Direito Ambiental:
Crimes Ambientais: penalmente conforme o disposto nesta Lei,
 Fundamentos Constitucionais:
 Tríplice responsabilização:
 Art. 225, CF, § 3o - As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar
os danos causados.
 PENAL, ADMINISTRATIVA, CIVIL
 Art. 935, CC. A responsabilidade civil é
independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato,
ou sobre quem seja o seu autor, quando
estas questões se acharem decididas no
juízo criminal.
 Art. 63, CPP. Transitada em julgado a
sentença condenatória, poderão promover-
lhe a execução, no juízo cível, para o efeito
da reparação do dano, o ofendido, seu
representante legal ou seus herdeiros.
 Art. 64, CPP. Sem prejuízo do disposto no
artigo anterior, a ação para ressarcimento do
dano poderá ser proposta no juízo cível,
contra o autor do crime e, se for caso, contra
o responsável civil
A responsabilidade penal das pessoas
jurídicas:
 Art. 3, LCA (lei de crimes ambientais) –
infração deve ser cometida por decisão do seu
representante legal ou contratual (diretor,
administrador, gerente, mandatário, etc...) ou de
seu órgão colegiado. = no interesse ou
beneficio da entidade.
 Esse é o primeiro aspecto a ser analisado,
depois é o elemento subjetivo do tipo = culpa
(o agente provoca através da ação ou
omissão o resultado antijurídico por
negligencia imperícia ou imprudência). Dolo
(o agente quer o resultado ou assume o risco
de produzi-lo – art. 18, CP)
 A responsabilização penal do diretor,
administrador, gerente, mandatário, etc da
empresa que, sabendo da conduta de
outrem, deixa de impedir a usa prática
quando podia agir para evita-la (art. 2, LCA)
 A omissão dos participes é punível.
 Requisitos:
 Art. 3º As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil e
nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das
pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do
mesmo fato.
 Penas para as pessoas jurídicas (arts. 21, 22,
23 e 24):
 Multa restritivas de direitos (suspensão
atividade, interdição estabelecimento,
proibição contratar com o poder público),
 Prestação de serviços à comunidade (custeio
programas, execução de obras de
reparação, manutenção de espaços públicos,
contribuições para com entidades ambientais
ou culturais);
 Liquidação forçada – quando a pessoa
jurídica estiver voltada (preponderantemente)
para crimes ambientais.
 Culpa ou dolo
 Art. 3o As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil e
penalmente conforme o disposto nesta Lei,
nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.
 Obrigatória a aplicação da teoria da dupla
imputação?
 No que se refere ao tema da
responsabilidade penal da pessoa jurídica
por delitos ambientais é obrigatória a
aplicação da teoria da "dupla imputação“?
 STF – RExt. 548.181/PR – 2013:
1. O art. 225, § 3º, da Constituição Federal
não condiciona a responsabilização penal
da pessoa jurídica por crimes ambientais
à simultânea persecução penal da
pessoa física em tese responsável no
âmbito da empresa. A norma
constitucional não impõe a necessária
dupla imputação.
2. Tem-se, assim, que é possível a
responsabilização penal da pessoa
jurídica independentemente da
responsabilização concomitante da
pessoa física que agia em seu nome.
 3. A personalidade fictícia atribuída à
pessoa jurídica não pode servir de
artificio para a prática de condutas
espúrias por parte das pessoas naturais
responsáveis pela sua condução
 Responsabilidade penal das pessoas
jurídicas de Direito Privado. E as de Direito
Público?
 SIM
 Machado (2002, p. 655): União,
Estados, Municípios, autarquias,
empresas públicas, sociedades de
economia mista, agencias e as
fundações de direito público
 NÃO
 Guilherme J. Purvin de Figueiredo e
Solange Teles da Silva: impossível
porque o cometimento de um crime
jamais poderia beneficiar as pessoas
jurídicas de direito público; penas
inócuas (MILARÉ, 2004, p. 782).
 “(...) as pessoas jurídicas de direito
Público não podem ser
responsabilizadas penalmente porque
a aplicação de sanções criminais seria
inviável e poderia trazer, na realidade,
maiores prejuízos à própria
coletividade que é representada pelo
ente público. (...) se houver aplicação
de uma pena a um ente público o
cumprimento da punição será
solidarizado com toda a coletividade e
a comunidade (...)”
 Pena Pecuniária: a multa reverteria
para o próprio ente estatal.
 Penas restritivas de direito: prejuízo à
continuidade dos serviços públicos,
podem inviabilizar a celebração de
contratos/convênios entre a União, os
Estados e os Municípios;
 Custear programas ambientais:
inócua, já constitui obrigação dos
órgãos públicos.
 “Portanto, qualquer punição ao
Município de Faxinal importa em
punição à sociedade e aos munícipes
(...) em casos como o presente a
acusação deve ser oferecida aos
agentes e não ao ente Público”
 LCA - generalidades:
 Objetivo principal: coibir (proibir) práticas de
degradação e poluição ambiental; punição dos
responsáveis, com foco na reparação do dano
ambiental;
 Bem jurídico protegido: meio ambiente
 Sujeito passivo: coletividade (art. 225, CF)
 Tipicidade: dificuldades dos desenhos penais;
 Tipos de perigo – é suficiente a mera
probabilidade do dano.
 Exemplo: crime de poluição:
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza
em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem
a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora:
(...) § 3o Incorre nas mesmas penas previstas
no parágrafo anterior quem deixar de adotar,
quando assim o exigir a autoridade competente,
medidas de precaução em caso de risco de
dano ambiental grave ou irreversível.
 Elementos da responsabilidade penal:
 Por ação ou omissão;
 Concurso de agentes: inclui diretor,
administrador, gerente ou mandatário da
empresa, membro de conselho e de órgão
técnico, auditor, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua
prática, quando podia agir para evitá-la (art.
2o Lei 9605/98);
 Responsabilidade subjetiva: depende da
prova do dolo (vontade livre e consciente) ou
culpa (negligência, imprudência, imperícia)
somente quando prevista a modalidade
culposa;
 Excludente de Responsabilidades:
 Art. 23 - Não há crime quando o agente
pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito.
 Exemplos de modalidades culposas:
 Art. 54. Causar poluição de qualquer
natureza (...)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
multa.
§ 1o Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e
multa.
 Art. 67. Conceder o funcionário público
licença, autorização ou permissão em
desacordo com as normas ambientais, para
as atividades, obras ou serviços cuja
realização depende de ato autorizativo do
Poder Público:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
 Parágrafo único. Se o crime é culposo, a
pena é de três meses a um ano de detenção,
sem prejuízo da multa
 Exemplo de excludente de responsabilidade:
 Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
realizado:
I - em estado de necessidade, para saciar a
fome do agente ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos
da ação predatória ou destruidora de animais,
desde que legal e expressamente autorizado
pela autoridade competente;
III – (vetado)
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim
caracterizado pela autoridade competente
 Normas penais em branco:
 Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em
rota migratória, sem a devida permissão,
licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e
multa. (...)
§ 4o A pena é aumentada de metade, se o
crime é praticado:
I - contra espécie rara ou considerada
ameaçada de extinção, ainda que somente no
local da infração; (...)
VI - com emprego de métodos ou instrumentos
capazes de provocar destruição em massa
 Art. 38. Destruir ou danificar floresta
considerada de preservação permanente...
 Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
realizado: (...)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim
caracterizado pelo órgão competente.
 Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
conduzindo substâncias ou instrumentos
próprios para caça ou para exploração de
produtos ou subprodutos florestais, sem licença
da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e
multa
 Sanções penais:
 PJ - já explicado
 Pessoa física:
 Privativas de liberdade – reclusão
detenção
 Restritiva de direito
 Pecuniária
 Penas restritivas de direito e pecuniárias:
 Prestação de serviços à comunidade
(tarefas em parques, jardins e unidades
de conservação)
 Interdição temporária de direitos
(proibição de contratar com o Poder
Público, receber incentivos fiscais);
 Suspensão parcial ou total das atividades
(quando não estiverem obedecendo as
prescrições legais)
 Prestação pecuniária (pagamento em
dinheiro fixada pelo juiz a vitima ou
entidade pública ou privada com fim
social);
 Recolhimento domiciliar (recolher-se, sem
vigilância, em dias e horários de folga)
 Multa (calculada pelos critérios do CP;
pagamento ao fundo penitenciário) 
 LCA e Lei Juizado Especial Cível e Criminal
(JECCrim) - Lei Federal no 9.099/1995
 Art. 60. O Juizado Especial Criminal, (...), tem
competência para a conciliação, o julgamento e
a execução das infrações penais de menor
potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência.
 Art. 61. Consideram-se infrações penais de
menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
Lei, as contravenções penais e os crimes a que
a lei comine pena máxima não superior a 2
(dois) anos, cumulada ou não com multa
LCA – Aspectos Processuais:
 JECRIM:
 Transação penal = antes da denúncia,
aplicação imediata de pena restritiva de direito
 Pena máxima não supera 2 anos + requisitos +
condicionantes
 Art. 76, JECRIM
 Art. 27, LCA
 SURSIS:
 Suspensão do processo
 Suspende o processo de 2 a 4 anos
 Pena mínima deve ser igual ou inferior a 1 ano
+ requisitos + condicionantes 
 Art. 89, JECRIM
 Art. 28, LCA
 Dispensa condicional de pena:
 Condenação não superior a 3 anos
 Requisitos: art. 77, 78, CP
 Compensa o dano – art. 78, §2, CP
e
 Art. 16, LCA
 Substituição da pena restritiva de direitos por
privativa de liberdade:
 Pena privativa de liberdade não superior a 4
anos ou crimes dolosos
  Requisitos: art 44, CP
 Art. 7, LCA: As penas restritivas de direitos são
autônomas e substituem as privativas de
liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a
pena privativa de liberdade inferior a quatro
anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias do crime
indicarem que a substituição seja suficiente
para efeitos de reprovação e prevenção do
crime.  degradação ambiental;
 Aplicada a pena máxima, não admite a
substituição da pena de prisão pela restritiva de
direito (art. 7o LCA e 44 CP) (MILARÉ, 2004, p.
787).
 A LCA prioriza a aplicação de penas restritivas
de direitos e a substituição pena privativa de
liberdade (detenção e reclusão).
 Quando? Crimes com pena máxima de até 2
anos e crimes com pena mínima menor ou igual
a 1 ano (Lei 9.099/1995)
 Qual a condição? Reparar o dano ambiental.
 PORTANTO = Nos crimes de menor potencial
ofensivo (pena máxima não superior a 2 anos -
art. 61, Lei 9099/95) a proposta de aplicação
imediata de pena restritiva de direitos ou multa
está condicionada a prévia composição do dano
ambiental (art. 27, LCA).
 Havendo suspensão condicional do processo
em benefício ao réu (pena mínima igual ou
inferior a 1 ano – art. 89 Lei 9099/95), a
extinção do feito também está condicionada à
efetiva reparação do dano (art. 28, LCA);
 Havendo suspensão condicional da pena em
benefício ao réu condenado (“sursis”) é
necessária a reparação do dano (art. 78 e 81 do
CP);
 Obs.: a condenação penal gera efeito genérico
de tornar certa a obrigação de indenizar o dano
causado (art. 91 do CP e art. 63 e segs. do
CPP);
 Acordo de não persecução penal (ANPP)
 Art. 28 – A, CPP
 Confissão
 Infração sem violência ou grave ameaça
 Reparar o dano (art. 28 – A, I) + outros
requisitos do art. 28 – A, CPP = pena mínima
inferior a 4 anos
 Não cabe ANPP: 
 Reincidência 
 Criminoso habitual
 Beneficiado 5 anos anteriores por transação
penal, SUSIS, ANPP, etc...
 LCA: 30, 33, 34, 35, 38, 38-A, 39, 40, 41, 42,
45, 54, 56, 61,62, 63, 66, 67, 68, 69, 69-A.
 Agravantes e atenuantes:
 Atenuantes (art. 14)
I - baixo grau de instrução ou escolaridade;
II - arrependimento do infrator - espontânea
reparação do dano ou limitação
significativa da degradação ambiental;
III - comunicação prévia do perigo iminente de
IV - colaboração com a vigilância e com o
controle ambiental.
 Agravantes (art. 15)
I - reincidência;
II- ter o agente cometido a infração
a) para obter vantagem pecuniária
e) atingindo áreas de unidades de conservação
f) atingindo áreas urbanas
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados e à (i) noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente
protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para
abate ou captura de animais
 Crimes ambientais:
 Fauna (arts. 29 a 37)
 Flora (arts. 38 a 53)
 Poluição (art. 54)
 Contra o ordenamento urbano e o patrimônio
cultural (arts. 62 a 65)
 Contra a administração ambiental (arts. 66 a 69)
 Atividades Mineradoras exercidas em
desconformidade com requerimento ambientais
(art. 55)
 Importação, exportação, produção,
armazenamento, uso, destarte indevido e outras
condutas de produtos ou substâncias tóxicas
(arts. 56);
 Construção, reforma, ampliação, instalação e
funcionamento de estabelecimento, obras ou
serviços potencialmente poluidores sem licença
ou autorização (art. 60)
 Disseminação de doença ou pragas ou
espécies que possam causar dano à
agricultura, pecuária, fauna, flora ou
ecossistemas (art. 61)
 Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar
balões que possam provocar incêndios nas
 florestas e demais formas de vegetação, em
áreas urbanas ou qualquer tipo de
assentamento humano  uma limitação administrativa, por se tratar de
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente.
Código Florestal:
 Áreas de Preservação Permanente (APPs):
 Conceito geral: faixas cobertas ou não com
vegetação, em zona urbana ou rural,
estabelecidas em razão da topografia ou do
relevo, geralmente ao longo dos cursos d’água,
nascentes, lagoas, lagos, reservatórios d’água,
nos topos dos morros, montes, montanhas e
serras, bem como em suas encostas
(declividade superior a 45o), nas restingas
fixadoras de dunas ou estabilizadoras de
mangues, nas bordas de tabuleiros ou
chapadas e acima de 1.800 metros de altitude.
 Para que servem: destinadas à manutenção da
qualidade dos solos, das águas, à preservação
da paisagem, das áreas de recarga, da
estabilidade geológica e da biodiversidade, bem
como à formação de corredores ecológicos
visando o fluxo gênico de fauna e flora. Nas
palavras de Metzger (2010, p. 95), as APPs
“evitam a erosão de terrenos declivosos e a
colmatagem dos rios, asseguram os recursos
hídricos” e prestam serviços ambientais.
 PRESERVAÇÃO: regra geral, não se admitia
(pelo revogado CFB) e não se admite (pela
Nova Lei Florestal) atividade econômica em
APP, mas existem exceções.
 Reserva Legal (RL)
 Conceito geral: Fração obrigatória e variável
da área total de um imóvel rural, não suscetível
de exploração que comprometa sua integridade,
onde é vedado corte raso da vegetação.
 Para que servem: uso sustentável dos
recursos naturais, a conservação e reabilitação
dos processos ecológicos, a conservação da
biodiversidade e o abrigo e proteção da fauna e
flora nativas (SILVA et al., 2011, p. 13). Ao
contrário das APPs, admite-se o uso econômico
da RL mediante manejo florestal sustentável.
Não se permite, por exemplo, a produção
mecanizada de soja, milho, cana-de-açúcar e
outros; permite-se extração de produtos
florestais, incluindo madeira, apicultura,
essência e frutos.
 Natureza jurídica: a RL impede parcialmente
os “direitos inerentes ao domínio” do bem e é
uma restrição pessoal, gratuita (não
indenizável), imposta genericamente pelo Poder
Público sobre imóveis privados indeterminados
(MAGALHÃES, 2005).
 CONSERVAÇÃO: admite-se o uso econômico
da RL mediante manejo florestal sustentável.
 Critérios Compensação de RL - Código
Florestal Revogado (Lei Federal no 4.771/1965)
 A partir de 2000: a compensação passou a ser
para todo país, desde que realizada no mesmo
Estado; mesma microbacia ou bacia
hidrográfica; e para desmatamentos até
14/12/1998.
 APPs - Nova Lei Florestal
 Em razão de sua função ambiental, as APP’s
são de utilização muito restrita. Não são
intocáveis, mas somente pode haver
intervenção no caso de utilidade pública,
interesse social ou baixo impacto ambiental e
ainda para obtenção de água (art. 7o e 9o).
 APPs hídricas naturais
 I - as faixas marginais de qualquer curso d’água
natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de:
 Art. 4o, IV - as áreas no entorno das nascentes
e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja
sua situação topográfica, no raio mínimo de 50
(cinquenta) metros;
 APPs declaradas Nova Lei Florestal
 Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação
permanente, quando declaradas de interesse
social por ato do Chefe do Poder Executivo, as
áreas cobertas com florestas ou outras formas
de vegetação destinadas a uma ou mais das
seguintes finalidades:
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de
enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
II - proteger as restingas ou veredas;
III - proteger várzeas;
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora
ameaçados de extinção;
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de
valor científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de
rodovias e ferrovias;
VII - assegurar condições de bem-estar público;
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a
critério das autoridades militares.
 IX - proteger áreas úmidas, especialmente as
de importância internacional.
 APP de uso rural consolidado (art. 3o, IV e 61-A
e ss) Nova Lei Florestal
 APP consolidada: APPs de mata ciliar de beira
de curso d’água onde haja ocupação antrópica,
edificações, benfeitorias, atividades
agrossilviopatoris, turismo, infra estrutura, antes
de 22 de julho de 2008. Pode manter as
atividades, desde que:
(i) haja “práticas de uso e conservação do solo”
(ii) e recupere um mínimo de APP
 Reserva Legal – Nova Lei Florestal
 Mesmas frações do CFB:
 Art. 12 - Todo imóvel rural deve manter área
com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação
das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes
percentuais mínimos em relação à área do
imóvel, excetuados os casos previstos no art.
68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal: a) 80%, no
imóvel situado em área de florestas; b) 35%,
no imóvel situado em área de cerrado; c)
20%, no imóvel situado em área de campos
gerais; II - demais regiões do País: 20%.
 Pequenas propriedades (< 4 m. f.) até
22/julho/2008 – a RL será apenas os
fragmentos, se tiver.
 Desmatamento até 22/jul/2008 – recompor
com exóticas até 50%;
 Quem desmatou RL conforme a lei da época
– não precisa mais recompor (art. 68);
 Isenção de RL: áreas para explorar energia
hidráulica, para rodovias e ferrovias,
abastecimento de água.
 Amazônia: RL será de 50% em municípios
com mais de 50% da área ocupada por
unidades de conservação da natureza de
domínio público e por terras indígenas
homologadas (aplicável para fins de
recomposição da RL, não abrangendo casos
que ela já esteja formada (art. 12, § 4o).
 APP no cálculo da RL
 Se a propriedade tiver 20% ou mais de Áreas
de Preservação Permanente (e for
 localizada em área cuja Reserva Legal seja de
20%) e o proprietário já tiver a Reserva Legal
não poderá excluí-la ou desmatá-la, mas
poderá instituir a Cota de Reserva Ambiental
(CRA) sobre a área que restar excedente após
o cômputo. Neste exemplo, poderá instituir CRA
em toda área.

 Imóvel rural (> 4 m. f.) não tem RL ou tem em
extensão inferior ao estabelecido, poderá
regularizar sua situação pelas seguintes
possibilidades, que podem ser combinadas
entre si:
1. Plantio no próprio imóvel (o plantio
intercalado de espécies nativas regionais com
exóticas ou frutíferas, que não pode ser mais de
50%);
2. Permitir a regeneração natural da vegetação
na área de RL no próprio imóvel;
3. Compensar a RL em outro imóvel (Adquirir
Cotas de Reserva Ambiental (CRA); Arrendar
área em regime de RL) ou em Unidade de
Conservação (Doação ao Poder Público de
área situada no interior de unidade de
conservação pública pendente de regularização
fundiária).
 Cadastro Ambiental Rural (CAR) – art. 29 PRA
(Programa Regularização Ambiental)
 Registro no CAR é obrigatório para todos os
imóveis rurais (informações de APP, RL,
remanescentes de vegetação nativa, áreas
consolidadas;
 Registro deve ser feito no órgão público
estadual;
 Prazo: 1 ano, prorrogável por mais 1 ano.
 Programas de Regularização Ambiental (PRA):
destinados à regularização das APP e RL, que
poderá ser efetivada mediante recuperação,
recomposição, regeneração ou compensação
(só RL, não há compensação para APP).
Tutela Administrativa Ambiental:
 Fundamento Constitucional (tríplice
responsabilização)
 Art. 225 (...), § 3o - As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
 Base jurídica: 
 CF/1988: art. 23. É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas;
  PNMA (Lei 6.939/81): Art. 9o - São
instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente :
IX - as penalidades disciplinares ou
compensatórias ao não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental.
 Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998): Art. 70.
Considera-se infração administrativa ambiental
toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
recuperação do meio ambiente. E seguintes...
(até art. 76)
 Decreto 6.514/2008 (c/ alterações por outros
decretos): Dispõe sobre as infrações e sanções
administrativas ao meio ambiente, estabelece o
processo administrativo federal para apuração
destas infrações.
 Estados, DF e Municípios: Podem definir as
infrações administrativas com penalidades.
 Exemplos de infração:
 Das Infrações Contra a Fauna
 Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar,
coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida
permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo
com a obtida:
Multa de: I - R$ 500,00 por indivíduo de
espécie não constante de listas oficiais de
risco ou ameaça de extinção;
 Das Infrações Contra a Flora
 Art. 44. Cortar árvores em área considerada
de preservação permanente ou cuja espécie
seja especialmente protegida, sem
permissão da autoridade competente:
 Multa de R$ 5.000,00 a R$ 20.000,00 por
hectare ou fração, ou R$ 500,00 por árvore,
metro cúbico ou fração.
 Das Infrações Relativas à Poluição e outras
Infrações Ambientais
 Art. 68. Conduzir, permitir ou autorizar a
condução de veículo automotor em
desacordo com os limites e exigências
ambientais previstos na legislação:
Multa de R$ 1.000,00 a R$ 10.000,00.
 Das Infrações Contra o Ordenamento
Urbano e o Patrimônio Cultural
 Art.75. Pichar, grafitar ou por outro meio
conspurcar edificação alheia ou monumento
urbano:
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais).
 Das Infrações Administrativas Contra a
Administração Ambiental
 Art. 79. Descumprir embargo de obra ou
atividade e suas respectivas áreas:
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
1.000.000,00 (um milhão de reais).
 Das Infrações Cometidas Exclusivamente
em Unidades de Conservação
 Art. 84. Introduzir em unidade de
conservação espécies alóctones:
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
100.000,00 (cem mil reais).
 Art. 86. Realizar pesquisa científica,
envolvendo ou não coleta de material
biológico, em unidade de conservação sem a
devida autorização, quando esta for exigível:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais).
 Infração e sanção administrativa / Infração e
sanção penal
 “A natureza administrativa de uma infração se
reconhece a partir da sanção correspondente. A
natureza da sanção se reconhece pela
autoridade competente para impô-la, o que
significa que as infrações e sanções
administrativas não se distinguem das penais,
salvo pela autoridade competente para impor a
sanção” 
 Exemplo = a multa administrativa é imposta
pelo agente administrativo e a multa por ilícito
penal é fixada pelo juiz de direito.
 Art. 72. As infrações administrativas são
punidas com as seguintes sanções, observado
o disposto no art. 6o
I - advertência; (art. 5, § 1 o e § 4 o decreto
6.514/2008 e 72, § 1o lca)
Ii e iii - multa simples e diária (art. 6 a 11,
decreto 6.514/2008)
Iv - apreensão dos animais, produtos e
subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
petrechos, equipamentos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
Vi - suspensão de venda e fabricação do
produto;
Vii - embargo de obra ou atividade;
Viii - demolição de obra;
Ix - suspensão parcial ou total de atividades;
Xi - restritiva de direitos
  Suspensão ou cancelamento de registro,
licença ou autorização; perda ou restrição de
incentivos e benefícios fiscais; perda ou
suspensão da participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito; proibição de contratar com a
administração pública, por até 3 anos. (art. 72, §
8o)
 Toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
recuperação do meio ambiente (art. 70, lca)
 Autoridades competentes:
 Suspensão ou cancelamento de registro,
licença ou autorização; perda ou restrição de
incentivos e benefícios fiscais; perda ou
suspensão da participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito; proibição de contratar com a
Administração Pública, por até 3 anos. (art. 72,
§ 8o)
 Observações:
 Decreto no 6.514/2008 (infrações e sanções
administrativas ambientais e o processo
administrativo federal) – alterado pelos
Decretos 6.686/2008, 7.029/2009, 7.404/2010,
7.497/2011, 7.640/2011 e 7.719/2012.
 No processo administrativo ambiental federal
aplica-se subsidiariamente a Lei 9.784/1999.
 A responsabilidade administrativa refere-se aos
efeitos jurídicos a que se sujeita o autor de um
dano ambiental perante a Administração
Pública.
 Os pressupostos da responsabilidade
administrativa ambiental são: conduta ilícita,
imputada a pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado
 Art. 60, LCA. Construir, reformar, ampliar,
instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte
do território nacional, estabelecimentos, obras
ou serviços potencialmente poluidores, sem
licença ou autorização dos órgãos ambientais
competentes, ou contrariando as normas legais
e regulamentares pertinentes:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa,
ou ambas as penas cumulativamente.
 Decreto 6.514/2008, Art. 66. Construir,
reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar
estabelecimentos, atividades, obras ou serviços
utilizadores de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente
poluidores, sem licença ou autorização dos
órgãos ambientais competentes, em desacordo
com a licença obtida ou contrariando as normas
legais e regulamentos pertinentes:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
10.000.000,00 (dez milhões de reais).
 Processo administrativo de apuração de
infrações ambientais (Decreto no 6.514/2008)
 Art. 95. O processo será orientado pelos
princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência (...).
 Auto de Infração: art. 96 (ciência ao autuado);
art. 97 (requisitos); arts. 99 e 100
(convalidação); medidas 
 Autuação do processo administrativo: art. 98
(5 dias)
 Defesa escrita: art. 113 (20 dias da ciência da
autuação); art. 117 (defesa não aceita);
desconto de 30% (art. 113, § 1o); requisitos (art.
115).
 Instrução: art. 120 (prova impertinentes); art.
118 e 119 (provas); alegações finais (art. 122)
 Decisão: art. 123 (não vinculação); art. 124
(prazo) ; art. 125 (motivada); art. 126
(notificação do autuado)
 Recurso: art. 127 (apresentação); art. 127-A
(recurso de ofício); art. 128 (efeitos); art. 129
(decisão);
 CONAMA: art. 130 (REVOGADO
TACITAMENTE);
 Decreto no 6.514/2008: Art. 130. Da decisão
proferida pela autoridade superior caberá
recurso ao CONAMA, no prazo de vinte dias.
(Redação dada pelo Decreto no 6.686, de
2008).
MAS
 Art. 7o Compete ao CONAMA: (Redação dada
pelo Decreto no 3.942, de 2001)
III - decidir, após o parecer do Comitê de
Integração de Políticas Ambientais, em última
instância administrativa em grau de recurso,
mediante depósito prévio, sobre as multas e
outras penalidades impostas pelo IBAMA;
(Redação dada pelo Decreto no 3.942, de 2001)
III - decidir, por meio da Câmara Especial
Recursal, como última instância administrativa,
os recursos contra as multas e outras
penalidades impostas pelo IBAMA; (Redação
dada pelo Decreto no 6.792, de 2009)
 Processo administrativo de apuração de
infrações ambientais (Decreto no 6.514/2008)
  Medidas administrativas preventivas (arts. 101 a
112):
 Art. 101. Constatada a infração ambiental, o
agente autuante, no uso do seu poder de
polícia, poderá adotar as seguintes medidas
administrativas:
I - apreensão; (art. 25, § 1º, Lei de Crimes
Amb.)
 APREENSÃO = Animais da Fauna Silvestre
(art. 107, I), Animais Domésticos em áreas
protegidas (art. 107, II e § 1º , art. 103, art.
134, VI), Produtos perecíveis ou madeiras
(LCA, art. 25, § 2o e Decreto, arts. 107, III e
§ 4o, 134, II), Produtos e subprodutos da
fauna (LCA, art. 25, § 3o), Instrumentos
usados na prática da infração (LCA, art. 25, §
4 e Decreto, art. 104, 134, IV)
II - embargo de obra ou atividade e suas
respectivas áreas; (arts. 108, 101 § 4o, 18 do
Decreto)
III - suspensão de venda ou fabricação de
produto; (arts. 109, do Decreto)
IV - suspensão parcial ou total de atividades;
(art. 110, do Decreto)
V - destruição ou inutilização dos produtos,
subprodutos e instrumentos da infração (LCA,
art. 25, § 4 e Decreto, art. 104, 134, IV); e
VI - demolição. (art. 112, do Decreto)
§ 1o As medidas de que trata este artigo têm
como objetivo prevenir a ocorrência de novas
infrações, resguardar a recuperação ambiental
e garantir o resultado prático do processo
administrativo.
 Prescrição (arts. 21 e 22):
 Prescreve em 5 anos a ação da administração
para apurar a infrações contra o meio ambiente
(a partir da data da prática do ato, ou, no caso
de infração permanente ou continuada, do dia
em que esta tiver cessado)
 Incide a prescrição no procedimento de
apuração do auto de infração paralisado por
mais de 3 anos, pendente de julgamento ou
despacho;
 A prescrição da pretensão punitiva da
administração não elide a obrigação de reparar
o dano ambiental
 Interrompe-se a prescrição:
I - recebimento do auto de infração ou pela
cientificação do infrator;
II - por qualquer ato inequívoco da
administração que importe apuração do fato; e
III - pela decisão condenatória recorrível.
 Processo administrativo ambiental
 CF/1988, art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e (...)
 Atuação pratica dos órgãos:
 CETESB: aplicação de advertências, multas,
podendo chegar à interdição, devendo nesse
caso passar pela SEMA;
 Polícia Ambiental: imposição de multas, com
embargo da atividade no local, apreensão dos
produtos; recurso é possível perante a SEMA,
que procura exigir em todos os casos para
liberação da área a reparação do dano,
permitindo redução da multa quando cumprida
integralmente essa reparação no prazo
ajustado;
 Prefeitura, DAE ou SABESP: multas,
embargos, demolição obras, etc.;
 Responsabilidade administrativa:
 Regra da objetividade – comportamento
antijurídico e típico - não há necessidade de
demonstrar dolo ou culpa do infrator, basta ter
praticado o fato previsto, dê causa a uma
ocorrência punida pela lei 
 Sistema híbrido entre a responsabilidade civil
objetiva e responsabilidade penal subjetiva
 Art. 70 (LCA) – responsabilidade
administrativa prescinde de culpa
 Não dispensa a ilicitude da conduta para
que seja ela tida como infracional cabe
excludente de responsabilidade – o
administrado deve demonstrar perante a
Administração Pública que o seu
comportamento não contribuiu para a
ocorrência da infração (força maior, caso
fortuito, fato de terceiro)
Tutela Processual e Extraprocessual:
 Protagonistas:
 Ministério Público – ação civil pública e criminal,
inquérito civil, acordos extrajudiciais.
 Defensoria Pública
 Polícia – polícia administrativa e polícia de
segurança pública (civil e militar)
 Terceiro Setor
 Instrumentos extraprocessuais e processuais
de defesa do meio ambiente: 
 Inquérito Civil
 Inquérito Policial
  Compromisso de ajustamento de conduta (TAC)
(art. 5o, § 6o, Lei 7.347/1985)
 Termo de compromisso (arts. 72, § 4o, 79-A, da
Lei 9.608/1998 e art. 140 e seguintes, do
Decreto 6.514/2008)
 Audiências Públicas
 Ação Civil Pública
 Ação Cautelar
 Ação Popular Ambiental (art. 5o, LXXIII,
Constituição Federal),
 Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo;
 Mandado de Segurança Coletivo (art. 5°, LXIX,
CF)
 Mandado de injunção (art. 5°, LXXI, CF)
 Inquérito civil:
 Procedimento administrativo, investigatório, de
caráter inquisitorial, unilateral e facultativo,
instaurado e presidido pelo ministério público
(mp) e destinado a apurar a ocorrência de
danos efetivos ou potenciais.
 Visa obtenção de documentos (inclusive
sigilosos, respondendo pelo uso indevido),
oitiva de testemunhas, perícias; provas e
demais elementos de convicção que
fundamente a ação do mp  Para Edis Milaré (2013) é mecanismo de
 Natureza jurídica: procedimento de natureza
inquisitorial; não está submetido à ampla defesa
e ao contraditório.
 A recusa, retardamento ou omissão de dados
técnicos requisitados pelo Ministério Público -
crime com pena de 1 a 3 anos de reclusão – art.
10 Lei 7347/85;
 Tríplice papel do Inquérito Civil: preventivo,
reparatório e repressivo
 Pressupostos para instauração: existência de
fato determinado, do qual decorra ou possa
decorrer lesão a interesses ou direitos velados
pelo MP.
 Instauração: (i) de ofício; (ii) por requerimento
ou representação de qualquer pessoa; (iii)
mediante comunicação de outro órgão do MP,
Poder Judiciário, da autoridade policial ou
qualquer outra; (iv) por determinação de Órgão
da Administração Superior do Ministério
Público.
 Art. 6o Qualquer pessoa poderá e o servidor
público deverá provocar a iniciativa do
Ministério Público, ministrando-lhe informações
sobre fatos que constituam objeto da ação civil
e indicando-lhe os elementos de convicção. (lei
7.347/85);
 Instauração, não instauração e recursos.
 Poderes instrutórios: notificação, requisição,
inspeção, audiência pública, carta precatória 
 Resultados: arquivamento (sujeito a revisão e
homologação pelo conselho superior do
ministério público); compromisso de
ajustamento ou ação civil pública; arquivamento
não impede co-legitimado de propor ação;
inquérito civil arquivado pode ser reaberto;
 Compromisso de ajustamento e conduta (TAC)
- (art. 5o, § 6o, da Lei 7.347/1985)
 “Ato administrativo negocial (negócio jurídico de
Direito Público), que consubstancia uma
declaração de vontade do Poder Público
coincidente com a do particular (o causador do
dano, que concorda em adequar sua conduta
às exigências da lei)” (MAZZILLI, 2006).
 Legitimados: Ministério Público, União, Estados,
Municípios e DF, órgãos governamentais sem
personalidade jurídica, mas que tenham
legitimidade para promover a ação civil pública
(órgãos estatais de defesa do consumidor, meio
ambiente etc.).
 Natureza jurídica: transação, contrato, ato
jurídico em sentido estrito ou negócio jurídico.
solução de conflitos, com natureza jurídica de
transação.
 Eficácia de título executivo extrajudicial (implica
no arquivamento do procedimento pelo MP e
necessita de homologação pelo Conselho
Superior do MP, mas a eficácia é no momento
em que tomado o termo de compromisso);
 Não impede propositura de Ação Civil Pública
por outro legitimado;
 TAC JUNDIAÍ (arquivo pdf)
Ação Civil Pública – ACP:
 Ação Civil Pública – campo de incidência:
  Direitos Difusos; Direitos Coletivos; Direitos
Individuais
 Homogêneos;
 Direitos Difusos – direito transindividual, de
natureza indivisível, os titulares são pessoas
indeterminadas, ligadas entre si por
circunstâncias de fato (art. 81, I, CDC);
 Direitos Coletivos – direito transindividual,
de natureza indivisível, os titulares são
grupos, categorias ou classe de pessoas,
ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base (art. 81, II, CDC);
 Individuais Homogêneos – direitos que têm
origem comum (art. 81, III, CDC
 Ação Civil Pública – interesses tutelados
 Interesses Transindividuais: meio ambiente,
consumidores, patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico – Lei Federal
no. 7.347/1985);
 Litígios coletivos decorrente da sociedade de
consumo massificada (CDC – Lei Federal .
8.078/1990);
 Danos morais (Lei Federal 8.884/1994 e Lei
Federal 12.529/2011);
 Ordem urbanística (Lei 10.257/2001 – Estatuto
da Cidade)
 Lei Federal no. 7.347/1985:
Art. 4. Poderá ser ajuizada ação cautelar para
os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar o
dano ao meio ambiente, ao consumidor, à
honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos
ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens
e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico
 Legitimidade ativa – ACP
 Lei Federal no. 7.347/1985
 Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação
principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou
sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano
nos termos da lei civil;
b) inclua, entre as suas finalidades
institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre
concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
 Código de Defesa do Consumidor:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único,
são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o
Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração
Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente
destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
 Legitimidade passiva – ACP:
 Ação Civil Pública - obrigatoriedade
 A ACP pode ou não ser proposta pelo seu
titular.
 Todavia, não se aplica a regra acima ao
Ministério Público (princípio de ordem pública e
obrigatoriedade).
 Objeto da ACP:
 Condenação em dinheiro ou o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer (art. 3o, da Lei
Fed. 7.347/1985)
 Competência da ACP:
 COMPETENCIA DE FORO:
a) Juiz local do dano de âmbito local (art.
2, Lei 7.347-85 cc art. 93, I, CDC)
b) Juiz de qualquer dos foros afetados
pelo impacto ambiental (primeira
citação válida) – danos que
transbordam os limites territoriais de
uma única comarca ou seção judiciária
de um mesmo Estado, ou de dois ou
mais Estados (art. 219, CPC cc, art. 2,
par. único, da Lei 7.347-85 e art. 1, IV,
da Res. CONAMA 237-1997);
c) Juiz do foro do DF – danos de âmbito
nacional (art. 93, II, CDC)
 COMPETÊNCIA DE JURISDIÇÃO – Juízes
Federais:
 As causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes (art. 109 , I, CF)
  As demandas ambientais envolvendo
controvérsias decorrentes de tratado ou
contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional (art. 109 , II, CF)
 Aquelas que veiculem disputas sobre direitos
indígenas (art. 109 , XI, CF).
 Prescrição da ACP:
 Dano ambiental coletivo: imprescritível (só a
pretensão envolvendo direitos patrimoniais de
titulares determinados é que está sujeita à
prescrição)
 Dano ambiental individual: prescrição pelo
art. 206, parágrafo 3, V – porque tem titulares
determinados