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A nova redacção altera ligeiramente a que vinha contida no 2024.º do C. Civil, por
razões essencialmente de clareza. Era a seguinte a redacção do artigo 2024º:
“diz-se sucessão o chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações
jurídicas patrimoniais de uma pessoa falecida e a consequente devolução dos bens que
a esta pertenciam”.
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O Direito das Sucessões é um ramo do direito privado, de acordo com a
classificação germânica.
O Direito das Sucessões não se diferencia dos outros ramos do direito pela
natureza das relações jurídicas, mas pela fonte (a morte). Do que trata o
Direito das Sucessões é regular o processo de “transferência” de bens
patrimoniais e dívidas duma pessoa falecida para os seus sucessores. As
relações jurídicas que sofrem a modificação subjectiva continuam sendo as
mesmas e sujeitas, designadamente, à disciplina do Direito das Obrigações ou
Direito das Coisas.
A sucessão por morte distingue-se da sucessão em vida pela causa que dá lugar a
cada uma delas. A sucessão mortis causa tem como causa a morte por sí só ou em
articulação com um acto praticado pelo autor da sucessão, enquanto que a
sucessão inter vivos tem como causa um acto jurídico distinto da morte.
A morte pode, em termos muito gerais, ser definida como a ausência de vida. A
ocorrência da morte é constatada, via regra, por especialistas da área médica.
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O artigo 2.º do Código do Registo Civil estabelece que os factos sujeitos a registo
obrigatório só podem ser invocados enquanto não for lavrado o respectivo
registo.
A declaração de óbito para efeitos de registo é feita nos termos dos artigos 233.º e
234.º do Código do Registo Civil, devendo ser acompanhada do certificado de
óbito passado pelo médido que a verificou ou de auto lavrado pela autoridade
administrativa ou policial, tal como dispõe os artigos 234.º, n.º 1, e 236.º, ambos
do Código do Registo Civil.
O óbito, nos termos do artigo 273.º do Código do Registo Civil, só pode ser
provado por meio de certidão ou boletim.
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jurídica e dissolve-se o casamento. Nestes casos, a morte é um facto jurídico
extintivo.
A morte também pode ser um facto jurídico constitutivo, por dela surgirem
novas relações jurídicas que não existiam antes dela (da morte). Como exemplos
paradigmáticos podemos citar o subsídio de morte (que é atribuído aos familiares
do falecido funcionário ou trabalhador) ou subsídio de sobrevivência (também
atribuído aos filhos menores ou estudantes do falecido funcionário ou
trabalhador. Outro exemplo em que a morte opera como facto jurídico
constitutivo é do seguro de vida.
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A possibilidade de sucessão por morte constitui um grande estímulo à
actividade privada: os membros da família dão o seu contributo nessa
perspective; o autor da sucessão acumula riqueza que sabe que irá
beneficiar os filhos ou familiares próximos.