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CADERNO DE ESTUDOS I

LEGISLAÇÃO BÁSICA INSTITUCIONAL


ESTATUTO POLICIAL MILITAR
UNIDADE I ESTATUTO POLICIAMILITAR

Neste material de apoio, trataremos do Estatuto Policial Militar – Lei Estadual nº


5.251, de 31 de julho de 1985, que regula a situação, obrigações, deveres, direitos e
prerrogativas dos Policiais-Militares do Pará.

Convém esclarecer que os militares, conforme disposto na Constituição Federal


e Estadual, possuem tratamento diferenciado, devendo ser regido por lei específica. Com
isso, o regime jurídico dos militares estaduais do Estado do Pará está disciplinado na Lei
Estadual nº 5.251, de 31 de julho de 1985 – Estatuto dos Policiais Militares da Polícia Militar
do Pará.

Ressalta-se que o Corpo de Bombeiros Militar do Pará também utiliza o Estatuto


da PMPA como seu regime jurídico, ou seja, temos um estatuto para ambas Corporações
Militares Estaduais.

I – DA SITUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR

De acordo com o nosso Estatuto, o Policial Militar pode estar em uma das
seguintes situações: NA ATIVIDADE ou NA INATIVIDADE.

Consideram-se ATIVOS:

⚫ os policiais militares de carreira;

o oficiais e praças que realizaram concurso público para este fim);


⚫ os incluídos na Polícia Militar, voluntariamente, durante os prazos que se obrigam a
servir;
o esta redação será apropriada para os militares temporários que ingressarão na
Corporação, conforme previsão no Decreto-Lei nº 667/69 – conforme estudo
realizado na Unidade II;
⚫ os componentes da reserva remunerada da Polícia Militar, quando convocados para o
serviço ativo;
o são os policiais militares convocados conforme disposto no art.
105, que estudaremos adiante.
⚫ Os alunos de órgão de formação de Policiais-Militares da ativa.

o são os alunos matriculados nos órgãos de formação, em especial,


APM e CFAP.

Consideram-se INATIVOS:

Na reserva remunerada, quando pertencem à Reserva da


Corporação e percebem remuneração do Estado, estando sujeitos,
ainda, à prestação de serviços na atividade, mediante convocação;

o aqui se incluem os militares na reserva remunerada e os


convocados por força do art. 105-A, que estudaremos adiante.
⚫ Os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores,
estiverem dispensados definitivamente da prestação de serviço na ativa,
continuando, entretanto, a perceber remuneração do Estado.

o a reforma é a dispensa definitiva do serviço ativo. De acordo com


nossa legislação temos reformas por incapacidade física, por idade
e por sanção disciplinar.

II – DA HIERARQUIA E DISCIPLINA

⚫ A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar,


crescendo a autoridade e responsabilidade com a elevação do grau
hierárquico.
⚫ A hierarquia Policial-Militar é a ordenação da autoridade, em níveis
diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar, por postos ou
graduações (do soldado ao coronel).
⚫ Dentro de um mesmo posto ou graduação, a ordenação faz-se pela
antiguidade nestes, sendo o respeito à hierarquia consubstanciado no
espírito de acatamento à sequência da autoridade.

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III – DOS CÍRCULOS HIERÁRQUICOS

⚫ Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os Policiais-


Militares da mesma categoria e tem a finalidade de desenvolver o espírito
de camaradagem, em ambiente de estima e confiança sem prejuízo do
respeito mútuo.
⚫ Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Governador do
Estado e confirmando em Carta Patente.
⚫ Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pelo Comandante
Geral da Polícia Militar.
⚫ Os Aspirantes a Oficial PM e alunos da Escola de Formação de Policial-
Militar são denominados praças especiais.
⚫ Com as últimas alterações ocorridas em nossas legislações, os círculos
hierárquicos se resumem da seguinte forma, com nossas adaptações:

CÍRCULO POSTOS E GRADUAÇÕES

CORONEL PM

DE OFICIAIS SUPERIORES TENENTE-CORONEL PM

MAJOR PM

DE OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS CAPITÃO PM

1° TENENTE PM
DE OFICIAIS SUBALTERNOS
2° TENENTE PM

PODEM FREQUENTAR O CÍRCULO DE ASPIRANTE A OFICIAL PM


OFICIAIS SUBALTERNOS ALUNO OFICIAL PM

SUBTENENTE PM

1° SARGENTO PM
DE SUBTENENTES E SARGENTOS
2° SARGENTO PM

3° SARGENTO PM

CABO PM
DE CABOS E SOLDADOS
SOLDADO PM

PODEM FREQUENTAR O CÍRCULO DE


ALUNO DO CFP PM
CABOS E SOLDADOS

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⚫ Ressalta-se que a situação jurídica dos Alunos do Curso de Habilitação
de Oficiais - CHO ainda é conforme a sua graduação atual, ou seja, 3º
SGT, 2º SGT, 1º SGT ou Subtenente, somente após o término do curso
com aproveitamento e que serão promovidos a 2º TEN do Quadro de
Oficias de Administração ou Especialista.
⚫ Vale mencionar que a Lei nº 6.827, de 07 de fevereiro de 2006, constituiu
em uma única classe os Soldados (nosso estatuto faz alusão à 1º, 2º, 3º
e classe simples, revogadas pela lei citada).

IV - PRECEDÊNCIA HIERÁRQUICA NO MESMO GRAU HIERÁQUICO

⚫ A precedência entre Policiais-Militares da ativa, do mesmo grau


hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo
nos casos de precedência funcional estabelecida em Lei ou Regulamento.
⚫ A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da
assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou
inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada a outra data.
⚫ Em igualdade de posto ou graduação, os Policiais-Militares em atividade,
têm precedência sobre os da inatividade.
⚫ Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os Policiais-
Militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada, quando
estiverem convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto
ou graduação.

V – DOS DIREITOS DOS POLICIAIS MILITARES

Nos termos do art. 52, são direitos dos Policiais-Militares:

I - A garantia da patente quando oficial, em toda a sua plenitude, com


as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes;

II - A percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico


superior ou melhoria da mesma quando, ao ser transferido para a
inatividade, contar mais de 30 (trinta) anos de serviço;

III - A remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou


graduação, quando, não contando 30 (trinta) anos de serviço, for

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transferido para a reserva remunerada, ex-offício, por ter sido atingido
pela compulsória de qualquer natureza;

IV - Nas condições ou nas limitações impostas na legislação ou


regulamentação específica:

a) - A estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo


de efetivo serviço;

b) - O uso das designações hierárquicas;

c) - A ocupação de cargos e funções correspondentes ao posto e de


atribuições correspondentes à graduação;

d) - A percepção de Remuneração;

e) - Outros direitos previstos em leis específicas que tratam de


remuneração dos Policiais-Militares;

f) - A assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim


entendida como conjunto de atividades relacionadas com a
conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços
profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o
fornecimento, a aplicação de meios, os cuidados e demais atos
médicos e paramédicos necessários;

g) - O funeral para si e seus dependentes, constituindo-se no


conjunto de medidas tomadas pelo Estado, quando solicitado, desde o
óbito até o sepultamento condigno;

h) - A alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos


Policiais-Militares em atividade;

i) - O fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa


branca e roupa de cama, fornecido ao Policial-Militar, na ativa, de
graduação inferior a 3° Sargento e, em casos especiais, a outros
Policiais-Militares;

j) - A moradia, para o Policial-Militar em atividade compreendendo:

1 - Alojamento em Organização Policial-Militar;

2 - Habitação para si e seus dependentes, em imóvel sob a


responsabilidade da Corporação, de acordo com as disponibilidades
existentes.

l) - O transporte, assim entendido como meios fornecidos ao Policial-


Militar, para seu deslocamento por interesse do serviço; quando o
deslocamento implicar em mundança de sede ou de moradia,
compreende também as passagens para seus dependentes e a
translação das respectivas bagagens, de residência a residência;

m) - A constituição de Pensão Policial-Militar;

n) - A promoção;

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o) - As férias, os afastamentos temporários de serviço e as licenças;

p) - A transferência, a pedido, para a reserva remunerada;

q) - A demissão e o licenciamento voluntários;

r) - O porte de arma, quando oficial em serviço ativo ou na inatividade,


salvo aquelas em inatividade por alienação mental ou condenação por
crime contra a Segurança ou por atividade que desaconselham aquele
porte;

s) - O porte de arma, pelos praças, com as restrições reguladas pelo


Comandante Geral;

t) - Outros direitos previstos em legislação específica;

§ 1° - A percepção de remuneração ou melhoria da mesma de que trata


o inciso II, obedecerá ao seguinte:

a) - O Oficial que contar mais de 30 (trinta) nos de serviço, quando


transferido para a inatividade, terá seus proventos calculados sobre o
soldo correspondente ao posto imediato, se na Polícia Militar existir
posto superior ao seu, mesmo que de outro quadro; se ocupante do
último posto da Corporação, o Oficial terá os seus proventos calculados
tomando-se por base o soldo de seu próprio posto acrescido de
percentual fixado em legislação específica;

b) - Os Subtenentes, quando transferidos para a inatividade, terão os


proventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto de 2°
Tenente PM/BM, desde que contem mais 30 (trinta) anos de serviço;

c) - As demais praças que contem mais de 30 (trinta) anos de serviço,


ao serem transferidos para a inatividade terão os proventos calculados
sobre o soldo correspondente à graduação imediatamente superior.

⚫ O § 2° do mesmo artigo nos traz um rol de dependentes dos policiais


militares.
⚫ O § 3º do art. 53 estabelece que o Policial Militar só poderá recorrer ao
Judiciário, após esgotados todos os recursos administrativos e deverá
participar esta providência, antecipadamente, à autoridade a qual estiver
subordinado. Este dispositivo não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, consoante ao que prevê o 5º, inciso XXXV: a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
⚫ Da mesma forma, a prescrição no direito de recorrer quanto ao Quadro
de Acesso está disciplinada na Lei de Promoção (Oficiais e Praças) que
são de 5 (cinco) dias. Nos demais casos, pode ser aplicada o quinquídio
prescricional previsto no Decreto nº 20.910/32.

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VI – DA REMUNERAÇÃO E PROMOÇÃO

⚫ Nosso estatuto traz alguns dispositivos que tratam da remuneração e


promoção. No entanto, teremos Unidades de estudos específicas que
tratarão das referidas matérias.

VII - DAS FÉRIAS

⚫ De acordo com art. 66, as Férias são afastamento totais do serviço anual
e obrigatoriamente concedidos aos Policiais Militares para descanso, a
partir do último mês do ano a que se referem, e durante todo o ano
seguinte. As férias serão de 30 (trinta) dias para todos os Policiais-
Militares.
⚫ Nesse sentido, o policial militar que ingressa no mês de JULHO/2020 na
Corporação, terá direito às férias, após um ano do período aquisitivo, a
partir do mês JULHO/2021 (período concessivo) e durante todo o ano
seguinte.
⚫ Isso influência inclusive para o pagamento do adicional de férias, vez que
com a parametrização do sistema da SEPLAD (Secretaria de Estado de
Planejamento e Administração) não é possível o pagamento nos meses
anteriores ao ingresso.
⚫ Dessa forma, um policial militar que ingressa no mês de NOVEMBRO,
fará jus ao adicional de férias somente a partir deste mês, mesmo que
solicite retirar férias em meses anteriores ao do seu ingresso.
⚫ Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a regulamentação da
concessão das férias anuais, e de outros afastamentos temporários.
⚫ A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença
para tratamento de saúde, por punição anterior decorrente de
transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como, não anula o direito àquelas
licenças.
⚫ Somente em casos de interesse da Segurança Nacional, da manutenção
da ordem, de extrema necessidade do serviço ou de transferência para a

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inatividade, para cumprimento de punição decorrente de transgressão
disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os Policiais-
Militares terão interrompido ou deixam de gozar, na época prevista, o
período de férias a que tiverem direito, registrando-se, então o fato em
seus assentamentos.
⚫ Na impossibilidade do gozo de férias no ano seguinte ou no caso de sua
interrupção pelos motivos previstos, o período de férias não gozado será
computado dia a dia pelo dobro, no momento da passagem do Policial -
Militar para a inatividade e somente para esse fim, ressalvados os casos
de transgressão disciplinar.
⚫ Com o advento da Lei Complementar nº 039/02, foi vedado cômputo de
tempo ficto mencionado acima.

VIII - DOS OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO.

⚫ Nos termos do art. 67, os Policiais Militares têm direito aos seguintes
períodos de afastamento total do serviço:
I - Núpcias: 08 (oito) dias;
II - Luto: 08 (oito) dias;
III - Instalação: Até 10 (dez) dias;
IV - Trânsito: Até 30 (trinta) dias, quando designados para curso ou
transferidos para OPM sediadas fora da capital.
⚫ As férias e os afastamentos mencionados nesta seção são concedidos
com remuneração prevista na legislação específica e computados como
tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
⚫ O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será concedido,
no primeiro caso, se solicitado com antecipação à data do evento e, no
segundo caso, tão logo a autoridade a qual estiver subordinado o Policial
-Militar tenha conhecimento do óbito de seu ascendente, descendente,
cônjuge, sogro ou irmão.

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IX - DAS LICENÇAS

⚫ Nos termos do art. 70, a Licença é a autorização para afastamento total


do serviço, em caráter temporário, concedida ao Policial Militar,
obedecidas as disposições legais e regulamentares.
⚫ A licença pode ser:
a) – Especial, disciplinada no art. 71, abaixo transcrito:
ART. 71 - Licença especial é a autorização para afastamento total do
serviço, relativa a cada decênio de tempo de efetivo serviço prestado,
concedida ao Policial Militar que a requerer sem que implique em
qualquer restrição para sua carreira.
§ 1° - A licença especial tem a duração de 06 (seis) meses a ser gozada
de uma só vez, podendo ser parcelada em 02 (dois) ou 03 (três) meses
por ano civil, quando solicitada pelo interessado e julgado conveniente
pela autoridade competente.
§ 2° - O período de licença especial não interrompe a contagem do
tempo efetivo de serviço.
§ 3° - Os períodos de licença especial não gozados pelo Policial Militar
são computados em dobro para fins exclusivos de contagem de tempo
para a passagem para a inatividade e, nesta situação para todos os
efeitos legais.
§ 4° - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de
qualquer licença para tratamento de saúde e para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como, não anula o direito àquelas
licenças.
§ 5° - Uma vez concedida a licença especial, o policial-Militar será
exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções que
exerce e ficará à disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar a
que pertencer.

b) - Para tratar de interesse particular, prevista no art. 72, abaixo


transcrito:
ART. 72- A licença para tratamento de interesse particular é a
autorização para afastamento total do serviço, concedida ao Policial
Militar que contar mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço e que a
requerer com aquela finalidade.
PARÁGRAFO ÚNICO - A licença será sempre concedida com prejuízo
da remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço.

c) - Para tratamento de saúde de pessoa da família, esta licença


está regulada na Portaria nº 083/99;

d) - Para tratamento de saúde própria, esta licença está regulada


na Portaria nº 083/99;

e) maternidade; (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de


2020). A licença maternidade foi incluída neste ano de 2020 e está
disciplinada nos arts. 70-A e 70-B, abaixo:

Art. 70-A. Pelo nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda


judicial para fins de adoção será concedida à policial militar licença
maternidade, sem prejuízo da remuneração e vantagens, com duração

10
de 180 (cento e oitenta) dias. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de
janeiro de 2020)
§ 1° A licença-maternidade de que trata a alínea “e” do § 1º do art. 70,
poderá ter início no primeiro dia do 8º (oitavo) mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica. (inserido pela lei n° 8.974, de 13
de janeiro de 2020)
§ 2° No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do
parto. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3° No caso de aborto, atestado por médico oficial, a militar terá direito
a 30 (trinta) dias de licença para tratamento de saúde própria. (inserido
pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º Findo o prazo da licença para tratamento de saúde estabelecido
no § 3°, a militar estadual será submetida à nova inspeção médica, que
concluirá pela volta ao serviço ou pela prorrogação da licença. (inserido
pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º No caso de natimorto, atestado por médico oficial, será concedida
licença prevista no caput do art. 70-A. (inserido pela lei n° 8.974, de 13
de janeiro de 2020)
§ 6° Ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a licença, poderá
esta ser concedida mediante apresentação da certidão de nascimento
e vigorará a partir da data do evento.
Art. 70-B. Ao militar cuja cônjuge ou convivente vier a falecer no
período de 180 (cento e oitenta) dias da data de nascimento da criança
será concedida licença, nos termos do caput do art. 70-A. (inserido pela
lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º O prazo da licença prevista no caput será contado a partir do óbito,
até o 180° (centésimo octogésimo) dia de vida da criança. (inserido
pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º Na hipótese de inexistência de relação conjugal ou de convivência
com a mãe falecida, a concessão da licença prevista no caput poderá
ocorrer mediante a comprovação, pelo militar, da guarda da criança.
(inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

f) paternidade. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020),


disciplinada no art. 70-C, passando a ser de 20 (vinte dias),
conforme abaixo:

Art. 70-C. Pelo nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda


judicial para fins de adoção, será concedida ao policial militar a licença
paternidade de 20 (vinte) dias consecutivos, vedada a prorrogação.
Parágrafo único. A licença de que o caput será concedida mediante a
apresentação do registro civil ou do termo de guarda provisória para
fins de adoção, retroagindo à data do nascimento ou da obtenção da
guarda provisória para fins de adoção, conforme o caso. (inserido pela
lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

⚫ A concessão de licença é regulada pelo Comandante Geral da


Corporação.
⚫ É da competência do Comando Geral da Polícia Militar a concessão da
licença especial e da licença para tratamento de interesse particular.
⚫ As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições
estabelecidas neste artigo.

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⚫ A interrupção da licença especial e da licença para tratar de interesse
particular poderá ocorrer:
a) - Em caso de mobilização e estado de guerra;
b) - Em caso de decretação de estado de emergência ou
de sítio;
c) - Para cumprimento de punição disciplinar conforme o
regulado pelo Comandante Geral da Polícia Militar;
d) - Para cumprimento de sentença que importe em
restrição da liberdade individual;
e) - Em caso de denúncia, pronúncia em processo criminal
ou indicação em Inquérito Policial Militar, a Juízo da
autoridade que efetivou a pronúncia ou a indiciação.

⚫ A interrupção de licença para tratar de interesse particular, será definitiva


quando o Policial Militar for reformado ou transferido ex-offício para a
reserva remunerada.
⚫ A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família,
para cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da
liberdade individual, será regulada na legislação específica.

Vejamos abaixo quadro resumido das licenças previstas na PMPA:

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X – DA PENSÃO

⚫ A pensão militar está disciplinada no art. 75 ao art. 80 do nosso Estatuto,


no entanto, conforme estudo na Unidade II, acerca da proteção social dos
militares dos estados, observamos dispositivos relacionados à pensão
militar que devem ser observados pelos entes federados.
⚫ Até a entrada em vigor da Lei nº 13.954/19, a pensão por morte era
estabelecida pela Lei Complementar nº 039/02 (que possui uma ADI
passível de julgamento no STF acerca da aplicação para os militares do
Estado do Pará), que não tem mais eficácia para os militares estaduais a
partir da vigência da Lei mencionada que alterou a redação do Decreto-
Lei nº 667/69.
⚫ Nesse sentido, foi assegurada a integralidade e paridade da pensão
militar pela Lei acima, inclusive o rol de dependentes a ser seguido pelos
entes federados.
⚫ Destaca-se neste tópico, a pensão especial prevista no art. 77 do no
Estatuto, abaixo transcrita:
ART. 77 - Os Policiais-Militares mortos em campanha ou ato de
serviço, ou em conseqüência de ferimentos ou moléstias decorrentes,
ou ainda, em conseqüência de acidente em serviço deixarão a seus
herdeiros pensão correspondente aos vencimentos integrais do posto
ou graduação imediatamente superior, conforme legislação específica.

⚫ Vale mencionar que em função da pandemia que enfrentamos, o Estado


do Pará assegurou para os profissionais da área de segurança e saúde a

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pensão especial para os militares e servidores que vierem a óbito por
consequência do coronavírus (COVID-19).
⚫ Com isso, considerou os óbitos com causa diagnóstico COVID-19
acidente de serviço para fins de pagamento da pensão especial,
conforme Decreto nº 674, de 08 de abril de 2020, abaixo transcrito:
DECRETO Nº 674, DE 8 DE ABRIL DE 2020
Reconhece o falecimento, em virtude da COVID-19 contraída por
servidor público civil ou militar estadual, no exercício de suas
atribuições, como acidente em serviço para fins de pagamento de
pensão especial.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ, no uso das atribuições que
lhe confere o art. 135, inciso III, da Constituição Estadual, e
Considerando o reconhecimento, por parte da Organização Mundial da
Saúde, como pandemia o surto do COVID-19; Considerando o disposto
na Lei Federal n° 13.979, de 6 de fevereiro de 2020; Considerando o
disposto no Decreto Estadual nº 609, de 16 de março de 2020,
DECRETA:
Art. 1º O falecimento de servidor público civil ou militar estadual por
COVID-19, contraída no exercício de suas atribuições em órgão ou
entidade das áreas de saúde, segurança pública e assistência social,
é considerada como acidente de serviço para fins de pagamento de
pensão especial aos seus dependentes, na forma do art. 77 da Lei
Estadual n° 5.251, de 31 de julho de 1985, e da alínea “c” do inciso II
do art. 160 da Lei Estadual n° 5.810, de 24 de janeiro de 1994.
Art. 2° Para o reconhecimento da situação são meios de prova:
I - quanto à doença, diagnóstico do COVID-19 na forma estabelecida
em protocolo clínico previsto pelo Ministério da Saúde;
II - quanto à infecção no exercício das atribuições:
a) se servidor público civil, procedimento de apuração pelo órgão ou
entidade, na forma da Lei Estadual n° 8.972, de 13 de janeiro de 2020;
b) se militar, inquérito policial militar instaurado na forma do § 2° do art.
1° do Decreto Estadual n° 10.745, de 2 de agosto de 1978.
Art. 3° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO, 8 de abril de 2020.
HELDER BARBALHO
Governador do Estado

⚫ Desta feita, o Decreto mencionado assegura ao policial militar, sem a


necessidade de comprovação se foi em serviço ou não, o pagamento da
pensão especial ao servidores da área de segurança pública e de saúde.

XI – DA AGREGAÇÃO E REVERSÃO

⚫ O art. 88 trata da agregação, definindo como a situação na qual o Policial


Militar da ativa deixa de ocupar vaga na Escala Hierárquica do seu
Quadro, nela permanecendo sem número.

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o Vale lembrar que o policial militar agregado em função de natureza
policial militar concorre na promoção pelos dois critérios, ou seja,
por antiguidade ou merecimento, ao passo que o policial militar
agregado em função de natureza civil concorre a promoção
somente pelo critério de antiguidade.

⚫ O Policial-Militar deve ser agregado quando:


I - For nomeado para cargo Policial-Militar ou considerado de natureza
Policial-Militar, estabelecido em Lei, não previstos nos Quadros de
Organização da Polícia Militar (QO);
o Vale aqui mencionar que as funções de natureza policial militar
estão previstas no Decreto-Lei nº 667/69 e seu regulamento (R-
200), bem como na Lei Estadual nº 5.278/85, que elenca um rol de
funções consideradas de natureza policial militar.
II - Aguardar transferência ex offício para reserva remunerada, por ter sido
enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivaram;
III - For afastado, temporariamente, do serviço ativo por motivo de:
a) - Ter sido julgado, temporariamente, após 01 (um) ano contínuo de
tratamento de saúde própria;
b) - Ter sido julgado incapaz, definitivamente, enquanto tramita o
processo de reforma;
c) - Haver ultrapassado 01 (um) ano contínuo de licença para
tratamento de saúde própria;
d) - Haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para
tratar de interesse particular;
e) - Haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para
tratar de saúde de pessoa da família;
f) - Ter sido considerado oficialmente extraviado;
g) - Haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção
previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade
assegurada;
h) Como desertor, ter-se apresentado voluntariamente ou ter sido
capturado e reincluído a fim de ser processar;
i) - Se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da Justiça
Comum;
j) - Ter sido condenado à pena restritiva da liberdade superior a 06
(seis) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a
execução, excluído o período de sua suspensão condicional ou até ser
declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela
incompatível;
l) - Ter passado à disposição de Secretaria de Estado ou de outro órgão
do Estado, da União, dos Estados ou dos Territórios para exercer
função de natureza civil;
m) - Ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário,
não eletivo inclusive da administração indireta;

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n) - Ter se candidatado a cargo eletivo, deste que conte 05 (cinco) ou
mais anos de efetivo serviço;
o) - Ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função, previsto no Código Penal Militar.

⚫ O Policial Militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e


remuneração, no Órgão de Pessoal da Polícia Militar que lhe for
designado, continuando a figurar no lugar que então ocupava no
Almanaque ou escala Numérica, com abreviatura "Ag" e anotações
esclarecedoras de sua situação.
o Extrai-se do disposto acima que o termo adido1 significa a
vinculação do policial militar à determinado órgão2 da Corporação,
mas sem integrar o efetivo deste. Exemplificando, um policial
militar pertencente ao efetivo do Batalhão “A” ao ser agregado,
ficará vinculado somente ao órgão de pessoal do Batalhão “A” para
fins de anotações em suas folhas de alterações3, podendo, todavia,
o policial militar ser designado para outro, para onde ficará na
condição de adido.

⚫ A agregação se faz por ato do Governador do Estado para oficiais e do


Comandante Geral para os praças.

o O Governador do Estado é a autoridade competente para expedir,


por intermédio de Decreto Governamental o ato de agregação do
policial militar que esteja em alguma das situações previstas no art.
88 da Lei 5.251/85, sob pena de infringir o que determina a lei. Da
mesma forma, compete ao Comandante Geral, por intermédio de
Portaria, agregar as praças que figurem em alguma situação do
artigo mencionado.

1
Encontramos a definição do termo Adido no Decreto nº 2.400/82, especificamente no
item 3 do Art. 6º que estabelece: Adido como se efetivo fosse é a situação especial e
transitória do policial militar que, enquanto aguarda classificação, efetivação, solução de
requerimento de demissão de serviço ativo ou transferência para a reserva, é
movimentado para uma OPM ou nela permanece sem que haja a mesma vaga no seu
grau hierárquico ou qualificação. O Policial Militar, na situação de adido como se efetivo
fosse, é considerado, para todos os efeitos, como se integrante da OPM.
2 Órgão de direção, apoio ou Execução
3 Ficha funcional do policial militar.

17
⚫ A reversão é o ato pelo qual o Policial-Militar agregado retorna aos
respectivo Quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a sua
agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir no respectivo
Almanaque ou Escala Numérica, na primeira vaga que ocorrer.
o A autoridade competente para expedir o ato de agregação é a
mesma que promove o ato de reversão. Assim é próprio do
Governador do Estado, por intermédio de Decreto Governamental,
reverter o Oficial agregado, bem como é próprio do Comandante
Geral, por intermédio de Portaria, reverte a Praça agregada.

XII - DA TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA

⚫ De acordo com o art. 101, passagem do Policial Militar à situação de


inatividade, mediante transferência para a reserva remunerada se efetua:
I - A Pedido;
II - Ex-Offício.

⚫ A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida,


mediante requerimento, ao Policial-Militar que contar no mínimo 30 (trinta)
anos de serviço.
⚫ De acordo com o art. 103, a transferência para a reserva remunerada,
"ex-offício", verificar-se-á nos seguintes casos:
I - Atingir o limite de idade de permanência no serviço ativo;
II - Alcançar o Cel PM/BM 08 (oito) anos de permanência neste posto;
III - Ter sido o tenente Coronel PM/BM constante do Quadro de Acesso,
preterido por 02 (duas) vezes para promoção ao posto de Coronel
PM/BM a partir da data em que completar 30 (trinta) anos de serviço,
desde que na oportunidade sejam promovidos oficiais mais modernos.
IV - Ultrapassar o oficial intermediário 06 (seis) anos de permanência
no posto, quando este for o último da hierarquia de seu Quadro, desde
que conte ou venha a contar 30 (trinta) ou mais anos de serviço;
V - Por oficial considerado não habilitado para o acesso em caráter
definitivo, no momento em que vier a ser objeto de apreciação para o
ingresso em Quadro de Acesso;
VI - Ultrapassar 02 (dois) anos contínuos ou não em licença para tratar
de interesse particular;
VII - Ultrapassar 02 (dois) anos contínuos em licença para tratamento
de saúde de pessoa de sua família;

18
VIII - Ser empossado em cargo público permanente estranho a sua
carreira, cujas funções não sejam de magistério;
IX - Ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento contínuos ou não,
agregado em virtude de ter passado a exercer cargo ou emprego
público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
X - Ser diplomado em cargo eletivo, na forma do inciso II do Parágrafo
único do artigo 54.

XIII – DA CONVOCAÇÃO

⚫ O Estatuto da PMPA estabelece dois tipos de convocação do policial


militar:
I – Convocação em que o militar retorna para o serviço ativo,
prevista no art. 105;
II – Convocação em que o militar continua na reserva remunerada,
prevista no art. 105-A.
Ressalta-se que ambas as convocações o policial militar
necessita estar na reserva remunerada, são em regra mediante aceitação
voluntária e realizadas por ato do Governador do Estado.
• Na Convocação do art. 105 o policial militar retorna para o
serviço ativo com a finalidade de:
▪ compor Conselho de Justificação;
▪ ser encarregado de Inquérito Policial Militar;
▪ ser incumbido de outros procedimentos administrativos, na
falta de oficial da ativa em situação hierárquica compatível
com a do oficial envolvido;
▪ realizar tarefas, por prazo certo, hipótese essa que também
permitirá a convocação de praças da reserva remunerada;
• Em síntese, a convocação do art. 105 estabelece que:
▪ O policial militar convocado nos termos deste artigo terá os
direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica,
exceto quanto à promoção que não concorrerá, e contará
como acréscimo esse tempo de serviço.
▪ Vale ressaltar que na convocação do art. 105 não há direito
de percepção de valores, permanecendo a remuneração

19
que o militar percebe na inatividade, dado o seu direito
adquirido.
▪ A convocação será por prazo certo, podendo ser renovada
até a idade limite para permanência no serviço ativo, bem
como ser dispensado ao término do prazo ou mesmo antes,
a pedido ou ex-officio a qualquer tempo ou por incapacidade
para o exercício da função, julgada pela Junta de Saúde.
▪ O policial militar da reserva remunerada convocado nos
termos deste artigo não sofrerá alteração de sua situação
jurídica e terá os mesmos direitos e deveres nos mesmos
moldes do serviço ativo, exceto, como dito anteriormente à
promoção.
• Na Convocação do art. 105-A, o policial militar continua na
reserva remunerada e é convocado para exercer atividades
em:
▪ assessoria militar e guarda nas sedes e órgãos dos poderes
da União, do Estado e dos Municípios. (inserido pela lei n°
8.974, de 13 de janeiro de 2020)
▪ assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas
do Estado;
▪ assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas
dos Municípios;
▪ assessoria militar e guarda na sede do Ministério Público;
▪ guarda e serviços referentes à atividade meio na Secretaria
de Estado de Segurança Púbica e na PMPA;
▪ guarda nos estabelecimentos penais;
▪ condução de veículos do Sistema de Segurança Pública,
em atividades meio.
• Em síntese, a convocação do art. 105-A estabelece que:
▪ É condição para a convocação tratada neste artigo que o
policial militar: I - tenha passado para a reserva
remunerada, no mínimo, no comportamento “bom”;

20
II - tenha, no momento da convocação, as seguintes idades
limites:
a) para oficiais superiores: 58 anos;
b) para capitães e oficiais subalternos: 58 anos;
c) para praças: 56 anos.
III - seja considerado apto em inspeção de saúde pela Junta
Médica da Corporação;
IV - seja considerado apto em teste de aptidão física;
V - obtenha o parecer favorável do Comandante-Geral.
▪ O Policial Militar convocado nos termos deste artigo não
sofrerá alteração em sua situação jurídico-funcional e,
durante a designação, fará jus a(o):
I - auxílio mensal, de natureza jurídica indenizatória,
correspondente a dois soldos de seus respectivos postos
ou graduações;
II – auxílio fardamento, pago uma vez por ano;
III - armamento e equipamentos, quando for o caso;
IV - auxílio-alimentação;
V - diárias e transporte;
VI - férias remuneradas;
VII - 13º salário;
VIII - pensão especial.
▪ A convocação será por prazo certo, em período que não
exceda a dois anos, podendo ser renovada uma única vez
por igual período.
▪ A convocação sujeita o Policial Militar:
I - ao cumprimento das normas disciplinares em vigor na
Corporação;
II - às normas administrativas e de serviço em vigor nos
órgãos onde tiverem atuação.
▪ O Policial Militar convocado poderá ser dispensado:
I - a pedido;
II - ex ofício:

21
a) por conclusão do prazo de convocação;
b) por interesse ou conveniência da Administração;
c) por ter obtido dispensa de saúde por mais de sessenta
dias, contínuos ou não, no período de um ano;
d) por ter sido julgado incapaz para o desempenho da
designação, em inspeção realizada por junta médica,
anualmente ou extraordinariamente.
▪ O Decreto nº 892, de 11 de novembro de 2013, regulamenta
o art. 105-A da Lei Estadual nº 5.251, de 31 de julho de
1985, dispondo sobre a convocação de Policiais Militares
da reserva remunerada da Polícia Militar do Estado do Pará.

XIV - DA REFORMA

De acordo com o art. 106, a passagem do Policial Militar à situação


de inatividade, mediante reforma, será sempre "ex-offício" e ser-lhe-á aplicada
desde que:
I - Atinja limites de idade de permanência na reserva remunerada:
a) Para oficiais superiores: 64 anos;
b) Para Capitães e oficiais subalternos: 62 anos; (modificado pela lei nº
8.407/16)
c) Para Subtenentes, 1º Sargento e 2º Sargento: 64 anos; (introduzido
pela lei nº 8.407/16)
d) Para 3º Sargento, Cabo e Soldado: 62 anos; (introduzido pela lei nº
8.407/16)
II - Seja julgado incapaz definitivamente para o serviço da Polícia
Militar;
III - Esteja agregado há mais de 02 (dois) anos, por ter sido julgado
incapaz, temporariamente, mediante homologação da Junta Policial
Militar Superior de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia
curável;
IV - Seja condenado à pena de reforma prevista no Código Penal
Militar, por sentença transitada em julgado;
V - Sendo oficial, a tiver determinada pelo Tribunal de Justiça do
Estado, em julgamento por ele efetuado, em consequência de
Conselho de Justificação a que foi submetido;
VI - Sendo Aspirante a Oficial PM/BM ou praça com estabilidade
assegurada, for para tal indicado, ao Comandante Geral da Polícia
Militar, em julgamento do Conselho de Disciplina.

22
XV – DA READAPTAÇÃO

⚫ O instituto da readaptação foi incluído no Estatuto Policial Militar neste


ano de 2020, por meio da Lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020, que
incluiu os §§ 2º ao 5º no art. 106, conforme redação abaixo:

⚫ Mediante requerimento, é facultada ao policial militar que incorra em


situação de reforma por incapacidade física definitiva para atividadefim a
permanência no serviço ativo, com emprego na atividade-meio, no
mesmo posto ou graduação, hipótese em que será readaptado, na forma
estabelecida em Decreto. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de
2020).

⚫ O policial militar deverá ser readaptado em função compatível com a sua


capacidade física, desde que seja julgado apto, por Junta Policial Militar
de Saúde, para o exercício da nova função, atendida a conveniência do
serviço. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020).

⚫ O readaptado poderá ser reavaliado a qualquer tempo pela Junta Policial


Militar de Saúde, por solicitação do Diretor de Pessoal ou por
manifestação fundamentada do Comandante, Chefe ou Diretor do policial
militar. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020).

⚫ Não sendo possível a manutenção da readaptação, o policial militar


será reformado, a qualquer tempo, por meio de avaliação da Junta
Policial Militar de Saúde. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de
2020)

⚫ O policial militar, uma vez readaptado, ficará sujeito à reforma, caso


incorra em situação de inatividade, prevista nos incisos I, IV, V e VI deste
artigo. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020).

23
⚫ Os policiais militares reformados por incapacidade física definitiva para
atividade-fim, no período de até 1 (um) ano anterior à data de publicação
desta Lei, poderão requerer a readaptação. (inserido pela lei n° 8.974, de
13 de janeiro de 2020).

XVI – DA INCAPACIDADE DEFINITIVA

⚫ Nos termos do art. 108, a incapacidade definitiva pode sobrevir em


consequência de:
I - Ferimento recebido em operações Policiais Militares ou manutenção
da ordem pública;
II - Enfermidade contraída em operações Policiais-Militares ou na
manutenção da ordem pública, ou enfermidade cuja causa eficiente
decorra de uma dessas situações;
III - Acidente em serviço;
IV - Doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz, com
relação de causa e efeito às condições inerentes ao serviço;
V - Tuberculose ativa, neoplastia malígna, cegueira, lepra, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson,
pênfigo, espodiloartrose, anquilosante, nefropatia grave, alienação
mental e outras moléstias que a lei indicar com base nas conclusões
da medicina especializada;
VI - Acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de
causa e efeito com o serviço.

⚫ Os casos que tratam os incisos I, II, III e IV deste artigo, serão, provados
por Atestado de Origem, Inquérito Sanitário de Origem ou ficha de
evacuação, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeleta de
tratamento nas enfermarias e hospitais e os registros de baixa utilizados
como meios subsidiários para esclarecer a situação. Prescreve em 01
(um) e 120 (cento e vinte) dias respectivamente, o direito de participar o
acidente ou requerer a instauração de Inquérito Sanitário de Origem
(ISO).
⚫ O Policiais Militares julgados incapazes por um dos motivos constantes
do item V deste artigo somente poderão ser reformados após a
homologação, por Junta Policial Militar Superior de Saúde, da inspeção
de saúde que conclui pela incapacidade definitiva, obedecida a
regulamentação específica ou peculiar.

24
⚫ Ressalta-se que, o Policial Militar da ativa julgado incapaz definitivamente
por um dos motivos constantes do inciso VI do artigo 108, será reformado:
a) - Com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se oficial
ou praça com estabilidade assegurada;
b) - Com remuneração calculada com base no soldo integral do
posto ou graduação desde que, com qualquer tempo de serviço,
seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e
permanentemente para qualquer trabalho.
⚫ Vale lembrar que estudamos na Unidade II, de acordo com o inciso II do
art. 24-A do Decreto-Lei nº 667/69, a remuneração do militar reformado
por invalidez decorrente do exercício da função ou em razão dela é
integral, calculada com base na remuneração do posto ou da graduação
que possuir por ocasião da transferência para a inatividade
remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)

XVII - REVERSÃO DA INCAPACIDADE DEFINITIVA

⚫ Nossa legislação só prevê a possibilidade de reversão por incapacidade


definitiva ao militar incapaz por motivo físico (art. 111), não possuindo
previsão para a incapacidade por motivo de alienação mental (art. 112),
dada a especificidade da atividade policial militar.
Art. 111 - O Policial-Militar reformado por incapacidade física
definitiva e que ainda não atingiu a limite de idade estabelecido pelo
artigo 103, inciso I, será submetido anualmente à inspeção de saúde
para fins de avaliação de seu estado clínico. Quando julgado apto,
será revertido ao serviço ativo e empregado na atividade meio.
Art. 112 - O Policial Militar reformado por alienação mental, enquanto
não ocorrer a designação judicial do curador, terá remuneração paga
aos seus beneficiários, desde que estes, o tenham sob sua guarda e
responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.

XVIII - DO TEMPO DE SERVIÇO

⚫ De acordo com o art. 130, os Policiais Militares começam a contar tempo


de serviço na Polícia Militar a partir da data de sua inclusão, matrícula em

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órgãos de formação de Policial Militar ou nomeação para posto ou
graduação na Polícia Militar.
⚫ Considera-se como data de inclusão, para fins deste artigo, a do ato de
inclusão em uma Organização Policial Militar; a de:
I - matrícula em qualquer órgão de formação de oficiais ou de praças; ou
II - de apresentação para o serviço, em caso de nomeação (casos dos
oficiais dos quadros de saúde, complementar e capelão).

⚫ O Policial Militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data


de sua reinclusão.

⚫ Na apuração de tempo de serviço do Policial-Militar, será feita a distinção


entre:
I - Tempo de efetivo serviço;
II - Anos de serviço.
⚫ Tempo efetivo de serviço é o espaço de tempo computado dia-a-dia entre
a data de inclusão e a data limite estabelecida para contagem ou a data
do desligamento em consequência da exclusão do serviço ativo, mesmo
que tal espaço de tempo seja parcelado.
⚫ Será computado tempo de efetivo serviço:
I - O tempo de serviço prestado nas Forças Armadas ou em outras
Polícias Militares, e
II - O tempo passado dia-a-dia, nas Organizações Policiais - Militares,
pelo Policial-Militar da reserva da Corporação, convocado para o
exercício de funções Policiais-Militares.

⚫ "Anos de Serviço" é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço


a que se referem o artigo 133 e seus parágrafos, com os seguintes
acréscimos:
I - Tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, prestados
pelo Policial-Militar, anteriormente à sua inclusão, matrícula, nomeação
ou reinclusão na Polícia Militar;
II - Tempo de serviço de atividade privada na forma da legislação
específica.
III - 01 (um) ano para cada 05 (cinco) anos de tempo de efetivo serviço
prestado pelo oficial do Quadro de Saúde que possuir curso
universitário, até que este acréscimo complete o total de anos de
duração normal correspondente ao referido curso, sem superposição a
qualquer tempo de serviço Policial-Militar, público ou de atividade

26
privada, eventualmente prestado durante realização deste mesmo
curso.
IV - Tempo relativo a cada licença especial não gozada, contando em
dobro;
V - Tempo relativo a férias não gozadas, contado em dobro.

⚫ Conforme já tratado nesta disciplina, o tempo ficto na PMPA não é mais


computado a partir da Lei Complementar nº 039/02.

⚫ Não é computável para efeito algum, o tempo:


I - Que ultrapassar de 01 (um) ano, contínuo ou não em licença para
tratamento de saúde de pessoa da família;
II - Passado em licença para tratar de interesse particular;
III - Passado como desertor; IV - Decorrido em cumprimento de pena
de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função por
sentença transitada em julgado;
V - Decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por
sentença transitada em julgado, desde que não tenha sido concedida
suspensão condicional da pena, quando, então, o tempo que exceder
ao período da pena será computado para todos os efeitos, caso as
condições estipuladas na sentença não o impeçam.

⚫ Nos termos do art. 134, o tempo em que o policial militar da ativa passou
ou vier a passar afastado do exercício de suas funções, em consequência
de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço na manutenção
da ordem pública e em operações policiais-militares, ou de moléstia
adquirida no exercício de qualquer função Policial Militar, será computado
como se ele o tivesse passado no exercício efetivo daquelas funções.
⚫ O cômputo do tempo previsto no caput do art. 134 se encerra no momento
da transferência do policial militar para a reforma ou reserva remunerada.
(inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
⚫ O disposto acima, significa dizer que o policial militar na situação de
reserva ou reforma não computa tempo, somente voltando a computar
nas hipóteses de reversão ou convocação nos termos do art. 105 (a
convocação do art. 105-A também não computa como tempo de serviço.

Obs.: Encerramos aqui nosso estudo do estatuto, ficando abertas perguntas


acerca de dúvidas no fórum, inclusive acerca de artigos não abordados nessa
síntese de estudo.

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