Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
No Brasil, por exemplo, há uma série de normas que buscam proteger o meio
ambiente, inclusive, prevendo crimes.
CONCURSO DE PESSOAS
A primeira parte do artigo (em verde) nem precisava existir. Isso já está no
Código Penal e logo é aplicável a toda legislação penal.
O que é concurso?
No Código Penal esse instituto também está presente, mas aqui na Lei de
Crimes Ambientais ele fica mais "direto", mais "claro".
Art. 13 - (...)
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Trata-se do caso da MÃE que não protege a FILHA. Do policial em serviço que
não enfrenta o criminoso. Do salva-vidas que não socorre o afogado. Essas
pessoas, se PUDEREM, tem o DEVER de AGIR. Se forem OMISSAS, responderão
pelo crime. Elas não produziram os resultados, mas a LEI determinou sua
responsabilidade pela OMISSÃO.
Veja que o usamos esses exemplos (a mãe, o policial, o salva-vidas), mas essas
"pessoas" não estão expressamente previstas no CP.
Agora a LEI DE CRIMES AMBIENTAIS é direta, é expressa. Ela dá "nome aos
bois".
Veja que a lei colocou alguns limites. Não qualquer ato de uma pessoas
jurídica será criminoso. Veja novamente, e sim nos casos e que a infração seja
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
NÃO, isso está previsto na lei: a responsabilidade das pessoas jurídicas não
exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo
fato.
Pergunta 2: Para uma pessoa jurídica responder pelo crime, é
necessário que a pessoa física também responda? Em termos técnicos,
é necessária a DUPLA IMPUTAÇÃO?
A doutrina defende que nada impede que a pessoa jurídica de direito pública
responda por crimes ambientais. Não há excepcionalidade na Constituição e
na Lei dos Crimes Ambientais.
Grosso modo, a punição deve ser pessoal, ou seja, ninguém poderá ser punido
por algo feito por outra pessoa.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Art. 5º - (...)
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Salvo raras exceções, não há crime prevendo como sanção um pena restritiva
de direito.
Mas então em caso elas são aplicadas?
OBJETIVO:
• crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a
quatro anos.
SUBJETIVO:
• a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime
indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação
e prevenção do crime.
Vamos avançar.
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES :
• baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
• arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação
do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
• comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
• colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle
ambiental.
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES:
• reincidência nos crimes de natureza ambiental;
• ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
pública ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas,
por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de
animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização
ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente,
por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais
das autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode
ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não
superior a três anos.
Importante esclarecer que a Lei 9.605/98 indica que a MULTA será calculada
segundo os critérios do Código Penal.
Nesse casos, ou seja, quando a pena calculada se revelar ineficaz, ela poderá
ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem
econômica auferida.
Agora vamos pensar. Como vamos "colocar" uma empresa na cadeia. Não dá
né. Então a lei apontou quais serão os tipos de penas aplicadas as empresas:
Agora em muitos casos isso fica complicado. O animal pode estar fraco,
doente. Assim, sendo o retorno ao habitat inviável ou não recomendável por
questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos
habilitados.
Não podemos fazer justiça pelas próprias mãos. Cabe ao Estado fazer justiça.
É o Estado, por meio do Poder Judiciário, que pune quem pratica crimes.
Mas quem pode provocar o Poder Judiciário? Quem pode “acusar”
(formalmente) alguém de ter praticado um crime? A quem cabe INICIAR uma
ação penal? De quem é a INICIATIVA de uma ação penal?
Depende.
Ressalta-se que as disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.
A pesca será tratada em outro tipo penal.
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto,
sem a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Como diz Mufasa em O Rei Leão: "Tudo o que vês existe num delicado
equilíbrio".
Feita essa "resenha", tal conduta é punida com rigor, ou seja, é considerada
crime. Veja:
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial
favorável e licença expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
MAUS-TRATOS A ANIMAIS
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem
recursos alternativos.
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas
no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e
proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Esse crime pune que provoca a morte de espécimes da fauna aquática devido
aos resíduos de atividades humanas. Por exemplo, a indústria que joga os
dejetos químicos no rio, provocando o perecimento dos peixes.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos
grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, susce tíveis
ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas
de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Vamos estudar nesse tópico o capítulo que trata da DOS CRIMES CONTRA A
FLORA.
IMPORTANTE: observe nos tipos penais que serão transcritos que algumas
condutas são punidas também na modalidade CULPOSA.
CRIMES CONTRA FLORESTAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
INCÊNDIOS FLORESTAIS
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou
qualquer tipo de assentamento humano:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente
Sabe aquelas plantinhas que ficam nos canteiros públicos? Aquelas plantas de
ornamentação? Sabia que se danificar uma planta dessas você poderá estar
cometendo um crime?
CRIME DE POLUIÇÃO
Veja a tipificação:
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Os próximos crimes são de pouca incidência de provas, mas vamos dar uma
passa rápida.
Por fim, disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NOS CRIMES DOLOSOS
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão
aumentadas:
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio
ambiente em geral;
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em
outrem;
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão
aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.
Vamos estudar nesse tópico o capítulo que trata da DOS CRIMES CONTRA O
ORDENAMENTO URBANO E O PATRIMÔNIO CULTURAL.
A conduta é ALTERAR.
Mas não de qualquer edificação ou local, e sim dos que são especialmente
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor
paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim
considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Mas não é qualquer solo não edificável e sim os considerados assim em razão
de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural,
religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental.
Veja que há uma forma mais grave (forma qualificada): se o ato for realizado
em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico,
arqueológico ou histórico.