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juliana martins da silva

ÉTICA E BIOÉTICA EM ODONTOLOGIA - P1 e P2

CONCEITOS FUNDAMENTAIS - Da moral à bioética

● Moral

É o conjunto de normas para o agir específico ou concreto. A moral está contida nos
códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas.

Está relacionada aos costumes, regras e convenções que cada grupo estabelece.
Augusto Comte, 1978-1857.

● Direito

"A lei é uma submissão exterior. Se relaciona a uma comunidade em particular, bem
determinada e situada geograficamente (Estado).

A lei se preocupa, a curto prazo, com a organização atual das liberdades.

A lei se contenta em impor um mínimo de regras constritivas, que solicitam esforços


mínimos."

● Ética

Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. A ética tem por objetivo facilitar
a realização das pessoas. Que o ser humano chegue a realizar-se a si mesmo como
tal, isto é, como pessoa. (...) A ética se ocupa e pretende a perfeição do ser humano.

➔ Segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos


juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à
determinada sociedade, seja de um modo absoluto."

➔ Ética prática

É sempre uma resposta a problemas. Problemas que provocam reflexões:

- papel da mulher/feminismo;
- usos e abusos de animais;
- direitos das crianças;
- degradação do ambiente;
- guerra/paz;
- pesquisa em seres humanos;
- direito à saúde;
- alocação de recursos;

● Bioética
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É o estudo dos problemas e implicações morais despertados pelas pesquisas
científicas em biologia e medicina.

➔ A bioética não é um termo antigo, teve início em 1970.

-Van Rensselaer Potter criou a palavra bioética;

-Daniel Callahan criou o Hasting Centers (instituto de ética);

-Andre Hellengers criou o instituto Kennedy de Ética;

➔ Van Rensselaer Potter

"Eu proponho o termo bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais
importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente
necessária: conhecimento biológico e valores humanos."

➔ Desafios da bioética

-Início da vida de uma pessoa;

-Morte e morrer;

-Privacidade e confidencialidade;

-Abusos contra a pessoa;

-Deveres para com as gerações futuras;

➔ Outra definição de bioética

É o estudo interdisciplinar (moral, ética e direito) do conjunto das condições exigidas


por uma administração responsável da vida humana.

A reflexão em torno da bioética vai além da ética-ciência. Ela coloca em jogo a relação
ética e o direito.

O CIRURGIÃO DENTISTA E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC)

● Constituição Federal de 1988

Título II, dos direitos e garantias fundamentais, Capítulo I - dos direitos e deveres
individuais e coletivos, artigo 5º, inciso XXXII, que o Estado promoverá, na forma da lei,
a defesa do consumidor.

➔ Lei 8.078, de 11 de Setembro de 1990 CDC

-São de caráter cogente (urgente), de observância obrigatória, e não podem ser


afastadas;

-É o que acontece no relacionamento paciente-profissional na Odontologia;

➔ O decreto de lei número 4.651 / 1942 CCB

-Artigo 3º, ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

● Consumidor e Fornecedor

→ O artigo 2º do CDC estabelece:

Consumidor é toda a pessoa física e jurídica que adquire ou utiliza produto ou


serviço como destinatário final.
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→ O artigo 3º do CDC estabelece:

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou


estrangeira, bem como entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

● Produtos e Serviços

Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante


remuneração, inclusive de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

● Relacionamento paciente-profissional

Artigo 14º CDC - o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


da culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

- Parágrafo 2º:

O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

- Parágrafo 3º:

O fornecedor de serviço só não será responsabilizado quando provar:

I - que tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa é exclusiva do consumidor ou terceiro;

- Parágrafo 4º:

A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante


verificação de culpa;

● CEO Artigo 5º - Capítulo III dos deveres fundamentais

- IV = manter atualizados os conhecimentos profissionais, técnico-científicos e


culturais, necessários ao pleno desempenho do exercício profissional;

- VIII = elaborar e manter atualizados os prontuários de pacientes, conservando em


arquivo próprio;

- XVI = garantir ao paciente ou seu responsável legal, acesso a seu prontuário, sempre
que for expressamente solicitado, podendo conceder cópia do documento, mediante
recibo de entrega;

O CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

● Significado

O consentimento livre e esclarecido consiste no ato de decisão, concordância e


aprovação do paciente ou de seu representante legal, após a necessária informação
e explicações, sob a responsabilidade do profissional, a respeito dos procedimentos
diagnósticos e terapêuticos que lhe são indicados.

É o mesmo que contrato.


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● Introdução

O instituto do consentimento esclarecido, que em outros países constitui causa


autônoma e suficiente para a responsabilização dos prestadores de serviço de saúde
que o desrespeitam (6), ocupa um lugar de verdadeiro abandono e esquecimento em
nosso país.

Apesar de sempre presente em nossos códigos de ética, e agora reforçado pelo


código de defesa do consumidor, jamais recebeu a atenção merecida, seja na
doutrina, muito menos na prática.

Entretanto, o que ainda não se percebeu é que o consentimento esclarecido do


paciente apresenta-se como a medida mais eficaz no que se refere ao gerenciamento
de riscos de conduta.

O respeito ao direito do paciente de decidir livremente sobre os procedimentos de


saúde a que irá se submeter, recebendo, para isso, informações claras e precisas
sobre as características, objetivos e riscos de tais procedimentos, diminuiria
certamente e em muito o número de processos sem fundamentos técnicos atualmente
observados na justiça.

Todavia, o que ocorre na prática, entre nós, e basta ter sido paciente uma só vez para
sabê-lo, é o que se poderia chamar de justificativas pós-consequências.

➔ Justificativas pós-consequências

Estas justificativas pós-consequências, como é natural, acabam por gerar no paciente


e nos familiares enormes desconfianças, pois frequentemente soam como meras
tentativas de acobertar falhas técnicas do profissional. Isto estimula, evidentemente, a
busca, na justiça da reparação dos danos supostamente causados pela alegada
falha técnica.

Vê-se claramente, pois, que a prévia informação ao paciente sobre os riscos que irá se
submeter consiste não apenas em direito fundamental do mesmo como também em
importante instrumento de prevenção de questionamentos judiciais.

● A documentação

Para se apurar a procedência ou não do questionamento do paciente, decorrido


algum tempo de procedimento que se questiona, a melhor forma de reconstituí-lo
devidamente é mediante a verificação dos documentos componentes do seu
prontuário: evolução clínica, descrição de cirurgia, prescrição de medicamentos, etc.

A importância dos documentos, além de sua utilização como prova judicial,


compreende desde a revisão interna de qualidade até o auxílio na educação de
estudantes.

Entretanto, este item também não vem merecendo, em nosso país, a atenção devida, o
que coloca por desvalorizar a sua função probatória. Assim, a frequente displicência
com que são preenchidos esses documentos não apenas dificulta a extração de
qualquer elemento de convicção para o juíz, como causa uma péssima impressão
quanto à organização e zelo do profissional ou entidade questionados.

Estes fatores, em face da possibilidade de inversão do ônus em prova, facilitam a


responsabilidade do profissional ou entidade nos casos em que inexiste a falta
técnica ou a prova de sua configuração.

● Conclusão
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Como vimos, a minimização do problema dos crescentes questionamentos judiciais
de

pacientes insatisfeitos com os serviços de saúde utilizados passa necessariamente


pela requalificação do paciente.

Surge a figura do paciente-consumidor, titular de direitos que devem ser


obrigatoriamente respeitados.

A suspensão do sistema paternalista/autoritário até hoje vigente e a qualificação do


paciente como um consumidor e não como um adversário desvia o foco das
tentativas de solução do problema do campo da proteção para o âmbito da
prevenção.

O gerenciamento de riscos, então, desponta como atividade fundamental para o


alcance deste objetivo.

MODELOS DE RELAÇÃO CD-PACIENTE

O professor Robert Veatch (Instituto Kennedy de Ética da Universidade Georgetown /


EUA) propôs, em 1972, que basicamente existem quatro modelos de relação
dentista-paciente.

1- Modelo Sacerdotal;

2- Modelo Engenheiro;

3- Modelo Colegial;

4- Modelo Contratualista

● Modelo Sacerdotal

É o mais antigo e tradicional, pois baseia-se na tradição hipocrática. Neste módulo, o


dentista assume uma postura paternalista com relação ao paciente. Em nome da
beneficência, a decisão tomada pelo dentista não leva em conta os desejos, crenças
ou opiniões do paciente.

O dentista exerce não só a sua autoridade, mas também o poder na relação com o
paciente. O processo de tomada de decisão é de baixo envolvimento, baseando-se em
uma relação de dominação por parte do dentista e de submissão por parte do
paciente.

Em função deste modelo e de uma compreensão equivocada da origem da palavra


"paciente", este termo passou a ser utilizado com conotação de passividade. A palavra
paciente tem origem grega, significando "aquele que sofre". DENTISTA > PACIENTE.

● Modelo Engenheiro

O modelo engenheiro, ao contrário do sacerdotal, coloca todo o poder de decisão no


paciente. O dentista assume o papel de repassador de informações e executor de
ações propostas pelo paciente.

O dentista preserva apenas a sua autoridade, abrindo mão do poder, que é exercido
pelo paciente.

É um modelo de tomada de decisão de baixo envolvimento, que se caracteriza mais


pela atitude de acomodação do médico do que pela dominação ou imposição do
paciente. O paciente é visto como um cliente que demanda uma prestação de
serviços médicos. DENTISTA < PACIENTE.
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● Modelo Colegial

O modelo colegial não diferencia os papéis do dentista e do paciente no contexto da


sua relação. O processo de tomada de decisões é de alto envolvimento.

Não existe a caracterização da autoridade do dentista como profissional, e o poder é


compartilhado de forma igualitária. A maior restrição a este modelo é a perda da
finalidade da relação dentista-paciente, equiparando-a a uma simples relação entre
indivíduos iguais. DENTISTA <> PACIENTE.

● Modelo Contratualista

Estabelece que o dentista preserve a sua autoridade, enquanto detentor de

conhecimentos e habilidades específicas, assumindo a responsabilidade pela tomada


de decisões técnicas.

O paciente também participa ativamente no processo de tomada de decisões,


exercendo seu poder de acordo com o estilo de vida e valores morais e pessoais.

O processo ocorre em um clima de efetiva troca de informações e a tomada de


decisão pode ser de médio a alto envolvimento, tendo por base o compromisso
estabelecido entre as partes envolvidas. DENTISTA <> PACIENTE.

MODELO AUTORIDADE PODER RELAÇÃO DE RELAÇÃO DE


PODER DO CD PODER DO
PACIENTE

Sacerdotal CD CD Dominação Submissão

Engenheiro CD Paciente Acomodação Variável

Colegial --- Igualitário Negociação Negociação

Contratualista CD Compartilhado Compromisso Compromisso

ADMINISTRAÇÃO DE CONSULTÓRIO

● Conceito

É a coordenação de elementos materiais e pessoais que visam à obtenção de uma


produção eficiente.

● Responsabilidades do ASB

-Agenda;

-Armário;

-Mesa;

-Gavetas;

-Arquivo;

-Computador;

-Pontualidade;
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"O melhor caminho para administrar chama-se organizar."

➔ Primeiro momento

Separar papéis, documentos, confecção de pastas de identificação, codificar o lugar


em que tudo será guardado.

➔ Segundo momento

Fazer diariamente a manutenção da organização.

● Dicas

-Nunca comece uma tarefa sem saber exatamente o que vai fazer ou para que serve;

-E qual a melhor, mais rápida e segura maneira de fazê-la;

-Pense sempre antes de tomar qualquer iniciativa;

-Eleja metas por dia e certifique-se que foram atingidas (ex: trocar letras do fichário
por cores mais chamativas, etiqueta novas em todas as pastas, riscar de vermelho
todos os horários perto do meio dia, para não marcar clientes que possam se atrasar,
evitando que o Dr se atrase para algum compromisso;

➔ O conceito de administração se encontra intimamente ligado ao de


organização.

O cirurgião-dentista se responsabiliza pela parte clínica, e o ASB por todas as outras


responsabilidades.

● Alguns conceitos que devemos ter em mente

-A odontologia é um negócio como outro qualquer, que exige organização e


disciplina;

-É importante que o ASB seja organizado para ter todos os documentos e


informações disponíveis quando solicitado;

-A organização é percebida em seus mínimos detalhes pelo paciente, desde quando


for atendido ao telefone até na arrumação do consultório;

-Tendo isso em mente, possibilitará sempre que o ASB esteja preparado para atender
qualquer solicitação feita pelo CD, então irá demonstrar seu valor e sua capacitação.

● Quadro de tarefas

Nunca esquecer as chaves do consultório;

Ligar o compressor e todos os aparelhos;

Separar as fichas dos pacientes marcados;

Separar com antecedência as próteses de acordo com as fichas, caso não esteja
pronta, ligar para o paciente e remarcar;

Preparar bandejas de acordo com o tratamento a ser realizado;

Colocar o paciente na cadeira com avental e guardanapo;

Ajustar o foco de luz;

Nunca marcar pacientes desconhecidos no primeiro e último horário;


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Anotar na agenda a data (entrada e saída) dos trabalhos protéticos;

Agendar pacientes de emergência nos intervalos entre as consultas;

Registrar os procedimentos realizados na ficha do paciente;

Acompanhar o paciente até a porta e recepção;

Desligar todos os equipamentos, fechar água da cuspideira;

Entender a linguagem do CD;

Estar sempre de bom humor;

Sempre chamar o CD de doutor e o paciente de senhor ou senhora;

O linguajar tanto com o CD quanto para o paciente deverá ser "Pois não?" "Sim,
senhor (a)";

Quanto ao material, nunca deverá ser dito "Não sei, Acabou ou Não tem";

O aSB deve informar sempre o que está acabando no estoque;

● Organização da recepção

Todos os dias ao chegar:

-Desligar o alarme (se houver);

-Fazer arrumação da recepção;

-Organizar revistas;

-Limpar cinzeiros;

-Abrir janelas ou ligar o ar central;

-Assinar o livro de ponto ou bater cartão;

-Ligar a TV ou som ambiente;

-Nunca colocar samba ou músicas excitantes;

● Organização da mesa

É o primeiro local onde se percebe se o ASB é organizado ou não;

Sobre ela deve permanecer agenda, lápis, canetas e o que estiver sendo usado no
momento;

-Na agenda deve ser anotado horários dos pacientes e compromissos do CD;

● Organização do armário

Deve ser colocado coisas que não serão utilizadas todos os dias, como: materiais de
escritório (papéis, envelopes), fichas de pacientes que não estão em tratamento
(arquivo morto);

Contas que foram pagas ou que ainda serão;

Livro caixa, livro de controle de próteses, controle do estoque e recebidos;

Para facilitar, deve-se colocar tudo em pastas com cores diferentes.


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● Organização do arquivo

ASB deve colocar as fichas dos pacientes em tratamento, dentro de um envelope com
etiqueta de identificação junto com as radiografias;

Os envelopes devem ser arquivados em ordem alfabética e a identificação deve ser


feita com o nome completo;

● Organização do controle de estoque

O controle de estoque é responsabilidade do ASB e deve ser cumprido com o maior


rigor;

Quando o material em uso estiver pela metade, perto do fim ou fora do prazo de
validade, deve-se verificar no estoque se há o mesmo produto;

Caso não haja, deve-se incluir na lista de compras;

O ASB deve ter uma lista dos materiais que contém no consultório e a partir dela, ter
o controle;

Recomenda-se que ao fazer o orçamento de materiais que está em falta, faça pelo
menos em 3 dentais diferentes para evitar desperdício;

INFORTUNÍSTICA

Ciência forense que estuda os acidentes de trabalho e as doenças profissionais.

● Estigma resultantes de profissões

-Ação mecânica;

-Ação térmica;

-Ação química;

➔ Ação mecânica

Sapateiros, estofadores e alfaiates. Reentrâncias ou chanfraduras na borda incisal


dos incisivos centrais. Músicos: perdas de substância no esmalte dos incisivos
centrais superiores.

➔ Ação térmica

Provadores de café;

➔ Ação química

Coloração do esmalte e dentina pelo produto químico.

-Manchas acinzentadas no colo dos incisivos e dos caninos pelo chumbo;

-Coloração cinza global pelo mercúrio;

-Manchas esverdeadas com rebordo azul, pelo cobre;

-Manchas amareladas, pelo cádmio;

-Vapores corrosivos: nitrosos e sulfurosos - provocam destruição nos dentes e


periodonto;
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-Cáries dos confeiteiros: manchas de forma circular, de cor amarela ou preta na região
do colo dos dentes;

● Acidente de trabalho

Acontecimento causal, fortuito, imprevisto, que ocorre pelo exercício da atividade

profissional, a serviço de uma empresa ou como trabalhador autônomo, provocando:

- Morte;
- Lesão corporal;
- Perturbação funcional;
- Perda da capacidade de trabalho;

● Acidentes mecânico-biológicos

-Área de odontologia: instrumentos;

-Doenças profissionais: sífilis, hepatite B e SIDA;

-Lesões por esforço repetitivo (LER);

-Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT);

*São acúmulos de influências que ultrapassam a capacidade de adaptação de um


tecido.

➔ Fatores de risco dos DORT

-Grau de adequação do posto de trabalho;

-O frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos;

-As posturas inadequadas;

-Carga estática;

-Invariabilidade da tarefa;

-Exigências cognitivas;

● Acidente de percurso

Acidente que ocorre no percurso da residência ao trabalho e vice-versa.

● Caracterização do acidente de trabalho

-Existência de uma lesão pessoal;

-Incapacidade de algum tipo para o trabalho: temporária ou permanente;

-Nexo de causalidade;

CONSELHOS DE ODONTOLOGIA

● Capítulo IX - Funcionamento de Entidade Prestadora de Assistência


Odontológica

Art. 76. O funcionamento de entidade prestadora de assistência odontológica obriga


ao registro no Conselho Federal e à inscrição no Conselho Regional em cuja jurisdição
esteja estabelecida ou exerça sua atividade.
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§1º Entende-se como entidades prestadoras de assistência odontológica, as
clínicas dentárias ou odontológicas, policlínicas ou quaisquer outras entidades,
estabelecidas ou organizadas, como firmas individuais ou sociedades, para a
prestação de serviços odontológicos direta ou indiretamente.

Art. 77. Para se habilitar ao registro e à inscrição, a entidade prestadora de assistência


odontológica deverá, obrigatoriamente, ter sua parte técnica odontológica sob
responsabilidade de um cirurgião-dentista.

Art. 78. Estão obrigadas a registro e inscrição as clínicas sujeitas à administração


direta ou indireta, Federal, Estadual ou Municipal, as pertencentes às Instituições de
Ensino e as das entidades representativas da classe.

Art. 79. É obrigatória a existência das entidades prestadoras de serviços, de um


cirurgião-dentista como responsável técnico.

Art. 80. As clínicas que, sob qualquer forma, anunciem especialidades odontológicas,
ou que induzam a essa interpretação, deverão ter, a seu serviço, profissionais
inscritos nas correspondentes especialidades.

§1º É vedado constar no nome da clínica, a especialidade não reconhecida pelo


Conselho Federal, ainda que a mesma seja apenas induzida.

§2º É vedada, também, a referência, direta ou indireta, no nome da clínica, a


modalidade de pagamento.

● Título II - Do procedimento para registro e inscrição

➔ Capítulo I - Disposições preliminares

Art. 97. As pessoas físicas e jurídicas, com exceção das entidades representativas da
classe, vinculam-se à jurisdição de um Conselho Regional através da inscrição, que é
efetivada após o registro no Conselho Federal.

➔ Capítulo II - Registro

Art. 104. O Conselho Federal efetuará o registro mediante transcrição dos dados
através de fotocópia autenticada do documento, em livro próprio, dos documentos de
identificação do diploma ou do certificado, no caso de pessoa física, ou da entidade,
no caso de pessoa jurídica.

§1º Em caso de utilização do computador, deverá ser montado em livro de


registro, procedendo as encadernações a cada 200 folhas emitidas.

§2º Concedido o registro pelo Conselho Federal, retornará o processo ao


Conselho Regional para que este proceda a inscrição.

➔ Capítulo III - Inscrição

→ Seção I - Disposições preliminares:

Art. 105. O Conselho Regional, no prazo máximo de 3 dias úteis, contados da data em
que tenha recebido do Conselho Federal o processo de inscrição, comunicará o fato
ao interessado para pagamento da anuidade devida, dentro de 15 dias.

Art. 106. A inscrição somente será efetivada, após o pagamento da anuidade devida
pelo interessado.

Art. 107. O Conselho Regional procederá à inscrição em livro próprio, de modelo


aprovado pelo Conselho Federal.
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§1º A inscrição, em Conselho Regional, poderá ser:

a) Principal; d) Secundária;
b) Provisória; e) Remida;
c) Temporária;

→ Seção II - Inscrição Principal

Art. 111. Entende-se por inscrição principal aquela feita no Conselho Regional, sede da
principal atividade profissional.

Art. 112. A inscrição principal habilita ao exercício permanente da atividade na área da


jurisdição do Conselho Regional respectivo e, no caso da pessoa física, ao exercício
eventual ou temporário da atividade em qualquer parte do território nacional.

§1º Considera-se exercício eventual ou temporário da atividade aquele que não


exceda o prazo de 90 dias consecutivos, exigindo-se, para tal, o visto na carteira de
identidade profissional, pelo Conselho da Jurisdição.

§2º No caso de transformação de inscrição secundária em inscrição principal,


o interessado continuará com o mesmo número suprimidas as letras "IS", anotado o
fato no livro próprio, na parte destinada a observações.

→ Seção III - Inscrição Provisória

Art. 115. Por inscrição provisória entende-se aquela a que está obrigado o cirurgião
dentista recém formado, ainda não possuidor de diploma, para exercer atividades
odontológicas.

Art. 116. Ao recém formado, com inscrição provisória, será fornecida cédula provisória,
que lhe dará direito ao exercício da profissão pelo prazo improrrogável de 2 anos,
contados da data de sua colação de grau.

→ Seção IV - Inscrição Temporária

Art. 122. Entende-se por inscrição temporária, aquela que se destina a


cirurgião-dentista entrangeiro com "visto temporário" ou "registro provisório", desde
que não haja restrição ao exercício profissional no país.

Parágrafo único: A inscrição temporária será solicitada ao Presidente do Conselho


Regional através de requerimento contendo a indicação, no mínimo, dos dados
referidos no inciso I, do Artigo 113, acompanhado dos documentos a que se refere o
inciso I, do Artigo 114, no que couber, além de cópia da carteira de identidade.

Art. 124. Ao cirurgião dentista, portador de "registro provisório" no Ministério da


Justiça, será concedida a inscrição temporária, pelo prazo de 2 anos, a contar da
data do referido registro.

→ Seção V - Inscrição Secundária

Art. 127. Entende-se por inscrição secundária aquela a que está obrigado o
profissional para exercer a profissão na jurisdição de outro Conselho Regional, além
daquele a que se acha vinculado pela inscrição principal ou provisória, exceto no
caso a que se refere o §1º do Artigo 112.

Parágrafo único: O anúncio de especialidade, na jurisdição do Conselho da inscrição


secundária, obriga o profissional a ter também inscrição secundária como
especialista que deverá ser requerida.

→ Seção VI - Inscrição Remida


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Art. 132. Entende-se por inscrição remida aquela concedida automaticamente, pelo
Conselho Regional, ao profissional com 70 anos de idade, que nunca tenha sofrido
penalidade por infração ética, independente da entrega do certificado.

§1º Para obter inscrição remida, o profissional deverá estar quite com todas as
obrigações financeiras perante a Autarquia, inclusive quanto à anuidade do exercício
em que a mesma seja concedida, sendo neste caso liberado da anuidade quando
atingir o limite de idade antes de 31 de março.

§2º O profissional com inscrição remida fica dispensado do recolhimento das


anuidades.

→ Seção VII - Transferência

Art. 138. Entende-se como transferência a mudança da sede da principal atividade


exercida pelo profissional, de modo permanente, para jurisdição de outro Conselho
Regional.

Art. 139. A transferência será requerida ao Presidente do Conselho para cuja jurisdição
pretenda se transferir o profissional.

CÓDIGO DE ÉTICA ODONTOLÓGICA

Foi aprovado pela resolução CFO - 118/2012. Esta resolução entrou em vigor a partir de
1º de janeiro de 2013.

● Capítulo I - Disposições preliminares

Art 1º. O Código de Ética Odontológica regula os direitos e deveres do


cirurgião-dentista, profissionais técnicos e auxiliares, e pessoas jurídicas que exerçam
atividades na área da Odontologia, em âmbito público e/ou privado, com a
obrigação de inscrição nos Conselhos de Odontologia, segundo suas atribuições
específicas.

Art 2º. A odontologia é uma profissão que se exerce em benefício da saúde do ser
humano, da coletividade e do meio ambiente, sem discriminação de qualquer forma
ou pretexto.

Art 3º. O objetivo de toda a atenção odontológica é a saúde do ser humano. Caberá
aos profissionais da odontologia, como integrantes da equipe de saúde, dirigir ações
que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos
princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a
universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência à
saúde, preservação da autonomia dos indivíduos, participação da comunidade,
hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde.

Art 4º. A natureza personalíssima da relação paciente/profissional na atividade


odontológica visa demonstrar e reafirmar, através do cumprimento dos pressupostos
estabelecidos por este Código de Ética, a peculiaridade que reveste a prestação de
tais serviços, diversos, portanto, das demais prestações, bem como de atividade
mercantil.

● Capítulo II - Dos direitos fundamentais

Art 5º. Constituem direitos fundamentais dos profissionais inscritos, segundo suas
atribuições específicas:

1- Diagnosticar, planejar e executar tratamentos, com liberdade de convicção, nos


limites de suas atribuições, observados o estado atual da Ciência e sua dignidade
profissional;
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2- Guardar sigilo a respeito das informações adquiridas no desempenho de suas
funções;

3- Contratar serviços de outros profissionais da odontologia, por escrito, de acordo


com os preceitos deste Código e demais legislações em vigor;

4- Recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições


de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres;

5- Renunciar ao atendimento do paciente, durante o tratamento, quando da


constatação de fatos que, a critério do profissional, prejudiquem o bom
relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional. Nestes casos,
tem o profissional o dever de comunicar previamente, por escrito, ao paciente ou seu
responsável legal, fornecendo ao cirurgião-dentista que lhe suceder todas as
informações necessárias para a continuidade do tratamento;

6- Recusar qualquer disposição estatutária, regimental, de instituição pública ou


privada, que limite a escolha dos meios a serem postos em prática para o
estabelecimento do diagnóstico e para a execução do tratamento, bem como
recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal;

7- Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e


capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente ou periciado, evitando
que o acúmulo de encargos, consultas, perícias ou outras avaliações venham
prejudicar o exercício pleno da odontologia;

Art 6º. Constitui direito fundamental das categorias técnicas e auxiliares


recusarem-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, ética
e legal, ainda que sob supervisão do cirurgião-dentista;

Art 7º. Constituem direitos fundamentais dos técnicos em saúde bucal e


auxiliares em saúde bucal:

1- Executar, sob a supervisão do cirurgião-dentista, os procedimentos constantes na


Lei nº 11.889/2008 e nas Resoluções do Conselho Federal;

2- Resguardar o segredo profissional;

3- Recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições


de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres;

● Capítulo III - Dos deveres fundamentais

Art 8º. A fim de garantir a fiel aplicação deste Código, o cirurgião-dentista, os


profissionais técnicos e auxiliares, e as pessoas jurídicas, que exerçam atividades no
âmbito da odontologia, devem cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da
profissão, e com discrição e fundamento, comunicar ao Conselho Regional fatos de
que tenham conhecimento e caracterizem possível infringência do presente Código e
das normas que regulam o exercício da odontologia.

Art 9º. Constituem deveres fundamentais dos inscritos e sua violação


caracteriza infração ética:

1- Manter regularizadas suas obrigações financeiras junto ao Conselho Regional;

2- Manter seus dados cadastrais atualizados junto ao Conselho Regional;

3- Zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da odontologia e pelo prestígio e


bom conceito da profissão;
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4- Assegurar as condições adequadas para o desempenho ético-profissional da
odontologia, quando investido em função de direção ou responsável técnico;

5- Exercer a profissão mantendo comportamento digno;

6- Manter atualizados os conhecimentos profissionais, técnico-científicos e culturais,


necessárias ao pleno desempenho do exercício profissional;

7- Zelar pela saúde e pela dignidade do paciente;

8- Resguardar o sigilo profissional;

9- Promover a saúde coletiva no desempenho de suas funções, cargos e cidadania,


independentemente de exercer a profissão no setor público ou privado;

10- Elaborar e manter atualizados os prontuários na forma das normas em vigor


incluindo os prontuários digitais;

11- Apontar falhas nos regulamentos e nas normas das instituições em que trabalhe,
quando as julgar indignas para o exercício da profissão ou prejudiciais ao paciente,
devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes;

12- Propugnar pela harmonia na classe;

13- Abster-se da prática de atos que impliquem mercantilização da odontologia ou


sua má conceituação;

14- Assumir responsabilidade pelos atos praticados, ainda que estes tenham sido
solicitados ou consentidos pelo paciente ou seu responsável;

15- Resguardar sempre a privacidade do paciente;

16- Não manter vínculo com entidade, empresas ou outros desígnios que os
caracterizem como empregado, credenciado ou cooperado quando as mesmas se
encontram em situação ilegal, irregular ou inidônea;

17- Comunicar aos conselhos regionais sobre atividades que caracterizem o exercício
ilegal da odontologia e que sejam de seu conhecimento;

18- Encaminhar o material ao laboratório de prótese dentária devidamente


acompanhado de ficha específica assinada;

19- Registrar os procedimentos técnico-laboratoriais efetuados, mantendo-os em


arquivo próprio, quando técnico em prótese dentária.

● Capítulo IV - Das auditorias e perícias odontológicas

Art 10º. Constitui infração ética:

1- Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito
ou auditor, assim como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua
competência;

2- Intervir, quando na qualidade de perito ou auditor, nos atos de outro profissional,


ou fazer qualquer apreciação na presença do examinado, reservando suas
observações, sempre fundamentadas, para o relatório sigiloso e lacrado, que deve ser
encaminhado a quem de direito;

3- Acumular as funções de perito/auditor e procedimentos terapêuticos


odontológicos na mesma entidade prestadora de serviços odontológicos;
juliana martins da silva
4- Prestar serviços de auditoria a pessoas físicas ou jurídicas que tenham obrigação
de inscrição nos Conselhos e que não estejam regularmente inscritas no Conselho de
sua jurisdição;

5- Negar, na qualidade de profissional assistente, informações odontológicas


consideradas necessárias ao pleito da concessão de benefícios previdenciários ou
outras concessões facultadas na forma da Lei, sobre seu paciente, seja por meio de
atestados, declarações, relatórios, exames, pareceres ou quaisquer outros
documentos probatórios, desde que autorizado pelo paciente ou responsável legal
interessado;

6- Receber remuneração, gratificação ou qualquer outro benefício por valores


vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou auditor;

7- Realizar ou exigir procedimentos prejudiciais aos pacientes e ao profissional,


contrários às normas de Vigilância Sanitária, exclusivamente para fins de auditoria ou
perícia;

8- Exercer a função de perito, quando:

a) for parte interessada;


b) tenha tido participação como mandatário da parte, ou sido designado como
assistente técnico de órgão do Ministério Público, ou tenha prestado
depoimento como testemunha;
c) for cônjuge ou a parte for parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral até o segundo grau;
d) a parte for paciente, ex-paciente ou qualquer pessoa que tenha ou teve
relações sociais, afetivas, comerciais ou administrativas, capazes de
comprometer o caráter de imparcialidade do ato pericial ou da auditagem.

● Capítulo V - Do relacionamento

→ Seção I - com o paciente:

Art 11º. Constitui infração ética:

1- Discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto;

2- Aproveitar-se de situações decorrentes da relação profissional/paciente para obter


vantagem física, emocional, financeira ou política;

3- Exagerar em diagnóstico, prognóstico ou terapêutica;

4- Deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custos e alternativas do


tratamento;

5- Executar ou propor tratamento desnecessário ou para o qual não esteja


capacitado;

6- Abandonar paciente, salvo por motivo justificável, circunstância em que serão


conciliados os honorários e que deverá ser informado ao paciente ou ao seu
responsável legal de necessidade da continuidade do tratamento;

7- Deixar de atender paciente que procure cuidados profissionais em caso de


urgência, quando não haja outro cirurgião-dentista em condições de fazê-lo;

8- Desrespeitar ou permitir que seja desrespeitado o paciente;

9- Adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva comprovação científica;
juliana martins da silva
10- Iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento
prévio do paciente ou do seu responsável legal, exceto em casos de urgência ou
emergência;

11- Delegar a profissionais técnicos ou auxiliares atos ou atribuições exclusivas da


profissão de cirurgião-dentista;

12- Opor-se a prestar esclarecimentos e/ou fornecer relatórios sobre diagnósticos e


terapêuticas, realizados no paciente, quando solicitados pelo mesmo, por seu
representante legal ou nas formas previstas em lei;

13- Executar procedimentos como técnico em prótese dentária, além daqueles


discriminados na Lei que regulamenta a profissão e nas resoluções do Conselho
Federal;

14- Propor ou executar tratamento fora do âmbito da odontologia;

→ Seção II - com a equipe de saúde:

Art 12º. No relacionamento entre os inscritos, sejam pessoas físicas ou jurídicas, serão
mantidos o respeito, a lealdade e a colaboração técnico-científica.

Art 13º. Constitui infração ética:

1- Agenciar, aliciar ou desviar paciente de colega, de instituição pública ou privada;

2- Assumir emprego ou função sucedendo o profissional demitido ou afastado em


represália por atitude de defesa de movimento legítimo da categoria ou da aplicação
deste código;

3- Praticar ou permitir que se pratique concorrência desleal;

4- Ser conivente em erros técnicos ou infrações éticas, ou com o exercício irregular ou


ilegal da odontologia;

5- Negar, injustificadamente, colaboração técnica de emergência ou serviços


profissionais a colega;

6- Criticar erro técnico-científico de colega ausente, salvo por meio de representação


ao Conselho Regional;

7- Explorar colega nas relações de emprego ou quando compartilhar honorários;


descumprir ou desrespeitar a legislação pertinente no tocante às relações de
trabalho entre os componentes da equipe de saúde;

8- Ceder consultório ou laboratório, sem a observância da legislação pertinente;

9- Delegar funções e/ou utilizar-se de serviços prestados por profissionais e/ou


empresas não habilitadas legalmente ou não regularmente inscritos no Conselho
Regional de sua jusrisdição;

● Resolução CFO 196/2019

Permite que profissionais PF - pessoas físicas divulguem fotos de pacientes contendo


o diagnóstico (antes) e a conclusão do tratamento (depois/resultado final) ambas com
a devida autorização do paciente (TCLE), porém ainda proíbe imagens dos
procedimentos em transcurso.

Art 1º. - §1º. Ficam proibidas imagens que permitam a identificação de equipamentos,
instrumentais, materiais e tecidos biológicos.
juliana martins da silva
Art 3º. Fica expressamente proibida a divulgação de vídeos e/ou imagens com
conteúdo relativo ao transcurso e/ou à realização dos procedimentos, exceto em
publicações científicas.

Art 4º. Em todas as publicações de imagens e/ou vídeos deverão constar o nome do
profissional e o seu número de inscrição, sendo vedada a divulgação de casos
clínicos de autoria de terceiros.

As imagens selfies dos profissionais com ou sem pacientes e imagens de


antes/diagnóstico e depois/resultado devem conter, obrigatoriamente, o nome do
profissional e número de inscrição na própria imagem.

A dica é posicionar a informação na imagem de forma e local que não possa ser
editada e retirada por terceiros.

CONDUTA DO CD FRENTE À SÍNDROME DA CRIANÇA MALTRATADA E SEUS ASPECTOS


ODONTOLEGAIS

● Síndrome

Conjunto de sinais e sintomas. Sinal é tudo que pode ser percebido por outra pessoa
e sintoma é a queixa relatada pelo paciente, mas que só ele é capaz de perceber.

● Introdução

-Qual a conduta a ser adotada pelo cirurgião dentista frente à síndrome da criança
maltratada? R: informar o conselho tutelar.

-Como identificar? R: vendo os sinais e sintomas relatados.

-Aspectos odontolegais? R: tudo que será abordado adiante.

As tarefas de educar e ensinar contém em seu bojo histórico a aplicação de


castigos físicos como medidas punitivas com finalidade corretiva (como as palmadas
na mão, antigamente adotadas na escola).

● Proposição

Colaborar com os CD`s, a identificar e estabelecer o correto diagnóstico aos quadros


de violência impostos aos pequenos pacientes, e abordar os aspectos odontolegais
pertinentes ao tema.

● Revisão bibliográfica

Em 1978, BECKER relatou que os cirurgiões dentistas são os menos inteirados em


relação à detecção e ao tratamento de crianças suspeitas de abuso. Entretanto,
traumas na cabeça e na face aparecem comumente associados às crianças vítimas
de maus tratos.

Os dentistas, aparentemente, estão menos envolvidos que outros profissionais de


saúde na detecção e tratamento de casos suspeitos de abuso infantil. Porém, a
literatura demonstra que casos de abuso infantil podem ser primeiramente
detectados pelo dentista.

A bíblia é rica em citações de abandono e assassinato com fins ruralísticos. Na


Grécia, principalmente em Esparta, as regras de purificação da espécie impunham a
extinção dos mais fracos. O mesmo ocorreu na Alemanha com Hitler, com filosofia da
raça pura.
juliana martins da silva
A violência contra crianças, de acordo com GUERRA (1985), já estava demonstrada em
alguns textos bíblicos, como a perseguição e a matança de crianças após o
nascimento de Moisés, ou em Belém, ordenado por Herodes, na procura de um novo
rei.

A negligência física refere-se à incapacidade dos pais em prover as necessidades


básicas da criança, podendo ser exemplificada pela falta de cuidados no que tange à
alimentação, vestuário, saúde, higiene.

A negligência emocional é demonstrada através de falta de inaptidão de pais ou


outros responsáveis em construir um ambiente emocionalmente estável.

DIMENSTEIN (1994) cita que 30% das mortes de crianças e adolescentes ocorrida em
São Paulo em 1991, foram provocadas por pessoas da família e em 75% dos casos de
abuso sexual, o culpado é um parente, geralmente o pai ou o padrasto.

TEN BENSEL & KING (1975) descreveram que em 1874 nos EUA uma menina havia
sofrido espancamento por parte da sua madrasta e fora enviada à Sociedade de
Prevenção de Crueldade contra Animais.

DARUGE, E.; CHAIM, L.A.F.; GONÇALVES, R.J (1991) demonstram que a odontologia, como
profissão de saúde, deveria se questionar sobre o que fazer, como ajudar e diminuir
essa onda de violência e mesmo até como pará-la. Contudo, presos a conceitos
individualistas, esquecemos de nos introjetar na sociedade e atuar como profissionais
que têm como princípio a promoção da saúde.

DYM (1995), afirmou que os responsáveis pelos maus tratos apresentam todos os níveis
de escolaridade, estão distribuídos em todas as regiões demográficas e pertencem a
todos os grupos sócio-econômicos.

● Código de Ética Odontológico

Art 4º. Inciso III "Zelar pela saúde e dignidade do paciente."

No código penal, o Art 136º dispõe sobre maus tratos e especifica o seu
significado dizendo que é: "expor a perigo de vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou
custódia, quer privando-a de alimentos ou cuidados indispensáveis, quer
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
coerção ou disciplina".

No Estatuto da Criança e do Adolescente, podemos retirar alguns arquivos


extremamente importantes para o assunto:

→ Art 5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de


negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

→ Art 13º. Os casos de suspeita ou confirmação dos maus tratos contra a criança ou
adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências legais.

No artigo 245 deixar o "responsável por estabelecimento de atenção à saúde",


no caso o cirurgião-dentista, deixar de notificar o caso, além da omissão, sem dúvida
é uma das maiores aliadas à manutenção dos quadros de violência contra crianças e
adolescentes, também poderá ser punido na forma da lei.

Em função de ferimentos e traumas na cabeça serem comuns em casos de


maus-tratos infantis, o dentista é frequentemente procurado para o tratamento de
traumas orais e faciais. (BENUSIS)
juliana martins da silva
● Alguns sinais

No consultório odontológico, crianças maltratadas fisicamente apresentam maior


insensibilidade à dor, reagem inapropriadamente aos estímulos.

Em relação ao seu intelecto, apresentam QI menor que as não abusadas, refletindo


no seu desempenho escolar. Socialmente, falam pouco, são submissas, facilmente
irritáveis, apresentando expressões faciais contraditórias ao que realmente estão
pensando. (BECKER)

Geralmente, as crianças maltratadas, são aquelas que nasceram de parto prematuro,


gravidez indesejada, apresentam deficiências físicas ou mentais, ou ainda de difícil
comportamento ou hiperatividade.

● Os pais agressores em sua maioria:

1- São originários de famílias desestruturadas;

2- Apresentam problemas sócio-econômicos;

3- Padecem de distúrbios psiquiátricos, ressaltando os quadros depressivos, doenças


físicas e/ou psicológicas.

OBS: Segundo os investigadores, nove valas de Hatra continham ao menos 300


corpos. Mas o número total pode chegar aos milhares, incluindo fetos e crianças
ainda abraçadas a seus brinquedos.

● Discussão

Para se ajudar às crianças maltratadas há necessidade de se conscientizar a


população, que precisa encarar o abuso infantil como doença, que necessita de
abordagem multidisciplinar (agente, meio e hospedeiro) e não como um problema
restrito ao âmbito da família.

● Conclusão

Dificuldade do CD identificar e estabelecer o correto diagnóstico.

Há dúvida na atitude a ser tomada.

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