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Extinção do crédito

tributário
Extinção - Modalidades
Art. 156, I a XI, CTN

 pagamento;
 compensação;
 transação;
 remissão;
 prescrição e decadência;
 conversão do depósito em renda;
 pagamento antecipado e a homologação do lançamento;
 consignação em pagamento;
 decisão administrativa irreformável;
 decisão judicial passada em julgado,
 dação em pagamento em bens imóveis
Pagamento
Art. 156, I, CTN

 Sentido restrito – cumprimento específico da prestação tributária


que é objeto da obrigação principal;

 Art. 158, CTN – o pagamento de crédito não importa na presunção


de pagamento:

A – Não há presunção JURIS TANTUM de pagamento das parcelas


anteriores;

B – Devedor precisa provar que pagou as prestações anteriores.


Restituição de tributos
Arts.165 a 168, CTN

 Natureza compulsória da prestação tributária;

 Tributo que não tenha respaldo na lei;

 Pagar-se mais do que devia;

Obs: independe de prévio protesto


Repetição do indébito
Art. 165, CTN

 I - Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou


maior que o devido...
. Indevido – falta de amparo legal – erro de direito
. Maior que o devido – interpretação da situação do FG – erro de fato

 II – Refere-se à identificação do sujeito passivo, à determinação da


alíquota aplicável...
. Erro de fato

 III – Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão


condenatória
Repetição do indébito
Observações

 I e II – contribuinte pagou sem determinação


administrativa ou judicial

 III – Pagamento de tributo em decorrência da decisão


Restituição de tributo indireto
Art. 166, CTN

 Repercussão
- Jurídica – construídos juridicamente para repercutirem –
contribuinte de fato
- Econômica – somente repercute economicamente –
contribuinte econômico
 Histórico:
- Súmula 71, STF – “embora pago indevidamente, não
cabe restituição do tributo indireto”
- Art 166, CTN –
- Súmula 546, STF
Restituição de tributo indireto
Art. 166, CTN

 Cabimento da restituição do indébito ao contribuinte de


fato.

Precedentes:
- Energia elétrica (ICMS) – RSTJ/68/22

- - STJ Resp 197.345/SP


QUESTÃO 2 (2011)
 Caso Concreto 2, adaptado da OAB/RJ-40º Exame de Ordem:
 Determinado município cobrou judicialmente de Aldo o valor
referente a IPTU não pago na época devida. Para evitar mais
aborrecimentos, Aldo pagou a quantia requerida. Entretanto,
passados dois meses, seu vizinho, Rui, na mesma situação de atraso
que ele, informou que, na época, procurara profissional da
advocacia, que descobriu que a dívida estava prescrita; por isso, Rui
nada pagou. Considerando essa situação hipotética, responda, de
forma fundamentada, às seguintes indagações:
 Aldo tem direito à restituição total do tributo pago voluntariamente?
 Que procedimento Aldo deve adotar para requerer a restituição do
tributo pago?
Questão 2012
 Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através do extinto DAC
(Departamento de Aviação Civil) tabelou os preços das passagens aéreas
que as empresas cobrariam dos passageiros, e na composição daquele
preço o ICMS não foi incluído. Não obstante, os Estados cobravam das Cias
aéreas uma vultosa quantia a título de ICMS. Posteriormente, aquele ICMS
veio a ser considerado inconstitucional, sendo possível, em tese, o pedido
de restituição. Imediatamente a CIA AÉREA VOE BEM ─ tempestivamente ─
pleiteou a restituição, via ação de repetição de indébito,em dobro, do ICMS
indevidamente recolhido. A Fazenda Estadual, no entanto, contestou o
pedido alegando, em preliminar, a ilegitimidade da CIA AÉREA, por
descumprimento do art. 166 do CTN, uma vez que o ICMS é imposto
indireto, no qual ocorre a transferência do encargo financeiro, bem como
ocorreu a prescrição. No mérito, sustenta a impossibilidade de devolução
do valor pago em dobro.
 Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e aborde, com
fundamento na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são
procedentes ou improcedentes as alegações apresentadas.
Restituição de tributo indireto
Prazos – Arts. 168 e 169, CTN

 Incisos I e II, do Art. 165 – da data da extinção do


crédito
- Prazo decadencial – 5 anos
- 10 anos (5+5) – lançamento por homologação

Obs: LC 118/05
- Indébitos ocorridos a partir de 8/06/05 – 5 anos

- Indébitos ocorridos antes da vigência da lei –


submetem-se ao prazo de 10 anos, não podendo,
contudo, seu saldo extrapolar os 5 anos contados da
vigência da lei
Restituição de tributo indireto
Prazos – Arts. 168 e 169, CTN

 Inciso III, Art. 16, CTN – da data em que se tornar


definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado
a decisão judicial que tenha reformado, anulado,
revogado ou rescindido a decisão condenatória

- Prazo prescricional – 2 anos


- Obs: intimação válida = citação
Compensação
Art. 156, II, CTN
 Lei específica autorizativa – Art. 170, CTN
 Vedação de aproveitamento de tributo em contestação – Art. 170-A,
CTN
cabível a compensação através de medida liminar, desde que, o
crédito em questão tenha se originado com base em lei declarada
inconstitucional pelo STF em decisão ERGA OMNES ou, em função
de Resolução do Senado, pautada em decisão do STF reconhecendo
inconstitucionalidade da lei que fundamentou tal crédito, desta feita,
em controle difuso.
 Lei 8383/91 – compensação ou restituição x repetição do indébito
 IN 21/97 – quaisquer tributos e contribuições federais sob
administração da SRF, ainda que não sejam da mesma espécie e
nem tenham a mesma destinação constitucional
 Sua efetivação depende de autorização da autoridade administrativa
Questão 1(2011)
 WX SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. recebeu, em 25/07/2008, auto de infração
lavrado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Paulo exigindo-
lhe diferenças do imposto de renda (IRPJ) em razão de receitas omitidas
durante os 4 (quatro) trimestres de 2005. Segundo o contador da empresa,
o crédito tributário objeto do recente lançamento de ofício poderá ser
objeto de compensação com valores da COFINS, recolhidos indevidamente
pela pessoa jurídica ao longo do ano de 2007, reconhecidos através de
medida liminar nos autos de mandado de segurança ainda pendente de
decisão final. Diante desses fatos, responda:
 a) O crédito tributário neste caso concreto pode ser extinto pela
compensação?
 b) Agiu corretamente o juízo em ter deferido a liminar mencionada no caso
concreto? Resposta fundamentada.
Transação
Art. 156, III, CTN
“ Ato jurídico pelo qual as partes, fazendo-se concessões recíprocas,
extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas”Bevilaqua in Rosa Jr., pág. 680

 depende de lei autorizativa – Art. 171, CTN

 Obs: dúvida só em relação ao valor real do crédito – cobrança é


atividade plenamente vinculada.
Remissão
Art. 156, IV, CTN
 Perdão do crédito tributário e como consequência penalidade e
juros de mora
 depende de lei autorizativa - CF, Art. 150, §6º e CTN, Art. 172.

 Obs:
remissão = perdão ( remitir o crédito)
remição = pagamento ( remir )

 Não confundir: Remissão x Anistia


Remissão x Anistia
Remissão Anistia
Art. 156, IV, CTN Art. 180, CTN

Extinção do crédito tributário Exclusão do crédito tributário

Pressupõe a existência de Concedida antes da constituição


lançamento do crédito tributário

Tributos e penalidades (total ou penalidades


parcial)

Ocorre quando a penalidade já foi Fisco ainda não tem ciência da


aplicada infração
Revogação da remissão
Sem ocorrência de dolo ou Com ocorrência de dolo ou
simulação simulação

Período entre a concessão e a Período entre a concessão e a


revogação conta para efeito de revogação não conta para efeito
prescrição de prescrição.
(suspensão da prescrição)

Cobra-se o tributo acrescido Cobra-se o tributo acrescido de


apenas de juros de mora juros de mora e penalidade
Conversão do depósito em renda
Art. 156, VI, CTN

Depósito do montante integral - Depósito do montante integral -


decisão decisão

Desfavorável ao sujeito passivo Favorável ao sujeito passivo


(contribuinte ou responsável) (contribuinte ou responsável)

Conversão do depósito em renda Depósito retorna ao sujeito


passivo
Conversão do depósito em renda
 Decreto-Lei 759/69 – depósitos deverão ser feitos na CEF

 Lei 9703/98

CEF deverá creditar os valores depositados na conta única do


tesouro nacional

restituição privilegiada – Art. 100, CF


Pagamento antecipado e a homologação do
lançamento.
Art. 156, VII, CTN

 Ver Art. 150, §§ 1º e 4º, CTN

 O sujeito passivo calcula e paga antecipadamente;

 A Fazenda Pública faz a homologação

Expressa – notifica o sujeito passivo

Tácita – após 5 anos (nada fala)


Consignação em pagamento
Art. 156, VIII, CTN

 Ver Art. 164, I, II e III, CTN (suas hipóteses) e seus §§

 O sujeito passivo (contribuinte ou responsável) está querendo quitar


a dívida tributária e por motivos alheios à sua vontade, não está
conseguindo.

 Só extingue o crédito quando julgada procedente pelo juiz

 Só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe a


pagar.
Diferença entre consignação em pagamento
e depósito do montante integral
Consignação em pagamento Depósito do montante integral

Art. 164, CTN Art. 151, II, CTN

Extingue o crédito tributário Suspende a exigibilidade do


crédito tributário

Sempre na esfera judicial Esfera judicial e administrativa

Sujeito passivo (contribuinte ou Sujeito passivo (contribuinte ou


responsável) se propõe a pagar e responsável) discorda de pagar e
não está conseguindo tenta discutir a exigência.
Decisão administrativa irreformável
Art. 156,

 A decisão deverá ser contra o fisco

 Irreformável – não caiba mais apreciação na esfera administrativa


 A decisão contra o contribuinte confirma o crédito (constituição
definitiva)

 Não pode ser objeto de ação anulatória. PGFN x Doutrina

“ NEMI POTESTI VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM”


Decisão judicial passada em julgado
Art. 156, X, CTN

 Obs: decisão que propõe a extinção do crédito e da obrigação


tributária que deu origem a tal crédito;
 Obs: decisão que propõe a extinção do crédito por vício formal mas
não extirpou a obrigação tributária.
Dação em pagamento em bens imóveis...
Art. 156, XI, CTN

 Artigo implementado pela LC 104/2001


 Depende de lei específica autorizativa

 A doutrina entende ser possível a dação em pagamento em bens


móveis – “ ...em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir..” Art.
3º, CTN

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