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JURISPRUDÊNCIA

DIREITO AMBIENTAL

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

TESES

RE 835558 - Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter transnacional que
envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes exóticas ou protegidas por compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SÚMULAS

Súmula 467 – STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão
da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

Súmula 613 – STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental.

Súmula 618 – STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.

Súmula 629 – STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à
de não fazer cumulada com a de indenizar.

TESES

EDIÇÃO N. 30: DIREITO AMBIENTAL

1) Admite-se a condenação simultânea e cumulativa das obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar na
reparação integral do meio ambiente.

2) É vedado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA impor
sanções administrativas sem expressa previsão legal.

3) Não há direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente, não existindo permissão ao proprietário
ou posseiro para a continuidade de práticas vedadas pelo legislador.

4) O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a quem supostamente


promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância lançada ao meio ambiente
não lhe é potencialmente lesiva.

5) É defeso ao IBAMA impor penalidade decorrente de ato tipificado como crime ou contravenção, cabendo
ao Poder Judiciário referida medida.

6) O emprego de fogo em práticas agropastoris ou florestais depende necessariamente de autorização do


Poder Público.

7) Os responsáveis pela degradação ambiental são co-obrigados solidários, formando-se, em regra, nas
ações civis públicas ou coletivas litisconsórcio facultativo.

RECURSO ESPECIAL Nº 1.358.112 - SC (2012/0262333-9)

No plano jurídico, o dano ambiental é marcado pela responsabilidade civil objetiva e solidária, que dá
ensejo, no âmbito processual, a litisconsórcio facultativo entre os vários degradadores, diretos ou
indiretos. Segundo a jurisprudência do STJ, no envilecimento do meio ambiente, a 'responsabilidade
(objetiva) é solidária' , tratando-se de hipótese de 'litisconsórcio facultativo', pois, mesmo havendo
'múltiplos agentes poluidores, não existe obrigatoriedade na formação do litisconsórcio', abrindo-se ao
autor a possibilidade de 'demandar de qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo.

'quando presente a responsabilidade solidária, podem os litisconsortes ser acionados em litisconsórcio


facultativo (CPC, art. 46, I); não se trata, pois, de litisconsórcio necessário (CPC, art. 47), de forma que
não se exige que o autor da ação civil pública acione a todos os responsáveis, ainda que o pudesse fazer'.

“A responsabilidade por danos ambientais é solidária entre o poluidor direto e o indireto, o que permite
que a ação seja ajuizada contra qualquer um deles, sendo facultativo o litisconsórcio.”

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8) Em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de
cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento
do dano causado.

9) A obrigação de recuperar a degradação ambiental é do titular da propriedade do imóvel, mesmo que não
tenha contribuído para a deflagração do dano, tendo em conta sua natureza propter rem .

10) A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o
nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo
descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade
civil para afastar sua obrigação de indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973)

11) Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da


Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula n. 467/STJ)(Tese
julgada sob o rito do art. 543-C/1973)

EDIÇÃO N. 25: PROCESSO COLETIVO – III

2) É possível a inversão do ônus da prova da ação civil pública em matéria ambiental a partir da
interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei n. 7.347/1985.

EDIÇÃO N. 61: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

6) Há responsabilidade civil do Estado nas hipóteses em que a omissão de seu dever de fiscalizar for
determinante para a concretização ou o agravamento de danos ambientais.

EDIÇÃO N. 82: PODER DE POLÍCIA

3) Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração


Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula n. 467/STJ) (Tese julgada sob
o rito do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 324)

4) A prerrogativa de fiscalizar as atividades nocivas ao meio ambiente concede ao Instituto Brasileiro do


Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer
seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado dentro de área cuja competência para o
licenciamento seja do município ou do estado.

5) Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, o IBAMA
pode exercer o seu poder de polícia administrativa, já que não se confunde a competência para licenciar
com a competência para fiscalizar.

EDIÇÃO N. 119: RESPONSABILIDADE POR DANO AMBIENTAL

1) A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo
de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a
invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para
afastar sua obrigação de indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 681 e 707,
letra a)

2) Causa inequívoco dano ecológico quem desmata, ocupa, explora ou impede a regeneração de Área de
Preservação Permanente - APP, fazendo emergir a obrigação propter rem de restaurar plenamente e de
indenizar o meio ambiente degradado e terceiros afetados, sob o regime de responsabilidade civil objetiva.

3) O reconhecimento da responsabilidade objetiva por dano ambiental não dispensa a demonstração do


nexo de causalidade entre a conduta e o resultado.

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4) A alegação de culpa exclusiva de terceiro pelo acidente em causa, como excludente de responsabilidade,
deve ser afastada, ante a incidência da teoria do risco integral e da responsabilidade objetiva ínsita ao dano
ambiental (art. 225, § 3º, da CF e do art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81), responsabilizando o degradador em
decorrência do princípio do poluidor-pagador. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA
438)

5) É imprescritível a pretensão reparatória de danos ao meio ambiente.

✓ RESP – 1641167 – 2018: Em sua dimensão coletiva, a jurisprudência desta Corte superior entende
que a pretensão de reparação do dano ambiental não é atingida pela prescrição, em função da
essencialidade do meio ambiente.

6) O termo inicial da incidência dos juros moratórios é a data do evento danoso nas hipóteses de reparação
de danos morais e materiais decorrentes de acidente ambiental.

7) A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental. (Súmula n. 618/STJ)

8) Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. (Súmula n.
613/STJ)

9) Não há direito adquirido à manutenção de situação que gere prejuízo ao meio ambiente.

10) O pescador profissional é parte legítima para postular indenização por dano ambiental que acarretou a
redução da pesca na área atingida, podendo utilizar-se do registro profissional, ainda que concedido
posteriormente ao sinistro, e de outros meios de prova que sejam suficientes ao convencimento do juiz
acerca do exercício dessa atividade.

11) É devida a indenização por dano moral patente o sofrimento intenso do pescador profissional artesanal,
causado pela privação das condições de trabalho, em consequência do dano ambiental. (Tese julgada sob o
rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 439)

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA SUBJETIVA

A responsabilidade administrativa ambiental é de natureza subjetiva A aplicação de penalidades


administrativas não obedece à lógica da responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos
causados), mas deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida
pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e com demonstração do nexo
causal entre a conduta e o dano. Assim, a responsabilidade CIVIL ambiental é objetiva; porém, tratando-
se de responsabilidade administrativa ambiental, a responsabilidade é SUBJETIVA.

STJ. 1ª Seção. EREsp 1318051/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 08/05/2019 (Info 650).

Responsabilidade civil Responsabilidade administrativa Responsabilidade penal


ambiental ambiental ambiental
OBJETIVA SUBJETIVA SUBJETIVA

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IBAMA. FISCALIZAÇÃO. OMISSÃO. ORGÃO ESTADUAL.

O nosso pacto federativo atribuiu competência aos entes da Federação para a proteção do meio ambiente,
o que se dá mediante o poder de polícia administrativa (art. 78 do CTN).

Esse poder envolve vários aspectos, entre eles, o poder de permitir o desempenho de certa atividade (desde
que acorde com as determinações normativas) e de sancionar as condutas contrárias à norma.

Anote-se que a contrariedade à norma pode ser anterior ou superveniente à outorga da licença,
portanto a aplicação da sanção não está necessariamente vinculada àquele ato administrativo.

Isso posto, não há que se confundir a competência do Ibama de licenciar (caput do art. 10 da Lei n.
6.938/1981) com sua competência para fiscalizar (§ 3º do mesmo artigo).

Assim, diante da omissão do órgão estadual de fiscalização, mesmo que outorgante da licença
ambiental, o Ibama pode exercer seu poder de polícia administrativa, quanto mais se a atividade
desenvolvida pode causar dano ambiental em bem da União. Precedente citado: REsp 588.022-SC, DJ

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