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LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

Profª Drª Ingrid Cavalcanti Feitosa


Disciplina: Legislação e Direito Ambiental
Legislação Ambiental e Atividade Econômica
Constituição Federal.
Art 225 §3º: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano

“O mais recente instrumento da política ambiental do país, a Lei n.º 9.605 de 12/02/98,
chamada de Lei de Crimes Ambientais, reúne uma série de inovações, entre as
quais, cabe destacar, a definição da responsabilidade penal da pessoa
jurídica e a possibilidade de incriminação da pessoa física, autora
ou co-autora da infração ambiental”.
Lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais

todo e
Crime é uma violação ao direito. Assim, será um crime ambiental
qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que
compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio
cultural.

Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção


(penalização), que é regulado por lei. O ambiente é protegido pela Lei
n.º 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), que
determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas
e atividades lesivas ao meio ambiente.
Lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais

Tornar crime uma conduta

 Incorpora o conceito de cultura e meio ambiente associado –


tipifica ações e condutas lesivas ao meio ambiente construído,
cominando-lhes penas cabíveis.

 Regulamentação da previsão de aplicação de pena a pessoa


jurídica.
Lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais
Condenado pode ser pessoa física ou jurídica.

• PESSOA FÍSICA: Fixa a quantidade de pena, fixa regime inicial do cumprimento


de pena e verifica a possibilidade de suspensão da pena de prisão.

• PESSOA JURÍDICA: Fixa a quantidade de pena, porque pessoa jurídica não


sofre pena de prisão.
O STJ entende que pessoa jurídica pode ser denunciada
por crime ambiental, desde que seja denunciada
juntamente com a pessoa física ou com as pessoas
físicas responsáveis pela decisão ou execução do crime.
Responsabilidade da pessoa jurídica
 Art 3º: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Já que a empresa, por si


 § único: Não se exclui a responsabilidade das pessoas físicas.
mesma, não comete crimes

 Desconsideração da personalidade jurídica.

é uma prática no direito civil e no direito do consumidor de, em certos


casos, desconsiderar a separação patrimonial existente entre o capital de
uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de
determinadas obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de
forma indevida, ou quando este for obstáculo ao ressarcimento de dano
causado ao consumidor.
Dispositivos Legais

3 tipos de dispositivos legais a disposição da sociedade, que


permitem a interferência nas atividades de empreendimentos
causadores de danos ao meio ambiente:

 AÇÃO CIVIL PÚBLICA


 AÇÃO POPULAR

 MANDADO DE SEGURANÇA
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Dispositivos Legais
AÇÃO CIVIL PÚBLICA (Lei nº 7.347/85)

É uma ação de responsabilidade por danos ao meio ambiente, instituída pela Lei nº
7.347/85, que criou um instrumento processual permitindo que as pessoas (mesmo
aquelas que não sofreram um dano ambiental direto), possam propor uma Ação Civil
Pública, ou seja, possam ingressar em juízo contra terceiros (causadores do dano
ambiental). Podem mover uma Ação Civil Pública o Ministério Público, a União, Estados,
Municípios, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou
associações legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos 1 ano, que
apresentam em suas finalidades a proteção ao meio ambiente.
EXEMPLO
EXEMPLO
Dispositivos Legais
AÇÃO POPULAR Lei nº 4.717/65

Regulamentada pela Lei nº 4.717/65, que estabelece que qualquer cidadão


(eleitor) pode ser parte legítima em uma ação judicial para conseguir a
invalidação de atos administrativos lesivos ao meio ambiente.

O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a


produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal,
dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese,
assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores .
Dispositivos Legais
MANDADO DE SEGURANÇA Lei nº1.533/51

Regulamentado pela Lei nº1.533/51, que permite que pessoas físicas ou


jurídicas, ou entidades com capacidade processual, entrem com ações para
proteger o direito individual ou coletivo.

Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e
do ônus da sucumbência.
LEI 6.938/1981
PÁG. 292

Dispõe sobre a Política Nacional do Meio


Responsabilidade Civil Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação
e aplicação, e dá outras providências.

 Risco Integral ----- Princípio Poluidor Pagador (Pois elas já têm proveito
em relação da atividade potencialmente poluidora).
 Teoria do Risco Criado (qualquer atividade é geradora de Risco);
 Há solidariedade.

Ex: Quando um proprietário adquire o empreendimento, a terra,


atividade, etc, ele assume o ônus (os danos causados).
HAVERÁ OBRIGAÇÃO DE REPARAR O
DANO, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA
LEI 6.514/2008
PÁG. 60 – R. Admin.

Dispõe sobre as infrações e


sanções administrativas impostas
ao meio ambiente

Responsabilidade Administrativa

 Não há solidariedade: novo proprietário e o dano ambiental praticado pelo


antigo não devem se confundir.

 Não tem o risco integral


LEI 9.605/1998
PÁG. 57 – R. Admin.

Dispõe sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de condutas
lesivas ao meio ambiente e dá outras
Responsabilidade Penal providências.

 Refere-se à responsabilidade pelos atos ou condutas lesivas ao meio ambiente, pois


quem, de qualquer forma, contribui para a prática dos crimes definidos,
também responderá pelo crime na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, o
administrador, o membro do conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outros,
deixa de impedir sua prática, quando podia agir para evitá-la.
LEI 9.605/1998 PÁG. 58 – R. Admin.

Capítulo V (dos crimes contra o


meio ambiente), seção III, Artigo 54.

 Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou


possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

PENA --- RECLUSÃO DE UM A QUATRO ANOS E MULTA


LEI 9.605/1998
Capítulo V (dos crimes contra o
meio ambiente), seção III, Artigo 54.

 § 1º Se o crime é culposo:
sem intenção de produzir o resultado ilícito,
porém, previsível, que poderia ser evitado.
Imprudência ou Negligência.

Pena - DETENÇÃO, DE SEIS MESES A UM ANO, E MULTA.


LEI 9.605/1998
Capítulo V (dos crimes contra o
meio ambiente), seção III, Artigo 54.
 § 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea,
dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da
população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento
público de água de uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou
detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena - RECLUSÃO, DE UM A CINCO ANOS.


LEI 9.605/1998
Capítulo V (dos crimes contra o
meio ambiente), seção III, Artigo 54.

 § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior


quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade
competente, medidas de precaução em caso de risco de dano
ambiental grave ou irreversível.

Pena - RECLUSÃO, DE UM A CINCO ANOS.


Quem são os sujeitos ativos e passivos no dano ambiental?
Quem são os sujeitos ativos e passivos no dano ambiental?

 Exemplos de Sujeito Ativo

Crimes contra a administração ambiental nos art.66 e 67,


que se referem a figura do funcionário público.

Exemplo: Conceder licença para determinada atividade em


desacordo com as normas ...
Quem são os sujeitos ativos e passivos no dano ambiental?

 Exemplos de Sujeito Passivo

 Nada impede que haja dois ou mais sujeitos passivos;


 Coletividade - indiretamente

Exemplo 1: Pichação de um edifício da Prefeitura de uma cidade.


Dois serão ofendidos: a comunidade e o Estado;

Exemplo 2: O agente ingressa em um Parque Florestal e explora as


árvores. Sujeitos Passivos: Coletividade e Estado.
LEI 9.605/1998
O QUE TINHA EM COMUM TODOS OS ARTIGOS?

TODOS FALAM SOBRE O GRANDE NÚMERO DE


BRECHAS EXISTENTES NA LEI 9.605/1998

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