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PLANO DE AULA

DIREITO TRIBUTÁRIO

Ana Paula dos Santos Feitosa Machado1


Elton Junior Santos Melo2
José Rodrigo dos Santos3
Mariana Santos de Lima4
Valéria Costa Santos5

- CRÉDITO TRIBUTÁRIO -
Crédito tributário

É o valor a que o sujeito ativo tem direito a cobrar do sujeito passivo devido ao não
pagamento ou pagamento a menor de um tributo. Este crédito é lançado, é calculado o valor
devido e o sujeito passivo é notificado do valor a pagar.

Exigibilidade do crédito tributário

Significa que o sujeito passivo deve pagar o valor devido independentemente de qualquer
recurso administrativo ou judicial que venha a ser interposto. O não pagamento do crédito
tributário pode acarretar sanções, como multas e juros, além de outras medidas coercivas
previstas em lei.

Na ordem cronológica dos artigos do CTN, primeiro estão presentes as hipóteses de


suspensão do crédito tributário (art. 151), depois as de extinção (art. 156). As causas de extinção
e suspensão possuem, cada uma delas, uma lógica própria.

Hipóteses de extinção do crédito tributário:

O rol do CTN para as causas de extinção do crédito tributário é o seguinte:

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;

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IV – remissão;
V – a prescrição e a decadência;
VI – a conversão de depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X – a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
(Incluído pela LCP n. 104, de 2001).

A Taxatividade das causas de extinção e de suspensão do crédito tributário

O art. 141 do CTN trata da taxatividade das hipóteses de suspensão (art. 151) extinção.

O CTN enumera seis diferentes situações que possuem em comum o fato de uma vez
ocorridas, impedirem a fazenda pública de iniciar atos de cobrança do crédito tributário ou,
sendo o caso de já os haver iniciado, prosseguir na execução de tais atos. Suspende-se o dever de
cumprir a obrigação tributária, ficando, portanto, o sujeito ativo impedido de exercitar atos de
cobrança.

Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue,


ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não
podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação
ou as respectivas garantias.

Situações nas quais, embora constituído o crédito tributário, o Fisco não pode cobrá-lo,
tendo em vista a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, disciplinada no art. 151 do
CTN:
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
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II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial; 
VI – o parcelamento.

Hipóteses de extinção do crédito tributário em razão do recebimento de crédito pelo sujeito


ativo
O rol do art. 156 do CTN, acima transcrito agrupa as seguintes hipóteses de extinção do
crédito tributário.

Mediante pagamento, pagamento seguido de


homologação no caso dos tributos sujeitos a
lançamento por homologação, compensação,

Crédito conversão em renda de valores depositados ou


consignados ou dação em pagamento de bens imóveis
na forma e condições estabelecidas por lei (incisos I,
II, VI, VII, VIII e XI), ainda que mediante transação
(inciso III);
Por decisão administrativa ou judicial (incisos IX e X);

Foco da aula

Remissão
Em resumo, a remissão é o perdão do crédito tributário de forma parcial ou total. Este ato
é formalizado por autoridade administrativa após atender todos os critérios pré estabelecidos por
lei. Lembrando sempre que a remissão é diferente da isenção, porque a isenção ocorre antes do
lançamento do crédito tributário, diferentemente da remissão que ocorre após o lançamento do
crédito tributário. Segue abaixo o artigo 172 do CTN que traz os detalhes sobre o tema.

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Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais
do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se,
quando cabível, o disposto no artigo 155.

Decadência

A decadência consiste na anulação de direito do fisco de realizar a constituição do crédito


tributário através do lançamento e o prazo decadencial para constituição do crédito tributário é
de 5 anos. Antes do lançamento tributário, o prazo é de decadência.

Art.173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado.

Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o
decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do
crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento.

Prescrição
A prescrição é a perda do direito da cobrança do crédito após 5 anos. De acordo com o
CTN a prescrição se interrompe mediante despacho do juiz que ordenar a citação , pelo protesto
judicial, por qualquer ato judicial que constitua em mora ao devedor, o devedor, por qualquer ato
inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

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Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados
da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I - pela citação pessoal feita ao devedor; (Revogado)
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela
Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor.

Exemplo: IPTU após 5 anos não podendo ser cobrado pela prefeitura.

QUESTIONÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
QUESTÕES OBJETIVAS

1- (CESPE/CEBRASPE-2023) À luz da jurisprudência do STJ, julgue o item que se segue,


acerca do negócio jurídico e sua invalidade, da responsabilidade civil e da prescrição.
Todo ato judicial que constitua o devedor em mora interrompe a prescrição, voltando a contagem
a correr apenas com a sentença que ponha fim ao processo que a interrompeu.

Certo
Errado

2-(IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO)


Considerando as disposições do Código Tributário Nacional a respeito das hipóteses de
suspensão e extinção do crédito tributário, assinale a alternativa correta:

a) O parcelamento não está previsto expressamente como hipótese de suspensão do crédito


tributário no CTN.
b) A prescrição não extingue o crédito tributário.
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c) A impetração de mandado de segurança, por si só, suspende a exigibilidade do crédito
tributário.
d) O pagamento constitui hipótese de extinção do crédito tributário.

3 - (VUNESP/2020/PREFEITURA DE CANANEIA-SP/CONTROLADOR INTERNO DO


MUNICÍPIO) Considera-se o crédito tributário:

a) parcialmente suspenso, quando houver depósito judicial de parte de seu montante.


b) suspenso, quando houver compensação, transação ou consignação em pagamento do seu
montante integral, até o trânsito em julgado da decisão administrativa que houver homologado o
lançamento tributário.
c) extinto, pelo decurso do prazo de cinco anos contado da data da ocorrência do fato gerador,
sem pronunciamento da Fazenda Pública, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
d) extinto, por imputação de pagamento determinada pela Fazenda Pública, quando houver
mais de um débito vencido do mesmo sujeito passivo, observada a ordem decrescente dos
prazos de prescrição.
e) excluído, em razão de anistia ou isenção concedidas por despacho motivado da autoridade
administrativa, em caráter amplo e irrestrito.

4 - (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/


REMOÇÃO) Passados cinco anos da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, é certo que a Fazenda Pública
não poderá realizar novo lançamento, em razão do mesmo fato gerador, por ter se operado a:

a) homologação intercorrente.
b) decadência.
c) vinculação temporal.
d) homologação tácita.
e) prescrição.

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5 - (CESPE/2019/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) Uma autoridade tributária, respaldada por lei,
emitiu despacho concedendo moratória em caráter individual para determinado contribuinte e,
assim, suspendeu a exigibilidade do crédito tributário. Posteriormente, o benefício foi revogado
de ofício pelo fisco, em razão de ter sido comprovado que o beneficiário dolosamente simulou as
condições para a sua fruição. Com esse fundamento, houve a imposição de penalidade ao
contribuinte e a sua exclusão formal do programa em questão.

Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Tributário Nacional,

a) a concessão da moratória suspendeu o prazo decadencial para a cobrança do crédito, não


sendo computado o tempo decorrido entre a concessão e a revogação do benefício.
b) a concessão da moratória interrompeu o prazo prescricional para a cobrança do crédito,
razão pela qual esse prazo somente recomeçou a correr após a revogação do benefício.
c) o tempo decorrido entre a concessão do benefício e a sua revogação não é computado para
efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito.
d) a revogação do benefício só terá validade se tiver ocorrido antes do término do prazo
prescricional do direito à cobrança do crédito.
e) a revogação do benefício só terá validade se tiver ocorrido antes do término do prazo
decadencial relativo ao direito de constituição do crédito.

6 - (FCC/2019/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a suspensão do crédito tributário, é


correto afirmar:
a) A concessão de medida liminar em mandado de segurança dispensa o contribuinte do
cumprimento das obrigações acessórias.
b) O depósito do valor do tributo dispensa o contribuinte do cumprimento das obrigações
acessórias.
c) A consignação em pagamento do valor do tributo dispensa o contribuinte do cumprimento
das obrigações acessórias.
d) A compensação não dispensa o contribuinte do cumprimento das obrigações acessórias.
e) O parcelamento não dispensa o contribuinte do cumprimento das obrigações acessórias.

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7 - (VUNESP/2019/TJ-AC/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) A Assembleia Legislativa de
determinado estado da federação aprova lei de parcelamento tributário estabelecendo, entre
outras medidas, a suspensão, por 36 (trinta e seis) meses, dos pagamentos devidos por tributos
vencidos até o momento de aprovação da lei, o parcelamento em 120 (cento e vinte) parcelas
das dívidas e o perdão de 50% das multas tributárias devidas. Neste contexto, é correto afirmar
que a lei previu instrumentos de:

a) suspensão da exigibilidade (moratória e parcelamento) e exclusão do crédito tributário


(anistia).
b) anulação (remissão) e extinção do crédito tributário (parcelamento).
c) exclusão (remissão) e extinção do crédito tributário (anistia e parcelamento).
d) suspensão da exigibilidade (moratória) e extinção do crédito tributário (anistia).

8 - (FAU/2017/CÂMARA DE CLEVELÂNDIA-PR/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre os


institutos da prescrição, suspensão e da decadência, é correto afirmar que:

a) O prazo de prescrição não é interrompido pelo início da ação judicial, mas apenas com a
citação válida do devedor.
b) A prescrição extingue o crédito tributário, mas não a decadência.
c) A moratória não suspendem a exigibilidade do crédito tributário.
d) A prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal,
mas não há que se falar em interrupção da prescrição por protesto judicial.
e) A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica
aos demais.

9 - (CESPE/2019/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) São modalidades de suspensão do crédito


tributário:
a) a remissão e o parcelamento.
b) o parcelamento e a moratória.
c) a anistia e a moratória.
d) a remissão e a anistia

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10 - (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) De acordo com o CTN, o
parcelamento é uma modalidade de:]

a) suspensão da exigibilidade do crédito tributário.


b) extinção da obrigação tributária.
c) compensação de créditos e débitos tributários.
d) exclusão do crédito tributário.
e) remissão da obrigação tributária

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