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Direito do Ambiente e do Ordenamento do Território 1º mini-teste

Do Direito do Ambiente:

Há quem acredita que o direito do ambiente e o direito do território, sejam


disciplinas autónomas. Contudo, tem semelhanças entre si.
O direito do ambiente sofre influencias de vários institutos jurídicos,
considerando-se como um direito híbrido, uma vez que possui características de
direito público e direito privado.

Relação entre o ser humano e a natureza:

A relação entre o ser humano e natureza é constante, contudo, não se define


numa convivência pacifica, vai-se alterando ao longo do tempo.
Para os gregos o ser humano era um elemento do universo, ou seja, inseria-se
nele vivendo em comunhão com a natureza. Não se diferenciava do conjunto, uma vez
que não possuía poderes sobre a natureza, nem se subordinava a ela.
Para a civilização judaico-cristã, considerava-se que o ser humano devia
dominar a natureza.
Este pensamento regrediu, com o renascimento, onde a relação do ser humano
era de igualde com a natureza e aos animais.
No sec. XX, marcado pelo humanitarismo cristão e por sentimentos de
filantropia, surgem os primeiros movimentos de proteção animal, plantas e florestas.
Sendo estes movimentos reforçados após a 2º guerra mundial, defendia-se a proteção
do ambiente e a ecologia.
Todavia, os E.U.A (como os cabeças de porco que são), defendiam nesta
mesma altura uma ideia diversa, viam então, o ser humano como dono do universo e
titular do direito sobre as coisas.
Contudo, só nos anos 60 é que se abandona a ideia que a natureza era uma
fonte de utilidades perpetuas, nascendo um novo foco, que se verifica até hoje relativo
à crise ambiental. Acentua-se a utilização de combustíveis fosseis (grandes
causadores do aquecimento global).
Mas, a partir de 1972 começam a surgir declarações e convenções da defesa
do ambiente.

Deste modo, podemos concluir que existiram ao longo da história três posições da
relação do ser humano com a natureza:
 Antropocentrismo  O ser humano é o centro do universo
 Eco centrismo  O ambiente é o centro do universo
 Biocentrismo  concilia as duas posições anteriores: tanto o homem como a
natureza, são o centro do universo.

Na atualidade, o valor da natureza e a sua proteção, não se baseia só na sua


utilidade para o ser humano, tendo-se também em conta a função da natureza e o
valor que nela mesma se encontra.

Conceito de ambiente:

É extremamente definir o conceito de ambiente, uma vez, que se verificam


dificuldades na sua delimitação, sendo este, flexível e evolutivo ao longo do tempo,
prevê-se como consequência, três conceitos:
1. Jurídico  Conceito fornecido através da doutrina
2. Conceito restrito  Limita-se ao ambiente natural, que é constituído pelos
elementos fundamentais: solo, água, ar, biosfera, e nas suas relações
recíprocas e também, na sua relação com o ser humano.
3. Conceito amplo  Constituído pela globalidade dos aspetos que são
exteriores à pessoa humano, abrangendo uma globalidade de elementos
naturais, culturais, económicos e sociais que influenciam o ser humano.

A prof. Paula Silveira, defende uma abordagem mais virada para a conservação
da diversidade do ecossistema, divergindo em relação a defesa tradicional que se
realiza através da proteção de espécies especificas. Deve-se encarar o ecossistema
como um todo.
Aqui, releva o valor intrínseco que o ambiente tem por si próprio e a importância da
sua conservação, servindo consequentemente como garantia para o bem-estar de
todos os seres humanos.

O ambiente necessita de ser protegido porque é um bem digno de tutela juridica,


ou seja, deixa de ser visto como um interesse e transforma-se num verdadeiro bem-
jurídico.  Art. 10º LBA, define o ambiente como bem jurídico protegido.

Caraterísticas do direito do ambiente:

É um direito relativamente novo, uma vez que as suas normas existem a


menos de 50 anos, tendo em conta que a sua evolução se intensificou nos anos 70.
Não é um direito que se encontre compilado e codificado, é regulado por vários
diplomas normativos, possuindo várias normas avulsas que estão isoladas em
diversos diplomas  é uma consequência da horizontalidade deste direito.
Tem uma base e terminologia científica, uma vez que analisa as condições
ambientais, perante planos e projetos, tal como o impacto que estes podem ter na
natureza.
Outras caraterísticas:
 Eclética
 Pluridisciplinar
 Natureza pública e privada
 Cruza o direito publico e o direito privado.

Contudo, faz sentido definir o direito do ambiente como parte do direito publico,
devido a forte influência por parte do direito administrativo.
Todavia, não procura defender apenas direitos públicos ou privados, defende
interesses difusos (o que pode ser definido como uma zona intermedia entre os dois)

Sofre influencia de vários ramos do direito:


 Direito Civil  há problemas que são levantados provenientes de
relações particulares
 Direito Internacional Publico  advém da relação entre diversos
sujeitos que compõe a comunidade internacional
 Direito Europeu  Área do direito que mais regulamentação tem criado
sobre o ambiente
 Direito Constitucional  Questões fundamentais da comunidade
politicamente organizada
 Direito Penal  define os principais atentados contra o ambiente
 Direito Administrativo  Sector fundamental da intervenção do Estado
Fontes do Direito do Ambiente:

1. Direito Internacional  Faz nascer o direito do ambiente através de


declarações e convenções internacionais. O ambiente é um problema que
pertence a todos, não possui fronteiras, o que acentua a necessidade de criar
instrumentos com carater universal, com o objetivo de incluir o maior numero
de Estados possíveis.
2. Direito Europeu (Direito comunitário)  altera-se os tratados europeus de
forma a que a questão do ambiente ganhe relevo. Procura-se reafirmar a
importância da proteção do mesmo.
 Se os Estados tivessem matéria diferente em relação ao ambiente
haveria impedimentos à livre circulação criando um desnível entre os
países, de forma a impedir isto o ambiente passou a ser uma
competência partilhada na U.E.
3. Direito Nacional  CRP

Princípios fundamentais do Direito do Ambiente:

Estes princípios têm uma importância acrescida relacionando-se entre si, tendo
em conta que o direito ambiental é extremamente dinâmico. Deste modo, o direito do
ambiente tem princípios próprios e concretos.
Muitos destes princípios são provenientes do direito publico, sendo necessário
a noção do bem jurídico em causa.
Existem 4 critérios de distinção entre normas e princípios:
o Grau de abstração  os princípios são tendencialmente mais abstratos
e teóricos que as normas.
o Grau de determinabilidade de aplicação  é necessário concretizar os
princípios para se encontrar soluções concretas, já as normas preveem
a sua própria aplicação, sendo imediatamente aplicadas.
o Conteúdo de informação  São necessários mais elementos para
concretizar os princípios, os princípios necessitam de normas, devido
aos seus pressupostos.
o Critério da separação radical  distinção qualitativa, os princípios não
são pensados para serem imediatamente aplicados, terem sanções,
são pensados para auxiliar na solução do caso concreto.

Salientam-se os seguintes princípios previstos e enumerados na lei nº 19/2014,


no seu artigo 3º:
 Princípio do desenvolvimento sustentável  Não existe um conceito fechado
de desenvolvimento sustentável, é um conceito que vai sendo construído,
possuindo três pilares fundamentais: social, económico e ambiental
(procurando um equilíbrio entre estas três vertentes)
 Princípio da responsabilidade intra e intergeracional  Princípio de difícil
aplicação, porque não se conhece o “outro”. Contudo, aqui releva a importância
de preservar os recursos para o futuro, responsabilizando as pessoas pelos
danos que causam (relaciona-se com o conceito de responsabilidade
ambiental).
 Princípio da prevenção e da precaução  possui provas científicas, sendo
mais fácil criar normas de forma a prevenir.
o E princípio da precaução  Aplica-se a riscos futuros e incertos, uma
vez que quando o dano ocorre poderá ser irreversível, verificasse uma
incerteza científica. Deve ser interpretado, tendo em consideração as
circunstâncias particulares do caso concreto (exemplo: na dúvida
classifica-se resíduos como perigosos)
 Princípio do poluidor-pagador  Procura-se relacionar normas da proteção do
ambiente com as normas de responsabilização, procura-se fazer com que as
pessoas que poluem paguem sobre as suas ações, invés de ser o Estado (por
exemplo).
o Resumidamente: Quem assume o custo geralmente é o Estado,
contudo, o que este princípio procura é responsabilizar quem polui,
embora numa primeira fase seja o Estado quem paga.
 Princípio do utilizador-pagador  o beneficiário do serviço publico são os
cidadãos, este princípio procura que o utente dos serviços suporte os custos de
utilização dos recursos, de forma a distribuir os custos por todos.
 Princípio da responsabilidade  o ambiente é um bem comum que não pode
ser individualizado, todos somos garantes do ambiente e devemos de o
proteger.
o Responsabilidade civil  Reparação pecuniária de bens
o Responsabilidade penal  Multas e penas de prisão
o Responsabilidade social (contra social)  Coimas
o Responsabilidade administrativa  Coimas
 Princípio da recuperação  Não se consegue colocar o ambiente na mesma
situação antes do dano, mas procuram coloca-lo num estado semelhante, a
legislação procura/permite uma reparação semelhante.

Nota: art. 4º da lei nº 19/2014 (princípios materiais – políticas ambientais, informam o


corpo de normas)

Direito do Ambiente em Portugal:

A matéria relativa ao ambiente encontra-se regulado e previsto em diversos


artigos da Constituição da República Portuguesa. Contudo, não se define o conceito
de ambiente, mas sim, preocupações jurídicas como por exemplo, a defesa da vida
humana. Salientando-se ainda, as obrigações do Estado.
O ambiente encontra-se consagrado no art. 9º, alínea d), art. 66º, nº 2, art.
81º, alínea m) e art. 93º, nº 1, alínea a) e nº 2 como tarefa fundamental do Estado.

Art. 66º CRP  o legislador não é restrito no conceito de ambiente, referindo


outros conceitos (todas as vertentes possíveis do conceito de ambiente – construído,
paisagem, natural, humano, etc..), ampliando o conceito do ambiente – dualidade
direito em relação ao ambiente e obrigação de reagir contra as ofensas realizadas
contra o próprio ambiente.
Mas bastará um interesse difuso (interesse juridicamente reconhecido e
tutelado para toda a comunidade e cada um dos membros de uma sociedade/grupo,
mas ninguém pode possuir este bem)?
O direito do ambiente relaciona-se a obrigação de agir, seja através dos
tribunais (art. 20º CRP) ou outras formas administrativas, contudo, a tit ularidade do
direito deve ser analisada no ponto de vista individual (há situações em que o “eu”
pode ser lesado, sendo assim um direito subjetivo) e coletivo (qualquer cidadão tem o
dever de defender os interesses de todos, todos temos o direito ao ambiente).

A legitimidade para aceder ao contencioso judicial e administrativo, em regra,


advém da titularidade de um interesse direto e pessoal, contudo, no ambiente, por
força do art. 52º, nº 3 CRP, alarga-se essa legitimidade processual.
Pode-se assim concluir, que em Portugal, o ordenamento constitucional
considera o ambiente como bem jurídico, prevendo medidas e exigências para a sua
proteção.
Os cidadãos podem sempre recorrer aos tribunais, reclamando a tutela do
ambiente se este direito for violado (consequência de se considerar o ambiente como
um direito subjetivo).
É assim, que o ambiente adquire uma tutela jurídica efetiva.

Avaliação Ambiental Estratégica (AAE):

É um instrumento, de apoio à tomada de decisão que visa a promoção do


desenvolvimento sustentável, de forma a integrar considerações ambientais na
aprovação e preparação de planos e programas, envolvendo entidades publicas e
autoridades ambientais.
É um instrumento extremamente flexível acentuando na transparência
processual e na responsabilidade das entidades que desenvolverem os planos e os
programas.
A legislação portuguesa neste âmbito sofre influencia de diretivas europeias,
como por exemplo da diretiva 2001/42/CE, de 27 de Junho
Encontra-se prevista no art. 2º, do DL (nº232/2007), sendo definido no art. 3º
do mesmo diploma, o que se encontra sujeito à avaliação ambiental.
Cabe a entidade responsável a elaboração do plano ou programa.
Resumidamente a avaliação ambiental é identificação, descrição e avaliação
dos eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes de um plano ou programa
ainda antes de ser aprovado ou submetido ao procedimento legislativo.

Nota: O princípio da cooperação encontra-se muito presente no direito do


ambiente, os populares participam nas decisões através de discussões publicas.
Outra nota importante, é que a maioria das leis do direito internacional no âmbito do
ambiente são soft law, de forma a orientar os Estados de forma que seja possível
aplicar hard laws

AIA vs. AAE:


São dois métodos distintos aplicados em momentos distintos.
A AAE aplica-se aos planos e aos programas, sendo uma obrigação das
Entidades Públicas, faz-se uma avaliação dos futuros impactos que aquele plano
poderá causar.
Já a AIA, é realizada fora do momento de planificação, aplicando-se a projetos
tanto públicos como privados, estando sempre sujeitos a AIA os projetos estipulados
no art. 1º RAIA com remissão para o seu anexo I, anexo II e alguns casos, anexo
III.

Quando se exige a realização da AIA e da AAE, que é uma hipótese pequena,


mas são situações muito pontuais. Realiza-se apenas a avaliação ambiental
estratégicas  DL 232/2007 art. 3º, nº 8.

Avaliação de impacto ambiental:


A AIA é um instrumento de prevenção proveniente da política do ambiente,
consagrado no art. 18º da Lei nº 19/2014, contudo, o seu regime está previsto no DL
nº 151-B/2013, sustentando-se em:
 Estudos
 Consultas  a consulta publica é um instrumento integrado na participação
publica, dependente a autoridade de AIA definir a metodologia e a forma de
concretização.
 Participação pública (que tem carater obrigatório, tendo que constar nos
relatórios – onde se efetua a analise de possíveis alternativas. Encontra-se
prevista no art. 15º RAIA)
o Na participação publica, deve-se garantir o acesso à informação, sendo
este acesso reconhecido pela CRP e outros instrumentos internacionais
salientando-se a convenção de Aarhus.
o Princípio geral do art. 28º AIA  os objetos do AIA são públicos,
podem ser consultados, contudo, verifica-se uma exceção o segredo
industrial ou propriedade intelectual (apenas se retira estes elementos)
Perante dois direitos, tenta-se compatibiliza-los.

A AIA possui objetivos:


 Avaliar os possíveis impactos ambientais, significativos, diretos ou indiretos
que poderão advir dos projetos.
 Definir medidas destinadas a evitar, minimizar ou compensar esses impactos.
 Verificação das medidas, antes destas serem adotadas, monitorizando os
efeitos dos projetos avaliados
 Garantir a participação publica e a consulta dos interessados.

Nos termos do art. 10º, nº 1 da RAIA, é a APA que exerce as funções de


autoridade nacional de AIA, devendo assegurar o apoio técnico.

Na atualidade, permite-se que a AIA seja desencadeada em simultâneo com o


Licenciamento Ambiental, nos termos do art. 11º, nº 1 RAIA com remissão para o
DL nº 75/2015.
O ato central do procedimento de avaliação de impacto ambiental, é a declaração
de impacto ambiental (DIA), constituindo uma condição de validade do ato de
licenciamento ou autorização (desde que seja favorável, ou condicionalmente
favorável), nos termos do art. 1º, nº 2, art. 18º, nº 1 e art. 22º, nº 2 e nº 3 RAIA.

Fases do procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental:

1. Iniciativa  Cabe ao proponente apresentar, através da plataforma eletrónica


própria ou através do balcão eletrónico do RLUA, o dossiê com o EIA e o
pedido de avaliação de impacto ambiental do projeto que pretende ver
licenciado pela entidade competente para emitir o ato final de autorização.
 Nota: o procedimento só se inicia com a receção da documentação por
parte da autoridade de AIA, nos termos do art. 14º, nº 3 RAIA.
2. Instrução  A instrução, inicia-se com a receção dos documentos, nos termos
do art. 14º, nº 1 RAIA, contudo, verifica-se uma exceção quando intervenham
entidade acreditadas na validação da AIA ou se houver definição preliminar
nesse âmbito.
 Verifica-se:
o Se estão presentes todos os documentos necessários a
instrução do procedimento pela autoridade.
o Constitui-se a comissão de avaliação nos termos do art. 14º,
nº 4 e nº 5 RAIA
o Verifica-se se a EIA se encontra em conformidade, sendo da
competência da autoridade de RAIA, ou seja, se obedece aos
parâmetros previstos no anexo V RAIA.
o Se estiver em conformidade o procedimento avança:
 Possui-se 20 dias para consulta de entidades externas,
nos termos do art. 14º, nº 1 RAIA
 30 dias para se efetuar a participação publica, nos
termos do art. 15º, nº 1, art. 29º e art. 31º RAIA
 Reunidos todos estes pressupostos, a comissão de AIA elabora um
parecer remetendo-o para a autoridade de AIA, para que seja elaborada
a proposta de DIA, tal como previsto no art. 16º, nº 1 RAIA.
3. Há a possibilidade de se ver efetuada uma proposta de DIA por parte da
autoridade de AIA, nos termos do art. 16º, nº 2 e nº 5 RAIA, sendo esta
posteriormente notificada ao interessado, para que este se pronuncie nos
termos do art. 17º RAIA sendo conjugado com os arts. 121º e s.s CPA
4. Emite-se o DIA (art. 19º RAIA)
5. Notifica-se e publica-se o DIA, cumprindo os requisitos do art. 19º, nº 1 RAIA.
6. Pós avaliação  A emissão do DIA não poe fim ao procedimento de
Avaliação de Impacto Ambiental, sendo sempre acompanhado pela autoridade
de AIA, para verificação do incremento das condições impostas (art. 26º e art.
27º RAIA)

Licenciamento Único Ambiental (LUA):

Regime do LUA é uma tentativa de U.E concebida, de forma a simplificar,


harmonizar e articular os vários regimes de licenciamento, previstos no art. 2º, nº 1, no
domínio do ambiente: “um pedido, um título, uma taxa”.
Este regime, traduz-se então, num procedimento de emissão de título único de
todos os atos de licenciamento relativos ao ambiente, condensando toda a informação
relativa aos requisitos aplicáveis – uma vez, que não existe apenas a avaliação de
impacto ambiental, também são necessárias outras licenças.
Pode-se dizer, que o LUA se articula com todos os regimes de licenciamento
da atividade económica, salientando-se o Regime de Exercício das Atividades de
Indústrias Responsável (SIR), o Regime de Exercício das Atividades Pecuárias
(REAP) e o Regulamento de Licenças para Instalações Elétricas.
No âmbito do LUA, podemos encontrar três tipos de tramitação:
1.º. Atribuição de uma licença ambiental, inicial ou na sequência da modificação
das consequências ambientais relevantes ou de alteração substancial, tal como
nos indica o art. 19º, nº 1 RLA.
2.º. Atribuição de uma licença de exploração, quando a atividade principal é a
gestão de resíduos, tal como previsto no art. 6º, nº 1 RLA.
3.º. Atribuição de uma licença ambiental padronizada, com base numa declaração
de responsabilidade pelo operador, sempre que forem aprovadas através de
despacho ministerial, condições técnicas padronizadas, nos termos do art. 8º
RLA.

Fases do procedimento de Licenciamento Ambiental:

O procedimento, é relativamente semelhante ao procedimento de Avaliação de


Impacto Ambiental, sendo composto:
1.º. Iniciativa  apresentação do pedido, em formulário eletrónico próprio, a
entidade coordenadora que o irá transmitir após a instrução a APA, num prazo
de 3 dias (art. 35º RLA)
2.º. Instrução  Declaração de conformidade ou desconformidade (indeferimento
liminar) – art. 35º e art. 37º RLA
3.º. Avaliação técnica  art. 38º, nº 1 RAIA
4.º. Divulgação do pedido ao publico e produção de observações por parte dos
interessados (art. 3º e s.s, art. 39º e anexo IV RLA)
5.º. Audiência do interessado  art. 121º a art. 125º CPA
6.º. Fase de decisão  APA emite ou não a licença ambiental, nos termos do
art. 40º RLA
7.º. Fase da publicação da decisão  art. 18º RLA
8.º. Fase de monitorização  art. 7º, nº 2, art. 30º, nº 9, art. 10º e art. 11º, art.
41º, nº 3, alínea c) e d) RLA
9.º. Fase do desmantelamento  art. 42º RLA

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