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Direito do Território e do ambiente 15 de Abril de

2020

E-mail: pcsilveira@autonoma.pt

Há quem acredite que o direito do ambiente e do território são autónomas uma


da outra, embora possuam algumas semelhanças uma entre a outra:
 Princípios – são muito importantes e próprios, mesmo que muitos sejam
provenientes do direito público. É necessário a noção do bem jurídico
que esta em causa.
 Fontes
o Exemplo: Direito Internacional

Numa primeira fase, iremos focar-nos no direito do ambiente e posteriormente


ao ordenamento do território.

Existem algumas questões administrativas.

O direito do ambiente sofre influencias de vários institutos jurídicos, sendo


considerado um direito misto e não só publico ou privado.

17 de Abril de 2020

A responsabilidade dos estados é difícil de se aplicar, devido a coercibilidade,


uma vez que os tribunais internacionais têm como base uma atividade voluntária (são
os Estados – em acordo - que tem que recorrer aos tribunais para que os tópicos
sejam resolvidos).
As regras do direito internacional são regras extremamente complexas.

Gases efeito estufa  exemplo: CO2 (proveniente de fábricas, tubo de


escape dos carros), metano (proveniente da agricultura intensiva, são os animais que
o produzem).
O próprio sistema se autorregenera, contudo, devido a quantidade excessiva
de gases, surge o efeito estufa a nível planetário.
Os gases são emitidos para a atmosfera (sobrem) e não conseguem
ultrapassar a atmosfera, retornando para a terra.
Provocando o aumento da temperatura na superfície terrestre, o que leva ao
descongelamento dos polos e ao aumento do nível da agua do mar, possuindo certas
consequências tais como as inundações, especialmente em regiões que se encontram
a baixo do nível do mar (certas ilhas, correm o risco de desaparecer devido ao
descongelamento dos glaciares).

Qual a ligação entre o desmatamento e o aquecimento?

Refugiado ambiental  Não segue o conceito base do refugiado (conceito


político). Contudo, o estatuto de refugiado fornece um conjunto de garantias que são
importantes (o que não se verifica nos casos de simples imigração).

O ambiente não deve ser transformado numa moda passageira, mas sim,
possuir soluções políticas, a questão ambiental deve estar presente em todas as
questões políticas.

A relação do ser-humano com a natureza é constante, embora não seja uma


convivência propriamente pacifica, e vai-se alterando ao longo dos tempos.

O objeto do nosso estudo é as componentes ambientais, contudo, de forma


mais concreta, estudamos as normas que que regulam estas componentes
ambientais.
O conceito de ambiente não é pacifico, existe uma dificuldade de limitação,
devido a sua flexibilidade e evolução ao longo do tempo, existem dois conceitos:
 Conceito restrito  limita-se ao ambiente natural
 Conceito amplo 

O ecossistema é composto por seres vivos e seres não vivos, que não devem ser
pensados numa versão utilitária, pois os elementos não vivos são essências para a
garantia dos seres vivos. Devemos seguir uma abordagem mais virada para a
conservação da diversidade do ecossistema (mesmo que as espécies não se
encontrem em perigo, a ausência de uma espécie influencia todo o ecossistema,
devido à relação que existe de forma inerente entre as diversas espécies).

22 de Abril de 2020

Dia 22 de Abril  dia internacional da terra.

A legislação antecipa-se ao problema, mesmo que não exista prova científicas que
algo possa acontecer.

O direito do ambiente é um ramo do direito publico, embora não pertença ao


interesse publico ou privado (direito publico e privado). Trata-se de um direito que
pertence a todos nós.
Aqui destaca-se o direito administrativo, contudo, verificasse uma aplicação de
vários ramos clássicos do direito.

De forma geral, o direito do ambiente é a ciência juridica que estuda problemas


ambientais e a relação do ambiente com o ser humano, tendo como fim a proteção do
ambiente e a melhoria das condições de vida no planeta.

Fontes do direito do ambiente:


1. Direito Internacional  faz nascer o direito do ambiente através das
declarações e convenções internacionais.
 O ambiente é um problema que pertence a todos, não possui fronteiras,
o que faz surgir instrumentos com carater universal, tendo o maior
número possíveis de Estados envolvidos.
2. Direito Europeu  Direito comunitário
 Verificou-se uma alteração dos tratados europeus, para que a questão
ambiental ganhe algum relevo, reafirmando a importância de proteção
do ambiente.
 O facto de os Estados terem matéria diferente em relação ao ambiente,
impedia a livre circulação entre estados, criando desnível entre os
países – como solução, o ambiente passou a ser uma competência
partilhada na UE
3. Direito Nacional
 Constituição da república portuguesa

24 de Abril de 2020

Os princípios têm uma importância acrescida, relacionando-se entre si, uma


vez que o direito ambiental é extremamente dinâmico, ajudando na interpretação do
regime normativo (que pode não ser aplicado diretamente ao problema).
O direito do ambiente tem princípios próprios e concretos, exemplo disso é o
princípio do não retrocesso.

Critérios de distinção entre normas e princípios:


 Existem 4 critérios:
o Grau de abstração  os princípios são tendencialmente mais abstratos
e teóricos que as normas.
o Grau de determinabilidade de aplicação  é necessário concretizar os
princípios para se encontrar soluções concretas, já as normas preveem
a sua própria aplicação, sendo imediatamente aplicadas.
o Conteúdo de informação  São necessários mais elementos para
concretizar os princípios, os princípios necessitam de normas, devido
aos seus pressupostos.
o Critério da separação radical  distinção qualitativa, os princípios não
são pensados para serem imediatamente aplicados, terem sanções,
são pensados para auxiliar na solução do caso concreto.

Art. 3º da lei nº 19/2014:


a) Princípio do desenvolvimento sustentável  Não existe um conceito
fechado de desenvolvimento sustentável, é um conceito que vai sendo
construído, possuindo três pilares fundamentais: social, económico e
ambiental (procurando um equilíbrio entre estas três vertentes)
b) Princípio da responsabilidade Intra e intergeracional  Princípio de difícil
aplicação, porque não se conhece o “outro”. Contudo, aqui releva a
importância de preservar os recursos para o futuro, responsabilizando as
pessoas pelos danos que causam (relaciona-se com o conceito de
responsabilidade ambiental).
c) Princípio da prevenção (perigos imediatos e concretos)  possui provas
científicas, sendo mais fácil criar normas de forma a prevenir.
 E princípio da precaução  Aplica-se a riscos futuros e incertos,
uma vez que quando o dano ocorre poderá ser irreversível,
verificasse uma incerteza científica. Deve ser interpretado, tendo em
consideração as circunstâncias particulares do caso concreto
(exemplo: na dúvida classifica-se resíduos como perigosos)
d) Princípio do poluidor-pagador  Procura-se relacionar normas da proteção
do ambiente com as normas de responsabilização, procura-se fazer com
que as pessoas que poluem paguem sobre as suas ações, invés de ser o
Estado (por exemplo).
 Resumidamente: Quem assume o custo geralmente é o Estado,
contudo, o que este princípio procura é responsabilizar quem polui,
embora numa primeira fase seja o Estado quem paga.
e) Princípio do utilizador-pagador  o beneficiário do serviço publico são os
cidadãos, este princípio procura que o utente dos serviços suporte os
custos de utilização dos recursos, de forma a distribuir os custos por todos.
f) Princípio da responsabilidade  o ambiente é um bem comum que não
pode ser individualizado, todos somos garantes do ambiente e devemos de
o proteger.
 Responsabilidade civil  Reparação pecuniária de bens
 Responsabilidade penal  Multas e penas de prisão
 Responsabilidade social (contra social)  Coimas
 Responsabilidade administrativa  Coimas
g) Princípio da recuperação  Não se consegue colocar o ambiente na
mesma situação antes do dano, mas procuram coloca-lo num estado
semelhante, a legislação procura/permite uma reparação semelhante.
art. 4º da lei nº 19/2014 (princípios materiais – políticas ambientais, informam o corpo
de normas)
29 de Abril de 2020

O ordenamento jurídico português possui normas que orientam a matéria


ambiental, sendo uma tarefa fundamental do próprio Estado português, salientando-se
os arts. 9º, art. 52º, art. 65º, art. 66º (que se salienta) e art. 90º.

Art. 66º CRP  o legislador não é restrito no conceito de ambiente, referindo


outros conceitos (todas as vertentes possíveis do conceito de ambiente – construído,
paisagem, natural, humano, etc..), ampliando o conceito do ambiente – dualidade
direito em relação ao ambiente e obrigação de reagir contra as ofensas realizadas
contra o próprio ambiente.
Mas bastará um interesse difuso (interesse juridicamente reconhecido e
tutelado para toda a comunidade e cada um dos membros de uma sociedade/grupo,
mas ninguém pode possuir este bem)?
O direito do ambiente relaciona-se a obrigação de agir, seja através dos
tribunais (art. 20º CRP) ou outras formas administrativas, contudo, a titularidade do
direito deve ser analisada no ponto de vista individual (há situações em que o “eu”
pode ser lesado, sendo assim um direito subjetivo) e coletivo (qualquer cidadão tem o
dever de defender os interesses de todos, todos temos o direito ao ambiente).

08 de Maio de 2020

Avaliação ambiental estratégica:


É um instrumento que se encontra previsto no DL nº 232/2007, de 15 de
Junho, a legislação portuguesa sobre influencias das diretivas europeias, como a
diretiva 2001/42/CE, de 27 de Junho, que é extremamente flexível e assenta na
transparência processual e nas responsabilidades das entidades que desenvolver os
planos e programas.
Avaliação ambiental  é a identificação, descrição e avaliação dos eventuais
efeitos significativos no ambiente resultantes de um plano ou programa, ainda antes
de ser aprovado ou submetido ao procedimento legislativo, ou seja, traduz-se num
procedimento de preparação e elaboração do plano – realiza-se um relatório ambiental
e realizam-se consultas (art. 2º sendo conjugado com o art. 3º, que irá delimitar
quais os programas e atividades que devem respeitar a avaliação ambiental)

Nota: O princípio da cooperação encontra-se muito presente no direito do


ambiente, os populares participam nas decisões através de discussões publicas.
Outra nota importante, é que a maioria das leis do direito internacional no
âmbito do ambiente são soft law, de forma a orientar os Estados de forma que seja
possível aplicar hard laws (relembrar conceito).

Protocolo de Kiev  procura reforçar a cooperação internacional a nível dos efeitos


transfronteiriços dos planos e programas, tal como das políticas e legislação no
ambiente e na saúde.

Avaliação de impacto ambiental:


É um instrumento de carater preventivo sendo caraterizado por estudos e
consultas, onde se permite a discussão publica. Procura-se alternativas e mitigar
impactos, ou seja, o objetivo é obter a decisão sobre a viabilidade positiva sobre a
execução do projeto.
É a viabilidade positiva que irá permitir o restante processo.

13 de Maio de 2020

15 de Maio de 2020

Resolução do caso pratico nº 1:

1.
a) É necessário produzir uma avaliação de impacto ambiental porque nos
termos do anexo 2, nº 8, é necessário sempre que a produção é igual ou superior a
20 toneladas por dia. No nosso caso, a capacidade de produção é de 25 toneladas.

b) Quem é o responsável pela elaboração da avaliação de impacto ambiental é


o proponente, neste caso “A” (no âmbito do art. 2º, alínea j)), em relação ao
conteúdo mínimo obrigatório, nos termos do art. 13º deve incluir no mínimo os
elementos fixados no anexo 5.

c) Quem procederá a apreciação da conformidade legal e apreciação técnica


da avaliação de impacto ambiental, nos termos do art. 9º, nº 1, alínea b) é da
competência da comissão de avaliação. Todavia, segundo o art. 14º, nº 7, nº 10 e nº
11, a comissão de avaliação aprecia sobre a conformidade, mas quem decide é a
autoridade de avaliação de impacto ambiental nos termos do art. 10º.

d) Nos termos do art. 14º, nº 7, deve-se pronunciar em relação a conformidade


legal nos 30 dias posteriores a constituição da comissão de avaliação prevista no art.
14º, nº 5, e em relação a apreciação técnica nos 20 dias posteriores, nos termos do
art. 14º, nº 11, nos termos do art. 87º CPA os prazos contam-se em dias uteis (porque
é os dias em que administração funciona), uma vez que não é igual ou superior a 6
meses.
Nota: a avaliação de impacto ambiental é um procedimento administrativo,
estabelecendo-se numa relação entre o proponente e a administração publica, tendo
como base o CPA (relação entre o particular e a administração publica).

20 de Maio de 2020

2.
a) O antonio deve apresentar um estudo de impacto ambiental de forma
obrigatória, nos termos do anexo primeiro nº 23, alínea a), conjugado com o art. 1º, nº
3, alínea a), uma vez que todos estes projetos têm que entregar esta avaliação.

b) Se o estudo de impacto ambiental não possuir a descrição para as coisas


elencadas na pergunta, segundo o art. 14º, nº 7, que estabelece o prazo para se
manifestar em relação a conformidade, remetendo ainda para o nº 9, mas sobre tudo o
nº 10, deste mesmo artigo.
Contudo, deve incluir os conteúdos previstos no anexo 5 (conteúdos mínimos
que devem estar previstos no EIA), por remissão do art. 13º
O artigo que aqui releva, é o art. 8º.
(embora não seja uma a resposta mais correta) A AIA é mais que tudo um
processo administrativo, desde modo, se tivermos em consideração o art. 108º CPA e
o princípio da colaboração, o requerente poderia ser convidado a sanar essas
insuficiências do estudo de impacto ambiental.
c) Se o cidadão se pronunciar contra o projeto, nos termos do art. 15º e art.
29º (quando e em que prazo têm que acontecer, os cidadãos podem-se pronunciar de
forma positiva ou negativa), as opiniões têm que estar presentes no relatório de
consulta previa, que tem que ser junto as restantes documentações analisas pela
comissão de avaliação, tal como disposto no art. 15º, nº2, art. 16º, nº 1 e art. 29º, nº
2.
O art. 30º, nº, alínea g) também pode ser aqui aplicado, uma vez que o
relatório que resultar da consulta tem que ser publico.
Anexo 6, é mais pratico, não sendo necessário neste caso em concreto, porque
aqui, o que releva é a consequência da participação dos cidadãos.
Conclui-se que a opinião dos cidadãos tem que ser levada em consideração
para a elaboração do parecer técnico.

d) O DIA (definido pelo art. 2º, alínea g), definindo como declaração de
impacto ambiental), deve ser emitido pela autoridade de AIA, no âmbito do art. 19º, nº
1. Deste modo, não pode ser emitido pela comissão de avaliação.
A comissão de avaliação relativamente ao DIA possui competência no âmbito
do art. 9º, contudo, não o emite, nos termos do art. 16º, nº 1, deve elaborar o parecer
técnico de AIA, remetendo-o para a autoridade, para que seja elaborado o DIA.
O 16º, nº 6 estabelece o prazo em que o DIA é elaborado nos casos em que se
verifica a suspensão do procedimento.

e) O ambiente não possui fronteiras, e, como é obvio, uma fábrica em Portugal


pode ter um impacto em Espanha. Deste modo, os arts. 32º e s.s estabelecem que
quando estamos perante um impacto fronteiriço, deve haver uma colaboração entre os
diferentes territórios (art. 32º), contudo, isto na prática ocorre nos termos do art. 33º
Se o prazo de 30 dias não for cumprido, estaremos perante o deferimento
tácito (nos termos do art. 19º, nº 2), deste modo, o art. 33º, nº 3 estabelece que o
deferimento tácito não se verifica, para que a outra entidade possa fazer parte do
procedimento (porque ainda esta a tomar uma posição). Esta solicitação deve ser
expressa nos termos do art. 34º (estabelece o procedimento, ou seja, como se
processa), sendo conjugado com o art. 35º.
Se o negócio se iniciar sem a DIA, as consequências estarão previstas no art.
39º, nº 2, alínea a), logo, estaremos no âmbito de uma contraordenação muito grave.

22 de Maio de 2020

Aplicação do LUA:
Não existe apenas a avaliação de impacto ambiental, existem outras licenças
necessárias.
O Licenciamento Único Ambiental, não exceção, é proveniente de uma
tentativa da União Europeia de simplificar o regime. Deste modo, é um sistema
integrado desmaterializado (pode ser realizado de forma online) dos pedidos de
licenciamento e autorização.
Estabelece-se num pedido, um título e uma taxa. Embora não resolva o
problema de ser necessário vários licenciamentos, uma vez que apenas estabelece
como estes licenciamentos vão ser entregues.
Conclui-se que o LUA é concebido de forma a simplificar, harmonizar e articular
os diferentes regimes de licenciamento, sendo estes regimes (todos os artigos
previstos no art. 2º, nº 1 – são os regimes de ser entregues no âmbito do LUA):
 SIR  Sistema da Indústria Responsável
 REAP  Regime de Exercício das Atividades Pecuárias
 RLIE  Regulamento de Licenças para as Instalações Elétricas
A lua possui três tipos de tramitação:
1.º. Atribuição de licença ambiental  Possui fases:
 Iniciativa  apresenta-se o pedido, que é realizado através de
um formulário eletrónico enviado a entidade coordenadora que
irá transmitir posteriormente (apos a instrução) a APA, no prazo
de 3 dias.
 Instrução
 Avaliação técnica
 Audiência do Interessado
 Fase de decisão
 Fase da publicação  Permite dar eficácia ao licenciamento
 Fase da monitorização  É necessário controlar ao longo da
aplicação do licenciamento, antes e apos a sua existência, ou
seja, há uma monitorização da aplicação do projeto e do seu
funcionamento.
 Desmantelamento  Tem em consideração todas as fases,
uma vez que pode por em causa a segurança e saúde da
população.

2.º. Atribuição apenas de uma licença de exploração 


3.º. Atribuição de uma licença ambiental padronizada 
(ver ppt sobre o TUA – Título Único Ambiental).

27 de Maio de 2020

Caso prático nº 2:
1.
a) Os projetos que estão sujeitos a realização da avaliação de impacto
ambiental, encontram-se previstos no art. 1º, nº 3, alínea a) ou b),
dependendo da situação, remetendo para os anexos I ou II. Neste caso
tratando-se de um centro comercial com 3 hectares, o que se define como
um estabelecimento de comercio.
Deste modo, deveremos utilizar a alínea b) do art. 1º, nº 3 remetendo para o
anexo 2, alínea b), deste modo, a avaliação de impacto ambiental tem carater
obrigatório, porque é constituído por 2 hectares.

b) Por princípio, o projeto não estaria sujeito a AIA por possuir 2 hectares,
contudo, nos termos da alínea c) do art. 1º, nº 3 remetendo para o anexo
III (não é necessário ir ao anexo III), pela possibilidade de provocar um
grande impacto ambiental, o projeto poderá estar sujeito a uma avaliação de
impacto ambiental (embora não tenha carater obrigatório), tem que ser uma
decisão conjunta dos membros do governo (é excecional, sendo aplicado de
forma a enquadrar projetos que não estariam na avaliação de impacto
ambiental).
Contudo, ao estar localizada numa zona de proteção especial, uma área
sensível nos termos do art. 2º, alínea a), ponto 2 conjugado com o anexo II (anexo
II, nº 10, alínea b), terceira coluna), mesmo que o estabelecimento tenha 2 hectares,
é obrigatório a realização da avaliação de impacto ambiental.

c) A dispensa pode ser obtida nos termos do art. 4º, mas apenas em casos
excecionais e apos a verificação de um despacho e um pedido realizado pelo
interessado e o operador.
d) Quem é responsável pela elaboração do estudo são os peritos competentes
a elaboração da AIA, indicados pelo art. 9º-A. Contudo, quem deve entregar
este estudo, é o proponente (quem paga o estudo), que pode ser uma
entidade publico ou um sujeito privado.

e) Quem é competente para a avaliar, é a comissão de avaliação nos termos do


art. 9º, nº 1, alínea b), sendo conjugado com o art. 14º, nº 11 e ainda o
art. 16º, nº 1. Quem é competente para emitir a DIA, é a autoridade de AIA,
nos termos do art. 8º, nº 3, alínea k), art. 16º, nº 6 (apenas se aplica num
caso particular, quando há alterações ao projeto) e por fim, art. 19º, nº 1.

f) São medidas mínimas que tem que constar na avaliação de impacto


ambiental, de forma a mitigar os impactos, sendo mencionadas no art. 13º,
nº 1 com remissão para o anexo V, nº 8. O cumprimento é obrigatório,
estando a sua consequência prevista no art. 14º, nº 3, parte final, caso
contrario, se o sujeito resolver exercer a atividade sem a DIA, será uma
contraordenação muito grave nos termos do art. 39º, nº 2, alínea a).

g) Se a DIA for desfavorável, nos termos do art. 18º, nº 2, alínea g), o


procedimento de AIA será extinto, sendo este essencial para o licenciamento
da atividade, ou seja, não poderá dar início a sua atividade. O TUA, no
âmbito do LUA, só pode ser emitido quando todos os procedimentos forem
favoráveis (relação de dependência).

29 de Maio de 2020

2.
a) Primeiro é necessário verificar qual é o âmbito da aplicação do LUA
(licenciamento único ambiental), indo até ao art. 2º, nº 1, alínea c) DL
75/2015 (estabelece os regimes abrangidos pelo LUA), qualquer pessoa
que tenha que respeitar o regime do LUA (que é uma compilação de vários
regimes) deve ter o título único ambiental.
Aplica-se a Avaliação de Impacto Ambiental, prevista no art. 2º, nº 1, alínea
a)?
Pela análise do anexo I, nº 5, alínea f), podemos concluir, que a atividade
prevista no caso pratica não está sujeita a uma avaliação de impacto ambiental, uma
vez que embora se trate da produção de produtos cerâmicos, a capacidade de
produção não é superior a 300 toneladas.
Contudo, deve ser verificado caso a caso. Embora a AIA não seja obrigatório,
pode ser decidido nos termos da alínea c), do art. 1º, nº 3, que se realize a AIA.
Aplica-se o regime do licenciamento ambiental, previsto no art. 2º, nº 1,
alínea c)?
Nos termos do art. 2º conjugado com o art. 5º, nº 1, alínea a), com remissão
para o anexo I, nº 3.1, alínea g) do DL 127/2013, a atividade esta sujeito ao regime
de licenciamento ambiental, tendo em conta que o objeto é a produção de produtos
cerâmicos e uma vez que tem a capacidade de produzir 100 toneladas (sendo superior
a 75 toneladas – valor mínimo), com uma capacidade de forno de 10 m 3 (superior a 4
m3) e uma densidade de carga de 500 kg/m3 (sendo superior ao estabelecido por lei).
Como todos os pressupostos se encontram verificados, será obrigatório a obter
a licença nos termos do DL 127.
Conclui-se que precisando do licenciamento nos termos do DL 127, ele tem
que ter o TUA, uma vez que vai conter toda a informação necessária.
b) O regime do TUA, encontra-se previsto dentro do regime do LUA, no art.
12º, art. 13º e art. 15º, estabelecendo como o pedido deve ser
apresentado. Junta-se toda a documentação, cujo os requisitos se
encontram previstos no seu regime específico (regime aplicável).
A entidade competente para a emissão do TUA é, nos termos do art. 16º, nº 1
LUA, sendo emitido pela entidade coordenadora no domínio do ambiente ou pelo LUA,
remetendo para o art. 4º, nº 5.

c) Nos termos do art. 8º, nº 3 (referente as entidades creditadas), podendo


realizar o indeferimento limiar do pedido, sempre que a entidade
licenciatura verifique uma deficiência insanável do pedido após a audiência
previa.

d) Nos termos do art. 16º, nº 3, o TUA só pode ser emitido a partir do


momento que se verifique o deferimento do pedido de licenciamento
ambiental, nos termos do DL 127.

e) Se a DIA for favorável, procede-se a emissão do TUA (emite-se no


momento em que a primeira licença é diferida), contudo, só produz efeitos
quando todos os licenciamentos forem diferidos (todos aqueles que
estiverem averbados), nos termos do art. 16º, nº 4  apenas quando existe
vários pedidos, o que não é o caso neste caso pratico.
Cada regime possui o seu prazo, sendo estes distintos e respeitados, o LUA
aplica o regime dos diplomas respetivos.

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