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RESUMO
O Direito de Sucessão identifica quem, na transmissão dos bens, receberá as cotas
herdadas, doadas ou cedidas conforme garantido pela lei. Esta ação pode ocorrer por ato
realizado entre as pessoas vivas, intuitu personae. A sucessão na técnica jurídica
consiste na transmissão de bens decorrente da substituição de uma pessoa por outra na
titularidade de direito e pode operar-se a título gratuito, inter vivos ou causa mortis
quando há ocorrência de óbito do proprietário dos bens que serão herdados. Neste
artigo, a abordagem do tema explanará os modelos de sucessão e seguirá uma linha de
análise em torno da partilha de bens entre vivos, ou seja, quando existe uma demanda
que sugere essa condição. Essa partilha é instrumentalizada por via de escritura pública,
com o advento da Lei 11.441/2007 que busca minimizar o curso processual na
realização do inventário e partilha; ou por testamento via Planejamento Sucessório, e é
ato lícito e previsto em lei. O Art. 2.018 do Código Civil de 2002 ressalta que “é válida
a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que
não prejudique a legítima dos herdeiros necessários” e a lei utilizada em casos de
partilhas de bem entre vivos. Esses modelos de sucessão baseados na lei
trazem segurança na distribuição dos bens e na antecipação dos tributos, salvo
estipulação em contrário, deixando os herdeiros confortáveis para administrar suas
novas posses, haja vista originarem-se de uma causa não necessariamente cômoda.
The Law of Succession identifies who, in the transmission of assets, will receive
inherited, donated or ceded shares as guaranteed by law. This action can occur by act
performed among living people, intuitu personae. Succession in the legal technique
consists in the transfer of assets resulting from the substitution of one person for another
in the ownership of law and may operate free of charge, inter vivos or cause death when
there is a death of the owner of the assets that will be inherited. In this article, the theme
approach will explain succession models and will follow a line of analysis around the
sharing of goods between the livings, that is, when there is a demand that suggests this
condition. This sharing is instrumented by public deed, with the advent of Law 11.441 /
2007 that seeks to minimize the procedural course in the realization of inventory and
sharing; Or by testament via Succession Planning, and is a legal act and provided for by
law. Art. 2.018 of the Civil Code of 2002 states that "sharing is made by ascendant, by
act between living or last will, provided that it does not harm the legitimate of the
necessary heirs" and the law used in cases of sharing of good between Alive. These
models of succession based on the law bring security in the distribution of the goods
and in the anticipation of the tributes, unless stipulated to the contrary, leaving the heirs
comfortable to administer their new possessions, since they originate from a cause not
necessarily comfortable.
Key Words: Right of Succession. Inter Vivos. Sharing of Goods. Heritage. Succession
Models.
1. INTRODUÇÃO
Para Pires Lima, entende-se por sucessão “quando uma ou mais pessoas vivas
são chamadas à titularidade das relações jurídico-patrimoniais de uma pessoa morta".
Ou seja, a patente de direitos e obrigações que se transfere de acordo com a primeira
noção, e marca o carácter derivado da aquisição de bens e compromissos dos herdeiros
em relação ao que será herdado.
Giacomin (2013) faz uma análise sobre um círculo virtuoso formado pós-
sucessão em quatro vertentes: na sucessão ou o prosseguimento da sociedade
empresarial sem a participação dos sucessores na administração; na liquidação da quota
dos herdeiros com a apuração de haveres; no inventariante prosseguir na sociedade na
condição de sucessor do falecido, sem o pagamento de qualquer espécie; e na negativa
dos herdeiros em continuar na sociedade; ou, em última hipótese, recusados pelos
demais sócios.
Sobre esses temas, este trabalho pretende abordar os trâmites para a sucessão
de bens numa partilha entre vivos, quer seja causada por falecimento, que seja por
cessão, doação, ou herança após alguma impossibilidade do proprietário e sua
conseguinte vontade em direcionar seus bens. O que demonstra que o Código Civil
estende seus efeitos tanto para a sucessão entre vivos quanto para depois da morte da
pessoa, nas esferas patrimoniais e da sucessão hereditária.
1.1. Conceito de Sucessão
Conforme o Código Civil (art. 1.786) a sucessão pode ser legítima (ab
intestato) ou testamentária. No primeiro caso, decorre da lei; no segundo, de disposição
de última vontade, ou seja, de testamento ou codicilo, ou seja, por manifestação de
última vontade de forma escrita. Morrendo a pessoa sem testamento (ab intestato),
transmite-se a herança a seus herdeiros legítimos (art. 1.788), expressamente indicados
na lei (art. 1.829), de acordo com uma ordem da vocação hereditária. Por isso se diz que
a sucessão legítima representa a vontade presumida do de cujus de transmitir o seu
patrimônio para as pessoas indicadas na lei. Caso fosse outra intenção teria que pelo
próprio testamento se valer. Será, ainda, legítima a sucessão se o testamento caducar ou
for julgado nulo (art. 1.788, parte final).
Assim, por exemplo, o art. 692, III, do diploma de 1916, ainda aplicável às
enfiteuses constituídas durante sua vigência (CC, art. 2.038), prevê a extinção destas,
em caso de falecimento do titular da propriedade não ter herdeiros, salvo o direito dos
credores. A regra constitucional no art. 5º, XXXI da CF visa não só prover o direito de
propriedade de maior tutela como também de proteção absoluta ao direito de herdar.
O assunto relevante nesse artigo é abordar a partilha inter vivos numa possível
necessidade daquele cuja sucessão se trata, haja eminência de morte ou já ela fato
consumado. Numa relação de sociedade familiar, por exemplo, o herdeiro sucede ao
sócio enfiteuta, adquirindo os direitos e deveres que a este pertenciam. Na hipótese,
ocorre a sucessão inter vivos pode existir por meio da doação, em que o doador faz a
liberalidade em favor de determinada pessoa, para que esta, após certo tempo, a
transmita a outrem, desde logo indicado.
Para Gonçalves (2012) ‘inclinam-se alguns pela negativa, ao fundamento de
tratar-se de matéria peculiar ao direito das sucessões, no entanto, a corrente que sustenta
a compatibilidade do instituto com os atos inter vivos prevalece por inexistir motivo
legal que justifique a vedação”. Neste caso, será, na realidade, uma liberalidade
semelhante ao fideicomisso regida pelos dispositivos do direito das obrigações.
Ribeiro (2008) relata que como efeito da morte, dá-se a transmissão dos bens
do falecido, procedimento que independe do inventário e da partilha, pois a posse e o
domínio dos bens transferem-se imediatamente aos sucessores, sem necessidade de
qualquer formalidade (artigo 1.784 do Código Civil). Contudo na classificação deste
processo denomina-se posse indireta o direito sobre a posse e o domínio, visto que a
posse direta cabe ao administrador provisório.
5. TRANSMISSÃO DA HERANÇA
Por fim, a exclusão do sucessor feita pelo próprio autor da herança, constitui
deserdação deste sucessor da herança que lhe era cabida. A manifestação de vontade do
testador é imprescindível. Apenas podem ser deserdados os herdeiros necessários, e na
manifestação expressa, feita normalmente em cédulas testamentárias, deve estar
explicando o porquê da deserdação. O artigo Art. 1.962 do Código Civil autoriza a
deserdação dos descendentes por seus ascendentes em casos de ofensa física e injúria
grave. O conceito de indignidade surge na exclusão do herdeiro diante do fato de ele ter
praticado um ato reprovável contra o de cujus com a punição da perda do direito
hereditário. A indignidade é uma sanção civil que causa a perda do direito sucessório e
para validação dessa exclusão é necessário que haja atos contra a vida, contra a honra e
contra a liberdade de testar do autor da herança, como citado no art. 1.814 do Código
Civil Brasileiro.
8. CONCLUSÃO
Neste artigo foi elucidada a questão da partilha de bens entre vivos, contando
com a lei no que tange ao direito de sucessão e suas aplicabilidades. Pode-se observar
que o Código Civil e a própria Constituição Federal, permeiam soluções plausíveis para
que os herdeiros em vida se tornem efetivos sucessores de uma herança. É preciso
atentar para a existência de documentação pré ou pós-morte do de cujus, o que torna a
sucessão de bem um procedimento longo ou ávido dependendo de como este optou por
manifestar sua vontade final.
9. REFERÊNCIAS
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das sucessões - 14. ed. – São Paulo : Saraiva,
2012. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 4) 1. Direito civil 2. Direito das sucessões I.
Título. II. Série. CDU-347
MIRANDA, Maria Bernadete. Direito das Sucessões - Parte II. São Paulo: Direito
Brasil Publicações, 2011 (Apresentação - Notas de Aulas).
SILVA, Sandro Luiz da, OLIVEIRA, Ariane Fernandes de. Direito Das
Sucessões – Causa Mortis. 2014.
SILVA, Ubiratan Rodrigues da. Direito Civil VI - Direito Das Sucessões - Plano De
Ensino: Unidade I. Introdução Ao Direito Das Sucessões 1 Conteúdo Programático aula
nº 02, 2011.