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O princípio sucessório

É o conjunto de normas que regula o fenómeno da sucessão por morte ou em vida.


Sucessão o chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações jurídicas
patrimoniais de uma pessoa falecida e a consequente devolução dos bens que a esta pertenciam
de acordo com o código civil no artigo 2024.

A sucessão:
1- Sentido amplo: sucessão como transmissão latu sensu;
2- Sentido estrito: sucessão como transmissão ou aquisição mortis causa/transmissão
stricto sensu.
A sucessão em sentido amplo é o fenómeno pelo qual uma pessoa se substitui a outra, ou toma
o seu lugar, ficando investida num direito ou numa vinculação, que antes existiam na esfera
jurídica do substituído.

A sucessão pode ser singular ou universal:


1- Será a título singular se a sucessão se der em certo direito ou em certa vinculação
considerados isoladamente, (inter vivos).
2- 2- Já será a título universal se a sucessão se verificar a título global e respeitar a vários
direitos e vinculações considerados em conjunto, (mortis causa). Na sucessão
universal, adquire-se um património na sua totalidade ou uma quota ideal dele.

Dentro do conceito amplo de sucessão, pode haver sucessão inter vivos ou mortis causa (strictu
sensu), dependendo do que haja dado causa à sucessão.
1- A sucessão inter vivos opera por força de ato jurídico.
2- A sucessão mortis causa tem por causa a morte. Normalmente, a sucessão mortis causa
é a título universal, ao passo que a sucessão inter vivos é a título singular.
Meios/ tipos de sucessões
De acordo com o código civil no artigo 2026, são os meios de sucessão os seguintes:
 A lei/ sucessões legitimas: A sucessão legitimária consiste no chamamento dos
herdeiros legitimários porque a lei lhes reserva parte da herança (quota legítima), não
podendo o autor da sucessão dispor desta quota. De acordo com o artigo 2156º do
código civil, entende-se por legitima a porção de bens de que o testador não pode
dispor, por ser legalmente destinada aos herdeiros legitimários.
 O testamento/ sucessões voluntarias: é o negócio jurídico unilateral e revogável pelo
qual uma pessoa dispõe, para depois da sua morte, de todos os seus bens ou de parte
deles, de acordo com o código civil no artigo 2179.
 O contrato/ sucessões voluntarias: Há sucessão contratual quando, por contrato,
alguém renuncia à sucessão de pessoa viva, ou dispõe da sua própria sucessão ou da
sucessão de terceiro ainda não aberta, isto de acordo com o código civil no artigo 2028.

Sucessão em Vida e por Morte


Existirá um fenómeno sucessório sempre que uma pessoa assume a mesma posição que era
ocupada anteriormente por outra pessoa, de acordo com o código civil no artigo 1255.
Neste conceito amplo integram-se dois elementos:
 Modificação subjetiva numa relação jurídica;
 Relação jurídica mantém-se a mesma.
A sucessão pressupõe que o direito que se transmite para um novo titular permanece o mesmo.
Ao transmitir-se, não se extingue.

Sucessão em vida: a modificação subjetiva da relação jurídica opera em vida do anterior


titular, por força de um ato jurídico translativo do direito ou obrigação, que consubstancia um
negócio outorgado entre o antigo e o novo titular e de que resulta a ransmissão. Na sucessão
em vida, a morte não tem relevo, não sendo causa para a transmissão de bens e direitos, de
acordo com o código civil no artigo 1316, que diz O direito de propriedade adquire-se por
contrato, sucessão por morte e sucessão por vida, usucapião, ocupação, acessão e demais
modos previstos na lei.
Ex: compra e venda, cessão da posição contratual.

Sucessão por morte: e a referida modificação subjetiva só se verifica após a morte do


anterior titular da relação jurídica.
No fundo, na sucessão mortis causa, a morte é a causa da transferência da titularidade dos bens
ou dos direitos sobre os bens. A distinção é relevante, uma vez que só à sucessão mortis causa
se aplicam as normas do Livro V do CC. À sucessão em vida aplicam-se as regras próprias do
negócio em causa.
A sucessão por morte abre-se no momento da morte do seu autor e no lugar do último
domicílio dele, de acordo com o código civil no artigo 2031, apois aberta a sucessão abre a
secao do Chamamento de herdeiros e legatários isto de acordo com o código civil no Artigo
2032.

O sujeito de Direito
Personalidade e Capacidade Jurídica
Os Sujeitos de Direito são os entes susceptíveis de serem titulares de direito e obrigações, de
serem titulares de relações jurídicas.
São sujeitos de direito as pessoas, singulares e colectivas.

Personalidade juridica
A Personalidade Jurídica traduz-se precisamente na susceptibilidade de ser titular de direitos e
se estar adstrito a vinculações, art. 66º/1 CC.
À Personalidade Jurídica é inerente a Capacidade Jurídica ou a Capacidade de Gozo de direitos
(art. 67º CC).
Fala-se pois, de personalidade para exprimir a qualidade ou condição jurídica do ente em causa
– ente que pode ter ou não ter personalidade. Fala-se de Capacidade Jurídica para exprimir a
aptidão para ser titular de um círculo, com mais ou menos restrições, de relações jurídicas –
pode por isso ter-se uma medida maior ou menor de capacidade, segundo certas condições ou
situações, sendo-se sempre pessoa, seja qual for a medida da capacidade.

Capacidade jurídica
É a medida de direitos e vinculações de que uma pessoa é susceptível, art. 67º CC, traduzindo
esta inerência, estabelece que “as pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas,
salvo disposição legal em contrário: nisto consiste na sua Capacidade Jurídica”.

A Capacidade divide-se em Capacidade de Gozo, é a medida de direitos e vinculações de que


uma pessoa pode ser titular e a que pode estar adstrita.

Capacidade de Exercício, consiste na medida de direitos e de vinculações que uma pessoa


pode exercer por si só pessoal e livremente.

Enquanto na Capacidade de Gozo esta coloca-se no plano abstracto da titularidade de situações


jurídicas, na Capacidade de Exercício estamos já no plano concreto de averiguar em que
medida certa pessoa pode exercer os direitos ou cumprir as obrigações que na verdade lhe
podem caber enquanto sujeito. Pode haver Capacidade de Gozo e não haver Capacidade de
Exercício.

A Capacidade Genérica é quando a generalidade dos direitos e das vinculações reconhecidas


pela ordem jurídica. (art. 67º CC). A Capacidade Específica, é a capacidade das pessoas num
âmbito mais restrito de apenas abranger certas categorias e vinculações de direito, ex. Pessoas
Colectivas, art. 160º/1 CC.

Incapacidade Jurídica
A Incapacidade Jurídica é a medida de direitos e vinculações de que uma pessoa não é
susceptível. Há pessoas que são titulares da Capacidade de Gozo, mas não de exercício. Pode-
se ter Capacidade de Gozo genérica e não ter uma Capacidade de Exercício genérica, ex.
menores.

A Incapacidade de Gozo não admite suprimento, enquanto a Capacidade de Exercício é


suprível.
A Incapacidade de Gozo reporta-se à titularidade de direitos e vinculações de que uma pessoa
pode gozar. Neste campo não é viável suprir uma incapacidade.

Na Incapacidade de Exercício está em causa a impossibilidade de certa pessoa que é titular


de um determinado direito, exercê-lo pessoalmente. No entanto, já é viável a outra pessoa que
venha a exercer esse mesmo direito em conjunto com o incapaz, ou em substituição deste. A
ideia de suprimento é sempre inerente à ideia de Capacidade de Exercício.

Formas de suprimento da incapacidade


São os meios de actuação estabelecidos pelo Direito, tendo em vista o efectivo exercício dos
direitos e o cumprimento das obrigações do incapaz. Implicam sempre a intervenção de
terceiros.
Existem duas formas de suprimento: a representação e a assistência.

A representação, quando o incapaz não é admitido a exercer os seus direitos pessoalmente.


Para suprir a sua incapacidade tem de aparecer outra pessoa que actue em lugar do incapaz.
(art. 258º CC, efeitos de representação). Os actos praticados por esta outra pessoa é um acto
juridicamente, tido pelo Direito como se fosse um acto praticado pelo incapaz.

A assistência, situações em que certas pessoas são admitidas a exercer livremente os seus
direitos. Nestes casos, o incapaz, pode exigir mas não sozinho. Ou seja, o suprimento da
incapacidade impõe única e simplesmente que outra pessoa actue juntamente com o incapaz.
Para que os actos sejam válidos, é necessário que haja um concurso de vontade do incapaz e
do assistente. Há sempre um fenómeno de conjugação de vontades, isto porque o incapaz pode
agir pessoalmente mas não livremente.

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