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Conceitos e princípios

 O Direito Ambiental é uma área jurídica que tem se


tornado uma das preocupações do legislador brasileiro.
 Nos últimos anos, surgiram novas leis visando a proteção
do meio ambiente e, com elas, novos mecanismos e
instrumentos foram colocados à disposição dos cidadãos e
das empresas, para o mesmo fim.
 A proteção do meio ambiente ganha cada vez mais
relevância, especialmente com o avanço das discussões
sobre desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o
Direito Ambiental se destaca como um dos setores que
colabora com o princípio da prevenção dos recursos
naturais e melhoria da qualidade de vida aos seres vivos.
O que é Direito Ambiental?
 É um ramo jurídico constituído por um conjunto de
leis, normas e princípios que visam a proteção do meio
ambiente como um todo, a preservação das espécies e
a qualidade de vida.
 As disposições e os instrumentos legais de Direito
Ambiental tratam de aspectos ecológicos, econômicos
e sociais, influenciando as relações individuais, de
governo e de empresas com o ecossistema.
 A área de Direito Ambiental não possui um código ou
uma legislação única no Brasil.
 Ao longo dos anos, as leis ambientais foram se
desenvolvendo e se aprimorando, sendo que,
atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro possui
diversas legislações esparsas que regulam o tema.
Diferença entre direito ambiental,
direito agrário e direito rural
 Existem alguns ramos do Direito que podem causar
dúvidas na hora de entender a abrangência e o conceito
de cada um. São eles o Direito Ambiental, o Direito
Agrário e o Direito Rural.

 O Direito Ambiental, como visto, é uma ampla área do


Direito que busca regulamentar relações entre o
homem, os governantes e as empresas com o meio
ambiente, em sua totalidade, a fim de protegê-lo.
 Direito Agrário é o ramo jurídico que disciplina e
estuda a relação do homem com as propriedades
rurais. Seu objetivo é buscar o progresso social e
econômico do trabalhador rural e enriquecer a
coletividade a partir da promoção da função social da
terra.
 Esse ramo do Direito também visa a criação de direitos
e obrigações relacionados aos bens imóveis rurais, para
fins de reforma agrária e de políticas agrícolas. A
principal legislação que o regulamenta é o Estatuto da
Terra.
 O Direito Rural, por sua vez, é conhecido
modernamente como “Direito do Agronegócio”, e tem
sua base na Constituição Federal, uma vez que o
legislador elevou a agricultura a um setor prioritário da
economia do país.
 No Direito Agrário seu objetivo é proteger a atividade
agrícola.
Princípios do Direito Ambiental
 Para efetivar a proteção do meio
ambiente, o Direito Ambiental
lança mão de vários princípios,
os quais estão espalhados em
diversas leis.
 Existem seis deles que são
considerados os mais
importantes e conhecidos: o
princípio da precaução, da
prevenção, do poluidor-pagador,
da responsabilidade, do
equilíbrio e o democrático.
Princípio da precaução
 O princípio da precaução antecede ao princípio da
prevenção.
 Por meio dele, objetiva-se evitar qualquer risco de
dano ao meio ambiente.
 Existem casos, por exemplo, que uma atividade
empresarial sabidamente irá causar danos ambientais;
nestes, o princípio da prevenção atua.
 Entretanto, quando não é possível ter certeza sobre os
riscos e danos que uma conduta ou atividade pode
causar, haverá incidência do princípio da precaução.
 Assim, em situações de incerteza quanto à ocorrência
de dano ambiental, o princípio incide para evitar
riscos, impedindo que as condutas sejam
concretizadas.
Princípio da prevenção
 Embora gere dúvidas quando comparado à precaução, o
princípio da prevenção é aplicado em momentos distintos.
 A idéia de prevenção está ligada à idéia de cautela e de
ações que devem ser tomadas para se evitar a ocorrência de
danos, em casos em que este é sabido e previsível.
 De modo geral, todo dano ambiental é considerado
irreversível, de difícil ou impossível reparação, e isso
demonstra a importância da prevenção para que seja
possível evitá-los.
 Esse princípio está previsto na Constituição Federal e busca
proteger e preservar o equilíbrio ecológico, para as
presentes e futuras gerações.
Princípio do poluidor-pagador
 O princípio do poluidor-pagador
possui caráter preventivo.
 Sua função é atribuir ao poluidor ou
condutor de atividade econômica
potencialmente poluidora os custos
decorrentes da prevenção da
poluição e os de reparação de danos
ambientais não evitados.
 Assim, cabe ao poluidor a
responsabilidade material e
financeira pela proteção ambiental, a
qual deve ser satisfeita por meio de
prevenção, eliminação ou
compensação financeira de
degradação ambiental.
Princípio da responsabilidade
 O princípio da responsabilidade
está estritamente vinculado ao
princípio do poluidor-pagador.
 Ele define que, ocorrendo dano
ambiental, aquele que o causar será
responsável pela reparação do
mesmo, tendo a obrigação legal de
fazê-lo.
 Esse princípio está previsto na
Constituição Federal e busca
atribuir responsabilidades civis,
administrativas e penais à pessoas
físicas ou jurídicas que realizem
condutas lesivas ao meio ambiente.
Princípio do equilíbrio
 O princípio do equilíbrio diz respeito à necessidade de se
prever as consequências de ações que intervêm no meio
ambiente, a fim de ponderar se elas serão úteis para toda
a coletividade, bem como se importarão em danos
excessivos ao ecossistema e à vida humana.
 Por meio dele, deve-se avaliar, então, se as intervenções
no meio ambiente trarão um resultado globalmente
positivo, analisando-se as implicações ambientais,
econômicas e sociais.
 Assim, como o próprio nome do princípio indica, o
objetivo é alcançar um equilíbrio na relação entre o ser
humano e o meio ambiente.
Princípio democrático
 O princípio democrático está previsto na
Constituição Federal e diz respeito ao
direito de todos os cidadãos de participar
da elaboração de políticas públicas
relacionadas ao meio ambiente.
 Para lançar mão desse direito, as pessoas
podem utilizar diversos instrumentos,
como o plebiscito, a iniciativa popular, o
referendo, o direito de petição, a ação civil
pública, entre outros.
 Por meio dessas ações, os cidadãos podem
agir preventivamente, participando da
elaboração de leis, e também de forma
reativa, quando já houve consolidação de
algum dano ambiental, utilizando a ação
civil pública, por exemplo.
Principais leis do Direito
Ambiental
 Direito Ambiental brasileiro não possui um código que
contenha todas as disposições legais sobre proteção
ambiental.
 O Direito Ambiental veio se modificando ao longo do
tempo, criando novos mecanismos de proteção e
defesa, bem como endurecendo as consequências para
aqueles que causarem danos ao ecossistema.
 Por isso, é importante compreender quais são as leis
que, atualmente, compõem nosso Direito Ambiental.
Constituição Federal
 A Constituição Federal de 1988 é considerada a Lei Maior
do Brasil. Todas as demais leis, chamadas de
infraconstitucionais, ainda que promulgadas em data
anterior, devem estar de acordo com suas premissas
básicas.
 Em seu escopo, a Constituição possui diversos artigos
que mencionam a necessidade da proteção ambiental.
Os principais estão localizados no Título VIII (Da
Ordem Social), Capítulo VI, que fala exclusivamente
sobre o meio ambiente.
 O art. 225 da Constituição Federal inicia o capítulo, e
dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”.
 Embora seja sucinto, o capítulo trata sobre direitos e
deveres dos cidadãos e do Poder Público quanto aos
ecossistemas naturais do Brasil.
PNMA
 Conhecida pela abreviação “PNMA”, a Política Nacional do
Meio Ambiente foi criada em 1981, sob nº 6.938.
 Seu objetivo, previsto já no seu art. 2º, é preservar, melhorar
e recuperar a qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana.
 Para alcançar tais fins, a Lei 6.938/81 cria diversos
princípios e órgãos de proteção, tais como o Sistema
Nacional do Meio Ambiente, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente.
 Também são elencados instrumentos de atuação da política
ambiental, como licenciamentos ambientais,
estabelecimento de padrões de qualidade e zoneamento
ambientais.
Lei da Ação Civil Pública
 Promulgada sob nº 7.347/85, a Lei da Ação Civil
Pública coloca à disposição de determinadas organizações
um instrumento legal para ajuizar ações de
responsabilidade por danos morais e materiais causados ao
meio ambiente.
 Além desse objeto, a Ação Civil Pública também protege
outros direitos, como os direitos do consumidor, de bens e
patrimônios históricos e públicos, a honra e dignidade de
grupos raciais, étnicos e religiosos, entre outros.
 Desta forma, diante de um dano ambiental, os legitimados
legais podem ingressar com a ação civil pública, pleiteando
pela indenização ou reparação respectiva.
 A lei define que podem ajuizar a ação o Ministério Público,
Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal,
os Municípios, autarquias, empresas públicas, fundações
públicas, sociedades de economia mista e associações.
Lei de Crimes Ambientais
 A Lei nº 9.605/98, disciplina uma série de condutas lesivas
ao meio ambiente, as quais ensejam responsabilidade
criminal e administrativa dos infratores.
 Essas infrações são divididas entre crimes contra a fauna,
crimes contra a flora, crimes de poluição, crimes contra o
ordenamento urbano e o patrimônio cultural e crimes
contra a administração ambiental.
 Essa Lei é um grande marco para o Direito Ambiental, pois
preconiza condutas criminosas que podem ser praticadas
por pessoas jurídicas. Desta forma, caso lesione o meio
ambiente, uma empresa poderá ser punida criminalmente.
Código Florestal
 O Código Florestal foi promulgado sob nº 12.651/12, e tem como objetivo,
de modo geral, a proteção das florestas e da vegetação brasileira.

 Especificamente, a Lei 12.651/12 visa:


1 - Proteger vegetação, áreas de preservação permanente e áreas de reserva
legal;
2 -Dispor sobre exploração florestal e o suprimento de matéria-prima
florestal;
3 -Dispor sobre o controle da origem dos produtos florestais e o controle e
prevenção de incêndios florestais;
4 -Criar mecanismos econômicos e financeiros para que seja possível
alcançar os objetivos da lei.

 o Brasil é um país com os mais diversos ecossistemas e recursos naturais,


de modo que uma legislação como o Código Florestal se faz
extremamente necessária para protegê-los.
Lei dos Recursos Hídricos
 De igual importância ao Código Florestal, a Lei dos
Recursos Hídricos, promulgada sob nº 9.433/97, visa a
proteção da água e dos recursos hídricos existentes em
território brasileiro.

Política Nacional de Resíduos Sólidos


 Criada sob nº 12.305/10, objetiva criar mecanismos
para a gestão de resíduos sólidos, como forma de
minimizar os impactos da poluição em nosso
ecossistema.
Estatuto da Terra, Política Agrícola
e Lei do Agro
 O Estatuto da Terra, promulgado sob nº 4.504/64; a Política
Agrícola, sob nº 8.171/91; e a Lei do Agro, sob nº 13.986/20, são
leis que se complementam e dispõem sobre a relação do homem,
das empresas e dos órgãos públicos com a propriedade rural e
agrária.
 O Estatuto da Terra trata, especificamente, dos direitos e
obrigações provenientes de imóveis rurais, para fins de execução
da reforma agrária e promoção da política agrícola.
 Já a Lei da Política Agrícola define os princípios e diretrizes da
política, criando recursos e mecanismos para as atividades
agropecuárias, agroindustriais e de planejamento pesqueiro e
florestal.
 Por fim, a Lei do Agro visa facilitar e incentivar o setor
agropecuário, por meio de títulos de crédito e garantias que
viabilizem as atividades dos produtores rurais e agroindústrias.

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