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Prescrição e Decadência

R U BE N S K I N DL M ANN
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Prescrição e Decadência
FG LANÇAMENTO COBRANÇA

5 ANOS 5 ANOS

DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO
São Causas extintivas do Crédito
Tributário
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
...
V - a prescrição e a decadência;
Decadência
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito
tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente
efetuado.
Decadência
É uma das causas de extinção do crédito em razão de a Fazenda
Pública deixar transcorrer o prazo para o exercício do
lançamento tributário

No prazo do art. 173 do CTN a Fazenda Pública precisa


formalizar a existência, liquidez, determinar o sujeito passivo,
sob pena de decair no direito de realizar o lançamento
Decadência
“O lançamento por homologação não é atingido pela decadência, pois, feito
o pagamento (dito ‘antecipado’), ou a autoridade administrativa anui e
homologa expressamente (lançamento por homologação expressa) ou deixa
transcorrer, em silêncio, o prazo legal e, dessa forma, anui tacitamente
(lançamento por homologação tácita). Em ambos os casos, não se pode
falar em decadência (do lançamento por homologação), pois o lançamento
terá sido realizado (ainda que pelo silêncio). O que é passível de decadência
é o lançamento de ofício, que cabe à autoridade realizar quando constate
omissão ou inexatidão do sujeito passivo no cumprimento do dever de
‘antecipar’ o pagamento do tributo.” (Luciano Amaro. Direito Tributário Brasileiro. Saraiva, 15ª ed.)
Decadência
TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. COMPENSAÇÃO REALIZADA QUANDO
VIGENTE A LEI Nº 8.383/91 NA SUA REDAÇÃO ORIGINÁRIA. AUSÊNCIA DE
DECADÊNCIA. VALORES DECLARADOS EM DCTF.
1. (...)
2. Tratando-se de débitos confessados pelo próprio contribuinte, por meio
de obrigação acessória tendente a esse fim (DCTF, GFIP, declaração de
rendimentos, etc.), dispensa-se a figura do ato formal de lançamento, não
havendo mais falar em decadência, mas, sim, em prescrição.
3. Declarada a integralidade do débito por meio de DCTF, aplicável o art. 63
da Lei nº 9.430/96, afastada a necessidade de lançamento.
(TRF4 - Acórdão Ac - Apelação Civel 2004.71.07.007617-9, Relator(a): Des. Alexandre Rossato
da Silva Ávila, data de julgamento: 25/10/2017, data de publicação: 25/10/2017, 1ª Turma)
Súmula 555, STJ
Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco
constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos
em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio
exame da autoridade administrativa.
Decadência
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. (...). PAGAMENTO PARCIAL CONSIGNADO PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. (...)
IPI. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA DAS DIFERENÇAS NÃO
DECLARADAS. TERMO A QUO EM CASO DE PAGAMENTO PARCIAL. FATO GERADOR. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
EXTINTO PELA DECADÊNCIA. 1. Adotando-se a premissa fática do caso concreto, expressamente ventilada no
voto vencedor do acórdão recorrido – o que afasta a incidência da Súmula nº 7 do STJ -, é de se reconhecer
que, havendo pagamento parcial, a decadência para constituir a diferença não declarada e não integrante
do pagamento parcial tem como termo a quo a data do fato gerador, na forma do art. 150, § 4º, do CTN,
não se aplicando o entendimento fixado na Súmula nº 555 do STJ e no REsp nº 973.733/SC, Rel. Min. Luiz
Fux, DJe 18/9/2009, segundo o qual o prazo decadencial segue o disposto no art. 173, I, do CTN quando, a
despeito da previsão legal, não há pagamento antecipado em caso de tributo sujeito a lançamento por
homologação. 2. Na hipótese dos autos, os fatos geradores ocorreram no período de fevereiro e março de
2002, de modo que o lançamento de ofício realizado em 25 de junho de 2007 extrapolou o prazo de 5 anos
contados dos fatos geradores, estando o crédito tributário extinto pela decadência. 3. Agravo interno não
provido.
(STJ - Acórdão Agint no Agint no Aresp 1229609 / Rj, Relator(a): Min. Mauro Campbell Marques, data de julgamento:
09/10/2018, data de publicação: 24/10/2018, 2ª Turma)
Decadência
Suspensão de exigibilidade não impede que o Fisco lance para prevenir a decadência
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
EMBARGOS À EXECUÇÃO. IPTU. CONCESSÃO DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. LANÇAMENTO. NÃO IMPEDIMENTO.
1. A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de que a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário na via judicial impede a prática de qualquer ato contra o contribuinte
visando à cobrança de seu crédito, tais como inscrição em dívida, execução e penhora, mas
não impossibilita o Fisco de proceder ao lançamento com o desiderato de evitar a decadência,
cuja contagem não se sujeita às causas suspensivas ou interruptivas. Precedentes: EREsp
572.603/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJ 5/9/2005; AgRg no REsp
1.183.538/RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 24/8/2010; AgRg no REsp
1.058.581/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 27/5/2009; REsp
977.386/RS, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, DJe 7/8/2008.
2. Agravo regimental não provido. (STJ - Acórdão Agrg no Aresp 356479 / Sp, Relator(a): Min. Benedito Gonçalves, data
de julgamento: 05/04/2016, data de publicação: 08/04/2016, 1ª Turma)
Termo Inicial
* Primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado

Se aplica aos tributos sujeitos ao lançamento de ofícios e por


declaração, sendo aplicável aos de lançamento por homologação
quando o contribuinte não realize o pagamento no prazo correto
Termo Inicial
Havendo pagamento no vencimento, se aplica a regra do art. 150, §4º , CTN

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida
pelo obrigado, expressamente a homologa.
...
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.
Termo Inicial
Súmula 555, STJ

Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial


quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se
exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em
que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
Decadência
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito
tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente
efetuado.
Termo Inicial
* Da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado,
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado

Vícios Formais: referentes ao procedimento, ao documento que


formaliza a existência do crédito (ex. a ausência de indicação de local, data e hora
da lavratura do lançamento, a falta de assinatura do agente que está realizando a autuação, falta
da indicação de seu cargo/função, falta de indicação de sua matrícula, etc)
Vícios Materiais: ´relacionados aos elementos constitutivos da
obrigação tributária (Fato gerador, base de cálculo, alíquota, sujeição
passiva, etc.)
Súmula 622,STJ
A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da
decadência para a constituição do crédito tributário; exaurida a
instância administrativa com o decurso do prazo para a
impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e
esgotado o prazo concedido pela Administração para o
pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a
cobrança judicial.
Decadência
nos tributos com lançamento de ofício
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. IPVA. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. REGULARIDADE.
PRESCRIÇÃO. PARÂMETROS.
1. O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é lançado de ofício no início de cada
exercício (art. 142 do CTN) e constituído definitivamente com a cientificação do contribuinte para o
recolhimento da exação, a qual pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a
publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação.
2. Reconhecida a regular constituição do crédito tributário, não há mais que falar em prazo decadencial, mas
sim em prescricional, cuja contagem deve se iniciar no dia seguinte à data do vencimento para o pagamento
da exação, porquanto antes desse momento o crédito não é exigível do contribuinte.
3. Para o fim preconizado no art. 1.039 do CPC/2015, firma-se a seguinte tese: "A notificação do contribuinte
para o recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, iniciando-se o prazo
prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação." 4.
Recurso especial parcialmente provido. Julgamento proferido pelo rito dos recursos repetitivos (art. 1.039 do
CPC/2015).
(STJ, REsp 1320825/RJ, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/08/2016, DJe 17/08/2016)
Tema Repetitivo 903, STJ
Questão submetida a julgamento: Discussão: definição acerca do momento em
que verificado o lançamento e a sua notificação quanto ao crédito tributário de
IPVA, com o escopo de fixar o termo inicial do prazo prescricional para a
cobrança do crédito respectivo.
Tese Firmada: A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA
perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, iniciando-se o prazo
prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à data estipulada para o
vencimento da exação.
Prescrição
É a perda do direito de buscar judicialmente a satisfação do
direito, levando à extinção do próprio crédito tributário

Art. 174, CTN. A ação para a cobrança do crédito tributário


prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição
definitiva.
Qual a Relevância da Inscrição
em Dívida Ativa?
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO- PRESCRIÇÃO – COBRANÇA DE IPTU. 1. A
obrigação tributária nasce com o fato gerador, mas o crédito respectivo só se
aperfeiçoa com o lançamento, fazendo nascer, a partir daí, um crédito que pode
ser cobrado no curso dos próximos cinco anos. 2. A inscrição do crédito na dívida
ativa é mera providência burocrática, sem força para marcar algum termo
prescricional. 3 Somente a citação é capaz de interromper o prazo prescricional,
não podendo ser considerado para tanto o disposto no CPC. 4 Recurso especial
provido.
(STJ, REsp 605037 / MG, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 07/06/2004)
E a prescrição durante o recurso
administrativo?
TRIBUTÁRIO - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. 1. (...) 2. Atualmente, enquanto há
pendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do crédito
tributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quando
desaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou a
revisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificado
do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazo
prescricional. 4. Prescrição intercorrente não ocorrida, porque efetuada a citação
antes de cinco anos da data da propositura da execução fiscal. 5. Recurso
especial improvido.

(STJ, REsp 435.896/SP, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, jun/03)


Prescrição suspensa durante o PA
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA NO ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 03/STJ. IPVA. MARCO
INICIAL DO CURSO DA PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO,
NOS MOLDES DO ART. 151 DO CTN. FLUÊNCIA DE PRAZO PRESCRICIONAL APENAS QUANDO
CONSTITUÍDO DEFINITIVAMENTE O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1.
Por força do inciso III do art. 151 do CTN, os recursos administrativos, enquanto não
definitivamente julgados, suspendem a exigibilidade do crédito tributário, impedindo a inscrição
em dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal. Somente a partir da notificação do
resultado do recurso tem início a contagem do prazo prescricional para a propositura da execução
fiscal.
2. Agravo interno não provido.
(STJ - Acórdão Agint no Aresp 1301199 / Rj, Relator(a): Min. Mauro Campbell Marques, data de julgamento:
04/12/2018, data de publicação: 11/12/2018, 2ª Turma)
Repetitivo 980, STJ
(i) O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial
e Territorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte à data estipulada para o
vencimento da exação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida tributária não
configura causa interruptiva da contagem da prescrição, uma vez que o
contribuinte não anuiu.
Julgado que originou o Tema 980/STJ
(...) IPTU. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DIA SEGUINTE AO VENCIMENTO DA EXAÇÃO. PARCELAMENTO DE
OFÍCIO DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA. NÃO CONFIGURAÇÃO DE CAUSA SUSPENSIVA DA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO.
MORATÓRIA OU PARCELAMENTO APTO A SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NECESSÁRIA
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO CONTRIBUINTE. PARCELAMENTO DE OFÍCIO. MERO FAVOR FISCAL. (...).
RECURSO ESPECIAL DO MUNICÍPIO DE BELÉM/PA A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Tratando-se de
lançamento de ofício, o prazo prescricional de cinco anos para que a Fazenda Pública realize a cobrança
judicial de seu crédito tributário (art. 174, caput do CTN) referente ao IPTU, começa a fluir somente após o
transcurso do prazo estabelecido pela lei local para o vencimento da exação (pagamento voluntário pelo
contribuinte), não dispondo o Fisco, até o vencimento estipulado, de pretensão executória legítima para
ajuizar execução fiscal objetivando a cobrança judicial, embora já constituído o crédito desde o momento
no qual houve o envio do carnê para o endereço do contribuinte (Súmula 397/STJ). Hipótese similar ao
julgamento por este STJ do REsp. 1.320.825/RJ (Rel. Min. GURGEL DE FARIA, DJe 17.8.2016), submetido ao rito
dos recursos repetitivos (Tema 903), no qual restou fixada a tese de que a notificação do contribuinte para o
recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, iniciando-se o prazo
prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação.
Julgado que originou o Tema 980/STJ
2. O parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da contagem da
prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu. 3. O contribuinte não pode ser despido da autonomia
de sua vontade, em decorrência de uma opção unilateral do Estado, que resolve lhe conceder a
possibilidade de efetuar o pagamento em cotas parceladas. Se a Fazenda Pública Municipal entende que é
mais conveniente oferecer opções parceladas para pagamento do IPTU, o faz dentro de sua política fiscal,
por mera liberalidade, o que não induz a conclusão de que houve moratória ou parcelamento do crédito
tributário, nos termos do art. 151, I e VI do CTN, apto a suspender o prazo prescricional para a cobrança
de referido crédito. Necessária manifestação de vontade do contribuinte a fim de configurar moratória ou
parcelamento apto a suspender a exigibilidade do crédito tributário. 4. Acórdão submetido ao regime do
art. 1.036 e seguintes do CPC/2015 (art. 256-I do RISTJ, incluído pela Emenda Regimental 24 de
28.9.2016), cadastrados sob o Tema 980/STJ, fixando-se a seguinte tese: (i) o termo inicial do prazo
prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte à
data estipulada para o vencimento da exação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida tributária não
configura causa interruptiva da contagem da prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu. (REsp
1641011 / PA. Relator Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO - PRIMEIRA SEÇÃO - DJe 21/11/2018)
Sobre a suspensão por 180 dias da LEF
(art. 2º, §3º)
Art. 146,CF. Cabe à lei complementar:
(...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente


sobre:
(...)

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

Art. 2º, § 3º, LEF - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo
da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza
do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180
dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo
aquele prazo.
Sobre a suspensão por 180 dias da LEF
(art. 2º, §3º)
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO
FISCAL. SUSPENSÃO. INTERRUPÇÃO. LEI Nº 6.830/80. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO. ART. 174
DO CTN. PREVALÊNCIA. I - As hipóteses contidas nos artigos 2º, § 3º e 8º, § 2º, da Lei nº
6.830/80 não são passíveis de suspender ou interromper o prazo prescricional,
estando a sua aplicação sujeita aos limites impostos pelo artigo 174 do Código
Tributário Nacional, norma hierarquicamente superior. II - "A LEF (Lei 6.830/80)
determina a suspensão do prazo prescricional pela inscrição do débito na dívida ativa
(art. 2º, § 3º). O CTN, diferentemente, indica como termo a quo da prescrição a data da
constituição do crédito (art. 174), o qual só se interrompe pelos fatos listados no
parágrafo único do mesmo artigo, no qual não se inclui a inscrição do crédito tributário"
(REsp nº 178.500/SP, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ de 18.03.2002, pág. 00194). III
- Agravo regimental improvido.
(STJ, AgRg no REsp 189150 / SP, 1ª T., Rel. Min FRANCISCO FALCÃO, DJ 08/09/2003)
Interrupção da prescrição
1. Pelo Despacho que ordenar a citação em execução fiscal (LC 118/05)

2. Pelo protesto judicial

3. Por qualquer ato que constitua em mora o devedor

4. Qualquer ato inequívoco, mesmo que extrajudicial, que importe em


reconhecimento da dívida
Prescrição Intercorrente
Art. 40, Lei 6.830/80 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não
correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da
Fazenda Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados
os autos para prosseguimento da execução.
§ 4º - Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o
juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.
Prescrição Intercorrente
Súmula 314, STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens
penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual inicia-
se o prazo da prescrição quinquenal intercorrente”
Prescrição Intercorrente
No Julgamento REsp nº 1340553 / RS o Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES relatou e foi aprovado, em
sede Recursos Repetitivos que:
1) O prazo de um ano de suspensão previsto no artigo 40, parágrafos 1º e 2º, da lei 6.830 tem início
automaticamente na data da ciência da Fazenda a respeito da não localização do devedor ou da
inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido;
2) Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não decisão judicial nesse sentido, findo o
prazo de um ano, inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável, durante o qual o processo
deveria estar arquivado sem baixa na distribuição, na forma do artigo 40, parágrafos 2º, 3º e 4º, da lei 6.830,
findo o qual estará prescrita a execução fiscal;
3) A efetiva penhora é apta a afastar o curso da prescrição intercorrente, mas não basta para tal o mero
peticionamento em juízo requerendo a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens;
4) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos, ao alegar a nulidade pela falta de
qualquer intimação dentro do procedimento do artigo 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu.
Temas de Recursos Repetitivos do STJ
Tema 566 - O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional
previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/80 - LEF tem início automaticamente na data da
ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens
penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever
de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução.

Tema 567 - Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento
judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o
prazo prescricional aplicável.

Tema 568 - A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a
interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento
em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens.
Temas de Recursos Repetitivos do STJ
Tema 569 - Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse
sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional
aplicável.

Tema 570 - A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do CPC/73,
correspondente ao art. 278 do CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação dentro do
procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que
constitui o termo inicial - 4.1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a
ocorrência de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição.

Tema 571 - A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do CPC/73,
correspondente ao art. 278 do CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação dentro do
procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que
constitui o termo inicial - 4.1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a
ocorrência de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição.
Intercorrente x Inércia
“TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. INÉRCIA DA EXEQUENTE POR MAIS DE CINCO ANOS.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE DIVERSA DA PREVISTA NO ART. 40, DA LEF. OCORRÊNCIA. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. 'É cabível a decretação da prescrição intercorrente por inércia da
Fazenda Pública, mesmo em hipótese diversa daquela regulada na Lei de Execuções Fiscais. O
art. 40 da LEF tão somente disciplina o procedimento para decretar-se a prescrição contra a
Fazenda Pública quando não encontrado o devedor ou bens para serem penhorados' (AgRg no
REsp 1.284.357/SC, rel. min. Castro Meira, 2ª Turma, DJe 4/9/2012). No caso, o acórdão
recorrido explicitou a inércia da exequente que perdurou por mais de nove anos. 2. Agravo
regimental não provido” (AgRg no AREsp 534.414/SC, 2ª Turma, rel. min. Mauro Campbell
Marques, DJe 1º/9/2014).
Prescrição intercorrente no processo
administrativo
Lei 9.873/99
Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e
indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia
em que tiver cessado.

§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos,


pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante
requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional
decorrente da paralisação, se for o caso.
Prescrição intercorrente no processo
administrativo
PROCESSUAL CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE ADMINISTRATIVA. PENDÊNCIA DE JULGAMENTO OU DESPACHO POR MAIS DE
TRÊS ANOS. ART. 1º, § 1º, DA LEI Nº 9.873/99. OCORRÊNCIA. VERIFICAÇÃO. SÚMULA 7/STJ.
OBRIGADO !!!

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