Você está na página 1de 47

Direito ambiental

e a economia
Renata Zanin
Direito ambiental
e a economia
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Renata Zanin
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
Coordenadora Pedagógica de Curso- EAD
Eleonora Altruda de Faria
Projeto Gráfico, Diagramação e Capa
Ana Flávia Marcheti

1º Edição: julho de 2013


Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD Know How 2013
Nenhuma parte desta publicação pode
ser reproduzida por qualquer meio sem
a prévia autorização desta instituição.

Z31d
Zanin, Renata.
Direito ambiental e economia. / Renata Zanin – São
Paulo : Know How, 2013.
000 p. : 22 cm..
Inclui bibliografia
ISBN :
1. Direito ambiental. 2. Meio ambiente. 3. Economia
ambiental. 4. Recursos naturais. I. Título.

CDD 344.046

Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353


Sumário
Capítulo 1 ............................ 9

Questão de entendimento preliminar: Normas-prin-


cípios X Normas-regras e a colisão de direitos cons-
titucionalmente protegidos.
1.1. Aplicação da técnica do sopesamento ou da má-
xima da proporcionalidade.

Capítulo 2 ............................ 23

O meio ambiente e o desenvolvimento econômico –


propriedade privada – no contexto da Constituição
2.1. Do meio ambiente no contexto constitucional
2.2 Do desenvolvimento econômico no con-
texto constitucional
2.2.1 Propriedade e Função Social da Propriedade
Capítulo 1
Normas-princípios X Normas-regras e a
colisão de direitos constitucionalmente protegidos.

A Constituição Federal é a Lei suprema brasi-


leira, pelos motivos a seguir delineados, e por tantos
outros, é vetor de interpretação para todas as demais
normas do ordenamento, e nela encontram-se não
só a discriminação dos elementos constitutivos de
nosso Estado, como também apresenta os valores
fundamentais de nossa República. Estes valores fo-
ram materializados na Constituição sob a denomina-
ção de “Princípios Fundamentais” dentro de um título
próprio e, ainda, dispersos por todo o texto normativo.
Fato que acabou trazendo à convivência duas es-
pécies de normas: os princípios e as regras.
As medidas legislativas atuais são editadas com
conteúdo certo, claro, objetivo e de aplicação ime-
diata – regras – por exemplo:

As áreas que tenham sido instituídas na forma de servi-


dão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771,
de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas,
pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental.
Contudo, tal estrutura não será identificada em
todas as medidas legislativas, e é neste ponto que
visualizamos a presença dos princípios; eles detêm
características peculiares: são compostos por termos
vagos, imprecisos, abstratos e sua aplicação depen-
derá da análise do caso concreto. Exemplos de nor-
mas-princípios:

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por ob-


jetivo a preservação, melhoria e recuperação da quali-
dade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento sócio-econômi-
co, aos interesses da segurança nacional e à proteção
da dignidade da vida humana

Os princípios são mandamentos de otimização


ordenam que algo seja realizado na “maior medida
do possível” dentro das possibilidades jurídicas e
fáticas existentes. Em razão da sua estrutura, estas
normas terão sua aplicabilidade umbilicalmente atre-
lada ao caso concreto.
Deverá ser analisado num primeiro momento,
no exemplo acima indicado, quais são os “interesses
da segurança nacional” ou “condições ao desenvol-
vimento sócio-econômico” em pauta e numa se-
gunda etapa verificar se a Política Nacional do Meio
Ambiente está ou não cumprindo seus objetivos.
Outro esclarecimento preliminar que se torna im-
prescindível para nosso estudo é a afirmação de que,
no plano da teoria, não há hierarquia entre as normas-
-princípios e nem entre essas e as normas-regras.
Sendo assim, as normas-princípios que, a partir
de agora, identificaremos apenas por princípios, só
se sobrepõem a outro diante de um caso concreto,
diferentemente das regras que, se exatamente anti-
nômicas, apenas uma valerá.
Diante de princípios que se façam colidir, em
um caso concreto, diferentemente das regras, ambos
podem e devem coexistir, em maior ou menor medi-
da, mas sem que um exclua o outro.
O Meio Ambiente é um bem constitucional e sua
proteção, preservação e reparação são direitos consti-
tucionais fundamentais. Devemos entender o direito
ao meio ambiente sadio e equilibrado como estrutu-
rado – lato sensu – por uma norma do tipo princípio.
Diz assim o artigo 225 da Constituição Federal:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Públi-
co e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
-lo para as presentes e futuras gerações.
Diante deste princípio insculpido na Lei Maior
do Brasil, temos que a preocupação com o meio am-
biente é ao mesmo tempo direito de todos e dever do
Poder Público e, novamente da coletividade (todos).
Nesta toada as especificações dos direitos e de-
veres estarão pormenorizadas em normas infracons-
titucionais. Mas antes de avançar, é mister apontar
que na própria Constituição Federal já encontramos
alguns vieses daqueles direitos e deveres.
Cuidamos da questão que envolve um aparente
conflito, uma aparente incoerência lógica dentro da
sistemática normativa constitucional. A saber:
Artigo 5º, incisos XXII e XXIII - é garantido o
direito de propriedade; a propriedade atenderá a sua
função social.
E ainda:

Art. 184. Compete à União desapropriar por interes-


se social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
que não esteja cumprindo sua função social (...)
Art. 186. A função social é cumprida quando a pro-
priedade rural atende, simultaneamente, segundo cri-
térios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
(...)
II - utilização adequada dos recursos naturais dispo-
níveis e preservação do meio ambiente;
Vemos, portanto, um claro embate entre princí-
pios. De um lado, o instituto da propriedade – que cor-
responde a um dos ideias basilares do Estado Liberal,
dos direitos individuais, direitos de primeira geração
– do outro lado, representando uma ideologia oposta
àquela, a função social – advindo de uma segunda gera-
ção de direitos fundamentais, direitos sociais.
Será que a Constituição Federal foi desidiosa,
incoerente? Na verdade o desejo da sociedade na-
quele momento da Assembleia Constituinte que
promulgou a “Constituição Cidadã” era de abarcar
ideais opostos, diferentes, com o intuito de reveren-
ciar o próprio sentido de Estado Democrático de
Direito: propriedade privada x função social da pro-
priedade; livre iniciativa x valores sociais do trabalho;
meio ambiente sadio x desenvolvimento econômico,
são apenas alguns exemplos paradigmáticos.
Conforme já visto, identificando-os como prin-
cípios fundamentais, não possuem hierarquia e todos
terão igual valor. Apenas as circunstâncias fáticas, o
caso concreto será capaz de resolver este aparente
conflito de princípios.
No embate, a colisão encontrará solução à luz
do caso concreto à base da aplicabilidade da “maior
medida do possível” de cada um dos princípios em
choque, sem jamais ferir de morte qualquer um dos
direitos envolvidos. Mas como fazer isso? Existe al-
guma objetividade na efetivação destes conceitos?
A pragmática disso que foi trazido até agora
pode ser visualizada pela técnica do sopesamento.
O sopesamento, ou Máxima da Proporciona-
lidade, também foi descrito e explicado por Alexy
(2008). Essa técnica de aplicação dá-se pela verifica-
ção do caso concreto, sob três regras ou máximas:
adequação, necessidade e ponderação ou proporcio-
nalidade em sentido estrito.
É importante explicar tais regras. Será bom e
elucidativo, na medida em que nos embrenhamos
pela Teoria, pensemos na pragmática.

1.1. Aplicação da técnica do sopesamento ou


da máxima da proporcionalidade.

Caso concreto:
Imaginemos que uma Fábrica que polua o meio
Ambiente seja sumariamente fechada pelo poder Pú-
blico. Um embate claro entre interesses e direitos cons-
titucionais fundamentais: a proteção do ambiente de
um lado e, de outro, o desenvolvimento econômico.

1º Etapa regra ou máxima da adequação: ve-


rifica-se no eventual embate o ajustamento entre o
meio e o fim almejado, ou seja, se a medida que se
quer tomar alcança a finalidade descrita ou inspirada
pela lei.
No caso, realmente a decisão de fechar a fábrica
atende a finalidade de proteger o meio ambiente.

2º Etapa regra ou máxima da necessidade -


questiona a intensidade do meio utilizado: se não
existe outra forma menos gravosa e igualmente efi-
caz. Um meio não é necessário se existe um meio
atenuado, menos interveniente.

Parece que, sob a regra da necessidade, com rá-


pida reflexão, já se conclui que fechar a fábrica é um
meio tão gravoso que fere de morte o direito de um
dos lados, no caso, o desenvolvimento econômico.
Conforme já dissemos, o exame requer a apro-
vação sob as três regras; a reprovação em uma delas
já importa em concluir que fechar a empresa não é,
de saída, a correta decisão para o caso concreto.
Entre as medidas igualmente eficazes, contudo,
menos gravosas, estariam a troca dos maquinários
por outros menos poluentes (desde que também não
inviabilizassem a empresa em face do alto custo), ou
mesmo a instalação de filtros.
3º Etapa regra ou máxima da proporcionali-
dade em sentido estrito - faz-se uma análise de “cus-
to x benefício”, ou seja, verifica-se se a intensidade
da intervenção está em proporção à importância do
objeto que se quer proteger. Em uma escala compa-
rativa, a restrição deve situar-se em mesmo nível em
que se encontra o direito protegido.
Fácil perceber, por exemplo, que a obrigatorie-
dade na instalação de equipamentos (ou de um filtro)
é medida que limita o desenvolvimento econômico,
mas não o impede.
A obrigatoriedade na instalação de equipamen-
tos se mostra totalmente justificável e necessária em
razão do que se quer preservar, do que se mostra
eficaz na preservação do meio ambiente.

Conclusão:
1. O fechamento da fábrica não atende às eta-
pas do sopesamento e, portanto não é medida legíti-
ma a ser tomada;
2. Diante da aplicação do sopesamento, perce-
be-se que a instalação de equipamentos ambiental-
mente eficientes garantirá e protegerá os direitos em
conflito no caso.
Mas será que a solução de obrigar a colocação
de equipamentos será plenamente eficiente em todas
as próximas situações? Podemos utilizar esta solução
para todos os demais casos? Não.
O sopesamento somente é legitimo quando se
preocupa com as nuances e especificidades do caso
concreto. Então, esta resposta – instalação de equi-
pamentos – não pode ser entendida como solução
que pode ser repetida indiscriminadamente.
Não somente como procedimento para aplica-
ção da norma, esta técnica de aplicação do direito
que vimos aqui pode, também, ser assimilada como
fonte de Justiça.

Objetivos
Deveremos entender desde aqui, e seguir os es-
tudos que se propõem para agora em diante neste
módulo, sabendo que o embate entre Proteção do
Ambiente X Desenvolvimento econômico:
º é plenamente possível e permitido pela
Constituição;
º que não possui fórmula prévia para solução
do embate, sendo necessário analisar cada uma das
ocorrências em que se contrapuserem;
º e, essa análise utilizará menos a hierarquia
(mesmo porque, conforme visto, não há hierarquia
entre princípios) e mais o sopesamento entre direi-
tos constitucionalmente garantidos.
Capítulo 2
O meio ambiente e o desenvolvimento econômico –
propriedade privada – no contexto da Constituição

O Ambiente protegido e ecologicamente equili-


brado, e sua preservação para esta e as futuras gera-
ções, são bens e direitos constitucionalmente protegi-
dos. A presença do Meio Ambiente na Constituição
Federal não é um mero detalhe, mas sim um fato que
deve ser integralmente compreendido, a fim de que
se possa descobrir o real significado, em extensão e
conteúdo, do Meio Ambiente para nós brasileiros.
O sistema jurídico brasileiro, a Constituição Fe-
deral de 1988, e as leis infraconstitucionais são re-
conhecidamente um exemplo para o mundo no que
tange à proteção ao meio ambiente, sem que isso
institua a “ditadura do verde”, como dizem alguns.
A Constituição deseja a proteção do meio am-
biente, o seu equilíbrio, mas também deseja e permi-
te o crescimento, o desenvolvimento, a livre inciativa,
e garante o direito de propriedade. No entanto, no
caso concreto, esses interesses fatalmente colidirão.
O que estudamos e o que estudaremos a seguir,
diz respeito a formas de se interpretar a Lei Maior,
prestigiando e multiplicando as formas possíveis de
se promover o equilíbrio do ambiente e o desenvol-
vimento econômico, e, sobretudo, promover Justiça.
2.1. Do meio ambiente no contexto constitucional
Nos termos de nossa Lei da Política Nacional do
Meio Ambiente, a Lei 6.938/81, meio ambiente é o
conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas.
A proteção do Meio Ambiente como um bem ju-
rídico, no Brasil, no dizer de Sirvinskas (2011, p.75),
tem três períodos distintos:

a) O primeiro [...] com o descobrimento (1500) e vai


até a vinda da Família Real (1808). Nesse período havia
algumas normas isoladas de proteção aos recursos natu-
rais [...] como [...] o pau-brasil, o ouro etc.
b) o segundo [...] com a vinda da Família Real (1808) e vai
até a criação da Lei da Política Nacional do Meio Ambien-
te (1981). Esse período caracterizava-se pela exploração
desregrada [...] em que o legislador procurou proteger ca-
tegorias mais amplas dos recursos naturais, limitando sua
exploração desordenada [...]. Tutelava-se somente aquilo
que tivesse interesse econômico.
c) o terceiro [...] começa com a criação da Lei da Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938, de 31-08-
1981), [...] que consistia em proteger de maneira integral
o meio ambiente por meio de um sistema ecológico in-
tegrado [...].
Assim, o meio ambiente consolidou-se como patri-
mônio público, a ser assegurado e protegido pela socie-
dade e pelo Estado, em benefício das presentes e futuras
gerações. E, dessa forma, a partir de 1988, com a pro-
mulgação da atual Constituição, o meio ambiente foi al-
çado à categoria de bem constitucionalmente protegido.

Constituição Federal de 1988.


Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essen-
cial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pú-
blico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe
ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos es-
senciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pes-
quisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de im-
pacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o em-
prego de técnicas, métodos e substâncias que com-
portem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou sub-
metam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão públi-
co competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas
ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas fí-
sicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlân-
tica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utiliza-
ção far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arreca-
dadas pelos Estados, por ações discriminatórias, ne-
cessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deve-
rão ter sua localização definida em lei federal, sem o
que não poderão ser instaladas.

Deve-se perceber que o Direito constitucional não


trata de um bem “Meio Ambiente”, mas sim do “meio
ambiente ecologicamente equilibrado”, de uso comum.
O direito protegido tem como conteúdo um am-
biente que seja ecologicamente equilibrado e, para tanto,
na sequência do artigo, o art. 225 oferece instrumentos
de proteção e efetivação do meio ambiente — verdadei-
ras garantias constitucionais fundamentais.
A partir dessas premissas funda-se toda uma dis-
ciplina do Direito, o Direito Ambiental, com seus prin-
cípios específicos que podem ser observados materiali-
zados ao longo do próprio art. 225 da CF, dos demais
artigos da Constituição e por todo o ordenamento.
Enumera-se os mais importantes:

1)Princípio do direito humano:

Decorre da Conferência das Nações Unidas sobre


Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro em 1992, notadamente do primeiro princípio
aprovado na Conferência:

Os seres humanos estão no centro das preocupações re-


lacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm di-
reito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com
o meio ambiente (SIRVINSKAS. 2011, p.104).

2)Desenvolvimento sustentável:

É o “desenvolvimento que atende às necessidades


das gerações presentes, sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de atender aos seus próprios inte-
resses”; que se complementa:

as necessidades são determinadas social e cultural-


mente, e o desenvolvimento sustentável requer a
promoção de valores que mantenham os padrões de
consumo dentro dos limites das possibilidades ecoló-
gicas a que todos podem, razoavelmente, aspira (Re-
latório “Nosso Futuro Comum”).

Conceito apresentado em 1987 pelo Relatório


“Nosso Futuro Comum” entregue pela Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da
ONU, ou também conhecida por Comissão Bruntland.

3)Princípio da participação:

Esse princípio determina a ampla participa-


ção do cidadão na participação das políticas públi-
cas ambientais, que pode ocorrer desde o voto, mas
também por meio de peticionamento aos Poderes
Públicos (direito de petição, art. 5º, XXXIV, a da
CF), ou de ações judiciais como a ação popular (art.
5º LXXIII).

4)Prevenção:

Quando houver ameaça de danos sérios ou irre-


versíveis, a ausência de absoluta certeza científica não
deve ser utilizada como razão para postergar medidas
eficazes e economicamente viáveis para prevenir a de-
gradação ambiental (Conferência do Rio-92).

A adoção deste princípio no cenário mundial se


deve ao fato de que os Estados só agiam ou deixavam de
agir, a partir da prova concreta da relação de causalidade
entre dano e atividade. Na vigência deste princípio, en-
tão, a falta de comprovação científica não é mais motivo
de adiamento de adoção de medidas necessárias.

5)Precaução:

Pode-se entender este princípio como abrangido


pelo princípio da prevenção.
Desconhece-se se o dano vai acontecer, ou não.
Mas o princípio da precaução recomenda que, por
segurança, adotem-se providências mesmo diante de
um dano desconhecido, como no caso da gripe aviá-
ria: quando diagnosticada, ainda que os efeitos nos se-
res humanos não sejam comprovados, ensejará não só
no isolamento da criação, como no sacrifício das aves.

6)Poluidor-pagador:

Consoante o princípio 16 da Declaração do


Rio/92, o poluidor deve arcar com o custo decorrente
da poluição, as autoridades nacionais devem promo-
ver a internalização dos custos ambientais e o uso de
instrumentos econômicos, levando na devida conta o
interesse público, sem distorcer o comércio e os in-
vestimentos internacionais.
É princípio materializado tanto na Constituição
Federal (art. 225, § 1º, V) quanto na Lei da 6.938/81.
2.2. Do desenvolvimento econômico
no contexto constitucional

Decorrente de institutos clássicos como o direi-


to de propriedade e o da autonomia da vontade pri-
vada, tutelados há séculos pelo Direito, desenvolvi-
mento econômico é um anseio de toda a sociedade.
Podemos conceituá-lo “como o processo que
se traduz pelo incremento da produção de bens por
uma economia, acompanhado de transformações
estruturais, inovações tecnológicas e empresariais, e
modernização em geral da mesma economia”. (Silva.
2004, p.80)
Visando, no entanto, regulamentar a atividade
econômica, principalmente combater e pregar con-
tra o abuso do poder econômico, também ganhou
status constitucional.
A partir do artigo 170 da Constituição Federal,
mas não só nele, podemos observar os contornos da
ordem econômica:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza-


ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social [...].
É de se perceber que a ordem econômica fun-
da-se a partir de dois pilares estruturantes, a saber, a
valorização do trabalho humano e da livre iniciativa
que, aliás, são fundamentos de nossa República (art.
1º IV da CF).
Apesar de serem supostamente antagônicos,
uma vez que dizem respeito a interesses de classes
opostas (valor social do trabalho = empregados X
livre iniciativa = empregadores), são mandamentos
que remetem a busca de seus interesses, o que os di-
reciona, logicamente, à evolução, ao desenvolvimen-
to, ainda que mediante frequente sopesamento dos
interesses opostos de cada classe social (mediante
existência digna e justiça social).
Uma “Disciplina Jurídica” se forma a partir
dessas balizas constitucionais econômicas, a saber,
o “Direito Econômico”, e com ela, princípios que
explicam e contornam sua natureza:

1)Soberania nacional:

É princípio a ser observado durante toda a vi-


gência da Constituição: que a influência de outros
países em nossa economia seja ditada segundo as
vontades e conveniências de nosso Estado.
2)Propriedade privada:

O direito de propriedade é garantido pela


Constituição; esta garantia consagra a importância
da propriedade privada para o desenvolvimento da
economia brasileira, bem como limita a atividade/li-
berdade estatal diante destes bens particulares. Con-
tudo, o uso e gozo privado estarão condicionados à
obediência à função social.

3)Função social da propriedade:

A função social da propriedade, conforme vi-


mos é um condicionamento ao exercício do direito e
da garantia de propriedade, uma vez que o bem-estar
da sociedade e a proteção do ambiente não pode-
rão ser sufocados em razão de um uso irrestrito da
propriedade. Assim, “ter” simplesmente uma pro-
priedade, rural ou urbana, deixando-a, todavia, suba-
proveitada ou sem utilização; ou ainda, utilizando-a
mediante lesa o ambiente não atende à pretendida
função social, podendo, o seu exercício, por isso, so-
frer restrições.
4)Livre concorrência:

A preocupação implícita neste princípio consti-


tucional é com a não intervenção estatal na concor-
rência do mercado. Mas tal qual o direito de proprie-
dade, trata-se de garantia que pode ser restringida
quando exercida de forma abusiva.
O abuso do poder econômico, com vistas a es-
tabelecer concorrência desleal, ou a própria elimina-
ção da concorrência é combatida pela Constituição,
conforme art. 173 § 4º c/o 173 § 5º; assim como por
lei infraconstitucional, a Lei 8.884/94.
O CADE (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) é autarquia destinada a reprimir a concor-
rência desleal e outras infrações à ordem econômica.

5) Defesa do consumidor:

A defesa do consumidor foi reclamada pela


Constituição Federal, quando determinou (art. 48 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias)
que, dentro de cento e vinte dias da promulgação da
Constituição, elaborasse o Congresso, um Código de
Defesa do Consumidor.
Os interesses dos consumidores, portanto, de-
vem ser sopesados com os interesses relacionados à
livre iniciativa e ao desenvolvimento da economia.
Não por outro motivo, estão entre os princípios
criados pela Política Nacional de Relações de Consu-
mo, por ocasião da elaboração do Código de Defesa
do Consumidor (Lei 8.078/90), entre outros:

(a) a harmonização dos interesses dos partici-


pantes das relações de consumo e compatibilização
da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo
a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica, sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;

(b) defesa do meio ambiente, inclusive median-


te tratamento diferenciado conforme o impacto am-
biental dos produtos e serviços e de seus processos
de elaboração e prestação: Este princípio preocupa-
-se com a relação entre meio ambiente e economia1.

2.2.1 Propriedade e Função Social da Propriedade

Não existe desenvolvimento econômico fora


dos auspícios do Estado sem que haja o respeito à
propriedade privada; um dos ideias basilares do sis-

1
Relação essa que se torna objeto central da Economia ambien-
tal (conceito adiante pormenorizado).
tema capitalista é a livre iniciativa e, consequentente,
a propriedade privada
A participação responsável de cada homem
na vida social não é algo que começa com a nossa
Constituição de 1988, muito embora valores embu-
tidos nessa Carta, como os da dignidade da pessoa
humana, a Justiça, a Solidariedade tenham feito sur-
gir, em nosso Direito, a ideologia da chamada Fun-
ção Social, em diversas áreas. Fala-se em Função
Social da Empresa, dos Contratos, do Processo, da
Educação etc.
Especificamente no que tange à Função Social
da Propriedade, essa diz respeito a um condiciona-
mento do exercício do direito e da garantia de pro-
priedade, uma vez que o bem-estar da sociedade e
a proteção do ambiente não poderão ser sufocados
em razão de um uso irrestrito da propriedade. Ao
contrário. As balizas do exercício do direito de pro-
priedade são, exatamente, as condicionantes do res-
peito ao interesse público e a proteção do ambiente.
Assim, “ter” simplesmente uma propriedade, ru-
ral ou urbana, deixando-a, todavia, subaproveitada ou
sem utilização; ou ainda, utilizando-a mediante lesa ao
ambiente, não atende à pretendida função social, po-
dendo, o seu exercício, por isso, sofrer restrições.
Conforme lembra Robério Nunes dos Anjos Fi-
lho , o marco do direito de propriedade (individual)
2

foi o Código de Napoleão (Código Civil Francês de


1804), que o colocou no cerne do ordenamento jurí-
dico e conferiu - lhe, seguindo a linha do pensamento
romanístico, um caráter absoluto. Foi elevado a direito
natural, inalienável, não suscetível de prescrição.
O autor alerta, todavia, que havia, desde aquela
época, uma tímida disposição, no sentido de que se
poderia dispor das coisas da forma mais absoluta,
contanto que não se fizesse delas um uso proibido
pelas leis e regulamentos.
Essa concepção influenciou o nosso direito,
especificamente, por meio do Código Civil, quer
ao garantir o direito de propriedade, quer nas limi-
tações. Servidões, tombamento e a desapropriação
são limitações históricas do direito de propriedade
no Brasil.
Em 1988, com a promulgação de nossa atual
Constituição, a mesma mão que constitucionalizou
o direito de propriedade também consagrou a sua
conjugação de seu exercício mediante o respeito à
função social.
Segundo Anjos Filho, o princípio da função so-
cial da propriedade é inspirado na doutrina social da
Igreja, como exposta nas Encíclicas Mater et Magis-
tra, do Papa João XXII, de 1961, e Populorum Pro-
gressio, do Papa João Paulo II, nas quais se associa
a propriedade a uma função social. A propriedade
também deveria servir à função de instrumento para

ANJOS FILHO, Robério Nunes dos. A FUNÇÃO SOCIAL-


2

DA PROPRIEDADE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


DE 1988.
a criação de bens necessários à subsistência de toda
a humanidade.
Tal qual o meio ambiente, o desenvolvimento
econômico e a livre iniciativa, o direito de proprieda-
de também tem, atualmente, proteção constitucional.
E como direito constitucional fundamental,
insculpido no artigo 5º, XXII da Carta da República,
não caberia restringi-lo, a não ser na hipótese de um
caso concreto, em que outro bem ou direito consti-
tucional se opusesse a ele.
Ocorre que, em algumas poucas circunstâncias,
o constituinte, por ocasião da promulgação da Cons-
tituição, enfrentou previamente algumas situações
hipotéticas de colisão entre direitos constitucionais
fundamentais. Foi o que aconteceu com o direito de
propriedade, de um lado, e o interesse público e o
meio ambiente, do outro.
Assim, e conforme se verifica no texto cons-
titucional o direito de propriedade é garantido pela
Constituição, com a condicionante de atender, por-
tanto, a sua função social.
É de se perceber, nesse exemplo, que no art.
5º a Constituição Federal, no inciso imediatamente
seguinte ao que prescreve a garantia do direito de
propriedade, já mitiga tal garantia, afirmando que “a
propriedade atenderá a sua função social” (art. 5º,
XXIII da CF).
E nesse contexto, vai informando o Texto
Maior algumas hipóteses de colisão e a maneira
como o embate se resolve. O primeiro caso é o da
desapropriação por necessidade ou utilidade pública:

Art. 5º:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;

Como se percebe, no caso de necessidade ou


utilidade pública, a propriedade poderá ser desapro-
priada, mas no caso, o produto da harmonização en-
tre interesse público — que pode ser a preservação
do ambiente — e a propriedade, faz com que se in-
denize o proprietário com justa e prévia indenização
em dinheiro.
A função da propriedade rural descreve bem
esta mitigação do direito de propriedade em favor
do meio ambiente:

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse


social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
não esteja cumprindo sua função social (...)
Art. 186. A função social é cumprida quando a pro-
priedade rural atende, simultaneamente, segundo cri-
térios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos: (...)
II - utilização adequada dos recursos naturais dispo-
níveis e preservação do meio ambiente;

A função social da propriedade significa impor


ao titular o exercício do direito de propriedade me-
diante o atendimento do interesse público, que signi-
fica a atenção aos fins sociais; mas também mediante
a permanente proteção do ambiente.
Uma vez desrespeitados, portanto, esses valores
que contrapõem ao exercício individual do direito de
propriedade, haverá restrição em seu uso e gozo e, o
proprietário será indenizado.
Referências Bibliográf icas

ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Funda-


mentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. São Pau-
lo: Editora Malheiros. 2008

ANJOS FILHO, Robério Nunes dos. A FUN-


ÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE NA CONS-
TITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em
http://www.juspodivm.com.br/novo/arquivos/ar-
tigos/agrario/roberio-a_funcao_social.pdf, último
acesso em 10.02.2012

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental.


4.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p.171.

ARRUDA, Domingos Sávio de Barros. A ca-


tegoria acautelatória da responsabilidade ambiental.
Revista de direito ambiental, n. 42. São Paulo: Revis-
ta dos Tribunais, 2006.

BENAKOUCHE, Rabah; CRUZ, René Santa.


Avaliação monetária do meio ambiente. São Paulo:
Makron Books, 1994.
BENJAMIN, Antônio Herman V. O estado te-
atral e a implementação do direito ambiental. Con-
gresso Internacional de Direito Ambiental. Direito
Água e vida = Law, Water and the web of life. São
Paulo, 2003.

BIRNFELD, Carlos André. Algumas perspec-


tivas sobre a responsabilidade civil do poluidor por
danos ambientais. Direito ambiental contemporâ-
neo. Barueri: Manole, 2004.

CARVALHO, Carlos Gomes de. Direito am-


biental: perspectivas no mundo contemporâneo. São
Paulo: Revista dos Tribunais. Ano 5, n 19, jul/set,
2000, p. 201-208.
________________________ O que é Direito
Ambiental? Dos descaminhos da casa à Harmonia
da nave. Florianópolis: Habitus, 2003.

COLOMBO, Silvana. Dano ambiental. Boletim


Jurídico, ano 4, n. 176. Uberaba, 2006. Disponível
em: [http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/
texto.asp?id=1256]. Acesso em: 20.06.2006.

COMUNE, Antonio Evaldo. Meio ambiente,


economia e economistas. Valorando a natureza: aná-
lise econômica para o desenvolvimento sustentável.
Rio de Janeiro: Campus, 1994.
COSTA, Simone S. T. Economia do meio am-
biente produção versus poluição. Dissertação – Por-
to Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 2002.

DERANI, Cristiane. Direito ambiental econô-


mico. 2. ed. rev. São Paulo: Max Limonad, 2001.

FIORILLO, C. A. P. Curso de Direito Ambien-


tal Brasileiro. 9ª edição, revista, atualizada e amplia-
da. São Paulo: Editora Saraiva, 2008. 580.

FOLADORI, Guillermo. Limites do desenvol-


vimento sustentável. Campinas: Editora Unicamp,
2001, p. 170.

GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na


Constituição de 1988. 5. ed. rev. atual. São Paulo:
Malheiros, 2000.

HARBERLER, G. Crescimento Econômico e


Estabilidade. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1976.

HARRIS, Jonathan M. Environmental and Natu-


ral Resource Economics: A
Contemporary Approach http://www.neema.ufc.
br/GERNPA_HARRIS4.pdf Acesso em 20.07.2012
HOULT, Thomas Ford. Dicionário de Sociolo-
gia Moderna. 1969.

KAMOGAWA, Luiz Fernando Ohara. Cresci-


mento econômico, uso dos recursos naturais e de-
gradação ambiental: uma aplicação do modelo ekc
no Brasil. Tese de mestrado. Piracicaba, Universida-
de de São Paulo, 2003.

LANGE, Maria Bernadete Ribas. A conser-


vação da natureza. Conceitos e breve histórico. In:
RIOS, Aurélio Virgílio Veiga; IRIGARAY, Teodoro
Hugueney. (Orgs.) O Direito e o desenvolvimento
sustentável. Curso de direito ambiental. São Paulo:
Peirópolis, 2005.

MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. Doutri-


na – Jurisprudência – Glossário. 3a edição revista,
atualizada e ampliada. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais LTDA, 2004. 1024.

____________Direito do Ambiente. A gestão


ambiental em foco. Doutrina. Jurisprudência. Glos-
sário. 5 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2007.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Território e
história no Brasil. 2 ed. São Paulo: Annablume, 2005

NUNES, Paulo Henrique Faria. Meio Ambien-


te e Mineração. O desenvolvimento sustentável. 1
ed. Curiitiba: Juruá, 2007

PEREIRA, André Silva. Uma resenha sobre a


evolução da Teoria do Crescimento Econômico in
Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, v.11,
n.20, maio 2003.

PESSOA, Geórgia Patrício. Economia e meio


ambiente: quanto vale a biodiversidade? In: BENJA-
MIN, Antonio Herman (Org.). Paisagem natureza e
direito. São Paulo: Planeta Verde, 2005. v. 2.

PEZZI, Silvia Vanti. O papel das políticas públi-


cas municipais para a construção de um ecoambiente.
Caxias do Sul, Universidade Caxias do Sul, 2010.

PIERANGELLI, José Henrique. Agressões


à natureza e proteção dos interesses difusos. São
Paulo: Revista dos Tribunais. RT 649/378, novem-
bro/89, p. 378.
SILVA, Américo Luís Martins da. Direito do
meio ambiente e dos recursos naturais, volume I. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004.

SILVA, Odair Vieira da. SISTEMAS PRODU-


TIVOS, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. In. REVISTA
CIENTÍFICA ELETRÔNICA TURISMO PE-
RIODICIDADE SEMESTRAL – ANO III EDI-
ÇÃO NÚMERO 5 – JUNHO DE 2006.

SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Am-


biental. 6a edição revista, atualizada e ampliada. São
Paulo: Editora Saraiva, 2008. 756.

SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito


ambiental. 9 ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Sa-
raiva, 2011.

TRENNEPOHL, Curt. Licenciamento am-


biental. 2 ed. Niterói: Impetus, 2008.

VARELLA. Marcelo dias. Direito econômico


ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
VIANA, Eder Cristiano et al. Análise técnico-
-jurídica do licenciamento ambiental e sua interface
com a certificação ambiental. Rev. Árvore [online].
2003, vol.27, n.4, pp. 587-595 . <http://www.scie-
lo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
-67622003000400019&lng=en&nrm=iso>. ISSN
0100-6762.

Você também pode gostar