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Catarina Marques Baptista (35407)

3º ano, 2º semestre (2015/2016)

Direito das Sucessões


1. Noção de Sucessão

Sucessão = chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade las relações jurídicas patrimoniais
de uma pessoa falecida e a consequente devolução dos bens que a esta pertenciam (art. 2024º
CC); sucessão não se limita à morte; pode ser em sentido amplo/”lato sensu”, isto é, a transmissão
(uma pessoa se substitui a outra, ou toma o seu lugar, ficando investida num direito ou numa
vinculação, ou num conjunto de direitos e vinculações, que antes existiam na esfera jurídica do
substituído., sendo que as situações jurídicas adquiridas pelo novo titular são consideradas as
mesmas, antes existentes, e tratadas como tais – pode ser inter vivos ou mortis causa) ou em
sentido estrito/”stricto sensu”, ou seja, mortis causa; equipara-se à aquisição derivada translativa
(direito adquirido é o mesmo que já pertencia ao anterior titular e passa como tal para o novo
titular) porque exprimem a mesma realidade, mas segundo perspetivas diferentes (realidade é a de
um direito se desligar de um sujeito para se ligar a outro, sendo tratado pela lei como se fosse o
mesmo.)

Direito das Sucessões = pode definir-se como o conjunto de normas jurídicas que regula o
fenómeno da sucessão por morte.

Pereira Coelho nas suas lições de Direito das Sucessões, “extinguindo a personalidade jurídica do
falecido (...), a morte abre uma crise nas relações jurídicas de que ele era titular e que devem
sobreviver-lhe. Essas relações desligam-se do seu primitivo sujeito, à morte deste, e até que se liguem
a novo sujeito é necessário que ocorra – ou há a possibilidade de que ocorra - uma série de atos ou
factos que se encadeiam num processo mais ou menos longo. É o complexo desses atos ou factos,
comummente designado por fenómeno sucessório ou fenómeno da sucessão por morte, que
constitui objeto do Direito das Sucessões (...)”

2. Sucessão em vida e por morte

Sucessão

Inter vivos Mortis Causa

A modificação sub ectiva só se


A moificação subjectiva da relação verifica depois da morte do anterior
jurídica opera-se ainda em vida do titular da relação jurídica; em vida
anterior titular, por força de um acto deste não se opera qualquer
jurídico translativa do direito ou transferência do direito, que
obrigação respetivos (traduz-se continua radicado na sua esfera
numa transmissão) jurídica
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Doação com reserva de usufruto - art. 958º CC: doador tem a faculdade de reservar para si,
ou para terceiro, o usufruto dos bens doados; apesar de a propriedade plena sobre os bens
doados só se produzir na esfera jurídica Io donatário depois da morte do doador (extingue-
se o usufruto), a doação produz imediatamente os seus efeitos, sendo, por isso, uma
doação em vida.

Doação com reserva do direito de dispor – art. 959º CC: doador pode reservar para si o
direito de dispor, por morte ou por ato entre vivos, de alguma ou algumas das coisas
compreendidas na doação, ou o direito a certa quantia sobre os bens doados; direito de
dispor reveste um carácter pessoal e extingue-se por morte do doador; só com a morte do
doador é que o donatário adquire o direito de propriedade plena sobre os bens doados (esta
quando realizada inter vivos é considerada aposta com um clausula modal resolutiva, e não
uma doação mortis causa ferida de nulidade)

Doação ”cum moriar”: pode o doador estipular que os bens doados só se transfiram para o
donatário quando o doador falecer; donatário adquire logo os direitos sobre os bens doados,
pelo que é uma doação inter vivos.

Doação “si praemoriar”: doação só produzirá efeitos quando o doador falecer (termo
suspensivo) e se ele morrer antes do donatário (condição suspensiva); está sujeita a termo
e a condição; a admissibilidade da doação “si praemoriar” como doação em vida, e não por
mortis causa, é defendida por todos os autores, a questão existe na aplicação (ou não) do
art. 946º CC, sendo que Antunes Varela e Pires de Lima consideram a presente cláusula
nula pois é proibida pelo art. 946º CC, já Pereira Coelho e Capelo de Sousa discordam e
acham que esta doação não e proibida pelo art. 946º CC.

Partilha em vida – art. 2029º CC: a partilha em vida é um negócio relativamente frequente e
pode ter várias razões (ex: evitar futuros conflitos entre os herdeiros legitimários quanto à
partilha da herança); é uma forma especial de doação entre vivos e distingue-se das
doações em geral (arts. 940º e ss CC).

Doação por morte para casamento: para Manuel de Andrade, tais doações são hibridas,
porque se pelo lado d doador é inter vivos, do lado do donatário é mortis causa (só à morte
do doador é que o donatário adquirirá um verdadeiro direito sobre os bens doados); a morte
do doador é a causa da transmissão, pelo que maioritariamente são considerados mortis
causa (arts. 2028º e 1700º e ss CC).
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3. Modalidades de Sucessão

Sucessão mortis causa

Critério da fonte da vocação sucessória


(art 2026º CC) Critério do objeto da sucessção

1- Sucessão Legitimária (legal, Sucessão Universal mortis causa


imperativa): não pode ser afastada pela (herança) é diferente de Sucessão
vontade do autor da sucessão; diz Singular mortis causa (legado).
respeito à porção de bens de que o “de
cujus” não pode dispor por estar destinada Art. 2030º CC – o critério de distinção
aos herdeiros legitimários por lei (arts. assenta na determinação ou
2156º e ss CC) indeterminação dos bens deixados:
sucessor será herdeiro se recebe bens
2- Sucessão Legítima (legal, supletiva): é indeterminados, enquanto que o sucessor
também deferida por lei mas pode ser será legatário se receber bens certos e
afastada pela vontade do autor da determinados.
sucessão (arts 2131º e ss CC)
O legatário sucede em bens determinados
3- Sucessão Contratual (voluntária): na medida em que apenas sucede em
quando alguém, por contrato, renuncia à bens certos com exclusão dos restantes
sucessão de pessoa viva, ou dispõe da bens do “de cujos”; o herdeiro é chamado
sua sucessão/de terceiro ainda não aberta a suceder à totalidade da herança/quota
(art. 2028º CC) parte da herança, quer real quer
virtualmente. Percebe-se aqui nesta
4- Sucessão Testamentária (voluntária): explicação o porque de a herança ser uma
incidirá sobre a quota disponível ou sobre sucessão universal enquanto o legado é
toda a herança (dependendo se existem
uma sucessão singular.
ou não herdeiros legitimários); é um ato
unilateral e revogável pelo qual uma
pessoa dispõe, para depois da morte, dos
seus bens (em todo ou em parte) (arts.
2179º e ss CC)

 Responsabilidade pelos encargos da herança: como resulta dos arts. 2068º e 2071º
CC, a responsabilidade do herdeiro é mais ampla que a responsabilidade do
legatário. Por encargos da herança entendem-se o pagamento das dívidas do
falecido, as despesas do funeral e sufrágios, os encargos com a testamentaria,
administração e liquidação do património hereditário e o cumprimento dos legados
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(art. 2068º CC) - a herança responde por esses encargos, logo, em princípio, os
herdeiros é que respondem pelos encargos da herança e não os legatários (art.
2071º CC). A responsabilidade do herdeiro é apenas dentro das forças da herança,
não se estendendo a ultra vires hereditis. Os legatários só responderam pelos
encargos da herança se esta for toda distribuída em legados, sendo que os
legatários serão responsáveis, proporcionalmente, exceto se o testador tiver disposto
outra coisa (art. 2277º CC) – se os bens da herança não chegarem para pagar os
encargos os legados também não serão pagos, ou então serão reduzidos, sendo
pagos rateadamente (art. 2068º e 2278º CC), exceto os legados remuneratórios pois
são equiparados a dívidas de herança.
 Direito de exigir a partilha e intervenção em processo de inventário: só os herdeiros
podem exigir a partilha, conforme decorre do art. 2101º CC (arts. 4º nº1 al. a, nº2, nº3
+ 24º nº2 + 52º nº1 + 53º nº1 + 72º + 73º nº1 RJPI)
 Direito de acrescer: o direito de acrescer é um dos casos de vocação indireta; este
pressupõe uma vocação plural, ou seja, que sejam chamadas à sucessão várias
pessoas. Quando, nos termos dos arts. 2137º nº 2 ,2301º e 2302º CC, sendo
chamados vários sucessíveis, um deles não possa ou não queira aceitar a sucessão,
o objeto sucessório a que foi chamado acresce a outros sucessíveis. Este direito é
conferido por lei aos herdeiros (art. 2143º + 2137º CC), e aos legatários nos termos
do art. 2302º CC.
 Aponibilidade de termo: partes podem estipular que os efeitos de um negócio ficam
sujeitos a termo – efeitos só se verificam a partir de certo momento (acontecimento
certo e futuro); mas não é possível o testador instituir um herdeiro a termo (art. 2243º
CC), contudo poderá instituir um legatário a termo (art. 2243º nº1 e nº 2 CC).
 Direito de preferência na venda da herança: art. 2130º CC confere o direito de
preferência na venda do objeto sucessório a terceiros apenas aos herdeiros e não
aos legatários.
 Outros efeitos: arts 2096º + 2058º + 71º nº2 + 2171º + 2080º + 2072º e 2073º +
2304º CC

4. Fenómeno Sucessório
a. Morte como pressuposto

A morte é o pressuposto da sucessão, é a causa do fenómeno sucessório como decorre


dos arts. 2024-º e 2031º CC. A morte não pode ser confundida com a abertura da sucessão, já
que a precede e se assume como a sua causa.

A sucessão abre-se no momento da morte do seu autor (art. 2031º CC);


esta é um efeito da morte
A morte é o facto jurídico que produz o efeito abertura da sucessão

- Facto jurídico involuntário: a vontade humana não intervém na morte e mesmo que
intervenha não tem relevância jurídica no que respeita aos efeitos próprios da morte em
matéria sucessória.
Catarina Marques Baptista (35407)
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- Facto jurídico constitutivo (de novas relações jurídicas); modificativo (das relações
jurídicas do de cujos); e extintivo (la sua personalidade jurídica e das suas relações jurídica –
art. 2025º CC)

Ao falarmos da morte como pressuposto do fenómeno sucessório, falamos da morte natural


ou física, ou seja, a morte que, nos termos do art. 68º nº2 CC faz cessar a personalidade
jurídica das pessoas singulares. (a morte dos diferentes órgãos e tecidos humanos não é
simultânea, os sinais de morte nem sempre são inquestionáveis e há processos de
reanimação.). O problema está em saber se a morte cerebral deveria valer em termos gerais ou
apenas para efeitos de colheitas e transplantes –Lei 141/99.

A morte é um facto obrigatoriamente sujeito a registo (arts. 1º nº1 al.p + 2º + 192º e ss


CRegistoCivil) – a morte não pode ser invocada pelos herdeiros do de cujo ou por terceiros
enquanto não for lavrado o respetivo registo. Uma vez registado, a prova da morte resultante
do registo civil não pode ser ilidida por qualquer outra (art. 3 + 4º CRegistoCivil)

-A morte presumida : arts 114º e ss CC; Antes de ser declarada a morte presumida (mas
não necessariamente), podem ocorrer dois períodos, sendo diverso o estatuto jurídico do
ausente: a curadoria provisória (art. 89º CC) e a curadoria definitiva (arts. 99º a 113º CC).

-A comoriência: se alguém quiser fazer valer direitos sucessórios em relação a outrem terá
de provar a sua morte prévia. Pode acontecer que o sucessível e o autor da sucessão morram
no mesmo dia ou até no mesmo acidente e aqui coloca-se o problema de saber quem morre
primeiro, dada a relevância da pré-morte para efeitos sucessórios. O nosso ordenamento
jurídico não fixa quaisquer presunções legais, com força probatória plena, assentes na
resistência vital.

b. Designação Sucessória

Antes da morte do autor da sucessão, a lei indica determinadas pessoas que podem vir a
suceder-lhe. A designação é, assim, a determinação em vida do autor da sucessão, das
pessoas que podem vir a suceder-lhe quando morrer. Antes da sua morte, surgem já
designadas, por lei ou por vontade do autor da sucessão, certas pessoas como seus possíveis
sucessores.
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Designação Sucessória

Vocação sucessória: é um
chamamento à sucessão no momento Devolução sucessória: é uma
da morte do de cujos. O sucessível consequência do chamamento e da
designado para suceder é agora aceitação da herança. De facto,
chamado à sucessão. A pessoa que ocorrido o chamamento os bens Ja
no momento da morte é chamada à herança ficam à disposição dos
sucessão já estava previamente sucessíveis, que os podem adquírir
designada em vida do autor da mediante a aceitação da herança.
sucessão. Por isso se diz que a Ocorre a devolução quando se já a
designação "é como que uma colocação dos bens à disposição do
vocação virtual e que a vocação é chamado. (efeito da vocação
uma espécie de designação efectiva". sucessória)

Assim, antes da morte do autor da sucessão, são designados, por força da lei ou da vontade
do autor da sucessão, são designados, por força da lei ou da vontade do de cujos, seus
possíveis sucessíveis.

 Arts. 2026º e 2027º CC – prevê certos sucessíveis legitimários, por normas de


caracter imperativo (art. 2156º e ss CC)
 Arts 2028º e 1700º CC – permitem excecionalmente existência de sucessíveis
contratuais
 Arts 2179º e ss CC - permitem a designação de sucessíveis testamentários (com
respeito às normas da sucessão legitimária e das doações mortis causa)
 Arts 2131º e ss CC - preveem a designação de sucessíveis legítimos, chamados se o
autor da sucessão não tiver disposto válida e eficazmente, no todo u em parte, dos
bens de que podia dispor.
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 Hierarquia das designações sucessórias

•Na medida da sua legítima, dos bens que constituem a


quota indisponível do autor da sucessão. A sucessão
legitimária não pode ser afastada pela vontade do autor da
sucessão (art. 2027º CC). Para garantir esta
inviolabilidade os arts. 2168º e ss CC preveem a redução
por inoficiosidade de liberalidades do autor da sucessão. A
Sucessíveis legítima dos herdeiros legitímários não pode er afetada
nem por disposições testamentárias, livremente
legitimários revogáveis (art. 2156º CC), nem por doações mortis causa
(arts. 1759º e 1705º nº3 CC).

•Estes prevalecem sobre os sucessíveis testanentários,


como decorre, desde logo, do facto de os pactos
sucessórios serem, em princípio, irrevogáveis
(arts.1701º,nº1 e 1705º, nº3 CC). Sendo assim, após a
sua aceitação, não podem ser revogados ou afetados por
rn testamento (anterior ou posterior). Por outro lado, um
Sucessíveis testamento pode ser livremente revogável quer por um
novo testamento quer por rma doação mortis causa que
contratuais indda sobre· os mesmos bens (arts. 2179º nº1 e 2312º e
ss CC).

•A primazia da sucessão testamentária face à sucessão


legítima decorre de esta só ter lugar se o autor da
sucessão não r disposto válida e eficazmente dos bens de
que poderia dispor para depois da sua morte (art. 2131º)·
Assim, havendo testamento são chamados os
Sucessíveis sucessíveis, herdeiros ou legatários, testamentários e não
os legítimos.
testamentários

•Só existirá sucessão legítíma nos termos do art. 2131ºCC,


se o autor da sucessão não tiver disposto dos seus bens
port:estarnento ou pacto sucessório, ou se essa isposíçâo
Sucessíveis não for válida ou eficaz ou se apenas tiver disposto em
parte.
Legitimos
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 Consistência das designações sucessórias
o Designação legitimária: O autor da sucessão não pode alterar o elenco dos
herdeiros legitimários (caracter imperativo); não pode afastar s seus
herdeiros legitimários, salvo se se verificar uma das situações de deserdação
previstas no art. 2166º CC, mas não por vontade própria. Os herdeiros
legitimários têm, já em vida do autor da sucessão, uma expectativa
juridicamente tutelada de receber a sua legítima. A proteção desta
expectativa encontra-se desde logo na limitação is poderes de disposição em
vida do autor da sucessão, pela possibilidade de redução por inoficiosidade
de liberalidades, em vida ou mortis causa (se afetarem a legitima poderão
ser revogadas ou reduzidas em tanto quanto seja necessário para preencher
a legítima de tais herdeiros). Art. 2162º CC = só depois da morte do de cujos
é que se apura a legítima. Apesar das garantias conferidas por lei, os
herdeiros legitimários não têm um verdadeiro direito subjetivo ainda em vida
do autor da sucessão, um direito aos bens que possam vir a integrar a sua
quota no momento da morte do de cujos (porque ocorre depois da morte e
com aceitação – arts. 2031º e 2050º CC). Tal acontece, porque só no
momento da abertura da sucessão, com a morte e chamamento dos
sucessíveis, se consolida com designação sucessória.
o Designação contratual: Os donatários mortis causa não têm em vida do autor
da sucessão um direito subjetivo aos bens doados, mas apenas uma
expectativa juridicamente tutelada, que se traduz na atribuição de meios
jurídicos para se oporem aos atos do doador que violem a eficácia, a
irrevogabilidade e a imutabilidade de tais doações. As normas legais que
tutelam tal posição são imperativas e conduzem à nulidade dos negócios
jurídicos realizados contra elas. Todas as doações mortis causa não são, em
princípio, revogáveis depois da sua aceitação (arts. 1701º nº 1 e 1705º nº1
CC). Mas, nas doações dos esposados a favor de terceiros pode o doador
reservar no ato da doação a faculdade de as revogar (art.1705º CC),
podendo também ser revogáveis por ingratidão do donatário (arts. 970º e
975º al. a) CC). No caso da instituição contratual de herdeiro, de doações de
parte ou da totalidade da herança, o doador poderá dispor a título oneroso de
bens certos e determinados que se integrem na doação, mas não a título
gratuito (art. 1701º nº1 CC). No caso de nomeação de legatário, de doação
de bens certos e determinados, nem mesmo a título oneroso tal doação pode
ser afetada (arts. 1701º nº1 e 1705º nº1 CC). A designação sucessória
contratual pode ficar sem efeito por caducidade ou ineficácia (arts. 1703º nº1
+ 1705º nº4 + 1705º nº1 + 1716º + 1706º nº1 CC).
o Designação testamentária: A designação sucessória não lhes confere
qualquer direito nem expectativa jurídica, mas apenas urna expectativa de
facto de virem a adquirir os bens em causa, testador pode, a todo o tempo,
revogar o testamento e a designação testamentária respetiva (arts. 2179º nº1
e 2311º e ss CC), e pode instituir novos herdeiros ou nomear novos
legatários. Embora os designados testamentários tenham apenas uma
expectativa de facto aos bens, a lei pontualmente confere-lhes uma certa
proteção jurídica, traduzida também no cumprimento da vontade
testamentária do autor da sucessão.
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)
o Designação legítima: Os designados legítimos apenas aspiram a receber os
bens hereditários, tendo uma mera expectativa de facto, na verdade, os
sucessíveis legítimos só serão chamados se o autor da sucessão não tiver
disposto válida e eficazmente, na totalidade ou em parte, dos bens de que
podia dispor (art. 2131º CC). O autor da sucessão pode, por testamento ou
contrato, afastar os sucessíveis legítimos ou alterar a ordem de sucessão.
Lei confere-lhes a mesma proteção que vimos quanto aos designados
testamentários.

c. Abertura da sucessão

Com a morte do de cujos, extinguindo-se a sua personalidade jurídica e a sua


suscetibilidade de ser sujeito de relações jurídicas (arts. 67º e 68º CC), as relações jurídicas de
que ele era titular, e que não se extingam por sua morte (art. 2025º CC), ficam sem sujeito,
desprendem-se dele, ficando predispostas a ser adquiridas por outra pessoas. A aceitação e a
partilha sucessórias retroagem à data da abertura da sucessão (arts. 2050º nº2 e 2119º CC). L
abertura da sucessão é o início jurídico do fenómeno sucessório “tendente à devolução
sucessória das relações jurídicas transmissíveis do de cuiús (…) e caracteriza-se pela extinção
jurídica do sujeito das relações jurídicas transmissíveis sucessoriamente e consequente estado
de vinculação de tais relações ao subingresso dos sucessíveis (…)”. A sucessão abre-se no
momento da morte, e só com a aceitação e aquisição sucessórias é que o fenómeno sucessório
se consolida.

A sucessão abre-se no momento da morte do seu autor (art. 2031º 1ª parte CC). Este
momento releva devido ao facto de se fazer retroagir a tal momento para vários efeitos
sucessórios (o fenómeno sucessório não é automático e supõe a existência de um
encadeamento de atos).

Consequências abertura da sucessão:

 Art. 2032º nº1 CC – serão chamados à titularidade das relações jurídicas do falecido
aqueles que gozam de prioridade na hierarquia dos sucessíveis, desde que tenham
a necessária capacidade.
 Designação sucessória fixa-se e consolida-se na vocação sucessória.
 A aceitação da herança ou do legado retrotrai os seus efeitos ao momento da
abertura da sucessão (arts 2050º nº2 e 2249º CC), assim como o repúdio (arts
2062º e 2249º CC).
 Art. 2119º CC – havendo vários herdeiros, feita a partilha, cada um dos herdeiros é
considerado, desde a abertura da sucessão, sucessor único dos bens que lhe foram
atribuídos
 Pós a abertura da sucessão, os sucessíveis que a tenham aceitado pactos
sucessórios, podem celebrar atos de alienação da herança ou do legado (arts. 2124º
e ss CC) ou repudia-los (art 2062 e ss e 2249º CC)
 Art. 2162º nº1 CC – bens contabilizados para o cálculo da legítima.

De acordo com o art. 2031º 2ª parte CC, o lugar da abertura da sucessão é o lugar do último
domicílio do autor da sucessão – art. 82º CC.
Catarina Marques Baptista (35407)
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d. Vocação Sucessória

A vocação sucessória é o chamamento dos sucessíveis herdeiros e legatários) à


titularidade das relações jurídicas transmissíveis do falecido (art. 2032º CC).

Quer a abertura da sucessão quer a vocação sucessória ocorrem no momento da morte do


de cujos. Porém, é a abertura da sucessão que dá origem ao chamamento, isto é, só depois de
aberta a sucessão, com a morte do de cuiús e a desvinculação da titularidade das suas relações
Jurídicas, que passam a estar “predispostas” a ter um novo titular, é que se procede ao
chamamento dos sucessíveis.

Se olharmos para o art. 2050º nº1 CC, que determina que o domínio e posse dos bens da
herança adquirem-se pela, aceitação, independentemente da sua apreensão material,
verificamos que vigora a doutrina da aquisição mediante aceitação (e não por força da própria
vocação). A aceitação não tem um papel meramente de confirmação da aquisição sucessória,
mas um papel verdadeiramente constitutivo. Por isso, o repúdio já não é o tal ato positivo de que
resulta uma diminuição do património do chamado, mas uma renúncia a uma aquisição que
ainda. --> O chamamento não atribui, assim, automaticamente ao chamado a aquisição dos
bens, conferindo-lhe antes o direito de aceitar ou repudiar a herança.

Além do direito de aceitar ou repudiar a herança, a vocação confere o chamado, pelo


simples facto de o ser, a possibilidade de providenciar acerca da administração dos bens, se do
retardamento das providências puderem resultar prejuízos (art. 2047º nº1 CC), não obstante a
possibilidade de nomeação de curador à herança (arts. 2047ºnº 3 e 2048º CC). Assim, o
sucessível chamado à herança, se ainda a não ti ver aceitado ou repudiado, goza de poderes de
administração da herança jacente (jacente a herança aberta, mas que ainda não foi
aceite/repudiada/declarada vaga – art. 2046º CC).

Pressupostos vocação:

 Titularidade pelo chamado da designação sucessória prevalente no momento da


morte: só são chamados como sucessíveis os designados que gozem de prioridade
na hierarquia sucessória
 Existência do chamado: este decorre dos arts. 2032ºe 2033ºº CC; só serão
chamados à sucessão aqueles que gozam de prioridade na hierarquia de
sucessíveis, desde que tenham a necessária capacidade:
o Sobrevivência do chamado ao de cujos (existência posterior do
chamamento)
o Existência anterior do chamado (o chama.do já há de existir tio momento da
morte do autor da sucessão – art. 66º nº1 e nº2 + 158º + 2033º nº1 CC)
 Capacidade sucessória do chamado: art. 2032º nº1 CC; não basta ser o titular da
designação sucessória prevalente, no momento da morte e existir nessa data; são
capazes de suceder todas as pessoas; existem, contudo, pessoas que a lei
considera incapazes de suceder ao de cujo (falta por isso um dos pressupostos da
vocação sucessória) – arts. 2034º e ss + 2166º +2167º CC; pode existir uma
declaração de indignidade quanto a um dos sucessíveis, pelo que este não possui
capacidade – art. 2036º + 2043º CC, se um sucessível for declarado indigno a
vocação do mesmo torna-se inexistente – art. 2037º + 2039º + 2040º + 2042º CC,
contudo o indigno pode ser reabilitado, nos termos do art. 2038º CC; esta
capacidade tm de existir no momento da abertura da sucessão.
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)
 Modos de vocação:

• art. 2032º CC: tem lugar no momento da


abertura da sucessão; serão chamados
originariamente à titularidade das relações
jurídicas do falecido aqueles que gozam de
prioridade na hierarquia dos sucessíveis, desde
Vocação originária e que tenham a necessária capacidade.
Vocação Subsequente • art. 2032º +2028º + 2062º CC: ocorre em
momento posterior à abertura da sucessão; em
momento ulterior ao da abertura da sucessssão
são chamados os sucessíveis subsequente
(retrotraíndo-se a devolução a favor destes ao
momento da abertura da sucessão.

• sucessíveís são chamados sem que os efeitos


dessa vocação estejam dependentes de um
Vocação Pura qualquer facto futuro, certo (termo ) ou incerto,
(condicional) suspensivo ou resolutivo.

• autor da sucessão não impõe ao chamado


Vocação simples e quaisquer encargos ou cláu nrlas moclais
Vocação modal • vocação está sujeita a encargos especiais ou
possui clausulas modais ou com sujeição.
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

•pode ocorrer a favor do sucessível que


ocupa o lugar prevalente ou prioritário na
hierarquia de sucessíveis
•pode ocorrer a favor de um sucessível que
é chamado em vez do designado com
Vocação direta e Vocação prioridade original, porque este não pôde
indireta ou não quis aceitar; pressupõe que alguém
não pôde ser chamado à sucessão de
outrem, por falta de qualquer dos
pressupostos da vocação, ou que foi
chamado mas respondeu negativamente
ao chamamento - ex: arts 2039º e ss +
2301º e ss + 2281º e ss CC

•Vocação indireta
•Vocação fideicomissária (art. 2286º CC
dá-nos a noção de substituição
fideicomissária, assim, diz-se substituição
fideiomíssáría, ou fideicomisso, a
disposição pela qual o testador impõe ao
herdeiro instituido o encargo de conservar
a herança, para que ela reverta, por sua
morte, a favor de outrem; o herdeiro
gravado com o encargo chama-se
fiduciário, e fideicomissário o beneficiário
da substituição; o regime é o mesmo no
caso de legado, por força do disposto no
art. 2296º CC, contudo existem também
fideicomissos irregulares - art. 2295º CC;
no ideicomisso há dois sucessores
efetivos e sucessivos; tanto o
Vocação anómala
fideícomíssãrío como o fiduciário são
herdeiros do instituidor do fideícomísso,
mas o fideicomissário só é chamado após
a morte do fiduciário ( art 2293º nº1 CC);
vocação do fideícomissário só produz
efeitos a partir do momento da morte do
fiduciário (art.2294º CC); não se trata de
uma vocação indireta, o fideicomíssário
não sucede no lugar ou na posição do
fiduciário; requer aceitaçãp; fiduciário tem
o gozo e a administração dos bens,
semelhante ao direito de usufruto (art.
2290º nº 1 e nº2 CC); em princípio, o
fiduciário não tem poderes de disposição
dos bens, só podendo alienar os mesmo
(art. 2295º nº3 + 22911º CC))
•Vocação sucessiva
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)
Modos de vocação indireta:

 Direito de representação – art. 2039º e ss CC: De acordo com o art. 2039º CC, dá-
se a representação sucessória, quando a lei chama os descendentes de um
herdeiro ou legatário a ocupar a posição daquele que não pôde ou não quis
aceitar a herança ou o legado. Segundo o art. 2040º CC, a representação dá-se
por força da lei e tanto se dá na sucessão legal como na sucessão testamentária,
ainda que com pressupostos diferentes, como veremos. Em geral, podemos dizer
que para haver direito de representação é necessário que se verifique uma
impossibilidade de aceitação ou um repúdio da herança ou do legado, por parte
do sucessível titular da designação sucessória prevalente, e que existam
descendentes (arts 1580º nº2 e 1581º nº1 + 2135º e 2157º CC). A representação
tem lugar ainda que todos os membros das várias estirpes estejam, relativamente
ao autor da sucessão, no mesmo grau de parentesco, ou exista una só estirpe –
art. 2045º CC. Este serve para evitar que circunstâncias fortuitas e imprevistas
venham alterar a disciplina normal da sucessão.
o Pressupostos na sucessão legal= arts. 2039º e 2042º CC, , é preciso
que estejam preenchidos dois pressupostos: 1) que falte, por não
poder ou não querer aceitar a herança ou o legado, um parente da
primeira ou da terceira classe de sucessíveis do art. 2133º CC, sendo
que podem as causas ser variadas; 2) preciso que esse parente que
falta tenha deixado descendentes. Verificados os dois pressupostos,
quando falte um parente na primeira ou terceira classe de sucessíveis,
e esse parente tenha descendentes, estes são chamados à sucessão
do de cujo no lugar daquele.
o Pressupostos sucessão testamentária= são os mesmos da sucessão
legal, mas há pressupostos especiais a ter em conta, que distinguem
esta da anterior: 1) é preciso que o designado no testamento não
possa, por pré-morte, ou não queira, por repúdio, aceitar a herança
(art. 2041º nº1 CC); 2) não funciona, na sucessão testamentária, nos
casos de incapacidade por indignidade e deserdação (arts 2041º nº1 +
2037º nº2 CC); 3), designado que não pôde ou não quis aceitar a
herança ou o legado tenha descendentes, qualquer que seja o grau de
parentesco; 4) é necessário que não haja uma outra causa de
caducidade da vocação sucessória (art. 2041º nº 1 CC) e que não se
verifique qualquer uma das situações referidas no nº2 do art. 2041º ou
que o testador não tenha disposto no sentido de afastar o direito de
representação. A representação não se verifica se tiver sido
designado substituto ao herdeiro ou legatário (art. 2041º nº2 al. a)
CC), isso pode acontecer quer na substituição direta (arts. 2281º a
2285º CC), não querer aceitar a herança (art. 2281º nº1 CC) e no caso
da substituição fideicomissária (art. 2293º nº3 + 2296º + 2041º nº2 al.
b) CC).
 Substituição direta: no âmbito da sucessão testamentária (arts. 2179º e ss
CC), a lei admite a substituição direta. De acordo com os arts. 2281º nº1 e
2285º nº1 CC o testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou legatário
instituído para o caso de estes não poderem ou não quererem aceitar a
herança ou o legado. Esta pode assumir várias modalidades – singular (há
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)
um só instituído e um só substituto – art. 2281º CC); plural (há vários
substitutos para um instituído ou vários instituídos para um só substituto – art.
2282º CC); recíproca (quando o testador determinar que os co-herdeiros ou
colegatários – art. 2285º CC – se substituam entre si); expressa ou tácita
(termos gerais do art. 217º CC). Os efeitos da substituição direta encontram-
se no art. 2284º CC.
 Direito de acrescer – arts. 2283º nº2 e nº3 (herdeiros) + 2285º nº2 (legatários)
CC: Este direito funciona tanto na sucessão legal (arts. 2137º nº2 + 2143º +
2157º CC) como na sucessão testamentária (arts 2301º a 2307º CC). O art.
944º nº1 CC prevê a possibilidade deste direito entre os donatários, se o
doador o declarar. Este é o direito lo sucessível, chamado à sucessão
simultaneamente com outros, e seja ou não conjunta a instituição, de adquirir
a parte da sucessão que caiba a outro ou outros sucessíveis e que este ou
estes não quiseram ou não puderam aceitar. Para que o direito de acrescer
atue é preciso que estejam preenchidos certos pressupostos – 1) arts 2137º
nº2 + 2157º + 2301º + 2302º + 1753º nº e + 944º CC = falta de repúdio, e
assim a quota encontra-se vaga; 2) existência de dois ou mais
herdeiros/legatários e o chamamento tem de ser simultâneo = arts. 2301º +
2302º CC; 3) não se verifique substituição direta/direito de
representação/transmissão do direito de aceitar ou repudiar a herança/
legado de natureza estritamente pessoal = arts. 2281º e ss + 2138 e 2157º +
2304º CC.
o Entre herdeiros: legais (art. 2137º nº 2 + 2131º CC) ou testamentários
(art. 2301º + 2306º e 2244º e ss CC)
o Entre legatários: art. 2302º CC (se este não existir entre os legatários,
o objeto do legado é atribuído ao herdeiro ou legatário onerado – art.
2303º CC; se o cumprimento não impender sobre outro legatário, o
cumprimento dos legados cabe ao herdeiros que aceitaram a herança
arts. 2068º + 2070º + 2097º +2098º º1 CC); os usufrutuários mortis
causa também gozam do direito de acrescer (art. 2030º nº4 CC).

e. Herança Jacente

A aceitação ou o repúdio da sucessão não são simultâneos ao chamamento sucessório.


Por isso, importa saber o que acontece nesta fase em que houve o chamamento mas ainda não
existiu resposta ao mesmo por parte do chamado. Durante este período, entre o chamamento e
a aceitação, a herança está numa situação de jacência.

Diz-se jacente a herança aberta, mas ainda não aceita nem declarada vaga para o Estado
(art. 2046º CC), isto é, a herança abriu-se no momento da morte do de cuiús e ainda não foi
aceita pelos sucessíveis nem foi considerada vaga para o Estado (art. 2155º CC).

Uma vez que ainda não houve aceitação da herança a lei prevê um regime que assegura a
conservação dos bens que compõe aquela herança, prevendo a possibilidade de adoção de
certas medidas de ministração no interesse dos sucessíveis e dos eventuais credores da
herança. O regime é a administração da herança, se puderem existir prejuízos (art. 2047º nº1
CC), sendo que os atos de administração não implicam a aceitação da herança –art. 2056º nº3
CC. Os atos de administração não prejudicam a nomeação de um curador da herança (art. 2047º
nº3 CC).
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)
A herança jacente tem personalidade judiciária, conforme dispõe o art.12º. al. a) do Código
de Processo Civil.

O direito à aceitação caduca ao final de 10 anos (contados a partir do momento em que o


sucessível tem conhecimento de te sido chamado –art 2059º CC. A lei prevê um processo
cominatório de aceitação/repúdio no art. 2049º CC+ arts 1039º a 1041º CPC.

f. Aceitação/Repúdio da sucessão

O direito que a vocação confere ao chamado é o de aceitar ou repudiar a herança, e a


aquisição sucessória só se dá mediante a aceitação.

Sendo atos distintos, a aceitação e o repúdio têm características semelhantes:

 Atos jurídicos unilaterais não recetícios – art. 295º CC


 Atos individuais (art. 2051º CC) e pessoais (porém a representação voluntária não
está proibida – ex: arts. 2067º + 606º e ss CC)
 Atos livres
 Conteúdo puro e simples (ou seja, insuscetíveis de aposição de condição ou termo,
de acordo com os arts. 2054º nº1e 2064º nº1 CC) e indivisível (uma vez que,
conforme os arts. 2054º nº2 e 2064º e 2249º CC, a herança e o legado não podem
ser aceites ou repudiados só em parte, sem prejuízo do disposto nos arts. 2055º,
para a herança, e 2250º, para o legado CC).
 Atos irrevogáveis (arts. 2061º e 2066º CC)
 Retroagem ao momento da abertura da sucessão (arts. 2050º nº2, e 2062º CC)
 Ei prevê um prazo de caducidade para o exercício do direito de aceitar e repudiar a
herança. O direito de aceitar a herança/ legado caduca no prazo de 10 anos (art.
2059º nº1 CC – com ressalva do art. 2059º nº2 CC)
 Transmite-se aos herdeiros do sucessível chamado à herança, se este morrer sem a
haver aceitado ou repudiado (art. 2058º CC)
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

Sucessão

Aceitação: a herança pode ser aceita pura Repúdio: é um ato formal, pelo que está
e simplesmente ou a beneficio de sujeito a form escrita para alienação da
inventário (art. 2052º nº1 CC), tendo-se herança (art. 2063º CC). Assim este será
por não escritas as cláusulas feito por escritura pública ou documento
testamentárias que, direta ou particular autenticado, se existerem bens
indiretamente, imponham uma ou outra que devam possuir tal forma quando
espécie de aceitação (art. 2052º nº 2 CC). alienados (art. 2126º + 875º CC). Caso
1) A aceitação a benefício de inventário contrário deverá constar de um
faz-se requerendo inventário, nos termos documento particular (art. 2063º + 2126º
previstos em lei especial, ou intervindo nº2 CC). Atençãoo que se o regime de
em inventário pendente (art. 2053º CC). B casamento for de comunhão o repúdio só
nesse momento (em que o herdeiro pode ser fetoo com o consentimnto de
requer inventário ou intervém em ambos os conjugês (art. 1683º CC).
inventário pendente) que há a aceitação O herdeiro que tiver repudiado é
da herança. A aceitação a benefício de considerado como não chamado, salvo
inventário significa queo herdeiro, para eleitos de representação (art. 2062º
declara que aceita a herança mas reserva CC). Havendo repúdio serão chamados os
o direito de só receber o valor líquido da sucessíveis subsequentes (art. 2032º CC).
herança, depois de pagos os encargos, e Os efeitos o repúdio retrotraem-se ao
com isso o herdeiro obtém, além da momento de abertura da sucessão.
inventariação dos bens da herança e da. Aoo regime da sub-rogação de credores,
Iiquaidação e partilha, uma separação, o art. 2067º CC estabelece uma exceção:
face aos credores da herança, dos bens os credores do repudiante podem aceitar
destes relativamente ao seu património a herança em nome dele, nos termos dos
pessoal. Art. 2071º nº1 CC. arts. 606º e ss CC, num prazo de 6 meses.
2) Na aceitação pura e simples o herdeiro
aceita a herança sem qualquer processo
de inventário. Isto implica que passa a
caber-lhe a prova de que na herança
existem valores suficientes para
cumprimento dos encargos, ou então que
não existembens suficientes para o
cumprimento dos ncargos (art. 2071º nº2
CC). Esta acitação, nos termos do art.
2056º CC pode ser expressa (art. 2056º
CC) ou tácita (factos concludentes , nos
termos do art. 217º nº1 CC)
Com a aceitação, o domínio e a pose dos
bens da herança ão adquiridos,
independentemente da sua apreensão
material (art. 2050º nº1 CC), e estes
efeitos retrotraem-se ao momento da
abertura da sucessão (art. 2050º nº2 CC)
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

g. Herança adquirido: habilitação de sucessores e petição da herança.

Com a aceitação da sucessão a herança tem-se por adquirida. Mas o fenómeno sucessório
não fica encerrado, dado poderem existir algumas questões relativas à atribuição dos bens da
herança. Desde logo, pode haver necessidade de os sucessores demonstrarem a sua qualidade
de herdeiro ou legatário, fazendo valer a sua posição ou então os bens da herança não estejam
à disposição do herdeiro, por estarem na posse ou detenção de terceiro que os tenha como
herdeiro, ou por outro título ou mesmo sem título. No primeiro caso pode-se exigir uma
habilitação de herdeiro/legatário e no segundo caso a lei prevê uma petição da herança.

1)Habilitação de herdeiro/legatário: Para muitos atos jurídicos pode haver necessidade de o


sucessor provar a sua qualidade de herdeiro ou legatário para a prática de tais atos. A lei faculta
ao sucessor alguns meios para fazer prova da sua qualidade de herdeiro ou legatário, ou seja,
para se habilitar enquanto tal. Nos meios extrajudiciais encontramos a habilitação notarial (arts.
82º e ss CRegistoNotariado), esta consiste na declaração feita em escritura pública, por três
pessoas que o notário considere dignas de crédito, ou pelo cabeça-de-casal, de que os
habilitandos são herdeiros do falecido e não há quem lhes prefira na sucessão ou quem
concorra com eles. ) O outro meio extrajudicial de habilitação é o dos procedimentos
simplificados de sucessão hereditária, nas conservatórias do registo civil (arts 210º-A 210º-R
CRegistoCivil). Só o cabeça-de-casal, seu representante legal ou mandatário têm legitimidade
para promover tais procedimentos (art. 210º-B CRegistoCivil). Nos termos do art. 210º-Q a
habilitação é impugnável judicialmente por qualquer herdeiro que tenha sido preterido. Quanto
aos meios judiciais, será de referir que a prova da qualidade sucessor pode ser necessária no
decurso de uma ação judicial – a habilitação judicial dos sucessores da parte falecida na
pendência da causa, para com eles proderem seguirem os termos da demanda, pode ser
promovida tanto por qualquer uma das partes que sobreviverem como por qualquer dos
sucessores e deve ser promovida contra as partes sobrevivas e contra os sucessores do falecido
que não forem requerentes (art. 351º CRegistoCivil + 352º a 357º CPC)

2) Petição da herança: Pode acontecer que os bens da herança ou parte deles sejam
possuídos por terceiro que se arrogue o título de herdeiro, ou outro título ou que os possua
mesmo sem título. Nesta situação a lei prevê uma ação de petição, podendo o herdeiro pedir
judicialmente o reconhecimento, da sua qualidade sucessória e a consequente restituição dos
bens da herança (art. 2075º nº2 CC). O autor da ação tem de ser herdeiro. E sendo vários os
herdeiros, qualquer deles tem legitimidade para pedir separadamente a totalidade dos bens em
poder do demandado, sem que este possa opor-lhe que tais bens lhe não pertencem por inteiro
(art. 2078º nº1 CC). A ação deve ser proposta contra o possuidor dos bens. Mas se o possuidor
de bens da herança tiver disposto deles, no todo ou em parte, a favor de terceiro, a ação de
petição pode ser também proposta contra o adquirente, sem prejuízo da responsabilidade do
disponente pelo valor dos bens alienados (art. 2076º nº1 CC). Esta, a ausência de especial,
segue o processo comum de declaração (arts. 552º e s CPC), pode ser intentada a todo o
tempo, sem prejuízo da aplicação das regras da usucapião relativamente a cada uma das coisas
possuídas, e do disposto no art. 2059º CC (art. 2075º nº2 CC).
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

h. Administração da herança

Depois do apuramento dos sucessores e da sua aceitação da herança, pode verificar-se


um período, mais ou menos longo, em que a herança está indivisa. É ainda necessário proceder
à liquidação do património hereditário e, havendo mais que um herdeiro, à respetiva partilha. Por
isso, a lei regula as questões relativas à administração da herança até à sua integral liquidação e
partilha (momento em que a administração termina – art. 2079º CC).

Regime da administração da herança consta dos arts. 2079º e ss CC, abrangendo todo o
período em que há na sucessão um património autónomo hereditário.

1) Cabeça-de-casal: Por regra, a administração da herança pertence ao cabeça-de-casal


(art. 2079º CC), dispondo o art. 2080º CC a quem incumbe o cargo. No caso de o património
hereditário ter sido todo distribuído em legados, ocupa o cargo de cabeça-de-casal, em
substituição dos herdeiros, o legatário mais beneficiado, e em igualdade de circunstâncias
preferirá o mais velho (art. 2081ºCC). No caso de incapacidade da pessoa designada para
cabeça-de-casal determina o art. 2082º CC que mantém esse cargo mas as funções respetivas
são exercidas pelo representante legal. Estas regras não são, porém, imperativas, isto é, e como
dispõe o art. 2084º CC, por acordo de todos os interessados pode entregar-se a administração
da herança e o exercício das demais funções de cabeça-de-casal a qualquer outra pessoa. Se
todas as pessoas que possam assumir o cargo de cabeça-de-casal se escusarem ou forem
removidas, o cabeça-de-casal é designado pelo tribunal, oficiosamente ou a requerimento de
qualquer interessado (art. 2083º CC). O cargo de cabeça-de-casal é intransmissível (art. 2095º
CC). O cabeça-de-casal administra os bens próprios do de cujo e, se este esteve casado em
regime de comunhão, os bens comuns do casal (art 2087º nº1 CC). O cabeça-de-casal pode
cobrar as dívidas ativas da herança, nos termos do art. 2089º CC, e vender os frutos ou outros
bens deterioráveis e mesmo os frutos não deterioráveis na medida do que for necessário para
satisfazer as despesas do funeral e sufrágios e de encargos da administração (art. 2090º CC).
Por outro lado, tem o dever, se tal for exigido por qualquer dos herdeiros ou pelo cônjuge meeiro,
de distribuir por todos até metade dos rendimentos que lhes caibam (art. 2092º CC); de prestar
contas anualmente (na. 2093º nº1CC), exercendo o seu cargo gratuitamente, salvo se o mesmo
for exercido pelo testamenteiro (art. 2094º CC).

2) Os herdeiros: Ainda que, por regra, a administração da herança caiba ao cabeça-de-


casal, o art. 2091º CC exige a intervenção de todos os herdeiros para a prática de certos atos de
disposição, que podem afetar o valor da herança.

3) O testamenteiro: O art. 2080º defere o cargo de cabeça-de-casal, em segundo lugar, ao


testamenteiro. De facto, no testamento, o testador pode nomear uma ou mais pessoas que
fiquem encarregadas de vigiar o cumprimento do seu testamento ou de o executar, no todo ou
em parte. Instituiu, assim a testamentaria. Os testamenteiros podem ser herdeiros, legatários ou
até estranhos desde que tenham plena capacidade jurídica (art. 2321º CC). Para assumirem as
suas funções é preciso que haja aceitação da testamentaria, que pode ser expressa ou tácita
(arts. 2322º e 2323º nº1 + art. 217º CC). Mas, caso assim o entenda, o nomeado também pode
recusar a testamentaria por meio de declaração perante notário (arts. 2322º e 2324º CC). Nos
termos do art. 2330º CC, o nomeado que aceitou a testamentaria só pode ser dela escusado nos
casos previstos para a escusa do cabeça-de-casal (art. 2085º nº1CC + art.1042º CPC). O
testamenteiro pode ser judicialmente removido se não cumprir com prudência e zelo os deveres
do seu cargo ou mostrar incompetência no seu desempenho (art. 2331º nº 1 CC +art.1044º do
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

CPC). A testamentaria não é transmissível, em vida ou por morte, nem é delegável, mas o
testamenteiro pode servir-se de auxiliares na execução do cargo, nos mesmos termos em que o
procurador o pode fazer 2334º e 264º CC. Testamenteiro não é apenas instituído para exercer o
cargo cabeça-de-casal. De facto, a existir ele pode exercer esse cargo. Mas as suas atribuições
são mais amplas, cabendo ao testador conferir-lhe tais funções (art. 2325º CC).

4) Sonegação de bens: Dispõe o art. 2096º nº 1 CC que o herdeiro que sonegar bens da
herança ocultando dolosamente a sua existência, seja ou não cabeça-de-casal, perde em
benefício dos co-herdeiros o direito que possa ter a qualquer parte dos bens sonegados, além de
incorrer nas mais sanções que forem aplicáveis. De notar que o cabeça-de-casal e o
testamenteiro podem ser removidos por este motivo (arts. 2086º nº1 al.a) e 23321º CC). O que
sonegar bens da herança é considerado mero detentor desses bens (art. 2096º nº2 CC), o que
significa que, a não ser que inverta tútulo da posse, não poderá adquirir tais bens por usucapião
(arts.1265º e 1290º CC), e como possuidor de má-fé (art.1260º. nºs 1 e 2 CC) deverá restituir os
frutos produzidos pelos bens sonegados até ao termo da posse e responde, além disso. pelo
valor daqueles que um proprietário diligente poderia ter obtido (art. 1271º CC).

i. Alienação da herança

Arts. 2124º e ss CC regulam a alienação da herança ou de quinhão hereditário. Trata-se de


admitir a possibilidade de os herdeiros poderem, na titularidade da propriedade sobre os bens,
exercer o seu direito de disposição e transmitir a outrem o seu direito à herança ou ao quinhão
hereditário.

A alienação da herança ou de quinhão hereditário só pode ocorrer depois da aceitação da


herança e antes da partilha. De acordo com o art. 2124 º CC, a alienação da herança ou de
quinhão hereditário está sujeita às regras especiais dos artigos seguintes e às disposições
reguladoras do negócio jurídico que lhe der causa. Isto significa que, salvo o preceituado nos
arts. 2125º e ss CC, a alienação da herança ou do quinhão hereditário pode ter como causa
diversos negócios jurídicos que sejam suscetíveis de transferir a propriedade dos respetivos
direitos. A sua natureza aproxima-se da cessão de créditos.

Nos termos do art. 2126º CC, esta é um negócio formal, feito por escritura pública ou por
documento particular autenticado quando existam bens cuja alienação deva ser feita dessa
forma, caso contrário fica sujeito à liberdade de forma, devendo constar em documento
particular.

Art. 2125º CC estabelece três presunções:

1) Presume-se transmitido com a herança ou quota hereditária todo o benefício resultante


da caducidade de um legado, encargo ou fideicomisso;

2) Presume-se excluída da alienação a parte hereditária devolvida ao alienante depois da


alienação, em consequência de fideicomisso ou do direito acrescer;

3)Presumem-se igualmente excluídos da alienação os diplomas, e a correspondência do


falecido, bem como as recordações de família de diminuto valor económico.
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

j. Liquidação e partilha da herança

A maior parte das vezes a herança está onerada com encargos que importa satisfazer,
procedendo-se à liquidação da herança:

1) Encargos e âmbito da herança: abrangem as despesas com o funeral e sufrágios do de


cujo, os encargos com ates· amentaria, administração e liquidação do património hereditário, o
pagamento das dívidas do falecido e o cumprimento dos legados (art. 2068º CC). Nos termos do
nº 2 do art. 2070º CC, os encargos da herança são satisfeitos segundo a ordem por que vêm
indicados no art. 2068º CC. Para satisfação dos encargos respondem os bens da herança,
esclarecendo a lei que devem incluir-se: os bens sub-rogados no lugar de bens da herança por
meio de troca direta; o preço dos alienados; os bens adquiridos com dinheiro ou valores da
herança, desde que a proveniência do dinheiro ou valores seja devidamente mencionada no
documento de aquisição; e os frutos percebidos até à partilha (art. 2069º CC).

2) Responsabilidade pelos encargos (herança indivisa): nos termos do art. 2097º CC, os
bens da herança indivisa respondem coletivamente pela satisfação dos respetivos encargos. É
contra a herança na sua globalidade que os credores da herança têm que atuar. Os herdeiros
são titulares em comunhão do património hereditário e, por isso, todo esse património responde
pelos respetivos encargos. Quanto aos herdeiros, nos termos do art. 2071º CC, são os
responsáveis elo pagamento dos encargos da herança. E os credores da herança só podem
pagar-se pelos bens hereditários. Por isso se diz que os herdeiros só respondem dentro das
forças da herança e não para além delas., pelos seus bens pessoais. O herdeiro conserva, até á
sua integral liquidação e partilha, todos os direitos e obrigações que tinha para com o falecido, à
exceção dos que se extinguem por efeito da morte deste (art. 2074º, nº1 CC), sendo imputadas
na quota do herdeiro as quantias em dinheiro de que ele é devedor à herança (art. 2074º nº2
CC). Quanto aos legatários, eles não respondem, por regra, pelos encargos da herança e a sua
responsabilidade é pelo cumprimento dos legados ou outros encargos que lhes sejam impostos
(art. 2276ºCC), e sempre dentro dos limites do valor da coisa legada. Só assim não é se a
herança for toda distribuída em legados. Nesta situação, são os encargos da herança
suportados por todos os legatários em proporção dos seus legados, exceto se o testador houver
disposto outra coisa (art. 2277º CC).

3) Responsabilidade pelos encargos da herança (herança partilhada): partilha só se


efetuará depois do pagamento dos encargos da herança com a respetiva liquidação. Mas pode
acontecer que assim não seja e, neste caso, a responsabilidade dos herdeiros que, com a
herança indivisa respondiam coletivamente, mantém-se mas passa a evitar a cada herdeiro. E a
solução prevista no art. 2098º nº1 CC. Porém, os herdeiros podem liberar que o pagamento se
faça à custa de dinheiro ou outros bens separados para esse efeito, ou que fique a cargo de
algum ou alguns deles (art. 2098º nº2 CC)· Esta deliberação, acrescenta o nº3 do art. 2098º CC
obriga também os credores e os legatários que, contudo, não podem ficar prejudicados se esses
bens forem insuficientes. Por isso, a lei prevê aqui os credores e os legatários possam exercer
os seus direitos contra. Os outros bens ou outros herdeiros.

Quanto à partilha, esta pode ser exigida por qualquer co-herdeiro ou pelo cônjuge meeiro –
art. 2101º CC. Sendo um direito irrenunciável, o art 2101º CC permite que se convencione que o
património se conserve indiviso por certo prazo, que não exceda cinco anos, sendo lícita a
renovação deste prazo, uma ou mais vezes, por nova convenção. A partilha é realizada nas
conservatórias ou por via notarial, no caso de haver acordo dos interessados (modo extrajudicial-
Catarina Marques Baptista (35407)
3º ano, 2º semestre (2015/2016)

Não havendo acordo, proceder-se-á à partilha por meio de inventário. Esta destina-se a
preencher a quota de cada herdeiro, determinando os bens que lhe cabem ou, preenchendo a
sua quota com dinheiro, o valor correspondente ao dos bens que lhe competiam, a receber dos
outros herdeiros ou de algum deles (as tornas). Feita a partilha, cada um dos herdeiros é
considerado, desde a abertura a sucessão, o sucessor único dos bens que lhe foram atribuídos
(art 2119º CC). Cada herdeiro adquire do de cujo os bens que integram a sua quota, tudo se
passando como se esses bens tivessem, desde a morte do de cujo, imediatamente integrado o
seu património. Isto implicará que os atos de disposição praticados por cada um dos co-herdeiros
sobre os bens que venham a ser-lhe adjudicados na partilha são válidos (o que decorre do art.
895º CC). É de ressalvar que existe a possibilidade de impugnar a partilha, implicando a
ineficácia global ou parcial da mesma (arts. 2121º e ss CC). Pode acontecer que os interessados
não queiram fazer a partilha de todos os bens da herança e optem por uma partilha parcial,
sendo que quando quiserem partilhar os restantes bens irão proceder a uma partilha adicional
(não é a que se encontra no art. 2122º CC).

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