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DIREITO PROCESSUAL ELEITORAL
1 – Aspectos Gerais:
- Lei 9504/97:
º
- Art. 16, § 2 : Os processos de registro de candidaturas terão prioridade sobre quaisquer outros, devendo
o
a Justiça Eleitoral adotar as providências necessárias para o cumprimento do prazo previsto no § 1 , inclusive com
a realização de sessões extraordinárias e a convocação dos juízes suplentes pelos Tribunais, sem prejuízo da
eventual aplicação do disposto no art. 97 e de representação ao Conselho Nacional de Justiça.
- Art. 58-A. Os pedidos de direito de resposta e as representações por propaganda eleitoral irregular em rádio,
televisão e internet tramitarão preferencialmente em relação aos demais processos em curso na Justiça Eleitoral.
- Art. 94. Os feitos eleitorais, no período entre o registro das candidaturas até cinco dias após a realização
do segundo turno das eleições, terão prioridade para a participação do Ministério Público e dos Juízes de
todas as Justiças e instâncias, ressalvados os processos de habeas corpus e mandado de segurança.
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§ 1º É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer prazo desta Lei, em razão do
exercício das funções regulares.
§ 2º O descumprimento do disposto neste artigo constitui crime de responsabilidade e será objeto de anotação
funcional para efeito de promoção na carreira
o
- Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5 da Constituição Federal, considera-se duração razoável do
processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua
o
apresentação à Justiça Eleitoral. § 1 A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em
todas as instâncias da Justiça Eleitoral.
- Código Eleitoral:
Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.
o
§ 1 A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, telegrama, ou,
em casos especiais, a critério do presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão. (Redação dada pela Lei nº
13.165, de 2015)
o
§ 2 O recurso ordinário interposto contra decisão proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional Eleitoral que
resulte em cassação de registro, afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será recebido pelo Tribunal
competente com efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
o
§ 3 O Tribunal dará preferência ao recurso sobre quaisquer outros processos, ressalvados os de habeas
corpus e de mandado de segurança.
Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a
o
que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1 poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade
sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente re-
querida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. (Incluído pela Lei Complementar nº 135,
de 2010)
o
§ 1 Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção
dos de mandado de segurança e de habeas corpus. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
o
§ 2 Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput,
serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. (Incluído pela Lei Com-
plementar nº 135, de 2010)
o
§ 3 A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso,
acarretará a revogação do efeito suspensivo. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
B) Imparcialidade:
- Constituição Federal: vedação aos membros da Magistratura e do Ministério Público de se dedicarem ou exer-
cerem atividade político-partidária (art. 128,p.5).
- Código Eleitoral:
- Art. 14, § 3º. Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do
processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos tribunais eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o
parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
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- Lei das Eleições:
- Art. 95. Ao Juiz Eleitoral que seja parte em ações judiciais que envolvam determinado candidato é defeso exercer
suas funções em processo eleitoral no qual o mesmo candidato seja interessado.
JÁ CAIU!
CESPE - TRE-MT - Analista Judiciário - Judiciária
Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Assi-
nale a opção em que a assertiva esteja correta, de acordo com o entendimento do TSE.
Situação hipotética: No dia seguinte à conclusão ao juiz eleitoral, foi entregue e publicada em cartório a sentença
que indeferia o pedido de registro de um candidato. Assertiva: Nessa situação, o prazo legal para interposição de
recurso ordinário perante o TRE será contado a partir da publicação da sentença em cartório.
JÁ CAIU!
CESPE - TJ-PB - Juiz Substituto
Acerca da ação de impugnação de mandato eletivo, assinale a opção correta conforme entendimento pacificado do
TSE.
A) A reprovação das contas de campanha de um candidato a cargo majoritário implica a sua cassação, cabendo ao
MPE propor, dentro do prazo legal, a ação de impugnação de mandato eleitoral.
B) É incabível agravo contra decisões interlocutórias em uma ação de impugnação de mandato eletivo, pois não há
previsão desse recurso no Código Eleitoral. Contudo, será cabível a impetração de mandado de segurança caso a
parte prejudicada queira revisão da decisão judicial pelo TRE.
C) O provimento judicial na ação de impugnação de mandato eletivo lastreia-se em fatos e provas robustas, fato
que impossibilita a aplicação, pelo juízo eleitoral, do instituto do julgamento antecipado da lide.
D) Haverá litisconsórcio passivo necessário entre o prefeito e seu vice na ação de impugnação de mandato eletivo,
cabendo ao juiz eleitoral extinguir o processo sem resolução do mérito na hipótese de o vice-prefeito, transcorrido
o prazo para a sua propositura, não estar incluso no polo passivo.
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D) Inércia, Demanda ou Dispositivo (Ne procedat judex ex officio).
* “PODER DE POLÍCIA NAS ELEIÇÕES”
- Código Eleitoral:
Art. 35. Compete aos juízes:
XVII – tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições;
Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição ao poder de polícia quando este deva ser exercido em
benefício da ordem pública.
“A extensão do poder de polícia para além da propaganda eleitoral é uma decorrência lógica do próprio
controle jurisdicional das eleições, consubstanciado em uma multiplicidade de atribuições afetas à Justiça
Eleitoral (atividade administrativa, normativa, consultiva e judicial). Portanto, tendo conhecimento de atos ilícitos
– quaisquer que sejam – a autoridade judicial pode determinar de ofício todas as medidas necessárias para
sustar as irregularidades apontadas.” (ZILIO, Rodrigo López &GONÇALVES, Luiz Carlos dos Santos.
Comentários às Súmulas do TSE. São Paulo: JusPodivm, 2017, p.99).
- Súmula 18/TSE: “Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício,
instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com
a Lei nº 9.504/97.”
- Considerando a premissa acima estabelecida, surge uma pergunta recorrente na prática eleitoral: Pode o
membro do Ministério Público Eleitoral ou o Delegado de Polícia, ao constatar in locu, um ato ilícito fazê-lo
cessar por conta própria, alegando “poder de polícia”?
– “Lei Seca” (Portaria dos Juízes – art. 35, XVII c/c art. 139, CE) e sua inconstitucionalidade manifesta:
- TSE: “Crime de desobediência (Cod. El., art. 347): consumo de duas cervejas no dia do plebiscito de 1993 em
contrariedade a portaria de juiz eleitoral. Principio da reserva legal (const., art. 5, XXXIX): inexistente norma legal,
descabe a tipificação da conduta em portaria administrativa, ainda que a título de prevenir distúrbio público
e assegurar a tranquilidade no dia das eleições. Recurso de habeas corpus provido para trancar a ação penal.
Efeitos estendidos "ex officio" aos demais denunciados.” (CPP, art. 654, § 2). (Recurso em Habeas Corpus nº 233,
Acórdão de, Relator(a) Min. Torquato Lorena Jardim, Publicação: DJ - Diário de justiça, Data 17/06/1994, Página
15759).
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JÁ CAIU!
CESPE - TRE-MT - Analista Judiciário - Judiciária Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipo-
tética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Assinale a opção em que a assertiva esteja correta, de acordo com
o entendimento do TSE.
Situação hipotética: Janine, juíza eleitoral, observou, durante campanha para eleições municipais, o descumpri-
mento da lei das eleições no tocante à veiculação irregular de propaganda eleitoral. Assertiva: Nessa situação, a
medida correta a ser tomada por Janine, devido ao poder de polícia de que está investida, seria instaurar, de ofício,
procedimento para imposição de multa pela veiculação de propaganda eleitoral.
Art. 140. Somente podem permanecer no recinto da mesa receptora os seus membros, os candidatos, um fiscal,
um delegado de cada partido e, durante o tempo necessário à votação, o eleitor.
§ 1º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, a autoridade superior, fará retirar do recinto ou do
edifício quem não guardar a ordem e compostura devidas e estiver praticando qualquer ato atentatório da liberdade
eleitoral.
§ 2º Nenhuma autoridade estranha à mesa poderá intervir, sob pretexto algum, em seu funcionamento, salvo o juiz
eleitoral (vide artigo 305-CE).
Art. 127. Compete ao presidente da mesa receptora, e, em sua falta, a quem o substituir:
II – decidir imediatamente todas as dificuldades ou dúvidas que ocorrerem;
III – manter a ordem, para o que disporá de força pública necessária;
Art. 129. Nas eleições proporcionais os presidentes das mesas receptoras deverão zelar pela preservação das
listas de candidatos afixadas dentro das cabinas indevassáveis tomando imediatas providências para a colocação
de nova lista no caso de inutilização total ou parcial.
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as listas afixadas nas cabinas indevassáveis ou nos edifícios
onde funcionarem mesas receptoras, incorrerá nas penas do art. 297.
E) Congruência ou Correlação.
- Súmula 62 do TSE: Os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, dos quais a parte se
defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor.
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CESPE - TJ-DFT - Juiz A respeito do direito processual eleitoral, das ações eleitorais e dos respectivos recursos,
assinale a opção correta.
O tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e da
prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas
que preservem o interesse público de lisura eleitoral.
*CUIDADO: ADI 1082/DF: PROCESSO – ELEITORAL – ARTIGO 23 DA LEI COMPLEMENTAR No 64/90 – JUIZ
– ATUAÇÃO. Surgem constitucionais as previsões, contidas nos artigos 7o, parágrafo único, e 23 da Lei
Complementar no 64/90, sobre a atuação do juiz no que é autorizado a formar convicção atendendo a fatos e
circunstâncias constantes do processo, ainda que não arguidos pelas partes, e a considerar fatos públicos e
notórios, indícios e presunções, mesmo que não indicados ou alegados pelos envolvidos no conflito de interesses.
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G) Publicidade.
- CF/88:
- Art. 14, § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
H – Instrumentalidade do Processo.
- Código Eleitoral:
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se
de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela
aproveitar.
* Ac.-TSE, de 8.11.2016, no AgR-REspe nº 126692: nulidade processual deve ser suscitada na primeira oportuni-
dade que couber ao interessado se manifestar nos autos, sob pena de preclusão.
* TSE: “2. O Ministério Público Eleitoral, por incumbir-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da Constituição Federal), possui legitimidade para assumir a
titularidade da representação fundada no art. 41-A da Lei no 9.504/97 no caso de abandono da causa pelo autor. 3.
O Parquet assume a titularidade da representação para garantir que o interesse público na apuração de irregulari-
dades no processo eleitoral não fique submetido a eventual colusão ou ajuste entre os litigantes. Assim, a manifes-
tação da parte representada torna-se irrelevante diante da prevalência do interesse público sobre o interesse parti-
cular.” (Recurso Especial Eleitoral no 35740).
* CUIDADO: “Em que pese a viabilidade da assunção do Ministério Público ao polo ativo de demandas elei-
torais; na espécie, o TRE assevera que não houve propriamente a desistência da ação, uma vez que os atos
praticados pela parte autora, desprovida de capacidade postulatória, são totalmente nulos. 5. Não há como se
admitir a sucessão processual pelo Parquet Eleitoral em processo absolutamente nulo desde a sua origem.”
(Recurso Especial Eleitoral no 1983, Acórdão de 17/09/2015, Relator(a) Min. LUCIANA CHRISTINA GUIMARÃES
LÓSSIO).
J – Gratuidade.
- Resolução TSE 23.478/2016:
Art. 4. Os feitos eleitorais são gratuitos, não incidindo custas, preparos ou honorários (Lei 9265/96).
* CUIDADO: Ac.-TSE, de 30.5.2017, no AgR-AI nº 7570: possibilidade de honorários advocatícios em processo de
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública; Ac.-TSE, de 7.2.2017, no AgR-AI nº 38665: cabimento de
honorários sucumbenciais em exceção de pré-executividade na execução fiscal.
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K – Autocomposição, Conciliação e Mediação.
- Código de Processo Civil:
º, o
Art. 3 § 2 O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
o
§ 3 A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por
juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
X
- Resolução TSE 23.478/16:
Art. 6. Não se aplicam aos feitos eleitorais as regras relativas à conciliação ou mediação previstas nos artigos 165
e seguintes do Novo Código de Processo Civil.
“(...) Apesar disso, afigura-se inadequada a absoluta vedação da autocomposição nos domínios eleitorais, como
parece pretender o citado artigo 6 da Resolução TSE n.23.478/2016. Há situações que reclamarão o emprego de
técnicas de autocomposição, ainda que extrajudiciais.” (GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. GEN, 14 ed. 2018,
p.724).
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça
Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias
e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder
de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de
partido político, obedecido o seguinte rito.
- Lei 9504/97:
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu
descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se:
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias
da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas
em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos. (Redação dada pela Lei nº
12.034, de 2009)
o
§ 1 Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar
o
n 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.
CUIDADO: “O art. 30-A da Lei 9.504/97 não confere legitimidade ativa ad causam a candidatos para a propositura
da ação, ficando restrita a partidos e coligações. Precedentes.” (TSE, Recurso Ordinário nº 122086, Acórdão, Rela-
tor(a) Min. Luciana Lóssio, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 061, Data 27/03/2018, Página 2/7).
*OBS.1: Como regra geral, o Eleitor/Cidadão não possui legitimidade para as ações eleitorais cíveis, nem
mesmo para a ação popular, já que a Justiça Eleitoral não julga esse tipo de ação (TSE).
A EXCEÇÃO fica por conta da Súmula 53 do TSE, segundo a qual “o filiado a partido político, ainda que não seja
candidato, possui legitimidade e interesse para impugnar pedido de registro de coligação partidária da qual é inte-
grante, em razão de eventuais irregularidades havidas em convenção.”
* “Candidatos, partidos políticos ou coligações partidárias não possuem legitimidade para impugnar a formação de
aliança adversária, ante a ausência de interesse próprio, salvo em caso de fraude com impacto na lisura do pleito.
Precedentes.” (TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 23212, Acórdão, Relator(a) Min. Rosa Weber, Publicação: DJE
- Diário de justiça eletrônico, Data 09/05/2017).
* OBS.2: No caso da ação por doação acima do limite (artigo 23, da Lei 9504/97), a legitimidade ativa é exclu-
siva do Ministério Público Eleitoral.
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Nesse sentido, CUIDADO com a Súmula 46 do TSE, que diz ser “ilícita a prova colhida por meio da quebra do
sigilo fiscal sem prévia e fundamentada autorização judicial, podendo o Ministério Público Eleitoral acessar direta-
mente apenas a relação dos doadores que excederam os limites legais, para os fins da representação cabível, em
que poderá requerer, judicialmente e de forma individualizada, o acesso aos dados relativos aos rendimentos do
doador.”
OBS.3: A atuação isolada dos partidos políticos coligados é regida pela Lei das Eleições.
o o
Art. 6 , § 4 O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral
quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da convenção e o
termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos.
A interpretação do TSE sobre esse dispositivo é de que essa limitação só vale até o DIA DA ELEIÇÃO: “Após
a realização do pleito, o partido político coligado tem legitimidade para, isoladamente, propor representações que
envolvam a cassação de diplomas e/ou a imposição de inelegibilidade. Precedentes.” (Recurso Especial Eleitoral
nº 958, Acórdão, Relator(a) Min. Luciana Lóssio, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 229, Data
02/12/2016, Página 45/46).
- Código Eleitoral:
Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo no caso das condenações criminais, obedecerão às
seguintes normas:
IV – a cobrança judicial da dívida será feita por ação executiva, na forma prevista para a cobrança da dívida ativa
da Fazenda Pública, correndo a ação perante os juízos eleitorais.
* CUIDADO:
• Cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional o ajuizamento da execução fiscal eleitoral (Consulta nº 11675,
Acórdão, Relator(a) Min. Maria Thereza de Assis Moura, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 45,
Data 07/03/2016).
• No caso das condenações criminais, deve-se observar que o STF, no julgamento da ADI 3150 e de uma
questão de ordem na AP 470 (ocorrido em 13/12/2018), estabeleceu que, em virtude da natureza de sanção
penal – não alterada pela Lei 9.268/96 –, a pena de multa deve ser executada pelo Ministério Público na própria
Vara de Execuções Penais e que apenas se o Ministério Público não adotar as providências para a cobrança no
prazo de noventa dias é que o juiz da Vara de Execuções Penais deve cientificar a Fazenda Pública para que pro-
ceda à cobrança perante a Vara de Execuções Fiscais e com base na Lei 6.830/80.
• Tal decisão deve ensejar a revogação da Súmula 521 do STJ (“a legitimidade para a execução fiscal de multa
pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública”) e a
recente
• Ac.-STJ, de 25.8.1999, no CC nº 22.539 e, de 28.4.1999, no CC nº 23.132: competência da Justiça Eleitoral para
a execução fiscal de multa eleitoral;
• A Súmula 68 do Tribunal Superior Eleitoral diz que “A União é parte legítima para requerer a execução de
astreintes, fixada por descumprimento de ordem judicial no âmbito da Justiça Eleitoral.”
Assim, “candidatos, partidos políticos e coligações não dispõem de legitimidade ativa ad caúsam para iniciar fase
de cumprimento de sentença visando receber multa diária por desobediência à ordem judicial de retirada da
propaganda irregular, sendo parte legitima apenas a União. Precedentes. Astreintes não se destinam a ressarcir
dano de direito material, circunstância que também reforça a ilegitimidade daqueles eventualmente ofendidos.
Agravo regimental desprovido.' (AgR-Respe 152779, Rei. Min. Herman Benjamin, DJe de 25.5.2016).
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2. A revisão da jurisprudência consolidada do Tribunal Superior Eleitoral deve ser prospectiva, não podendo atingir
pleitos passados, por força do princípio da segurança jurídica e da incidência do art. 16 da Constituição Federal.
3. Firma-se o entendimento, a ser aplicado a partir das Eleições de 2016, no sentido da obrigatoriedade do
litisconsórcio passivo nas ações de investigação judicial eleitoral que apontem a prática de abuso do poder
político, as quais devem ser propostas contra os candidatos beneficiados e também contra os agentes pú-
blicos envolvidos nos fatos ou nas omissões a serem apurados.”(Recurso Especial Eleitoral nº 84356, Acór-
dão, Relator(a) Min. João Otávio De Noronha, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Volume , Tomo 170,
Data 02/09/2016).
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CESPE - TJ-PB - Juiz Substituto Humberto foi escolhido para ser candidato à prefeitura de Alfalândia em conven-
ção municipal realizada pelo partido X. Durante o período que transcorreu entre a convenção e o registro da candi-
datura, o jornal Alfanotícias, único meio de comunicação escrita da região, o qual é distribuído gratuitamente e tem
tiragem expressiva, destacou, em suas várias edições, apenas a candidatura a prefeito do partido X, deixando de
mencionar, em suas reportagens, os outros concorrentes à prefeitura. No jornal, foram divulgadas ainda as ideias e
os apoios políticos de lideranças estaduais e nacionais à candidatura de Humberto, e a distribuição do periódico foi
realizada por filiados ao partido X. Indignado com essa situação, Alisson, que não era filiado a qualquer partido,
propôs uma ação de investigação judicial eleitoral contra Humberto e o partido político X, a fim de apurar a utilização
indevida de meio de comunicação local.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta conforme a disciplina legal da ação de investigação
judicial eleitoral e o entendimento pacificado do TSE.
A) Em razão do interesse público e em respeito à garantia constitucional ao cidadão do direito de petição, Alisson
tem legitimidade ad causam para propor a referida ação.
B) O juiz deve julgar o pedido improcedente porque o uso indevido de meio de comunicação antes do período
eleitoral não configura causa de pedido de ação de investigação judicial eleitoral.
C) Caso Humberto demonstre que não praticou pessoalmente os atos imputados e que não orientou ou solicitou ao
jornal a publicação dos fatos abusivos elencados, o juiz eleitoral deverá julgar o pedido da ação improcedente.
D) Alisson tem capacidade postulatória para propor a ação de investigação judicial eleitoral, pois, assim como ocorre
com o habeas corpus, é facultada a propositura dessa espécie de ação por qualquer eleitor sem o patrocínio de
advogado.
E) O partido político X não deve figurar no polo passivo, visto que a ação de investigação judicial eleitoral tem por
fim declarar a inelegibilidade ou cassação do registro de candidato.
* No caso das ações de infidelidade partidária, não há o litisconsórcio passivo necessário do político com o
partido para o qual migrou, ainda que o resultado possa ser a cassação do mandato (exceção à súmula 38 do TSE):
- TSE: LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO - FIDELIDADE PARTIDÁRIA - NOVA LEGENDA. O partido para o qual
migrou o parlamentar não é litisconsorte necessário, presente a ação formalizada tendo em conta a
infidelidade partidária. Inteligência dos artigos 47 e 50 do Código de Processo Civil. (TSE, Representação nº
169852, Acórdão, Relator(a) Min. Luciana Lóssio, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 75, Data
24/04/2014, Página 62).
* No caso da Súmula 40 do TSE, deve-se observar o partido político pode ingressar nos feitos desde que reste
demonstrado o interesse jurídico no desfecho (artigo 119, do CPC).
5 – Competência.
5.1 – Ausência de foro privilegiado para as ações eleitorais específicas, podendo haver fixação de competência
dos Tribunais em decorrência do tipo de ação e eleição.
Exemplos:
- Nas eleições municipais, os juízes eleitorais julgam todas as ações eleitorais típicas (AIRC, AIJE, AIME etc), contra
quem quer seja (vide artigo 22, da LC 64/90), salvo no caso do RCED (que fica a cargo do Tribunal Regional Elei-
toral).
- Nas eleições gerais, a competência variará de acordo com o requerido ou o tipo de ação.
- Se for uma AIJE contra candidato a Governador, Deputado ou Senador, caberá ao TRE, com competência pri-
vativa do Corregedor Eleitoral (vide artigo 22, caput, da LC 64/90);
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- Se for uma AIJE contra candidato a Presidente ou Vice-Presidente da República, caberá ao TSE, com compe-
tência privativa do Corregedor Eleitoral (vide artigo 22, caput, da LC 64/90);
- De acordo com a Súmula 37 do TSE, “compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar
recurso contra expedição de diploma envolvendo eleições federais ou estaduais”, incluindo aí o caso de Presidente
ou Vice-Presidente (vide ADPF 167).
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CESPE - TRE-BA - Analista Judiciário – Área Judiciária Considerando que tenha sido ajuizada ação de impugnação
do registro de candidatura de senador, assinale a opção correta.
6 – Ritos.
- Art. 3, da LC 64/90 (Aplicável à AIRC e AIME);
- Art. 22, da LC 64/90 (Aplicável à AIJE, Condutas Vedadas, 30-A e 41-A da LE);
- Art. 96 da Lei das Eleições
*CUIDADO com o artigo 368-A do Código Eleitoral: A prova testemunhal singular, quando exclusiva, não será aceita
nos processos que possam levar à perda do mandato.
7 – Efeitos.
- A depender do tipo de ação, eles serão variáveis. Porém, a única ação que gera diretamente o efeito da inele-
gibilidade é a AIJE.
- Além disso, deve-se atentar para a interpretação correta do artigo 224, § 3º, do Código Eleitoral:
§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do
mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas
eleições, independentemente do número de votos anulados.
* CUIDADO:
• Decisão de julgamento do STF, de 8.3.2018, na ADI nº 5525, declarou a inconstitucionalidade da expressão
“após o trânsito em julgado” e ratificou o Ac.-TSE, de 28.11.2016, nos ED-REspe nº 13925, que declarou inciden-
talmente a inconstitucionalidade da expressão “após o trânsito em julgado” e fixou a tese sobre cumprimento de
decisão judicial e convocação de novas eleições. Assim, após julgamento no TSE, já pode haver novas eleições.
• No caso do § 4º (A eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas da Justiça Eleitoral e será I – indireta, se
a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final do mandato; II –direta, nos demais casos), o STF
conferiu interpretação conforme a Constituição para afastar do seu âmbito de incidência as situações de
vacância nos cargos de senador, presidente e vice-presidente da República (ADI nº 5525).
• Para Presidente e Vice, aplicam-se as regras do artigo 81 da CF/88.
• Para Governadores e Prefeitos, aplicam-se o artigo 224 do CE.
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- A Súmula 26 do TSE diz que “é inadmissível o recurso que deixa de impugnar especificamente fundamento da
decisão recorrida que é, por si só, suficiente para a manutenção desta.”
- A Súmula 27 do TSE diz que “é inadmissível recurso cuja deficiência de fundamentação impossibilite a compre-
ensão da controvérsia.”
* Ação com “preferred position” (TSE):(Recurso Especial Eleitoral nº 1090, Acórdão, Relator(a) Min. Luiz Fux,
Publicação: DJE, Tomo 126, Data 30/06/2017, Página 99/102).
“1. A ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) ocupa uma preferred position em relação às demais ações
eleitorais, ante a jusfundamentalidade formal e material gravada pelo constituinte de 1988. a) A ação de impugnação
de mandato eletivo, sob o prisma formal, encontra-se positivada no Título II, dedicado aos Direitos e Garantias
Fundamentais, ex vi do art. 14, §§10 e 11, da CRFB, à semelhança dos demais remédios constitucionais (e.g.,
habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular), desenho institucional
que atrai todo o regime jurídico das garantias constitucionais. b) A importância da AIME, examinada pelo viés ma-
terial, salta aos olhos por ser a única ação eleitoral que conta com lastro constitucional para retirar um agente político
investido no mandato pelo batismo das urnas, de ordem a mitigar, em consequência, o cânone da soberania popular.
9.2 – Competência:
De acordo com o artigo 2º, da LC nº 64/90, a competência para o julgamento da AIME é da Justiça Eleitoral, cabendo
aos seguintes Tribunais processar e julgar os respectivos mandatos eletivos:
a) Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas ações propostas contra a diplomação do Presidente ou Vice-Presidente da
República;
b) Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nas ações propostas contra a diplomação de Senador, Deputado Federal,
Deputado Estadual, Deputado Distrital, Governador, Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal. Neste caso,
a competência será do Tribunal Eleitoral competente para o registro do candidato impugnado;
c) Juízes Eleitorais, nas ações propostas contra a diplomação de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. Neste caso, a
competência será do Juiz Eleitoral competente para o registro do candidato impugnado.
* É importante ressaltar que, por se tratar de ação de cunho cível-eleitoral, não se aplicam as regras referentes
ao foro de prerrogativa de função no ajuizamento da AIME, permanecendo as normas de competência previstas
na LC nº 64/90.
9.3 – Legitimidade Ativa: O artigo 3º da LC nº 64/90 dá legitimidade ao Ministério Público, qualquer candidato, os
partidos políticos e as coligações. A legitimidade prevista nesta lei é caracterizada como uma legitimidade concor-
rente e disjuntiva, podendo a ação ser proposta em litisconsórcio ativo ou não.
A – MPE:
- Além de ser legítimo para propor a AIME, nos casos em que não figure como autor da ação, o Ministério Público
deverá sempre atuar como fiscal da ordem jurídica.
- Vale ressaltar ainda que o ajuizamento da ação eleitoral por candidato, partido político ou coligação, não impede
a propositura da ação no mesmo sentido por parte do Ministério Público, conforme disposto no §1º, do artigo 3º, da
LC nº 64/90.
- Convém destacar que, em razão do bem jurídico tutelado nesse tipo de ação, a jurisprudência eleitoral já vem
reconhecendo a possibilidade de assunção do polo ativo por parte do Ministério Público Eleitoral quando houver
pedido de desistência da parte autora. (TRE-PA – MS: 20489 BELÉM – PA, Relator: AMILCAR ROBERTO BE-
ZERRA GUIMARÃES, Data de Julgamento: 09.12.2016, Data de Publicação: DJE – Diário da Justiça Eletrônico,
Tomo 226, Data 15.12.2016, Página 1, 2).
Art. 3º, § 2°, LC 64/90: Não poderá impugnar o registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos
4 (quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-
partidária.
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9.4 – Legitimidade Passiva:
- A AIME deverá ser proposta contra o candidato eleito em decorrência da fraude, corrupção ou abuso de poder
econômico.
- Além do candidato impugnado, a doutrina e a jurisprudência majoritária entendem que também deverão estar no
polo passivo da demanda os suplentes dos candidatos diplomados Senadores, e os vices dos diplomados para os
cargos de Presidente, Governador e Prefeito, formando, assim, um litisconsórcio passivo necessário.
- Vale ressaltar que se ultrapassado o prazo de 15 (quinze) dias a partir da diplomação sem que o vice integre o
polo passivo da demanda ou não tenha havido requerimento para a sua citação, decairá o direito do autor para
propositura da AIME.
- A não inclusão do vice ou suplente no polo passivo da demanda acarretará extinção da ação sem resolução do
mérito, em virtude da ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.
- “Fatos ocorridos em período muito anterior à eleição podem ser apreciados sob ótica de abuso de poder
quando o produto da conduta ilícita – no caso, recursos financeiros obtidos mediante fraude em licitações – vem a
ser posteriormente empregado em campanha, etapa crítica do processo democrático de votação de candidatos.”
(TSE, Ação Cautelar nº 2230, Acórdão, Relator(a) Min. Antônio Herman de Vasconcellos E Benjamin, Publicação:
DJE, Data 03.10.2016).
- Nesse tocante, é importante destacar que não se faz necessária comprovação de que o comportamento
abusivo influenciou o resultado das eleições, embora tal circunstância o caracterize. Esse é o entendimento do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE):
“14. O abuso de poder (i.e, econômico, político, de autoridade e de mídia) reclama, para a sua configuração, uma
análise pelo critério qualitativo, materializado em evidências e indícios concretos de que se procedera ao aviltamento
da vontade livre, autônoma e independente do cidadão-eleitor de escolher seus representantes.
15. O critério quantitativo (i.e, potencialidade para influenciar diretamente no resultado das urnas),
conquanto possa ser condição suficiente, não perfaz condição necessária para a caracterização do abuso
de poder econômico.
16. O fato de as condutas supostamente abusivas ostentarem potencial para influir no resultado do pleito é relevante,
mas não essencial. Há um elemento substantivo de análise que não pode ser negligenciado: o grau de
comprometimento aos bens jurídicos tutelados pela norma eleitoral causado por essas ilicitudes, circunstância
revelada, in concrecto, pela magnitude e pela gravidade dos atos praticados.” (TSE, Recurso Especial Eleitoral nº
42070, Acórdão, Relator(a) Min. Luiz Fux, Publicação: DJE, Tomo 153, Data 08/08/2017, Página 9/11).
- Vê-se, assim, que não há definição legal do que seja abuso de poder econômico, sendo as particularidades
do caso concreto o norte para o julgador. Entretanto, é preciso deixar registrado que o artigo 25, da Lei 9504/97,
diz que “o partido que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de recursos fixadas nesta
Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem prejuízo de responderem
os candidatos beneficiados por abuso do poder econômico.”
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em
dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiro;
II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenientes do Poder Pú-
blico;
III - concessionário ou permissionário de serviço público;
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IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória em virtude de
disposição legal;
V - entidade de utilidade pública;
VI - entidade de classe ou sindical;
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior.
VIII - entidades beneficentes e religiosas;
IX - entidades esportivas;
X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos;
XI - organizações da sociedade civil de interesse público.
o
§ 1 Não se incluem nas vedações de que trata este artigo as cooperativas cujos cooperados não sejam concessi-
onários ou permissionários de serviços públicos, desde que não estejam sendo beneficiadas com recursos públicos,
observado o disposto no art. 81.
o
§ 4 O partido ou candidato que receber recursos provenientes de fontes vedadas ou de origem não identificada
deverá proceder à devolução dos valores recebidos ou, não sendo possível a identificação da fonte, transferi -los
para a conta única do Tesouro Nacional.
- No que tange ao abuso do poder político, a jurisprudência pátria já aceita a possibilidade do ajuizamento da ação
de impugnação do mandato eletivo para combatê-lo, desde que haja um entrelaçamento com o abuso de poder
econômico: “É possível apurar, em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), abuso de poder político
entrelaçado com abuso de poder econômico. Trata-se de hipótese em que agente público, mediante desvio de sua
condição funcional, emprega recursos patrimoniais, privados ou do Erário, de forma a comprometer a legitimidade
das eleições e a paridade de armas entre candidatos. Precedentes.” (Recurso Especial Eleitoral nº 73646, Acórdão,
Relator(a) Min. Antônio Herman de Vasconcellos E Benjamin, Publicação: DJE, Data 13.06.2016).
B – Corrupção: O Código Eleitoral, em seu artigo 299, define o crime de corrupção eleitoral como a conduta de
“dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem,
para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.
- Apesar da tipificação penal mencionada, o conceito de corrupção que enseja o oferecimento da AIME é muito
mais abrangente, pois a corrupção aqui tratada abarca qualquer violação ao sistema jurídico eleitoral, não se
restringindo à corrupção na obtenção de votos.
- Nesse tocante, atos de corrupção que possuem enquadramentos próprios (como as condutas vedadas, captação
ilícita de sufrágio, “caixa 2” etc.) podem dar ensejo também ao ajuizamento de uma AIME, como aponta o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE):
“1. É possível apurar, em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), abuso de poder político entrelaçado
com abuso de poder econômico. Trata-se de hipótese em que agente público, mediante desvio de sua condição
funcional, emprega recursos patrimoniais, privados ou do Erário, de forma a comprometer a legitimidade das
eleições e a paridade de armas entre candidatos. Precedentes.
2. O vocábulo corrupção (art. 14, §10, da CF/88) constitui gênero de abuso de poder político e deve ser entendido
em seu significado coloquial, albergando condutas que atentem contra a normalidade e o equilíbrio do pleito.
Precedentes.” (Recurso Especial Eleitoral nº 73646, Acórdão, Relator(a) Min. Antônio Herman de Vasconcellos E
Benjamin, Publicação: DJE, Data 13.06.2016).
C – Fraude: O Tribunal Superior Eleitoral, no julgamento do Recurso Especial Eleitoral nº 36.643/PI, definiu a fraude
que enseja o ajuizamento da ação de impugnação de mandato eletivo como “o ardil, manobra ou ato praticado de
má-fé pelo candidato, de modo a lesar ou a ludibriar o eleitorado, viciando potencialmente a eleição”.
- De acordo com o entendimento da Corte Superior, a fraude aqui tratada não deverá ser analisada apenas no que
tange à violação da lei, mas sim em seu sentido amplo, englobando toda e qualquer conduta fraudulenta que
influencie na normalidade das eleições e na legitimidade do mandato eletivo.
- Nesse sentido, o TSE já entendeu que a violação ao percentual da candidatura exigido no art. 10, §3º, da Lei nº
9.504/97, que se refere à necessidade do preenchimento de vagas em 70% e 30% para cada gênero, ensejará
fraude passível de impugnação via ação de impugnação de mandato eletivo.
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9.6 – Rito Processual: A ação de impugnação de mandato eletivo tem previsão na Constituição Federal de 1988.
Desde a sua entrada em vigor, não houve a edição de nenhuma norma regulamentando o rito processual cabível
para a sua tramitação, ficando a cargo da doutrina e da jurisprudência estabelecerem qual procedimento jurídico
melhor se adequaria a sua finalidade.
- Desta forma, diante da omissão legislativa, a Corte do TSE estabeleceu que o rito processual cabível para as
ações de impugnação de mandato eletivo deverá ser o previsto no art. 3º e seguintes da Lei Complementar nº
64/1990, sendo aplicado de forma subsidiária o Código de Processo Civil.
- De acordo com a Constituição Federal, a AIME deverá tramitar em segredo de justiça (art. 14, §11º da CF/88).
Contudo, apesar da previsão constitucional, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já possui entendimento pacificado
no sentido de que apenas o trâmite da AIME deve ser realizado em segredo de justiça, permanecendo público o
seu julgamento. (Processo Administrativo nº 18961, Resolução normativa de, Relator(a) Min. Ellen Gracie Northfleet,
Publicação: DJ – Diário de justiça, Volume 1, Data 07.02.2003, Página 133).
- A violação ao sigilo da AIME só acarretará a nulidade do procedimento quando ficar demonstrada a existência do
prejuízo processual. Esse é o entendimento adotado pelo TSE:
“A mera divulgação da propositura de ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) e da sua peça inicial em sites
de notícias na internet, por si só, não acarreta nulidade processual se não houver demonstração de prejuízo. Ofensa
inexistente ao art. 14, §11, da Constituição Federal. Precedente: RO nº 32/RJ, Rel. Min. Nilson Naves, DJ de
22.5.1998.” (Recurso Especial Eleitoral nº 872384929, Acórdão, Relator(a) Min. Aldir Guimarães Passarinho Junior,
Publicação: RJTSE – Revista de jurisprudência do TSE, Volume 23, Tomo 1, Data 24.03.2011, Página 162).
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Ilmar Galvão, DJ de 1º.9.1995 RO nº 401/ES, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 1º.9.2000, RP nº 628/DF, Rel. Min.
Sálvio de Figueiredo, DJ de 17.12.2002). O mesmo argumento é utilizado nas ações de investigação fundadas
no art. 41-A da Lei 9.504/97, em que também assentou-se que o interesse de agir persiste até a data da diplomação
(REspe 25.269/SP, Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 20.11.2006). (RECURSO ORDINÁRIO nº 1453, Acórdão, Rela-
tor(a) Min. Felix Fischer, Publicação: RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 21, Tomo 2, Data
25/02/2010, Página 158).
C – Utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social: “Uso indevido dos meios de comunica-
ção social caracteriza-se por se expor desproporcionalmente um candidato em detrimento dos demais, oca-
sionando desequilíbrio na disputa eleitoral.” (TSE, Recurso Ordinário nº 317093).
• CUIDADO: A IMPRENSA PODE ASSUMIR POSIÇÃO A FAVOR DE DETERMINADA CANDIDATURA!
- TSE: “Na linha da jurisprudência desta Casa, a imprensa escrita pode assumir posição favorável em relação
a determinado candidato, cabendo à Justiça Eleitoral apurar, no caso concreto, a ocorrência de eventuais exces-
sos ou abusos com aptidão para interferir na normalidade e na legitimidade das eleições. Precedentes.
3. O entendimento deste Tribunal Superior também é no sentido de que a conduta abusiva que a legislação eleitoral
busca coibir, no tocante às mídias impressas, diz expressão e à informação, tais como: (1) tiragem expressiva com
destaque exclusivo a determinado candidato, ausente espaço para os demais concorrentes; (ii) divulgação reite-
rada de notícias sabidamente inverídicas com o fim de desgastar a imagem de adversário político, inclusive com
falseamento da verdade; (iii) uso de recursos públicos ou privados para custear as propagandas; (iv) veiculação de-
mensagens difamatórias, caluniosas ou injuriosas; e (v) comprovado vínculo entre o meio de comunicação e o can-
didato. Precedentes.” (Recurso Especial Eleitoral nº 58687, Acórdão, Relator(a) Min. Rosa Weber, Publicação: DJE
- Diário de justiça eletrônico, Tomo 159, Data 10/08/2018, Página 90-91)
- TSE: “Uso indevido dos meios de comunicação social caracteriza-se por se expor desproporcionalmente um
candidato em detrimento dos demais, ocasionando desequilíbrio na disputa eleitoral. Precedentes.
2. A mídia impressa pode posicionar-se favoravelmente a determinada candidatura sem que isso caracterize de per
si uso indevido dos meios de comunicação social, devendo ser punidos pela Justiça Eleitoral os eventuais excessos.
Precedentes.
3. A imparcialidade que se impõe às emissoras de rádio e televisão, por serem objeto de outorga
do poder público, não significa ausência de opinião ou de crítica jornalística, mas sim impedimento de que
assumam uma postura que caracterize propaganda eleitoral em favor de candidato. Precedentes.
4. A Corte Regional assentou ser fato notório a guerra midiática ocorrida em torno das Eleições 2014 para o
cargo degovernador do Estado do Pará, em que os meios de comunicação impressos ligados às Organizações
Rômulo Maiorana (ORM), notadamente o jornal O Liberal, assumiram posição favorável a Simão Jatene, enquanto
os alusivos ao Grupo Rede Brasil Amazônia (RBA), em especial o Diário do Pará, pertencente à família de Helder
Barbalho, fizeram o contraponto.” (Recurso Ordinário nº 317093, Acórdão, Relator(a) Min. Jorge Mussi, Publicação:
DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 97, Data 17/05/2018, Página 24-25).
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nidade a que pertence, é inegável que declarações públicas de apoio ou predileção a determinada candidatura es-
tão resguardadas pela liberdade de manifestação assegurada constitucionalmente. Além disso, tendem os indiví-
duos a um alinhamento natural a candidatos oriundos da fé professada.
14. A utilização do discurso religioso como elemento propulsor de candidaturas, infundindo a orientação
política adotada por líderes religiosos - personagens centrais carismáticos que exercem fascinação e impri-
mem confiança em seus seguidores -, a tutelar a escolha política dos fiéis, induzindo o voto não somente
pela consciência pública, mas, primordialmente, pelo temor reverencial, não se coaduna com a própria lai-
cidade que informa o Estado Brasileiro.
15. Diante desse cenário é que se torna imperioso perscrutar em que extensão cidadãos são compelidos a apoiar
determinadas candidaturas a partir da estipulação de líderes religiosos - os quais, por vezes, vinculam essa escolha
à própria vontade soberana de Deus -, em cerceio à liberdade de escolha do eleitor, de modo a interferir, em larga
escala, na isonomia entre os candidatos no pleito, enfraquecendo o processo democrático.
16. A reiterada conclamação aos fiéis durante as celebrações religiosas, por seus líderes, para que suportem
determinada campanha, cientes do seu poder de influência sobre a tomada de decisões de seus
seguidores, é conduta que merece detido exame pela Justiça Eleitoral, considerada a nobre missão de que
investida, pela Carta Magna, quanto ao resguardo da legitimidade do pleito.
17. A modificação do prisma histórico-social em que se concretiza a aplicação da norma torna imperiosa
uma releitura do conceito de "autoridade", à luz da Carta Magna e da teleologia subjacente à investigação
judicial eleitoral, a revelar de todo inadequada interpretação da expressão que afaste do alcance da norma
situações fáticas caracterizadoras de abuso de poder em seus mais diversos matizes - as quais manifestam
idênticas e nefastas consequências -, sabido que a alteração semântica dos preceitos normativos deve, tanto quanto
possível, acompanhar a dinâmica da vida.
18. Porque insofismável o poder de influência e persuasão dos membros de comunidades religiosas - sejam
eles sacerdotes, diáconos, pastores, padres etc -, a extrapolação dessa ascendência sobre os fiéis deve ser
enquadrada como abuso de autoridade - tipificado nos termos do art. 22, XII, da LC n? 64/1990, que veio a
regulamentar o art. 14, § 9º, da CF - e ser sancionada como tal.
19. Nessa quadra, revelam-se passíveis, a princípio, de configuração do abuso de autoridade - considerada a
liderança exercida e a possibilidade de interpretação ampla do conceito - os atos emanados de expoentes religiosos
que subtraiam, do âmbito de incidência da norma, situações atentatórias aos bens jurídicos tutelados, a saber, a
normalidade e a legitimidade das eleições e a liberdade de voto (art. 19 da LC nº 64/1990). (Recurso Ordinário nº
537003, Acórdão, Relator(a) Min. Rosa Weber, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 27/09/2018).
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa,
as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número
de lugares a preencher, salvo:
I - nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder
a doze, nas quais cada partido ou coligação poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual
ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das respectivas vagas;
II - nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá registrar candidatos no total de até
200% (duzentos por cento) do número de lugares a preencher. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
o
§ 1 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
o
§ 2 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
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o
§ 3 Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o
mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
§ 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou
superior.
o
§ 5 No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos
previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até
trinta dias antes do pleito.
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econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a re-
messa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação
penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar;
11.2 – Natureza Jurídica controversa e Competência: É ação autônoma de impugnação do diploma processada
e julgada pela instância superior.
* CUIDADO:
A – Súmula 37 do TSE: Compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar recurso contra
expedição de diploma envolvendo eleições federais ou estaduais.
B - Decisão de julgamento do STF, de 7.3.2018, na ADPF nº 167 (acórdão pendente de publicação): “O Tribunal
Superior Eleitoral é o órgão competente para julgar os recursos contra expedição de diploma nas eleições
presidenciais e gerais (federais e estaduais)”; competência do TSE para julgar RCED: Ac.-TSE, de 28.5.2009,
no RCED nº 703 (diploma expedido em favor de senador, deputado federal e seus suplentes, governador e vice-
governador).
11.4 – Prazo.
- Ac.-TSE, de 3.2.2011, no AgR-AI nº 11450: o prazo para propositura do RCED tem natureza decadencial, mas
a superveniência do recesso forense autoriza a prorrogação de seu termo final para o primeiro dia útil subsequente.
- Ação com prazo de recurso?
11.5 – Cabimento.
A – Inelegibilidade Constitucional: sem preclusão;
Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fede-
ral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.
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B – Inelegibilidade Superveniente.
Súmula 47 do TSE: A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de
diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, super-
veniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.
C – Condições de Elegibilidade.
• CUIDADO: Art. 11, § 10, da Lei 9504/97: As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem
ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas
ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.
• Súmula 43 do TSE: As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato,
nos termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de
elegibilidade.
Art. 14, 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
12 – Ação Rescisória.
12.2 – Cabimento.
– Só cabe ação rescisória perante o TSE e contra as suas decisões que analisem o mérito da causa referente
à inelegibilidade (seja constitucional ou legal). Não cabe para condições de elegibilidade.
Nesse sentido, a Súmula 33 do TSE: Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral
que versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade.
AÇÃO RESCISÓRIA - OBJETO. A ação rescisória deve estar direcionada ao afastamento da inelegibilidade do
candidato, não sendo meio próprio para alcançar-se participação de Coligação na distribuição das cadeiras.
(Ação Rescisória nº 139941, Acórdão, Relator(a) Min. Marco Aurélio, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico,
Tomo 218, Data 14/11/2013, Página 38-39).
TSE: AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO QUE NEGOU SEGUIMENTO A RECURSO ESPECIAL POR
INTEMPESTIVO. NÃO-APRECIAÇÃO DO MÉRITO. A ação rescisória somente é cabível contra decisão de
mérito, sendo inviável, portanto, contra decisão que se limita a negar seguimento a recurso especial intempestivo.
(Ação Rescisória nº 127, Acórdão de , Relator(a) Min. Ellen Gracie, Publicação: DJ - Diário de justiça, Volume 1,
Data 28/09/2001, Página 167)
C – É importante registrar que a doutrina majoritária defende o cabimento da rescisória nas hipóteses do artigo 966
do CPC, o que, como visto, é rechaçado pela jurisprudência do TSE.
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e da isonomia, os registros relativos a um mesmo pleito, quando em situação similar, devem receber o mesmo
tratamento jurisdicional. 2.Tratando-se de inelegibilidade, a mudança de jurisprudência ocorrida no mesmo
pleito autoriza a abertura da via rescisória a fim de que seja conferido tratamento isonômico aos
jurisdicionados. 3.As especificidades do processo eleitoral e a relevância dos valores constitucionais nele
envolvidos, como a soberania popular e o direito à elegibilidade, recomendam o afastamento do óbice para permitir
o reenfrentamento da matéria. (TSE, Ação Rescisória nº 192707, Acórdão, Relator(a) Min. Luciana Lóssio,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 31/08/2017).
QUESTÕES
A) deve ser julgada improcedente, pois a oferta de emprego não pode ser considerada abuso de poder econômico,
já que o pagamento eventualmente efetuado será uma contraprestação do trabalho, e, para caracterizar o abuso de
poder econômico, é necessário que o valor ofertado esteja nas contas a serem prestadas pelo candidato.
B) deve ser julgada improcedente, pois embora tenha sido comprovada a oferta de empregos em troca de votos,
como a empresa pertence a Antônio, terceiro estranho ao pleito, que não é candidato, não se caracteriza abuso de
poder econômico.
C) pode ser julgada procedente, com a sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizar nos 8 (oito) anos
subsequentes à eleição em que se verificaram os fatos, não havendo, todavia, cassação dos diplomas de José e
Maria, se já estiverem no exercício do mandato.
D) deve ser extinta sem resolução de mérito, pois o candidato que foi eleito em segundo lugar não possui
legitimidade para propor essa ação, que pode ser proposta somente por partido político, coligação, ou pelo Ministério
Público Eleitoral.
E) deve ser julgada procedente, pois restou comprovada a promessa de emprego em troca de voto, o que
caracteriza abuso de poder econômico na eleição municipal, com a consequente cassação do diploma do Prefeito
José e da Vice-Prefeita Maria.
A) A competência para seu julgamento é do juiz eleitoral nas eleições de governador, vice-governador, prefeito e
vice-prefeito.
B) O Tribunal não declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato
se julgada procedente a ação após a proclamação dos eleitos.
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C) Para a configuração do ato abusivo, será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição,
além da gravidade das circunstâncias que o caracterizam.
D) Deduzida de forma temerária ou de manifesta má-fé não implica em crime eleitoral, razão por que seu
ajuizamento não prescinde de prova pré-constituída.
E) Julgada procedente em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, tornam inelegíveis os
sujeitos passivos para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados.
A) pelo Ministério Público, por partido político, coligação, candidato ou pré-candidato nas hipóteses de abuso do
poder, captação ilícita de sufrágio ou ocorrência de alguma das condutas vedadas aos agentes públicos e uso da
máquina administrativa.
B) exclusivamente pelo cidadão no gozo dos direitos políticos, nas hipóteses de falta de condição de elegibilidade,
incidência de inelegibilidades ou descumprimento de formalidade legal no registro de candidatura.
C) exclusivamente pelo candidato eleito e diplomado nas hipóteses de inelegibilidade ou incompatibilidade de
candidato.
D) exclusivamente pelo candidato eleito na hipótese de erro de direito ou de fato na determinação do quociente
eleitoral e classificação de candidato.
E) pelo Ministério Público, por partido político, coligação ou candidato nas hipóteses de abuso do poder econômico,
corrupção e fraude eleitoral.
I. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 15 dias contados da proclamação
dos resultados eleitorais.
II. A ação de impugnação de mandato é exercível por qualquer cidadão e se submete ao princípio da mais completa
publicidade.
III. É vedada a cassação de direitos políticos, enquanto que a perda ou suspensão de direitos políticos decorrem de
várias causas.
IV. Os casos de inelegibilidade previstos na Carta Republicana constituem numerus clausus.
V. A vida pregressa do candidato pode ser considerada para fins de inelegibilidade.
VI. A impugnação do mandato eletivo não prescinde de provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
A) I, II e III.
B) II, III e IV.
C) I, IV e V.
D) III, IV e VI.
E) III, V e VI.
A) recurso em todas as hipóteses, haja vista a intenção do legislador em atribuir tal natureza independentemente
do órgão da Justiça Eleitoral perante o qual é interposto.
B) recurso, quando interposto perante os Tribunais Regionais Eleitorais ou o Tribunal Superior Eleitoral, nas
eleições submetidas às respectivas competências, porque, nesses casos, adota-se critério “orgânico”, segundo o
qual basta haver a denominação “tribunal” para o ato possuir natureza recursal. Nas eleições municipais, tem
natureza de ação constitutiva negativa do ato de diplomação, porque não se aplica o referido critério “orgânico”.
C) recurso, quando interposto perante os Tribunais Regionais Eleitorais ou o Tribunal Superior Eleitoral, nas
eleições submetidas às respectivas competências, porque, nesses casos, haverá efetivo duplo grau de jurisdição.
Nas eleições municipais, tem natureza de ação constitutiva negativa do ato de diplomação, não caracterizado o
duplo grau de jurisdição.
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D) ação constitutiva negativa do ato de diplomação, levando-se em conta a natureza administrativa do ato da
diplomação.
A) são inelegíveis os que forem condenados, em decisão transitada em julgado pela Justiça Eleitoral, por corrupção
eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por
conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma,
pelo prazo de seis anos a contar da eleição
B) o Corregedor Regional Eleitoral é o competente para apreciar as ações de investigação judicial eleitoral por
abuso do poder econômico ou político, em detrimento da liberdade do voto, tanto nas eleições municipais como nas
gerais.
C) o recurso impetrado contra decisões terminativas de ação de investigação judicial eleitoral será recebido nos
efeitos suspensivo e devolutivo pelo juízo de origem.
D) para caracterização da captação ilícita de sufrágio é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a
evidência do dolo consistente no especial fim de agir.
A) pode ser proposta exclusivamente pelo Ministério Público, no prazo de quinze dias após a publicação do edital
contendo os pedidos de registro.
B) pode ser proposta pelo Ministério Público, por qualquer candidato ou cidadão no gozo dos direitos políticos e por
partido político ou coligação, no prazo de dez dias após a publicação do edital contendo os pedidos de registro ou
da abertura de vista para o Ministério Público.
C) pode ser proposta por qualquer candidato, partido político ou coligação, no prazo de três dias após a publicação
do edital contendo os pedidos de registro ou da abertura de vista para o Ministério Público.
D) pode ser proposta por qualquer cidadão no gozo dos direitos políticos, no prazo de sete dias após a publicação
do edital contendo os pedidos de registro.
E) pode ser proposta pelo Ministério Público, por qualquer candidato, partido político ou coligação, no prazo de
cinco dias após a publicação do edital contendo os pedidos de registro.
A) implementar o programa social que, de acordo com o caput do artigo 73 da Lei Federal n° 9.504/97 (Lei das
Eleições), não caracteriza conduta vedada porque não tem o condão de afetar a igualdade de oportunidades entre
candidatos no pleito eleitoral de 2018.
B) implementar o programa social no ano de 2018 de forma indireta, isto é, por meio de convênios a serem
formalizados com municípios, vez que esses entes federados se encontram fora da circunscrição do pleito eleitoral
de 2018.
C) notificar previamente o Ministério Público a fim de promover o acompanhamento da execução financeira e
administrativa do programa social a ser implementado no prazo de até 3 (três) meses antes da realização do pleito
eleitoral.
D) observar a vedação de distribuição gratuita de bens e benefícios nos três meses que antecedem o pleito eleitoral
e implementar o programa social até o mês de julho de 2018, abstendo-se de fazer propaganda ou divulgação do
benefício.
E) observar a proibição de distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios no ano em que se realizar eleição
porque, na hipótese, o programa social, embora autorizado em lei, não se encontrava em execução orçamentária
no exercício anterior.
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9. (VUNESP - Prefeitura de Bauru - SP - Procurador Jurídico)
Dentre as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais, estabelecidas pela Lei Federal
no 9.504/97, encontra-se:
A) a utilização gratuita de prédios públicos para a realização das convenções para a escolha dos candidatos.
B) o uso da residência oficial, pelo Chefe do Poder Executivo, candidato à reeleição, para a realização de bate-
papo virtual sobre programa governamental.
C) a revisão geral da remuneração de servidores públicos municipais, acima da inflação, em ano de eleições
federais e estaduais.
D) a participação de servidor público no processo eleitoral, trabalhando, mesmo que gratuitamente e fora de horário
de expediente, para candidato de sua preferência.
E) a realização, no primeiro semestre do ano de eleição, de despesas com publicidade dos órgãos públicos que
excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecederam o pleito.
O Prefeito de Várzea Paulista candidatou-se à reeleição no ano de 2016 e, no mês de setembro, praticou as
seguintes condutas: compareceu à inauguração de uma nova Unidade Básica de Saúde, construída por sua
gestão; nomeou médicos aprovados em concurso público homologado em maio de 2016; autorizou
publicidade institucional de programa municipal de combate à dengue; e fez revisão geral da remuneração
dos servidores públicos.
Considerando as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais, previstas na Lei Federal
n° 9.504/97,
A) o comparecimento à inauguração da Unidade Básica de Saúde não está vedado, desde que não haja a
contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos para o evento de inauguração.
B) a nomeação de médicos aprovados em concurso público não pode ser realizada, pois nomear, contratar ou de
qualquer forma admitir servidores, é vedado, em qualquer hipótese, nos três meses que antecedem o pleito e até a
data da posse dos eleitos.
C) a revisão geral da remuneração dos servidores públicos não pode ser realizada, ainda que se destine apenas à
recomposição da perda de seu poder aquisitivo no ano da eleição.
D) todas as condutas praticadas pelo Prefeito Municipal são vedadas pela referida lei, estando ele sujeito a multa
no valor de 5 (cinco) a 100 (cem) mil UFIRs, mas não ficando sujeito à cassação do registro ou do diploma.
E) a autorização de publicidade institucional de programa municipal de combate à dengue, se comprovado que se
tratava de caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral, não constitui
conduta vedada.
A) É proibida, nos três meses que antecedem o pleito e até a posse dos eleitos, a nomeação ou contratação
necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, ainda que com prévia e
expressa autorização do Chefe do Poder Executivo.
B) É proibido, a todos os agentes públicos das esferas administrativas, nos três meses que antecedem o pleito,
fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da
Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo.
C) A sanção de multa prevista para a violação das condutas vedadas em campanhas eleitorais, duplicada a cada
reincidência, somente se aplica aos agentes públicos por elas responsáveis e aos candidatos que delas se
beneficiarem, não recaindo sobre os partidos e coligações.
D) É proibido realizar, nos três meses que antecedem o pleito, despesas com publicidade dos órgãos públicos
federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da Administração indireta, que excedam a média
dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito.
E) Apura-se a prática das condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais por meio de
representação, ajuizada até a data da diplomação, cujo procedimento observará o rito previsto no artigo 22 da Lei
Complementar no 64/90.
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