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DIREITO

AMBIENTAL
Princípios
Princípios

O que é um princípio?
Princípios

Robert Alexy (conceito e validade do Direito)

Regras são normas que, em caso de realização do


ato, prescrevem uma consequência jurídica
definitiva, ou seja, em caso de satisfação de
determinados pressupostos, ordenam, proíbem ou
permitem algo de forma definitiva, ou ainda
autorizam a fazer algo de forma definitiva.
Princípios
Robert Alexy (conceito e validade do Direito)

Princípios são mandamentos de otimização.


Como tais, são normas que ordenam que algo
seja realizado em máxima medida relativamente
às possibilidade reais e jurídicas. Como os
princípios são susceptíveis e carentes de
ponderação, a ponderação é, justamente, a forma
característica da aplicação dos princípios.
Princípios

Nicola Abbagnano (Dicionário de Filosofia)

Princípio é ponto de partida e fundamento de um


processo qualquer: os significados “ponto de
partida” e “fundamento” ou “causa” são e estão
estreitamente ligados na noção desse termo, que
foi introduzido na Filosofia por Anaximandro
Princípios

Rodney Cláide Bolsoni Elias da Silva, citando


Cretella Neto (o princípio como norma jurídica)

Por uma questão epistemológica, aborda-se a


palavra “princípio” como a proposição primeira
que serve de fundamento ou base do ser ou da
razão.
Princípios
Para Ferrara, “Todo edifício jurídico se alicerça em
princípios supremos que formam as suas ideias diretivas
e o seu espírito, e não estão expressos, mas são
pressupostos pela ordem jurídica. Estes princípios
obtêm-se por indução, remontando de princípios
particulares e conceitos mais gerais, e por
generalizações sucessivas aos mais elevados cumes do
sistema jurídico. E é claro que quanto mais alto se leva
esta indução, tanto mais amplo é o horizonte que se
abrange.”
Princípios

Fontes primárias do Direito?

Positivismo

Pós positivismo
Princípios
Princípios
Princípios do Direito Ambiental

Compõem o Sistema Jurídico Ambiental e,


independentemente da escola de pensamento a
que se filia o intérprete e aplicador (positivismo,
pós-positivismo, culturalismo jurídico, etc.), os
princípios são os fundamentos que dão
legitimidade às regras.
Princípio da Prevenção
A partir da certeza científica sobre a ocorrência
de um dano decorrente de determinada atividade,
cabe ao Poder Público e ao degradador evitarem
a ocorrência do dano.
Alternativamente, caberá, com a realização da
obra ou da atividade causadora de danos, a
adoção de medidas de evitação do dano por meio
da redução dos impactos ou dos próprios danos.
Princípio da Prevenção

EVITAR – REDUZIR OS DANOS/IMPACTOS - REPARAR


Princípio da Precaução

Um estado de incerteza científica sobre um dano


ambiental deverá impedir a realização de obras
ou atividades supostamente causadoras de dano
ambiental.
Princípio da Sadia Qualidade de Vida

Tal princípio se ampara na proteção de um bem


complexo, que é a qualidade de vida.
De seu turno, a qualidade de vida é algo
resultante de outros três bens juridicamente
protegidos, quais sejam a saúde, segurança e o
bem estar.
Princípio do Poluidor-Pagador
A exploração dos recursos ambientais gera
externalidades e bônus.
As externalidades, negativas e positivas, são suportadas
pela comunidade impactada com a degradação.
O bônus é o resultado financeiro esperado pelo
empreendedor.
Disso surge a necessidade da oneração do
empreendedor pelos danos que provocar ao ambiente.
Nisso reside a legitimidade da responsabilidade do
poluidor (civil, administrativa e criminal).
Princípio do Usuário-Pagador

Por tal princípio, compreende-se que todo aquele


que usa recursos naturais deverá pagar por eles.

Exemplo: o reconhecimento da água como bem


dotado de valor econômico.
Princípio da Democracia Ambiental

Democracia como valor juridicamente reconhecido

1. Declaração Universal dos Direitos do Homem (1.948) – artigo 21


2. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1.969) – artigo 23
3. Constituição da República Federativa do Brasil (1.988) – artigo 1º
4. Convenção de Aarhus (1.998) – ainda não ratificada pelo Brasil
5. Acordo de Escazú (2.018) – assinada em 2.018 pela República
Federativa do Brasil, mas ainda não ratificada
Princípio da Democracia Ambiental

Ampara-se da ideia de que todo cidadão tem o direito de


ser parte do processo decisório em questões ambientais e se apoia
em três pilares, que são:

1. Acesso à informação
2. Participação Popular
3. Acesso à Justiça
Princípio da Informação
O princípio da informação pode ser definido
como o direito de todo cidadão ter as
informações que julgar necessárias sobre o
ambiente em que vive e a ninguém é dado o
direito de sonegar informações que possam gerar
danos irreparáveis à sociedade, prejudicando o
meio ambiente, que além de ser um bem de
todos, deve ser sadio e protegido pela
coletividade, inclusive pelo Poder Público.
Princípio da Participação Popular

Fundamento dos mais importantes na formação da democracia


ambiental, é compreendido a partir da necessidade da
participação do cidadão nos conselhos ambientais
(Administração Pública Ambiental), nas audiências públicas
ambientais (como parte dos licenciamentos ambientais), assim
como no reconhecimento da legitimidade do cidadão ao exercício
da tomada de decisões de natureza ambiental.
Princípio do Acesso à Justiça
O acesso à Justiça é corolário necessário da informação
ambiental e participação popular no processo de tomada de
decisões de caráter ambiental e possui limites positivados na
Constituição Federal e legislação infraconstitucional.

1. Constituição Federal – artigo 5º, XXXIV, “a” (direito de


petição ao Poder Público)

2. Constituição Federal – artigo 5º, LXXXIII (ação popular


ambiental, visando à declaração de nulidade de atos
atentatórios ao meio ambiente), e Lei Federal nº 4.717/65
Princípio da Solidariedade
Intergeracional

Compreende-se a solidariedade devida entre as


gerações (solidariedade diacrônica) com o
propósito de que o atual estágio de apropriação
de bens do ambiente não sacrifique e não limite
a forma de viver com qualidade das gerações
futuras, sejam elas conhecidas ou não por nós.
Protetor-Receptor (ou recebedor)
Deverá ser remunerado o agente que adotou uma
conduta ambientalmente positiva em prol da
coletividade. Tal remuneração poderá ocorrer de
forma direta ou indireta, a partir de elementos
como a sanção premial, pagamento por serviços
ambientais, tributação ecológica e outros
instrumentos e mecanismos garantidores de
incentivos econômicos e financeiros
incentivadores de tais condutas.
Princípio da Não Regressão Ambiental

Conhecido, também, como da Proibição de


Retrocesso em Matéria Ambiental, reside no
reconhecimento de que as condições de vida
(ambiente) são expressão de Direitos Humanos
de Terceira Dimensão e, em consequência, sua
proteção não poderá sofrer redução.

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