algumas pessoas.
(ausente no tipo) – crime de mera - Responde pelo resultado, por dolo ou culpa.
conduta. - Dever de garante (expressão usada em crimes omissivos
- Previsão típica direta (inação está impróprios) art. 13, § 2° CP:
expressamente prevista no tipo, ex. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever
omitir, deixar de fazer)
de agir incumbe a quem:
- Dever genérico de agir (dever
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
imposto a uma coletividade) vigilância; (ascendente, descendente, cônjuge e irmão;
- Não admite tentativa. tutores e curadores; funcionários públicos com estes deveres:
(Ex.: Omissão de socorro.) bombeiro, policial e médico)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
resultado; (dever garante por dever contratual, ou acordo
de vontades: salva vidas, vigilantes, professora)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado. (dever garante por ingerência –
quem cria o risco, dolosa ou culposamente)
São tipos normalmente comissivos, excepcionalmente
punidos por omissão. (comissivos por omissão).
Admite tentativa. Quando quem se omite deseja o
resultado, mas a pessoa se esquiva do risco.

* A omissão exige que você esteja presente para se omitir.

- Teoria do resultado: Pode ser classificado como jurídico e naturalístico. O resultado jurídico é a
afronta á norma jurídica, todo crime tem resultado jurídico.
O resultado naturalístico é a alteração do mundo exterior diversa da conduta e gerada por ela.
Classificação dos crimes quanto ao resultado naturalístico: a) materiais: resultado previsto no tipo,
necessário para a consumação; b) formais: tem um resultado previsto no tipo, mas é desnecessário
pra a consumação (ex. extorsão mediante sequestro, crimes contra a honra); c) crimes de

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consumação antecipada, pois se consumam antes do resultado; e d) crimes de mera conduta: não há
resultado previsto no tipo.

II - Nexo de causalidade

É a ligação lógica, física, entre a conduta e o resultado. O Brasil adota a teoria da


equivalência dos antecedentes, segundo a qual se considera causa tudo o que concorre para a
produção do resultado. Causa é toda condição sem a qual o resultado não teria ocorrido nas
mesmas circunstâncias.
A doutrina criou um critério para distinguir dentre varias condutas, quais poderiam ser
consideradas causa. Critério da eliminação hipotética de Thirén. Elimina hipoteticamente da
cadeia causal, se o resultado se altera a conduta é causa, se o resultado permanece nas mesmas
circunstâncias a conduta não é causa. O defeito dessa teoria é que permite o regresso ao infinito,
que se resolve no dolo e na culpa (afastando os excessos). Continua adotada majoritariamente no
Brasil.

ATENÇÃO:
Há uma exceção capaz de romper o nexo de causalidade estabelecido pelo critério da eliminação hipotética: causa
superveniente relativamente independente.

Há duas espécies de Causas:

a) Dependentes: É uma causa que decorre logicamente da conduta, como algo previsível e
esperado, as causas dependentes não rompem com o nexo causal;
b) Independentes: São aquelas que se encontram fora da linha normal de desdobramento
causal da conduta. As causas independentes podem ser absolutamente ou relativamente
independentes, a causa absolutamente independente é aquela que é capaz de produzir o resultado
sozinha.

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Inter Criminis

a) Cogitação;
b) Atos preparatórios;
c) Execução;
d) Consumação;
e) Exaurimento.

- Tentativa: artigo 14, II, e parágrafo único, CPP, o sujeito não alcança a consumação por
circunstancias alheias a sua vontade. A punição da tentativa (art. 14 parágrafo único, CP) é a
mesma pena do crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. A redução será tanto maior quanto
distante da consumação.
Classificação:
a) Branca ou cruenta;
b) Perfeita ou imperfeita.

Infrações penais que não admitem tentativa:

Crimes unissubsistentes – não aceitam intervalo temporal entre o início da execução e a


consumação, a conduta não pode ser fracionada;
Crimes culposos – não se pode tentar aquilo que não se quer;
Crimes preterdolosos – que vão alem do dolo. Dolo no antecedente, culpa no conseqüente.
Crime habitual – a conduta pressupõe reiteração de atos da mesma espécie para se
consumar, e a prática isolada não configura crime. Ex. exercício irregular da medicina.
Crimes de atentado – quando se fala em tentativa, "salvo disposição em contrário" a pena é
diminuída. Em alguns casos a tentativa já configura crime, e nesses não haverá diminuição
da pena.
(Ex.: tentativa de fuga de preso.)
Contravenções penais - (crime anão). Art. 4º LCT.

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-Tentativas qualificadas:

Desistência voluntária – iniciada a execução, o sujeito por ato voluntário desiste de nela
prosseguir, impedindo a consumação. Conseqüência: fica afastada a tentativa e o sujeito só
responde pelos atos já praticados.

Arrependimento eficaz – fica afastada a tentativa e sujeito só responde pelos atos já


praticados.

- Tentativas inidôneas:

Impropriedade absoluta do objeto – objeto material não reveste bem jurídico tutelado;
Inidoneidade absoluta do meio;
Obra do agente provocador.

Conceito analítico de crime:

Tripartite

Conduta Típica – dolo/culpa


Ilícito – Proibido
Culpável – agente responsável

Excludentes:
Ilcicitude ou discriminates Culpabilidade ou exculpantes
Legítima defesa
justificantes Menoridade
Estado de necessidade Embriaguez
Exercício regular de direito Doença mental
Estrito cumprimento do dever Erro de proibição
lagal Coação
Obediência

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Legítima defesa

"Age em legítima defesa quem age para repelir injusta agressão atual ou iminente, direito
próprio ou alheio, usando moderadamente os meios necessários"

- Agressão é conduta humana, portanto não há legitima defesa contra ataque espontâneo de
animal e sim estado de necessidade.
- Não se admite legítima defesa recíproca. Cabe no entanto legítima defesa contra o
excesso de outra legítima defesa (legítima defesa sucessiva).
- Cabe legítima defesa tanto contra agressão atual quanto contra agressão iminente. Não
cabe no entanto contra agressão passada nem agressão futura.
- Qualquer direito pode ser defendido de agressões injustas, não apenas a vida e a
integridade física.
- Segundo a doutrina majoritária os ofendículos (aparatos de defesa predispostos)
caracterizam legitima defesa preordenada. Posição minoritária consideram os ofendículos
como exercício regular de direito. Desse modo quem coloca cerca elétrica não será punido pelo
dano causado a outrem. O ofendículos deve ser ostensivo, caso contrário vira armadilha, podendo
caracterizar crime culposo.
- É possível tanto a defesa própria como a de terceiros.
- Deve haver proporcionalidade entre o ataque e a defesa. Meio necessário é o menos
lesivo dentre os disponíveis para repelir a agressão. Uso moderado é o uso suficiente
para repelir a agressão.
- O excesso pode ser punível (doloso ou culposo); ou impunível (inevitável, exculpante) –
causa supralegal de exclusão da ilicitude.

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Estado de necessidade

"Age em estado de necessidade quem pratica um fato típico para salvar de perigo atual que
não provocou voluntariamente e nem podia de outra forma evitar direito próprio ou alheio cujo
sacrifício não seria razoável exigir-se" (art. 24 CP)

- O perigo pode ser proveniente de força da natureza, ataque de animal ou mesmo outra
conduta humana.
- O estado de necessidade pode ser recíproco.
- Não pode alegar estado de necessidade quem provocou por sua vontade o perigo.
- Não pode alegar se alegar estado de necessidade quando o perigo podia ser evitado de
forma menos lesiva.
- Não há previsão de estado de necessidade contra perigo apenas iminente.
- Cabe estado de necessidade próprio ou de terceiro.
- Só pode ser salvo um bem superior ou no mínimo igual ao bem sacrificado.
- Se o bem salvo for menor que o bem sacrificado haverá somente uma causa de redução
de pena.
- A Alemanha adota a teoria diferenciadora do estado de necessidade (quando o bem salvo
é maior que o bem sacrificado a conduta é justificante; quando os bens são equivalentes a
conduta é exculpante).
- A teoria brasileira é unitária se o bem é menor ou igual, é sempre justificante.

Exercício regular do direito

"Age em exercício regular de direito quem pratica um fato típico autorizado normalmente
pelo estado"

Ex.1. violência inerente ao esporte


Ex.2. intervenção médica (se for autorizada trata-se de exercício regular da profissão, caso

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não seja autorizada poderá ser excludente de ilicitude quando houver estado de
necessidade).

Estrito cumprimento do dever legal

"Age em ECDL quem pratica o fato típico obrigado por dever de ofício"

Culpabilidade

Culpabilidade integra o conceito analítico de crime, trata-se do juízo de reprovação que


incide sobre a conduta penalmente relevante. A culpabilidade é composta por três elementos:
imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

a) Imputabilidade: é a possibilidade de ser atribuído, imputando um fato típico e ilícito ao


agente, a fim de que seja responsabilizado por seus atos. Será constituída pela capacidade de
discernimento e compreensão.

b) Potencial consciência da ilicitude: é a possibilidade de o agente conhecer a ilicitude do


seu comportamento. A exclusão da culpabilidade, por ausência de potencial consciência da ilicitude
do fato, se caracteriza no erro de proibição.

c) Exigibilidade de conduta diversa: Para que o agente seja culpável, é necessário que
tenha atuado em situações normais que lhe seria possível agir de maneira diversa.

Concurso de Pessoas

Fala-se em concurso de pessoas (ou de agentes) quando duas ou mais pessoas concorrem
para prática da infração penal.

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A doutrina apresenta a seguinte classificação dos delitos quanto ao concurso de agentes:

- Teoria monista: todos os colaboradores respondem pelo mesmo crime, é a adotada no


Brasil nos termos dos arts. 29 e 30 do CP;

- Teoria pluralista: cada colaborador responde por seu próprio crime.


Situações: previsão expressa da conduta de cada colaborador em um tipo autônomo;
cooperação dolosamente distinta (art. 29, § 2°: se um dos colaboradores só aceitou participar de um
crime menos grave responderá nos limites do seu dolo. Se era previsível o resultado mais grave a
pena poderá ser aumentada ate a metade).

Requisitos:

a) Pluralidade de pessoas;
b) Liame subjetivo: é a aderência de uma vontade à outra;
c) Relevância causal da colaboração: se a pretensa colaboração não influi na prática
criminosa, não há concurso de pessoas;
d) Unidade de crime: (consequência da teoria monista).
OBS. Nos termos do art. 29, §1° se a participação é de menor importância a pena deverá ser
reduzida de 1/6 a 1/3.

ATENÇÃO:
Instituto semelhante ao concurso de pessoas:
Autoria colateral: prática coincidente da mesma infração penal por dois ou mais sujeitos sem o
liame subjetivo. Consequência: cada sujeito responde apenas pelo que efetivamente fez.

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Teoria da Pena

A Pena é a resposta estatal a uma infração penal. A doutrina entende que a pena tem três
finalidades: retributiva, preventiva e ressocializadora.
As penas aplicadas no Brasil são as seguintes:

Penas Privativas de Liberdade:


a) Reclusão;
b) Detenção; e
c) Prisão Simples.

Penas Restritivas de Direitos:


a) Prestação de serviço à comunidade;
b) Limitação de fim de semana;
c) Interdição temporária de direitos;
d) Perda de bens e valores;
e) Prestação pecuniária (multa).

Aplicação da Pena

O critério adotado pelo Código Penal é o Trifásico (art. 68 CP):

a) Primeira fase – Nesta fase o Juiz fixa a pena-base, observando as seguintes


circunstâncias: Culpabilidade; Antecedentes; Conduta Social do Agente; Personalidade; Motivos do
crime; Circunstâncias do crime; Consequências do crime e Comportamento da vítima.
ATENÇÃO:
A fixação da pena-base não pode ficar abaixo do mínimo, nem acima do máximo previsto pelo crime.

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b) Segunda fase – Tem o objetivo de encontrar a pena intermediária. Para tanto, o Juiz se
vale das circunstâncias agravantes, previstas nos artigos 61 e 62, do CP, e das atenuantes, previstas
nos artigos 65 e 66 do já mencionado Código.
ATENÇÃO:
As atenuantes incidem em qualquer espécie de crime, seja doloso, culposo ou preterdoloso. As
agravantes, de regra, somente se aplicam aos crimes dolosos, com exceção da reincidência, que se aplica a
qualquer delito.

c) Terceira fase – O Juiz, nessa última fase, busca a pena definitiva, utilizando as causas
de aumento ou diminuição de pena.

Apesar dos critérios de aplicação da pena se apresentar em três fases, teremos, ainda, um
quarto momento, no qual o Juiz deverá definir o regime para início do cumprimento da pena.

Crime punido com Reclusão Crime punido com detenção


Fechado Pena superior a 8 anos O agente não pode iniciar a pena em
regime fechado, somente podendo
por regressão.

Semiaberto Pena superior a 4 anos e que não Pena superior a quatro anos.
exceda 8 anos (desde que não
reincidente).

Aberto Pena igual ou inferior a 4 anos, desde Pena não superior a quatro anos,
que o agente não seja reincidente. Se desde que não reincidente.
for reincidente, o regime inicial será
o fechado.

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Circunstâncias judiciais (art. 59):

1. Culpabilidade;
2. Personalidade;
3. Conduta social;
4. Antecedentes;
5. Motivos;
6. Circunstâncias (stricto senso);
7. Conseqüências do crime;
8. Comportamento da vítima.

ATENÇÃO:
Maus antecedentes: só podem ser consideradas sentenças condenatórias (desde que não gerem reincidência).
Súmula 444 STJ – "é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena
base".

Pena Provisória (agravantes e atenuantes)

Deve ficar dentro dos limites da pena (analisadas circunstancias agravante e atenuantes:
circunstâncias sempre previstas na parte geral do Código, aplicadas à todos os crimes, e sem uma
quantia fixa).

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Atenuantes genéricas (arts. 65 e 66 CP):

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:


I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta)
anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar -
lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou
sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em lei.
*Art. 66 = atenuante inominada.

* Sumula 231 STJ - "a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir a redução
da pena abaixo do mínio legal".

ATENÇÃO:
Se a pena base já é o mínimo não há como diminuir aquém do mínimo. A atenuante é desconsiderada.

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Agravantes genéricas: São circunstâncias que agravam a pena quando não constituem ou
qualificam o crime.

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime: I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a
defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou
com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do
ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:


I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não- punível em virtude de
condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

REINCIDÊNCIA: é reincidente quem comete novo crime após transitar em julgado


sentença que o condenou no Brasil ou no exterior por crime anterior. Não é necessário homologar
sentença estrangeira para gerar reincidência.
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A sentença condenatória deixa de gerar reincidência após passados 05 anos a partir do
término ou extinção da pena. O tempo do livramento condicional e do sursis é computado, se não
revogados. Ademais, não geram reincidência os crimes políticos e os crimes militares próprios,
ainda, segundo a Jurisprudência, pena de multa anterior não gera reincidência.

Pena Definitiva (causas de aumento e diminuição):

a) Pode ficar fora dos limites (mesmo que só se possa cumprir 30 anos, os benefícios são
calculados com base na pena toda);

b) Causas de aumento (majorantes) e de diminuição (minorantes): são circunstâncias


previstas tanto na parte geral quanto na parte especial, sempre em quantia determinada.

Parte geral Parte especial


Causa de aumento Art. 29, §2°, 2ª parte Art. 121, §4°: +1/3
Causa de diminuição +1/3 Art. 16: - 1/3 a 2/3 Art. 121, §1°: - 1/6 a
1/3

Conflitos entre Circunstâncias:

a) Entre circunstâncias judiciais: prevalece as subjetivas, entre essas prevalecem os


motivos, a personalidade e os antecedentes criminais;

b) Entre agravantes e atenuantes: prevalecem as subjetivas, dentre elas motivo,


personalidade e reincidência, mas acima de todas a menoridade relativa (21 anos);

c) Entre causa de aumento/diminuição da parte geral e da parte especial: aplica-se ambas,


mas primeiro a da parte especial;

d) Entre causas de aumento/diminuição da parte especial: utiliza-se apenas uma, a que

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mais aumente ou mais diminua;

e) Entre qualificadoras: uma delas será usada para aumentar os limites mínimo e máximo e
as demais (2 posições): 1.funcionam como circunstancias judiciais desfavoráveis (1ª fase); 2.
Atuam como agravantes, desde que correspondentes com estas (2ª fase);

SURSIS

É a suspensão condicional da pena. Requisitos objetivos:

a) Pena privativa de liberdade não superior a dois anos;


b) Impossibilidade de substituição por pena restritiva de direito. Requisitos subjetivos:
a) Não reincidente em crime doloso;
b) Circunstancias judiciais favoráveis.

Obs.: o fato de ser foragido ou revel não impede o sursis.

 Sursis simples: serviços à comunidade ou limitação dos finais de semana no 1º ano;


 Sursis especial: proibição de freqüentar determinados lugares, sair da comarca sem
autorização do juiz e comparecimento mensal obrigatório (cumulativas). Exige mais dois requisitos
além do simples: reparação do dano e que as condições do art. 59 sejam inteiramente favoráveis.
 Sursis etário: aplicado ao condenado maior de 70 anos, quando a pena não for superior
a 4 anos. O período de prova será de 4 a 6 anos.
 Sursis humanitário: aplicado ao condenado com problemas de saúde, quando a pena não
for superior a 4 anos. O período de prova será de 4 a 6 anos.

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Revogação obrigatória
a) Condenação transitada em julgado por pratica de crime doloso;
b) Descumprimento das condições legais do sursis simples;
c) Frustrar a execução de multa tendo condições para o adimplemento.

Revogação facultativa
a) Condenação transitada em julgado por crime culposo ou contravenção;
b) Descumprimento de condições que não as do sursis simples (sursis especial e
condições judiciais)

Se após audiência admonitória o acusado estiver respondendo a processo pela pratica de


crime ou contravenção, o período de prova será prorrogado automaticamente ate o transito em
julgado desse processo.
Livramento Condicional

Requisitos objetivos:
a) Pena privativa de liberdade;
b) Pena igual ou superior a 2 anos;
c) Reparação do dano, quando possível;
d) Cumprimento de parte da pena: 1/3 se não for reincidente em crime doloso e tiver bons
antecedentes ou 1/2 da pena quando reincidente em crime doloso; se tiver maus
antecedentes mas não for reincidente deverá cumprir algo entre 1/3 e 1/2; 2/3 se for
condenado por crime hediondo;
e) Se reincidente em crime hediondo não terá direito à liberdade condicional.

Requisitos subjetivos:
a) Comportamento carcerário satisfatório;
b) Bom desempenho nas funções atribuídas e aptidão para obter ocupação lícita;
c) Crimes dolosos: constatação de condições pessoais que permitam presumir que não
voltará a delinqüir.

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Condições:
a) Obrigatórias: arrumar uma ocupação lícita dentro de prazo razoável; comparecer
periodicamente em juízo para esclarecer suas atividades; não mudar do território da
comarca sem autorização judicial;
b) Facultativas: proibido mudar de endereço sem autorização judicial; se recolher em casa
a partir de determinado horário; não freqüentar determinados lugares.

 Revogação obrigatória: condenação à pena privativa de liberdade transitada em julgado;


 Revogação facultativa: condenação à pena não privativa de liberdade transitada em
julgado ou descumprimento das condições impostas.

Obs.: em caso de crime cometido antes do benefício conta o tempo de prova no


cumprimento da pena; para crime cometido durante o período de prova será desconsiderado o
tempo que gozou do benefício.
Obs.2: no caso de revogação por descumprimento de condição não será computado o
tempo de prova.
Concurso de Crimes

- Material ou real: Mediante uma ou mais condutas, se consegue dois ou mais resultados,
idênticos ou não. Cumulação de penas. Cumpre-se primeiro a pena mais branda.

- Formal ou ideal: Mediante uma única conduta, produz dois ou mais crimes, idênticos ou
não.
* Concurso formal perfeito – apenas um desígnio; sistema de exasperação da pena:
aplica-se a mais grave ou qualquer uma delas, aumentando-se de 1/6 a ½ de acordo com a
quantidade de resultados;
* Concurso formal imperfeito – desígnios diferentes; somam-se as penas

- Crime continuado – o agente mediante duas ou maus condutas produz dois ou mais
resultados da mesma espécie; exasperação da pena aumentada de 1/6 a 2/3. No caso de

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crime continuado específico (qualificado por violência ou grave ameaça) aplica-se a
maior pena, aumentando-se até o triplo.

* Obs.: Se a pena exasperada for maior que a cumulação de penas aplica-se este último
sistema em benefício do réu.

No concurso de crime as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.

PARTE ESPECIAL

Daremos inicio a Parte Especial do Código Penal, onde serão analisados os crimes em
espécie.

Crimes Contra a Pessoa

1- Homicídio (art. 121, CPB)

Homicídio Simples – não é crime hediondo salvo quando praticado em ação típica de grupo de
extermínio (conceito fático, sociológico), mesmo que por um só agente. Dificilmente acontecerá
sem qualificadora.

Homicídio qualificado – pena de 12 a 30 anos.


- Qualificadoras Subjetivas: relacionadas aos motivos
a) Paga/promessa de recompensa;
b) Motivo torpe (ex. herança);
c) Motivo fútil, banal (ex. pequena dívida);
d) Motivo de conexão, para assegurar execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro
crime.

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* A vingança e o ciúme não são necessariamente motivo torpe ou fútil

- Qualificadoras objetivas de meio (forma de execução)


a) Fogo;
b) Explosão;
c) Asfixia (afogamento é forma de asfixia);
d) Tortura;
e) Veneno (meio insidioso);
f) Clausula aberta: qualquer meio insidioso, cruel, que traga perigo comum.

- Qualificadores objetivas de modo (como se "pega" a vítima)


a) Traição;
b) Emboscada;
c) Dissimulação (disfarce);
d) Qualquer modo que dificulte ou impossibilite a defesa da vítima.

O crime pode ser no máximo triplamente qualificado, só pode ser escolhida uma
qualificadora de cada tipo. O homicídio qualificado é hediondo

Causa de diminuição de pena (§1°)

* homicídio "privilegiado", diminui a pena de 1/6 a 1/3 (privilegiado)


* todas as causas de diminuição de pena são subjetivas, relacionadas aos motivos:
a) Relevante valor moral (o contrario do motivo torpe)
b) Relevante valor social
c) Domínio de violenta emoção logo após provocação da vítima.

* É possível um crime ser qualificado e privilegiado ao mesmo tempo, desde que a qualificadora
seja objetiva.

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Causas de aumento de pena do homicídio doloso (§4, 2ª parte)

* aumenta-se a pena em 1/3,


a) Quando a vítima era menor de 14 ou maior de 60 (teoria da atividade, momento da ação);

Homicídio culposo – matar alguém por negligência, imprudência ou imperícia. Para


homicídio na direção de veículos será regido pelo Código de Transito (art. 132). Pena maior para o
homicídio no trânsito.

Causa de aumento de peno do homicídio culposo, aumenta a pena em 1/3


a) Não prestar socorro, quando era possível fazê-lo;
b) Não tentar diminuir as conseqüências de seus atos;
c) Fugir para evitar o flagrante;
d) Ter cometido crime com inobservância de regra técnica.

Perdão Judicial

- Causa de isenção de pena;


- Só serve para crime culposo;
- Quando as conseqüências do crime atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
punição seja desnecessária.
- Sentença declaratória de extinção da punibilidade.

2- Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Suicídio

Caso se cometa as três condutas, não são três crimes, é um tipo misto. Suicídio é tirar a
própria vida de forma voluntária e consciente, se terceiro tira a vida é homicídio, quando a vítima
atua mediante coação, fraude ou é pessoa vulnerável o crime será de homicídio.

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Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: Trata-se de um crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, sem se
exigir qualquer qualidade especial do agente.
b) Sujeito Passivo: Qualquer pessoa capaz. O Sujeito passivo deve ter condições de discernimento e
contade.

Elemento subjetivo do tipo: Trata-se de um crime doloso.

Elementos Objetivos do tipo: Induzir é fazer nascer a vontade de suicídio na vítima, ao passo que
Instigar é reforçar a idéia de suicídio já existente, por fim, Auxiliar é prestar assistência material
para a conduta.

3- Infanticídio

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: Trata-se de crime próprio, só podendo ser a parturiente, sob estado puerperal.
b) Sujeito Passivo: Também é próprio, só podendo ser o próprio filho, nascente ou neonato.

Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso.

Elementos objetivos do tipo: A conduta típica é matar.

4- Aborto

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: Só pode ser praticado por gestante, é um crime de mão própria.
b) Sujeito Passivo: é o feto.

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Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso, configurando-se tanto mediante dolo direito, quano
eventual.
Elementos objetivos do tipo: Serão punidas pelo tipo de duas condutas: provocar aborto ou
consentir que terceiro provoque o aborto.

5- Lesões Corporais

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: É um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
b) Sujeito Passivo: Em regra, o sujeito passivo é comum.

Elemento subjetivo do tipo: A Lesão Corporal pode ser punida a título de dolo, culpa ou ainda em
modalidade preterdolosa.

Elementos objetivos do tipo: A conduta típica consiste em ofender a integridade corporal ou a saúde
de alguém.

6- Omissão de Socorro

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: É um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
b) Sujeito Passivo: Criança abandonada ou extraviada, ou pessoa inválida, ferida.

Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso.

Elementos objetivos do tipo: O tipo prevê duas formas diferentes de inação: a) deixar de prestar
assistência pessoal, ou b) deixar de pedir socorro da autoridade pública.

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Crimes contra a Honra

- Calúnia (mentira) – atribuir falsamente algo definido como crime; deve chegar ao conhecimento
de terceiros, ofende a honra objetiva. Admite a exceção da verdade.
- Difamação (fofoca) – art. 139. Fatos desonrosos, que não são crime (inclusive contravenções);
não importa se a afirmação é verdadeira ou falsa; quando a fofoca se faz sobre funcionário
público no exercício da função, cabe exceção da verdade. Atinge a honra objetiva.
- Injúria (xingamento) – atinge a honra subjetiva, não precisa chegar ao conhecimento de
terceiros. Não importa se a imputação é verdadeira ou falsa. Não admite exceção da verdade.
a) Injúria real – quando a ofensa atinge a esfera física, é mais grave.
b) Injúria preconceituosa – origem, cor, etnia, condição pessoal; também é mais grave. Art.
140, § 3º, CP.
* O crime de racismo exige a segregação pela raça.

Crimes contra o Patrimônio

1- Furto

Bem jurídico tutelado: Patrimônio

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: É um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, salvo o
proprietário do bem.
b) Sujeito Passivo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica.

Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso.

Elementos objetivos do tipo: A conduta incriminada é a de subtrair coisa alheia móvel.

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2- Roubo

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: É um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, salvo o
proprietário do bem.
b) Sujeito Passivo: É o proprietário, possuidor, detentor ou qualquer pessoa contra quem se
empregou a violência ou grave ameaça na subtração.

Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso.

Elementos objetivos do tipo: A conduta incriminada é a de subtrair coisa alheia móvel, mediante
violência ou grave ameaça à pessoa.

3- Apropriação Indébita

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: É um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, salvo o
proprietário do bem.
b) Sujeito Passivo: É o proprietário do bem.

Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso.

Elementos objetivos do tipo: A conduta incriminada consiste em inverter a posse em propriedade.

4- Estelionato

Sujeitos do Delito:
a) Sujeito Ativo: É um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, salvo o
proprietário do bem.

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b) Sujeito Passivo: Também poderá ser qualquer pessoa, mas a vítima deverá ser capaz.

Elemento subjetivo do tipo: É um crime doloso.

Elementos objetivos do tipo: A conduta incriminada é a de induzir ou manter alguém em erro,


mediante emprego de fraude, visando vantagem econômica indevida.

Crimes contra a Dignidade Sexual

1- Estupro

Art. 213 (estupro): Constranger mediante violência ou ameaça a conjunção carnal ou outro ato
libidinoso. Formas qualificadas: maior de 14 e menor de 18; resulta morte ou lesão grave.

Art. 217-A (estupro de vulneráveis): praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
vulnerável (menor de 14 ou doente/deficiente mental, ou quem não possa resistir). Forma
qualificada: se resulta morte ou lesão grave.

Conduta típica:

- Praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso: em situações diversas: é possível admitir a
continuação delitiva entre atos libidinosos e conjunção carnal (novatio legis in mellius). Ademais,
na mesma situação e mesma vítima teremos crime único (tipo misto alternativo).

- Forma de realização:
213: violência grave ameaça: não na mais presunção de violência b2) 217-A: qualquer forma

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Sujeito ativo/passivo
a) 213: ativo: qualquer pessoa; passivo: qualquer pessoa não vulnerável.
b) 217-A: ativo: qualquer pessoa; passivo: qualquer pessoa desde que vulnerável.

CIRCUNSTÂNCIAS
Circunstâncias objetivas comunicam-se, interferem na pena de todos os participantes
(co-autores e partícipes)
Circunstancias pessoais (subjetivas) não se comunicam aos participantes (reincidência, art. 51,
CP; idade do agente). Circunstâncias pessoais, quando elementares (elementos necessários
integrantes do tipo) comunicam-se a todos, permitindo que mesmo quem não possua a
característica exigida pelo crime próprio possa responder por ele em concurso de pessoas. É
necessário o conhecimento da circunstancia pelo agente para haver a comunicabilidade.

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