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DIREITO DAS

SUCESSÕES
INTRODUÇÃO
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
 Extinguindo-se a personalidade jurídica do
falecido – art. 68º CC – a morte abre uma crise
nas relações jurídicas de que ele era titular e
que devam sobreviver-lhe.

 Estas relações desligam-se do sujeito primitivo,


e até que se liguem a um novo sujeito é
necessário que ocorra uma série de atos ou
factos que encadeiam um processo.

 É o complexo destes atos que é comummente


designado por fenómeno da sucessão.
O FENÓMENO SUCESSÓRIO:
 À morte do de cuius abre-se a sucessão, e
procede-se ao chamamento sucessório. E a
herança fica em situação de jacência
enquanto se aguarda a resposta ao
chamamento. Se este obtiver resposta
positiva e a herança for aceite então esta
tem-se por adquirida.
 Mas não termina aqui o fenómeno.
 Estando os bens hereditários a ser possuídos
por terceiro, a título de herdeiro , por outro
título o verdadeiro herdeiro terá de pedir a
herança ao herdeiro aparente;
 A herança também pode ser alienada, e se tiver
encargos e existir mais que um herdeiro, há
que administrar a herança, conservando-a
separada do património pessoal dos sucessores,
a fim de a liquidar e partilhar entre os co-
herdeiros.
 Só após a partilha é que a situação se
normalizará, e a crise que se abriu por morte
do de cuius nas relações jurídicas de que ele
era titular ficará definitivamente superada.
NOÇÃO GERAL DE SUCESSÃO
 Há um fenómeno de sucessão sempre que
uma pessoa assume, numa relação jurídica
que se mantém idêntica, a mesma posição
que era ocupada anteriormente por outra
pessoa.

 A sucessão supõe assim uma modificação


subjetiva em determinada relação jurídica e
que a relação em causa se mantém a mesma
apesar da modificação operada.
 No sentido amplo a sucessão pode revestir
duas modalidades: em vida e em morte.
 Na sucessão em vida a modificação subjetiva
da relação jurídican opera-se ainda em vida
do anterior titular, por força de um ato
jurídico que se traduz num negócio jurídico
outorgado entre o antigo e o novo titular e
de que resulta a aludida transmissão.
 Na sucessão por morte a referida
modificação subjetiva só se verifica depois
da morte do anterior titular da relação
jurídica: em vida deste não se opera
qualquer transferência do direito, que
continua radicado na sua esfera jurídica.
 A fronteira entre sucessão em vida e por
morte é porém às vezes difícil de
estabelecer: a questão discute-se
fundamentalmente no âmbito das doações a
que se apõem certas condições ou em que
são estabelecidas determinadas cláusulas.
 Partilha em vida
 Também não há sucessão por morte na
chamada partilha em vida, prevista no art.
2019º CC.
SUCESSÃO POR MORTE
 Art. 2014º CC
 « Diz-se sucessão o chamamento de uma ou
mais pessoas à titularidade das relações
jurídicas patrimoniais de uma pessoa
falecida e a consequente devolução dos bens
que a esta pertenciam»
 O direito das sucessões é um ramo do direito
cuja autonomia não radica na particular
estrutura das relações jurídicas a que
respeita, mas na complexidade de que
reveste a transmissão por morte dessas
relações, o conjunto dos factos ou
fenómenos jurídicos que devem intercorrer
desde que aquelas relações se desenlaçam do
respetivo sujeito à morte deste, até que se
enlacem num novo titular.
 Impõe-se outra pergunta: à morte de uma
pessoa que destino deverão ter os seus bens?

 Podia pensar-se que o destino seja a vontade


que o autor da herança lhe fixar; ou que os
bens revertam em favor dos familiares do
decuius ; ou que sejam atribuídos ao Estado,
para que venham a beneficiar a comunidade
nacional a que o falecido pertencia.
 Propriedade, família e ESTADO constituem
assim as conexões fundamentais do Direito
das Sucessões.
 A sucessão por morte pode ser legal ou
voluntária, conforme o título em que se
baseia seja a lei ou um negócio jurídico. E
conforme o negócio seja um testamento ou
uma doação por morte, nos casos
excepcionais em que são permitidas,
falando-se em sucessão testamentária ou
contratual.
 Dentro da sucessão legal ainda se distingue
entre sucessão legítima e a legitimária.
SUCESSÃO LEGITIMÁRIA

 Designa-se assim aquela que se dá em


benefício de determinados sucessores – os
herdeiros legitimários – aos quais a lei
reserva uma fração da herança de que o
autor da sucessão não tem a faculdade de
dispor.
 Não havendo herdeiros legitimários ou
havendo-os nos limites da quota disponível, o
autor da sucessão dispõe livremente, por
testamento ou doação por morte;

 Caso não disponha abre-se a sucessão


legítima, nos termos e segundo a ordem do
art. 2133º CC.
RESUMO:
 Podem assim esquematicamente registar-se
quatro espécies de sucessão por morte:

1) Legítima -------- título II Livro V CC


2) Legitimária ---- título III Livro V CC
3) Testamentária – título IV do Livro V CC
4) Legados e Contratual --- só por contrato
ou nas convenções antenupciais – art.
1701º ss CC
FONTES DO DIREITO DAS
SUCESSÕES
 A fonte mais importante do Direito das
Sucessões é o próprio Código Civil, onde a
matéria está repartida em quatro títulos que
tratam das sucessões em geral, da sucessão
legítima, da sucessão legitimária e da
testemunhal.
 Há no entanto pelo Código Civil outras
normas que tratam ou dizem respeito à
transmissão por morte.
 Próxima aula:

 Das Sucessões em Geral

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