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DIREITO

AMBIENTAL
I
DIREITO AMBIENTAL I
Professor: Alexandre Costa

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Histórico internacional
2. Princípios
3. Direito ambiental constitucional
4. Responsabilidade ambiental
5. Política nacional do meio ambiente
6. lei de crimes ambientais

Bibliografia
- Paulo Affonso Leme Machado
- Celso Pacheco Fiorillo
- Edis Milare
- Paulo de Bessa Antunes

Avaliação
- 2 avaliações (intermediaria e semestral)
- Semestral dia 07 de junho.
- Trabalho: julgado com tema ambiental.
- Qual o princípio do julgado?
- qual o instituto do julgado?
- qual a posição do órgão?
- Na última semana do mês

HISTÓRICO INTERNACIONAL
Históricamente o que acontece é uma mudança de percepção. O pontapé inicial se dá
no século XIX, na Revolução Industrial, que foi um evento histórico, porém, foi um evento
que provocou uma mudança revolucionária. Nem todo fato histórico é revolucionário, o fato
histórico revolucionário é aquele que faz uma mudança de paradigma, mudando a forma de
pensar da sociedade, passando a ter outros valores em pauta.
Dentre os paradigmas que mudaram, o paradigma que mais mudou foi o modo de
produção, ou seja, até a revolução industrial um sapato era feito gradativamente, de modo
artesanal, demorando vários dias para ser feito. Após a revolução industrial a manufatura deu
espaço às máquinas, que é a máquinofatura, com disso a produção aumentou, e se aumenta a
produção é necessário captar mais recursos naturais, que são os recursos retirados da
natureza, e com o aumento da produção é necessário escoar a produção. Logo, aumentou-se a
produção e também o consumo, com esses aumentos crescem os ​impactos ambientais​, com
maior geração de resíduos, maior captação de recursos naturais, etc.
E nessa época, quem está preocupado com o impacto ambiental? NINGUÉM. Pois, a
percepção nessa época é a percepção de que não terá problema, imaginando-se que os
recursos naturais são ilimitados.
Porém, os países desenvolvidos começaram a perceber que a situação não era bem
essa. QUe havia contaminação de água, fumaça, do ar, que começou a ter escassez de
recursos naturais e que algo estava errado e a percepção estava equívocada.
Em 1968 a UNESCO reune os países para uma conferência em Paris, que foi a
chamada Conferência da Biosfera. Em 1970, havia um grupoo de cientistas famosos que se
juntavam constantemente, com o chamado Clube de Roma, esses cientistas discutiram
inclusive a escassez de recursos. Na época o Clube de ROma contratou pesquisadores do
MIT (Massachussets Institute of Technology) que precisavam montar um relatório para ver se
realmente era escasso os recursos naturais. E eles escreveram o relatório chamado The Limits
of de Gowth (os limites do crescimento).
O relatório foi em 1975. E a ONU resolveu, em 1972 juntar os países e organizou a
primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMUMAD), que aconteceu na cidade de Estocolmo. Nessa conferência foram 113 países,
que se separaram em países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Os países
desenvolvidos defendiam a prevenção, e os que estavam em desenvolvimentos não querendo
prevenção e sim crescer. E esse embate de ideias se perdurou muito tempo, e nisso surgiu a
Declaração sobre o Ambiente Humano, que veio com 26 princípios.
Em 1983 a ONU resolve montar uma comissão mundial sobre meio ambiente e
desenvolvimento. Essa comissão era chefiada pela primeira ministra da Noruega, chamada
Gro Brundtland. Essa comissão produz em 1987 um relatório chamado Nosso Futuro Comum
ou relatório de Brundtland. Esse relatório trazia a resposta se podia conciliar o
desenvolvimento com a prevenção, surgindo a ideia de Desenvolvimento Sustentável, alias, a
ideia já surgia, porém ela foi materializada aqui, trazendo para o Direito Ambiental a
existência do Desenvolvimento Sustentável.
Em 1992, a ONU resolve promover a segunda conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, famosa pelo
nome de Rio Eco/92, onde participaram 179 países. Dessa conferência nasce um documento
muito importante chamado Declaração do Rio,
Em 2002 acontece a terceira COnferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, na cidade de Johanesburgo, essa conferência também é chamada de
Rio+10. Da terceira conferÊncia para a frente parou de discutir o meio ambiente como um
todo, e sim, discutia-se de temas pontuais, como apenas do clima, ou apenas de poluição, etc.
Quando pega-se uma lei, vale notar o ano em que foi escrita e comparar, por exemplo,
em 88, tava bem próximo do relatório de Brundtland, significando que a ideia desse relatório
estava integrando a CF, tendo uma influência direta.

22/02/2019

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL


As normas jurídicas se dividem em princípios e regras. Em uma concepção pos
positivista o princípio não é só algo que integra, são normas jurídicas tão importantes quanto
regras. Existem julgados que o julgador afasta a lei e aplica o princípio, por exemplo, um
código florestal que era a lei 4771/65 foi revogada em função da lei 12651/12, muitos
entendem que houve um retrocesso ecologico, e temos o princípio do retrocesso ecologico,
que neste caso serviu para ingressar com uma ADI.
Princípios:
1. Princípio do desenvolvimento sustentável​:
Quando houve o conflito entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, tempos
depois, com o relatório brundge, ele materializa o princípio do desenvolvimento
sustentável. Logo, esse princípio aparece de forma material no relatório Brundland.
O desenvolvimento sustentável pensa no crescimento econômico, mas esse
crescimento econômico deve estar alinhado com a preservação ambiental e também
alinhado com a equidade social. Então, o desenvolvimento sustentável é a ligação
entre o crescimento econômico, preservação ambiental e equidade social.
Logo, segundo o professor, desenvolvimento sustentável é o crescimento econômico
aliado a preservação ambiental e a equidade social.
Mas, quando pensa em desenvolvimento sustentável baseado nestes três pilares, são
valores muito vagos, e para materializar, têm que entender que sustentável é o que não
prejudica o desenvolvimento dos outros individuos da sociedade. Porém, o que se
entende, é queo desenvolvimento não é só a visão atual, e sim das futuras gerações
também, com disso, surge o próximo princípio.
2. Princípio da solidariedade (equidade intergeracional)​:
Ligando ao princípio anterior, o desenvolvimento sustentável não se dá só na geração
presente, e sim também nas futuras, na perspectiva que esse desenvolvimento
sustentável ainda venha a existir.
Segundo o professor, o princípio da solidariedade é que o direito ao desenvolvimento
deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as
necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e
futuras.
Quando se fala em gerações presentes há a ​solidariedade sincrônica​, já o das futuras
gerações é a ​solidariedade diacrônica​. Esse conceito será materializado na
declaração do Rio.
3. Princípio da função socio-ambiental da propriedade:
Existe na CF no art. 5º o direito a propriedade, que significa que o direito a
propriedade é direito fundamental. Porém, limitando a propriedade, essa propriedade
deve ser exercida com sua função social/socioambiental.
Se a CF simplesmente dizesse que simplesmente era com função social, o conceito
seria aberto, dando ampla margem para interpretação.
A função para ser alcançada depende, se for imóveis urbanos, será quando eles
estiverem em conformidade com o plano diretor, está no art. 182, §2º, da CF, dizendo
que a propriedade. Já os imóveis rurais, diz que o ​aproveitamento econômico é o
primeiro aspecto de função social, mas não o único, o outro é a ​proteção ao meio
ambiente como também função social, significando que se o imóvel rural for
produtivo mas não proteger o meio ambiente, ele não está exercendo sua função
social, além isso, é necessário que haja ​valor social do trabalho​, ou seja, têm um
imóvel produtivo, e respeita o meio ambiente, mas se têm funcionários trabalhando
como escravos, não há função social, e outro aspecto é o ​bem estar de todos​,
devendo existir os quatro aspectos para cumprir sua função social.
4. Princípio da prevenção:
Os danos ambientais, geralmente são irreversíveis, logo, é melhor preveni-los, disso é
a base do princípio da prevenção e também do princípio da seguir.
A prevenção é sempre a melhor forma, e para entender, precisamos adotar medidas de
cautelas para evitar um prejuízo ambiental, se estou tratando da prevenção estou
baseado em uma ​certeza científica​.
Segundo o professor, o princípio da prevenção é a regulação de atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente com base em certeza científica a cerca do
impacto ambiental. O risco é certo, conhecido, determinado, concreto.
O poder público toma medidas para evitar atividades que podem trazer impacto com
base em certezas científicas. Por exemplo, se mineração é atividade poluidora, o poder
público pode proibir essa atividade para evitar desastres ambientais, como por
exemplo Brumadinho, ou exigir ​licenciamento ambiental​, que está baseado no
princípio da prevenção.
5. Princípio da precaução:​
Para o princípio da prevenção exige-se a certeza científica, já quando não há a certeza
científica e há dúvida têm o princípio da precaução.
Pelo princípio da precaução haverá uma ação antecipada diante de um risco
desconhecido, incerto, abstrato, potencial. Alguns autores dizem ​in dubio pro natura
ou seja, na dúvida, em favor da natureza.
Por exemplo, se houver dúvidas que antenas de celular fazem mal a saúde, o poder
público pode impedir de funcionar, mas, pode ocorrer a ​inversão do ônus da prova,
podendo aquele que defende, contratar cientistas para provar que não faz mal.
6. Princípio do poluidor pagador
Por exemplo, Mario têm uma fazenda com gado, e do lado do pasto têm uma rede de
fornecimemnto de água para uma comunidade, e por passar ao lado, Mario pega água
para o gado, sem contribuir com nada, e por consequencia do gado ele descarrega
matéria orgânica (fezes) na rede de fornecimento, sem pagar nada também. Para
tornar essa água potável novamente, exige-se um custo, que é pago pela comunidade
através da taxa de água e esgoto. O gado do Mario gera um lucro, e parte desse lucro é
da água e esgoto de graça, dando lucro para ele e prejuízo para a comunidade. Se não
for feito nada, o lucro é privatizado e o prejuízo socializado.
O princípio do poluidor pagador quer dizer que, se o Mario está poluindo, ele deve
pagar pela poluição que está gerando.
Segundo o professor, o princípio do poluidor pagador visa internalizar as
externalidades ambientais negativas, impondo ao poluidor os custos da arrecadação
nas estruturas de produção e consumo. Evita a privatização dos lucros e a socialização
dos prejuízos.
Porém, ​não autoriza o ato poluidor mediante pagamento​, ou seja, não adianta
pagar mais para poder poluir mais.
Não existe direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente, ou seja, pode ser
que o limite de poluição diminua com o tempo.
7. Princípio do usuário pagador
Consiste na racionalização do uso evitando-se que o “custo zero” gere a
hiperexploração e o desperdício. As pessoas que utilizam recursos naturais devem
pagar pela sua utilização mesmo que não haja comissão.
8. Princípio do protetor recebedor
Consiste na adoção de incentivos públicos ou privados, fiscais, tributários e
creditícios para aquele que atua na proteção do meio ambiente.
Por exemplo, o Mario se ao invés de poluir criar uma APP para melhorar a qualidade
da água, ele receberia um benefício, pois a necessidade de tratamento da água mais
para frente seria menor.
Têm o chamado PSA (pagamento por serviço ambiental)
9. Princípio do do progresso ecológico ou vedação do retrocesso ecológico
Esse princípio determina como inadmissível que o poder público retroaja para níveis
de proteção inferiores aos já consagrados.

15/03/19

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Estas no artigo 225, parágrafo terceiro. Fiz que as condutas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão aos infratores, sejam PJ ou PF, as sanções administrativas.
A sanção administrativa é ao sujeito que prática uma conduta lesiva, e responderá
administrativamente.
Se for responsabilidade penal, será uma sanção penal.
Ainda, o sujeito sempre terá responsabilidade civil, ou seja, deverá reparar o dano.

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ADMINISTRATIVA


É toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, ou
proteção do meio ambiente. A responsabilidade administrativa ambiental independe
da existência de dano.
Quem é competente para lavrar o auto de infração ambiental administrativa é o
SISNAMA (sistema nacional do meio ambiente).
Prescrição intercorrente é aquela que ocorre no curso do processo administrativo por inércia
do poder público.

Sanções administrativas:
1. Advertência: pode ser aplicada a qualquer infração administrativa ambiental,
cumulada ou não com outras sanções. São aplicadas as infrações de menor lesividade,
que são aquelas cuja multa cominada não é superior a mil reais.
2. Multa simples: é aplicada quando o infrator por dolo ou negligência:
A. deixa de sanar as regularidades na constatadas pelo órgão ambiental.
B. Embaraça a fiscalização ambiental
A multa simples pode variar de 50 reais a 50 milhões
3. Multa diária: aplica-se para as infrações permanentes que vai de 50 reais a 10% do
valor cominado.

13/03/2019

DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL


Esta presente no art 225 da CF.
Quem são os titulares dos direitos do art. 225? Todos são, pela tradição do direito, só
consideramos aqui as pessoas, não consideramos animais, logo, são PF e PJ. Porém, essas
pessoas são pessoas indeterminadas e o que liga essas pessoas é o fato de haver uma ligação
entre elas por circunstâncias de fato (fato de todos necessitarem de recursos ambientais).
O centro do direito ambiental não está nos animais e sim no homem, logo, é
antropocentrico. Mas disso não signfiica que pode fazer o que quiser com os ambientes e
animais, apesar de ser antropocentrico, existem algumas ressalvas, como a crueldade contra
animais.
Todos têm direito ao meio ambiente ecológicamente equilibrado, esse direito que se
diz, é um direito transindividual (pessoas indeterminadas), que pode ser difuso ou coletivo,
no coletivo as pessoas indeterminadas são ligadas entre si por uma base jurídica, o direito
difuso a base não é jurídica, o que liga as pessoas é uma circunstância de fato. Nesse caso é
difuso.
Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica que permite, abriga, e rege a vida em todas as suas formas (inc. I,
lei 6938/81)
São condições de existencia humana o ambiente natural, artificial, cultural e trabalho.
O bem de uso comum, o bem é o objeto de uma relação jurídica, é diferente do
conceito de bem público de uso comum, pois o mei oambiente pode ser público mas tambem
pode ser particular, e sobre os bens particulares recai o interesse público.
Impondo-se ao poder público e coletividade o dever de preservar a coletividade, daqui
nasce o princípio da obrigatoriedade da atuação estatal, no art 225, §1º, traz algumas
incumbências ao poder público, e tambem traça as competências ambientais,
As competências ambientais são divididas em administrativas, através da competencia
exclusiva da União e indelegável, ou da competencia comum que poerá a união, estados, df e
municipios. A competencia administrativa em matéria ambiental é comum, exceto águas,
energia, jazidas e minas, e outros recursos minerais, populações indígenas, e atividades
nucleares.
A competencia legislativa poode ser de duas formas, pela privativa que é da União e é
delegáveis através de Lei Complementar. A ouotra competencia legislativa é a competencia
concorrente que pertence a uniao, estados e df (os municipios nao faz parte).
As normas suplementares…
Municpio não pode legislar na concorrente, mas o art 30 diz que os municipios podem
legislar em matéria ambiental se a questao for de interesse local e de forma suplementar a lei
federal ou estadual.
A coletividade tambem limita eu exercicio, disso esta nos principios da atividade
economica, art 170 cf, entre eles está a preservação do meio ambiente

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