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1. Introdução
2. Tipologia de intervenção:
Critério quantitativo
Critério qualitativo
3. O Estado Produtor: A actividade empresarial do Estado e sector empresarial do
Estado.
Origem
Componentes do Sector Empresarial do Estado
Regime jurídico do SEE
4. A privatização.
conceito de privatização.
Fundamentos das privatizações.
As privatizações em Moçambique.
A concessão de bens e serviços públicos
5. Estado como Regulador da Economia
A regulação pública da economia: noção.
Âmbito da regulação.
Tipos de regulação.
Procedimentos da regulação
Entidades Reguladoras
4. A PRIVATIZAÇÃO
Apesar de as PPP serem uma figura recente que se desenvolveu no século XX, ela tem as
suas origens na concessão de serviços públicos que era a forma dominante de prestação de
serviços públicos no período liberal visto que, neste período, entendia-se que o Estado devia
abster-se de intervir na economia. Com efeito, como já se referiu anteriormente, neste período
liberal o Estado, nas situações em que tinha de intervir na economia, fazia-no através de
serviços não personalizados da administração pública ou através da concessão à entidades
privadas do serviço público em questão.
Actualmente a PPP tem sido, de forma crescente e continuada, utilizada na generalidade dos
países e enquadra-se no contexto da redução da intervenção económica do estado.
Redução da despesa pública visto que com as PPPs torna-se possível garantir o
investimento em infraestruturas públicas com o financiamento do sector privado o
qual investe na infraestrutura e recupera o seu investimento através da exploração
da mesma;
Melhoria da qualidade dos serviços públicos com a diversificação dos riscos
associados, com o aumento da eficiência visto o paradigma do sector privado ser o
da máximização dos benefícios e minimização dos custos e com maior inovação
através do recurso à novas tecnologias;
Estímulo à actividade económica privada resultante da criação de um mercado
para novas empresas;
Reforço da cidadania através do envolvimento do cidadão na administração
pública
Do ponto de vista do sector privado:
Neste sentido, as PPP por um lado contribuem para a redução do peso da intervenção do
sector público na Economia e por outro lado contribuem para a redução da despesa pública e
para o equilíbrio dos orçamentos públicos visto com ela ser possível garantir o investimento
em infra estruturas públicas ou na modernização dos serviços públicos com recurso ao
financiamento e gestão do sector privado.
Não obstante as PPP terem começado a ser discutidas em Moçambique em 2002 com a
realização de uma conferência sobre o tema, o regime jurídico das PPP só veio a ser aprovado
em 2011.
Nestes termos, o regime jurídico das PPP em Moçambique encontra-se reflectido na lei
15/2011 de 10 de Agosto (lei das PPP), no Regulamento aprovado pelo Decreto 16/2012 de
4 de Junho (Regulamento da lei das PPP) e no Regulamento aprovado pelo Decreto 69/2013
de 20 de Dezembro (Regulamento das PPP de pequena dimensão).
A legislação supra referida não se limita a regular as PPP regulando também outras duas
formas de colaboração entre o sector público e o sector privado – Concessões Empresariais e
Projectos de Grande Dimensão.
No artigo segundo da lei das PPP, o legislado moçambicano cuidou de apresentar a definição
de cada uma das figuras objecto de regulação.
Nestes termos pode ser considerado PGD tanto uma PPP como uma CE desde que o valor
investido na mesma seja igual ou superior à quantia acima referida. Assim, os PGD não são
uma figura autónoma e distinta das outras sendo apenas uma categoria das figuras referidas
categoria este relacionada com o valor investido.
As PPP são criadas visando um objectivo principal que é o de garantir a provisão eficiente,
qualitativa e quantitativa, de serviços e bens públicos aos utentes e a valorização económica
dos bens patrimoniais e outros recursos nacionais incluindo a terra.
Princípios orientadores
Tutelas
No ordenamento jurídico moçambicano as PPP são tuteladas pelo Governo. Neste sentido,
elas estão sujeitas a uma dupla tutela:
o Tutela sectorial exercida pela entidade do Governo responsável pela área ou sector
onde a PPP se enquadre; e
o Tutela financeira exercida pela entidade do Governo que superintende a área das
finanças.
À tutela financeira cabe garantir o enquadramento de cada PPP na política económica e nas
estratégias e planos globais de desenvolvimento do país, a análise, certificação e monitoria da
partilha de benefícios e da prevenção e assumpção de riscos, a inscrição de recursos no
Orçamento do Estado indispensáveis à viabilização económico-financeira das PPP que serão
financiadas parcialmente pelo Estado, a avaliação do contributo efectivo da PPP para a
economia nacional, o acompanhamento, monitoria e avaliação de cada empreendimento de
modo a garantir a obtenção de resultados positivos.
Nos termos da legislação em vigora identificação do parceiro privado deve obedecer aos
procedimentos estabelecidos na lei, os quais comprendem várias fases, nomeadamente:
Nestes termos, a identificação do parceiro privado é, por princípio, feito por meio de um
concurso. A regra geral estabelecida na lei é a do concurso público para a identificação do
parceiro privado. No entanto, a lei em vigor, admite algumas excepções à regra do concurso
público.
Com efeito, admite-se que a identificação do parceiro privado seja feita por meio de um
concurso com prévia qualificação ou um concurso em duas etapas nas circunstâncias
especialmente previstas na legislação. Admite-se ainda, excepcionalmente, que a PPP possa
ser estabelecida por ajuste directo com o parceiro privado, sem um concurso anterior, em
situações ponderosas e devidamente justificadas e desde que autorizado previamente e
expressamente pelo Governo ou nos casos em que um concurso anteriormente lançado, que
tenha o mesmo objecto, tenha ficado deserto ou quando o concorrente venecedor do concurso
tenha desistido de desenvolver a parceria.
Contratos de PPP
Com acima se referiu, as PPP estabelecem-se por meio de um contrato. Nos termos da lei, são
três as modalidades de contrato de PPP:
Os contratos de PPP, em qualquer das modalidades acima referidas, são celebrados por
escritura pública estão sujeitos à fiscalização prévia por parte do Tribunal Administrativo e
devem ser publicados (os termos principais) no Boletim da República.
Os contratos de PPP são celebrados por um determinado prazo, sendo que a lei fixa os prazos
máximos de vigência de tais contratos de acordo com o empreendimento em causa.
Assim, nos termos da lei, quando se trate de PPP de dimensão média ou grande o prazo do
contrato varia de 10 a 30 anos e quando se trate de uma PPP de pequena dimensão o prazo do
contrato varia de 6 a 15 anos.
Visto as PPP traduzirem uma relação contratual estabelecida entre o parceiro público e o
parceiro privado por um determinado período de tempo obedecendo aos limites estabelecidos
na lei, findo prazo de concessão, o parceiro privado deve devolver o empreendimento e
respectivas componentes e demais direitos ao parceiro público podendo, no acto de
devolução, haver lugar ao reembolso, por parte do Estado ao parceiro privado, do
investimento realizado mas não recuperado desde que previamente autorizado pelo parceiro
público.