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A MORTE
- O FENÓMENO SUCESSÓRIO;
Comunhão Hereditária
Que assenta:
-Na grande amplitude do reconhecimento do direito de
propriedade privada dos meios de produção.
- Todos os bens de propriedade privada, eram objecto de
transmissão . Todos eram transmissíveis.
- Não existem quaisquer limites à total transmissão mortis
causa dos bens patrimoniais privados, como tradução do
poder patrimonial absoluto dos proprietários privados.
- Amplos poderes de disposição testamentária por parte
do de cuius, e apenas ligeiras restrições à sua capacidade
de testar, que são circunstanciais como por ex.
relativamente a médicos, a sacerdotes que tenham
assistido o testador) – casos de indisponibilidade relativa
2192º e s.s.
- Prevalência ilimitada da sucessão testamentária sobre a
sucessão legitima.
- A Constituição da República;
- Principio Constitucional do Reconhecimento da Propriedade
Privada e da sua Livre Transmissão em vida ou por morte. 62º
da CRP;
- Principio da Igualdade (artº 13º da CRP) que eliminou a
desigualdade sucessória, Como Ex. a Sucessão do cônjuge e
dos filhos nascidos dentro ou fora do casamento.
- Prinicipio da Protecção da Familia, como Célula fundamental
da sociedade – 36º da CRP.
- O Código Civil – Livro V
- Código de Proc. Civil ;
- Proc. Especial de Liquidação de herança vaga a favor do
Estado –
(Artºs 938º a 940º ).
- Meios judiciais de jurisidição voluntária relativos à herança
jacente e à acção sub-rogatória – Processo cominatório de
aceitação ou repúdio – artº 2049º do C.C. e 1039º a 1041º do
C.P.C.
- O Código do Notariado
- Escritura de habilitação de herdeiros e legatários – 82º a 88º
- Instrumentos públicos avulsos relativos à aprovação,
depósito, restituição e abertura de testamentos cerrados –
106º a 115º - Normas relativas ao testamento, à aceitação e
ao repúdio da herança e do legado.
- O Código do Registo Civil
- Procedimento simplificado de habilitação e partilha – 201º-A
a 201º-R
Conceito de Sucessão
FENÓMENO SUCESSÓRIO
Sucessão Legitimária
- O que é – 2156º
Sucessão Legitima
- Que pode ser afastada por vontade do Autor da Sucessão – Como e em
que medida - Supletiva - 2027º?
A Sucessão Contractual
E Porquê?
Assim,
A Lei nº 48/2018 de 145 de Agosto, no seu artº 2º, veio criar um novo
Regime, no que refere à sucessão dos cônjuges, enquanto herdeiros
legitimários um do outro, admitindo a sua renúncia.
Antes:
Contudo,
Mais ainda,
Sucessão testamentária
2- Quanto ao Objecto,
Interesse da distinção
A instituição de herdeiro e a nomeação de legatário traduzem-se em
regimes jurídicos diferentes, importando aqui estabelecer a sua distinção.
1º – Direito de exigir partilha – 2101 nº1 – só é reconhecido o direito de
exigir partilha ao herdeiro e não ao legatário. E artº 4º nº 1 alinea a) do
RJPI
2º – Responsabilidade do herdeiro pelos encargos da herança – 2068º e
2071º; a 1 Responsabilidade do Legatário pelos encargos da herança –
2276º, 2277º- o Legatário responde, ( dentro do valor do legado) pelos
encargos próprios do legado
3º- Direito de Acrescer – 2137º - 2143º ; e 2301 e 2302º
A lei reconhece o direito de acrescer aos herdeiros – 2301º nº 1 – Aos
legatários reconhece esse direito quando nomeados em relação ao
mesmo objecto – 2302º nº 1
4º- Para efeitos de abertura de Inventário – legitimidade
5º- Só aos herdeiros é reconhecido o direito de preferência na venda da
herança – 2130.
A MORTE
COMO PRESSUPOSTO DA VOCAÇÃO
A morte – é um facto jurídico – Natural e Físico – artº 68º C.C. que faz
cessar a personalidade jurídica das pessoas singulares .
A morte é um facto obrigatoriamente sujeito a registo – artº 2º e 192º do
Cód de reg Civil. E prova-se através da apresentação do
assento de óbito.
Além da morte física poderemos ter também a morte presumida, regulada
no artº 114 e 115º s.s. que tem lugar quando um pessoa está
ausente sem notícias durante um certo período de tempo –
Ver artºs 89º e s.s.
Resumo
Para que haja sucessão, é preciso:
- que ocorra a morte de alguém;
- Que existam relações jurídicas patrimoniais;
- Que opere o chamamento ( vocação sucessória)
Exemplo
A faleceu num naufrágio juntamente com seu filho B.
A e B tem cada um, uma herança de 1500,00 €.
À sua morte, A deixou os seus pais C e D, e era casado com X, mãe de B.
Resolvendo.
a) Morte simultânea de A e B,
Os 1500,00 de A - 1/3 (500,00) irão para C e D (seus pais), e 2/3 ( 1000,00)
para o cônjuge X – artº 2142º nº 1 e 2157.
Dos 1500,00 de B
- Irão integralmente para X.
4º- Sucessão legitima - 2131º C.C. (supletiva – que pode ser afastada por
vontade do A. Da Sucessão. )
Esta designação surge em último lugar e pode ser afastada por vontade de
de cuius, pois ela só ocorrerá no caso de o autor da sucessão não ter
disposto valida e eficazmente dos bens de que poderia dispor por
testamento ou contrato sucessório, ou no caso de invalidade dessas
disposições, ou ainda, no caso de o autor da sucessão ter disposto apenas
de parte da porção de bens de que podia dispor – 2131º e 2156º C.C.
- Dentro desta designação sucessória, o artigo 2133º estabelece também
a hierarquia das classe de sucessíveis legítimos
Caso Prático
A viúvo, deixou dois filhos B e C, e aquando do casamento de B, em 1991,
outorgou em convenção antenupcial com os esposados, constituindo-os
beneficiários de uma doação mortis causa de 1/12 da sua herança.
Ño ano seguinte ( 1992) A fez testamento em que dispôs a favor de C, de
1/12 da sua herança.
A quota indisponível ( legitima) de B e C ( filhos de A, é de 2/3, logo a sua
quota disponível é de 1/3.
A morre.
Quanto à fonte, temos vários títulos de vocação sucessória, deferidos
deste modo:
Herança legitimária
Quota indisponível – que é de 2/3 : 2 = 2/6 + 2/6 = 1/3 (A) + 1/3 (B)
Quota disponível – 1/3
Sucessão contractual - 1/3(4) – 1/12 (A)= 3/12;
Sucessão testamentária - 3/12 – 1/12 (B) = 2/12=1/6.
Sucessão legitima - 1/6:2 = 1/12(A) – 1/12(B)
Resumo
B recebe
- Suc. Legitimária – 1/3
- Suc Contratual – 1/12
- Suc Legitima – 1/12
A recebe
- Suc Legitimária – 1/3
- Suc Testamentária – 1/12
- Suc Legitima – 1/12
- Vocação sucessória
– SEUS PRESSUPOSTOS
Como supra se referiu a Vocação sucessória Fixa-se, concretiza-se no
momento da morte do autor da sucessão, e,
Sucessão legitimária
Existência do Chamado
Nascituros e Concepturos
Existência jurídica não é necessariamente personalidade jurídica.
- Na sucessão legal são admitidos os nascituros já concebidos, desde que
tenham um nascimento completo e com vida – 66º nº 1 e 67º ;
- Na sucessão testamentaria ou contratual, é admitido o chamamento
dos nascituros não concebidos, desde que sejam filhos de pessoa
determinada e viva, ao tempo da abertura da sucessão, bem como as
pessoas colectivas e as sociedades – artigo 2033º nº 2 alínea a) C.C.
Embora a personalidade jurídica se adquira com o nascimento completo e
com vida – 66º nº 1 C.C. certo é que, para efeitos de capacidade
sucessória, os nascituros já concebidos na sucessão legal, e os nascituros
não concebidos ( na testamentária) gozam de capacidade sucessória.
É assim necessário que o sucessível exista juridicamente e que sobreviva
ao Autor da Sucessão, nem que seja por um instante.
Capacidade Sucessória
Mas para que o sucessível seja declarado indigno, duas coisas deverão
acontecer:
Efeitos da Indignidade
O Direito de Acrescer -
Define-se como o direito do Sucessível, chamado simultaneamente com
outros, de poder adquirir o objecto sucessória, que outro ou outros
sucessíveis, não puderam ou não quiseram aceitar, e sempre que se
verifiquem determinados pressupostos.
O preenchimento da quota vaga que o caracteriza, importa, realmente,
numa verdadeira substituição do herdeiro instituído ou do legatário
nomeado pelo sucessor titular daquele direito e, por conseguinte, na
transmissão de uma posição jurídica.
Período de Jacência
- Nesse período de transição persiste uma indefinição sobre a sua
titularidade – perante os credores da herança;
- Por falta de titularidade e de administração, os bens da herança
correm riscos de destruição, desaparecimento ou apropriação – (perda de
garantia patrimonial)- a herança pode sofrer prejuízos – 2047º
- Mas os actos de administração praticados pelo sucessível, não
implicam nem importam a aceitação tácita da herança – 2056º nº 2 .
Aceitação da Herança
- Aquisição sucessória – consiste na integração das relações jurídicas
herdadas na esfera jurídica do sucessor. – 2050º e só opera por força da
aceitação da herança… aquisição do domínio e posse – 2050º nº 1
- Quanto ao modo:
- Expressa – 2056º nº 1 – quando em documento escrito o sucessível
chamado à herança declara aceitá-la ou assume o título de herdeiro, com a
intenção de a adquirir.
- Tácita – 217º nº 1 do C.C. – quando se deduz de factos que com toda a
probabilidade a revelam – 217º nº 1 do C.C.
- Quanto à espécie:
- Pura e Simples – 2052º - ( na aceitação pura e simples, o herdeiro aceita
sem mais a herança, independentemente de qualquer processo de inventario, o
que, se não o sujeita as incomodidades de um processo judicial, lhe impõe
todavia o ónus de provar que na herança não existem valores suficientes para
cumprimento dos encargos, embora também nesse caso a sua responsabilidade
não exceda o valor dos bens deixados. -2071º)
- A benefício de Inventário – (consiste na declaração de aceitação do
herdeiro em que este se reserva o direito de só receber o saldo liquido da
herança, depois de pagos os encargos desta. 2052º, 2053º, 2071º)
Caracteres da Aceitação
A aceitação consiste num:
- Acto Jurídico unilateral – Não receptício - que gera efeitos
jurídicos apenas pela manifestação da vontade de uma pessoa só.
- Acto Jurídico Individual e Pessoal.
- Acto Jurídico Livre. (2052º nº 2) – Têm-se por não escritas as clausulas
testamentárias que directa ou indirectamente imponham uma ou outra espécie
de aceitação.
- Acto Jurídico irrevogável – 2061º
- Sem condição e sem termo – 2064º
- Principio da Indivisibilidade da aceitação – A herança não pode ser
aceite só em parte – 2054º - salvo se ignorava a existência do
testamento – 2055º )
Assim,
Direito de Transmissão
Transmissão do Direito de Aceitar ou Repudiar a herança - 2058º
Se o sucessível chamado à herança falecer sem a haver aceitado ou
repudiado transmite-se aos seus herdeiros o direito de a aceitar ou
repudiar.
Aqui há um segundo chamamento a favor dos herdeiros do chamado.
Só tem lugar depois de aberta a sucessão, pois resulta da pós-morte do
sucessível ao autor da sucessão.
Enquanto que no Direito de Representação existe apenas um fenómeno
sucessório, no Direito de Representação existem dois fenómenos
sucessórios.
Dto de Representação
Isto é, se o repudiante tiver descendentes, este serão chamados pela lei à
sucessão, em vocação sucessória subsequente e indirecta.
Dto de Acrescer
Se não tiver descendentes, a sua parte acresce à parte dos outros
sucessíveis da mesma classe que com ele concorram à sucessão. 2137º
Forma do Repúdio-
É sempre um acto formal ( documento particular), pois no mínimo exige a
forma escrita.
O Repúdio está sujeito à forma exigida para a alienação da herança –
2063º e 2126º e 875º
- Imóveis
- Escritura pública;
- Documento Particular com Termo de Autenticação;
- Móveis –
- Documento particular.
Regime Especial
Sucessível casado.
- Se o sucessível chamado for casado, o repudio exige o consentimento do
cônjuge – 1683º nº 2 – sob pena de anulabilidade – 1687º, salvo se entre
eles vigorar o regime de separação de bens.
Sucessível Incapaz.
- O Repúdio de herança ou legado deferido a menor ou incapaz, depende
de autorização Judicial. 1889º nº 1, j), - da competência do Ministério
Público - Dec. Lei nº 272/2001 de 13 de Outubro,
Caracteres do Repúdio
São os mesmos da aceitação da herança, ou sej:
- É um negócio Jurídico Unilateral;
- Não receptício.
- Incondicional – 2064º
- Não sujeito a termo – 2064º
- Indivisível – 2055º
- Irrevogável
Acção Sub-rogatória
Sub-rogação pelos credores do Repudiante – 2057º C.C. e 1041º C.P.C.
Por efeito do Repúdio os credores do repudiante não ficam inibidos de se
fazerem pagar pelos bens da herança – 2067 – 2049 nº 3.
Os credores podem aceitar a herança em nome do repudiante, no prazo
de 6 meses – a contar do conhecimento do repúdio – mas uma vez pagos
os credores, o remanescente da herança, caso exista, apenas aproveita
aos herdeiros imediatos.
AQUISIÇÃO DA HERANÇA
Habilitação
Artigo 351.º (art.º 371.º CPC 1961)
Quando tem lugar a habilitação - Quem a pode promover
1 - A habilitação dos sucessores da parte falecida na pendência da causa, para com eles
prosseguirem os termos da demanda, pode ser promovida tanto por qualquer das partes que
sobreviverem como por qualquer dos sucessores e deve ser promovida contra as partes
sobrevivas e contra os sucessores do falecido que não forem requerentes.
2 - Se, em consequência das diligências para citação do réu, resultar certificado o falecimento
deste, pode requerer-se a habilitação dos seus sucessores, em conformidade com o que neste
capítulo se dispõe, ainda que o óbito seja anterior à proposição da ação.
3 - Se o autor falecer depois de ter conferido mandato para a proposição da ação e antes de
esta ter sido instaurada, pode promover-se a habilitação dos seus sucessores quando se
verifique algum dos casos excecionais em que o mandato é suscetível de ser exercido depois
da morte do constituinte.
Ou, através da habilitação extrajudicial, que pode revestir uma das
seguintes formas:
- A habilitação de herdeiros feita em Processo de Inventário; - Artigo 24º
nº 5 do RJPI.
- A habilitação Notarial – artº 82º e s.s. do C. do Notariado (declarações
tomadas a 3 pessoas dignas de crédito, ou declarações prestadas pelo
Cabeça de Casal.
- A habilitação promovida através do Procedimento Simplificado de
Sucessão Hereditária – 210º - A a 210º- R do Código de Registo Civil –
Balcão das Heranças – (declarações prestadas pelo Cabeça de Casal).
- Certificado Sucessório Europeu, criado pelo Regulamento da EU nº
650/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 4/7/2012.
Contudo,
- Incorpora em si mesma uma habilitação judicial de herdeiros; e,
- Pode traduzir-se num aceitação expressa da herança
Visa sobretudo:
- Obter uma condenação de Restituição;
- De uma Universalidade de Bens ou de alguns Bens pertencentes à
universalidade
- É diferente da acção de reivindicação do artº 1311º, pois que esta requer
o reconhecimento da sua qualidade de herdeiro.
- Legitimidade Activa-
Autores –
- O herdeiro único – 2075º
- Sendo vários herdeiros – 2075º - qualquer um deles – 2078º nº 1
pode pedir separadamente a totalidade dos bens em poder do
demandado, sem que este posa opor-lhe que tais bens lhe não pertencem
por inteiro.
Prova :
- O Autor (co-herdeiro) terá que alegar e provar que a herança é
proprietária dos bens cuja restituição se requer; e,
- Terá ainda que provar por documento, a sua qualidade sucessória;
Restituição dos bens:
-Os bens restituídos não passam a ser administrados pelo herdeiro
peticionante;
antes,
- Passam a ser integrados na massa da herança – 2079º e s.s. e sujeitos ao
regime geral da administração da herança.
- Este instrumento processual da petição de herança não prejudica a
possibilidade de o cabeça de casal poder pedir a entrega dos bens que
deva administrar, nos termos do artigo 2088.
Legitimidade passiva:
Réus
Podem ser demandados:
- Os possuidores - 2075º nº 1
- Os adquirentes de bens da herança ao herdeiro aparente – 2076º
nº 1 – a titulo gratuito ou oneroso
-Os legatários, quando a entrega do legado tenha sido feita pelo
herdeiro aparente – 2077º
Ver – Usucapião
– Prescrição aquisitiva – Imóveis – 1294 a 1297º e Móveis – 1298º a 1300º
- O decurso do prazo para usucapião, impede o exercício da acção de
petição da herança – pois que os possuidores adquirem o direito a cujo
exercício corresponde a sua actuação – 1287º - que é o direito de
propriedade sobre a coisa possuída.
- Com prejuízo dos direitos do anterior proprietário;\
- Adquire com efeitos retroativos ao início da posse – 1317º alínea c)
- O Legatário é considerado:
- como proprietário e possuidor pleno e absoluto – 2249; 2250º,
1317 b) e 1255º
- Daí que o legatário pode lançar mão da acção de reivindicação –
do de propriedade – 2279º, ou
- Defender por Acção directa – 1314º e 336º nº 1 a 3 do C. Civil – a
coisa de que é proprietário.
- Face aos herdeiros (de quem recebeu o bem)
- Face a terceiro
Jurisprudência:
ATRP – processo 0556195 de 02-10-2006 – Relator Marques Pereira;
ATRP – Processo 0726231 de 27-11-2007 – Relator Vieira e Cunha
ATRL – Processo 4452/2008-6 de 05-03-2009 – Relator – Manuel
Gonçalves
ATRP – proc. 802/05.1 TBLMG. P1 – 15-12-2010 – Maria Catarina.
Exº-
Aquando da abertura da sucessão, ocorre a imediata transferência de
bens do herdeiro, mediante a aceitação.
No entanto existe a possibilidade de a herança cair em mãos de quem não
detém a qualidade de herdeiro.
ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA
Antes da aceitação
O artigo 2047º prevê já que qualquer chamado à herança possa
providenciar acerca da administração dos bens da herança – jacente.-
O artigo 2048º prevê mesmo que quando se torne necessário para evitar a
perda ou deterioração de bens – a nomeação de um curador pelo
Tribunal- caso de herança abandonada pelo Cabeça de Casal.
Duração do Cabeçalato:
- A administração da herança abrange todo o período em que existe um
património autónomo hereditário – (inicia-se com a abertura da sucessão
e finda com a partilha da herança )
1 – O cabeça de Casal
- Sua Designação
a)- Ex Lege – 2080º
b)- Pelo Tribunal – 2083º
c) – Por Acordo – 2084º
-Incapaz –
Nos termos do artº 2080º a instituição legal do cabeça de casal
permanece mesmo que o cabeça de casal seja um Incapaz - exercendo
neste caso o cabeçalato o seu representante legal.
Generalidades
Pela aceitação, o herdeiro adquire a herança ou o quinhão hereditário, i.e,
- Adquire uma quota ideal sobre toda a universalidade dos bens (direitos e
obrigações) que compõem a herança.
- Contudo, não passa a ser proprietário de nenhum dos bens da herança
em particular.
- Mas é proprietário de um direito patrimonial sobre a herança, que
corresponde ao seu quinhão hereditário, o qual,
- Por força do principio da livre disposição dos bens, que é reconhecido ao
proprietário – 1305º, permite ao herdeiro alienar esse seu direito
patrimonial.
- Contudo,
- A Alienação só é permitida após a abertura da sucessão, sob pena de
ingressarmos num negócio jurídico nulo – alienação de herança ainda não
aberta – 2028º do C.C. e,
- Por isso a alienação da herança só é permitida e possível depois de o
herdeiro haver aceitado a herança à qual foi chamado.
Assim,
I- O artigo 2068º, Tipifica os Encargos da Herança – (são estes e não
outros), enumerando-os:
1- Despesas de Funeral e sufrágios do autor da sucessão; ( os actos
piedosos que se realizam em favor dos defuntos: por exemplo,
celebrar uma Missa, orações, preces. )
2- Encargos com a testamentaria, administração e liquidação do
património hereditário – Despesas – c/ transportes, emolumentos
de actos jurídicos, honorários , retribuição ao testamenteiro etc.) ;
3- As Dívidas do falecido; ( garantidas, com hipoteca ou penhor ou
sem garantia )
4- Cumprimento dos legados – 2265º, 2270º, 2070º nº 2
PARTILHA DA HERANÇA
- O Co – herdeiro
- O Cônjuge Meeiro;
- O Cessionário
- O legatário de usufruto de parte da herança;
- O cônjuge do herdeiro casado sob o regime da comunhão geral.
- OPERAÇÕES DE PARTILHA
DA SUCESSÃO LEGITIMÁRIA
Regimes da colação:
- O regime da colação omisso ou supletivo- 2108º
Em que o doador ao efectuar a doação, nada refere quanto ao
benefício que pretende atribuir ao seu descendente.
Como se caracterizam:
1- Regime omisso supletivo da colação – 2108º (O doador nada
refere no acto de doação sobre a vontade de avantajar)
O regime da colação está previsto no artº 2108º e tem como
fundamento a vontade presumida do autor da herança, i.e, presume-
se que quando um ascendente faz uma doação em vida a um
descendente não o pretende beneficiar em relação aos demais
descendentes, mas tão só adiantar-lhe a sua quota hereditária, ou
seja, aquilo que iria receber após a abertura da sua herança em
preenchimento do seu quinhão hereditário.
Instituto da IMPUTAÇÃO
É uma das operações da partilha, que se distingue da colação e que
se destina a distribuir as liberalidades pelas diferentes quotas da
herança – quota disponível ou quota indisponível - com o objectivo
de aferir se o Autor da Herança dispôs ou não de mais do que aquilo
que poderia dispor
Traduz-se na distribuição de todas as liberalidades do autor da
sucessão por todas as quota da herança, legitima e quota disponível,
tomando em conta desde logo os bens do autor da sucessão e as
liberalidades por este efectuadas em vida, doações, legados e demais
liberalidades
Destina-se também a verificar concretamente aquilo que o herdeiro
legitimário irá receber da herança.
Existindo uma doação sujeita a colação, ela vai ser imputada na
legitima subjectiva do descendente, e este, poderá, ou nada receber
a titulo de herança legitimária ( porque já recebeu) ou receber uma
parte daquilo que lhe falta receber.
É com a imputação que se vai verificar aquilo a que cada herdeiro
tem direito.
Como se distinguem:
Na 1ª. ( legado por conta da legitima) O Autor da herança pretende
que um determinado bem vá parar a determinado herdeiro
legitimário. Contudo, o Autor da Herança, não pretende beneficiar
aquela descendeste, o que pretende é preencher a legitima
subjetiva com aquele bem certo e determinado e por isso o legado
por conta da legitima não implica a renúncia à legitima subjectiva e à
sua imputação, é feita na legitima subjectiva do legatário enquanto
herdeiro legitimário.
Aqui o legatário não terá que renunciar ao legado para aceitar a
herança, nem renunciar à herança para aceitar o legado.
Recebendo o herdeiro menos do que devia ( através do legado) tem
direito a receber a diferença.
Se recebeu mais do que devia, vai ter que repor o excesso.
ARTIGO 2029º
(Partilha em vida)
1. Não é havido por sucessório o contrato pelo qual alguém faz doação entre
vivos, com ou sem reserva de usufruto, de todos os seus bens ou parte deles a
algum ou alguns dos presumidos herdeiros legitimários, com o consentimento
dos outros, e os donatários pagam ou se obrigam a pagar a estes o valor das
partes que proporcionalmente lhes tocariam nos bens doados.
8- Exige que a partilha dos bens doados seja feita no próprio acto da
doação,
10- A “partilha em vida” não está sujeita a colação, pois que na medida
em que a igualização dos herdeiros, que é o fundamento desta, fica
assegurada com a intervenção de todos os herdeiros legitimários.
Como exemplo:
Quando após a partilha, os pais doadores têm mais um filho.
Quando um presumido herdeiros legitimário, ignorado ou dado como
presumidamente morto, surge ou regressa.
Quando um dos doadores volta a casar.
Vantagens e desvantagens
- Partilha em Vida e Doação e Partilha – são diferentes.
- 940º - doação.
- Os doadores receiam pela harmonia familiar, por motivo de partilhas, após a
sua morte,
- para evitar querelas e desarmonia familiar,
- Tem receio pelo destino dos bens.
- Temem o fraccionamento de unidades de produção (como quintas fábricas)
- Desvalorização resultante do fraccionamento.
- Tem conhecimento das potencialidades especificas de cada um dos herdeiros
legitimários, para valorizar cada um dos seus bens. (conhecem os mais aptos.)
OPERAÇÕES
O valor dos bens a partilhar que é de cinco mil euros, divide-se por dois,
representando o quociente, no valor de dois mil e quinhentos euros, a
meação de cada um dos primeiros outorgantes.
Um quarto do valor da meação do primeiro outorgante que falecer em
primeiro lugar, representa o valor do quinhão legitimário do cônjuge
sobrevivo.
A diferença entre estes valores e o valor da meação do cônjuge que
primeiro falecer, divide-se por sete partes iguais, para calculo do quinhão
legitimário de cada um dos seus sete filhos do casal.
Igualmente se divide por sete o valor da meação do cônjuge que sobreviver
ao que primeiro falecer, representando o quociente, o quinhão legitimário
dos seus filhos.
Deste modo, a soma dos quinhões hereditários materno e paterno de cada
um dos filhos, é de seiscentos e vinte e cinco euros.
O quinhão hereditário do cônjuge que sobreviver ao que primeiro falecer é
de seiscentos e vinte e cinco euros.
PAGAMENTOS
À Segunda outorgante ………., é adjudicado o direito a metade indivisa do
imóvel descrito sob a verba um do documento complementar, no valor de
quinhentos euros, inferior ao seu quinhão em cento e vinte e cinco euros,
que recebe em tornas do quinto outorgante e a quem presta a
correspondente quitação, por já as haver recebido em mão como declarou.
À Quarta outorgante, ………………, é adjudicado o direito a metade
indivisa do imóvel descrito sob a verba um do documento complementar,
no valor de quinhentos euros, inferior ao seu quinhão em cento e vinte e
cinco euros, que recebe em tornas do quinto outorgante e a quem presta a
correspondente quitação, por já as haver recebido em mão como declarou.
Ao quinto outorgante …………………., é adjudicada a raiz ou nua
propriedade do imóvel descrito sob a verba número cinco do documento
complementar, no valor atribuído de mil euros e patrimonial já calculado
nos termos da regra Quarta do Artigo trinta e um do Código do Imposto
Municipal de Sisa e do Imposto sobre as Sucessões e Doações de cento e
quatro euros e cinquenta e sete cêntimos, que é superior ao seu quinhão
em trezentos e setenta e cinco euros, que repõe em tornas em tornas às
segunda, terceira e quarta outorgantes, …..
Ao sexto outorgante, ……. é adjudicado o imóvel descrito sob a verba
número dois do documento complementar, no valor de mil euros, cujo
valor é superior ao seu quinhão em trezentos e setenta e cinco euros, que
repõe em tornas em tornas à terceira outorgante …..
Ao sétimo outorgante……, é adjudicado o imóvel descrito sob a verba
número três do documento complementar, no valor de mil euros, cujo
valor é superior ao seu quinhão em trezentos e setenta e cinco euros, que
repõe em tornas em tornas à terceira outorgante …. no valor de cento e
vinte e cinco euros e aos primeiros outorgantes, no valor de duzentos e
cinquenta euros.
À oitava outorgante ………………., é adjudicado o imóvel descrito sob a
verba número quatro do documento complementar, no valor de mil euros,
cujo valor é superior ao seu quinhão em trezentos e setenta e cinco euros,
que repõe em tornas em tornas aos primeiros outorgantes.
A terceira outorgante ………………, para preenchimento do seu quinhão
no valor de seiscentos e vinte e cinco euros, recebe tornas do quinto e
sétimo outorgantes, no valor de cento e vinte e cinco euros e do sexto
outorgante, no valor de trezentos e setenta e cinco euros, aos quais confere
plena quitação, por já as haver recebido em mão como declarou.
Os primeiros outorgantes para preenchimento do seu quinhão, recebem
tornas do sétimo outorgante, no valor de duzentos e cinquenta euros e
tornas da oitava outorgante no valor de trezentos e setenta e cinco euros,
valores esses que já receberam em mão e dos quais dão plena quitação.
Que dão assim por concluída a presente partilha.
Pelos nonos outorgantes, ……………..é prestado aos respectivos cônjuges
o necessário consentimento para a outorga da presente partilha.
ARQUIVO:
- Os Talões de IMT nºs , emitidos pelo Serviço de Finanças de ….em
EXIBIRAM:
- Certidão emitida pela Conservatória do Registo Predial de ….em, por
onde verifiquei os elementos registrais.
- Certidão matricial emitida pelo mesmo Serviço de Finanças em , por
ponde verifiquei os elementos registrais e que, o prédios urbano descrito
sob a verba número cinco do documento complementar foi inscrito na
matriz predial urbana no ano de mil novecentos e trinta e sete, não
carecendo pois do Alvará de Licença de Utilização por ser anterior ao ano
de ..........
- Escritura de conferência do dia 10 de Junho de 1933, lavrada no Cartório
Notarial de e aí exarada de folhas quinze verso, do Livro cento e trinta,
para cancelamento do ónus de eventual redução das doações sujeitas a
colação, averbadas à respectiva descrição predial pela inscrição F um, dos
imóveis descritos sob as verbas um, dois e quatro do documento
complementar.
BIBLIOGRAFIA