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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA __ª VARA DE

FAMÍLIA, SUCESSÕES, ÓRFÃOS E INTERDITOS DE SALVADOR/BA.

URGENTE!!!

XXXXXXXXXXXXXXXX, menor impúbere, neste ato representada por sua


genitora, XXXXXXXXXXXXX, brasileira, solteira, estudante, Portadora da Cédula de
Identidade RG nº XXXXXXXXXX e Inscrita no CPF sob o nº XXXXX, residente e domiciliada na
Rua XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, cujo e-mail é machado@shmmglicerio.com.br, através de
seus advogados com endereço profissional no rodapé desta página, local onde, quando for o
caso, receberão intimações, constituídos na forma dos anexos instrumentos de mandato,
vem, ante V. Exa., com fulcro na Lei 5.478/68, propor a presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO LIMINAR

em face PAI, brasileiro, solteiro, estudante, AVÔ PATERNO e AVÓ PATERNA, com
endereço a XXXXXXXXXXXXXXXXX, cumpre informar que com fulcro no art. 319, §1º, do
CPC, deixa de qualificar completamente os Réus vez que não dispõe de tais informações.

Preambularmente, Considerando que a Acionante neste ato declara ser


economicamente hipossuficiente, não possuindo condições financeiras de arcar com as
despesas processuais sem prejuízo para seu sustento e de sua família, requer a Vossa
Excelência que se digne a conceder-lhe os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art.
98, Código de Processo Civil, dispensando-lhe do recolhimento das custas processuais e
recursais.

1. DOS FATOS.

A Requerente, XXXXXXXXXX, nascida em 13 de abril de 2016, atualmente com


01 ano e 3 meses de idade, é filha do Requerido, Sr. XXXXXXXXX, com a representante
da menor, Sra. XXXXXXXXXXXXX, conforme atesta a certidão de nascimento, em anexo.
O casal teve um relacionamento amoroso por algum tempo e, dessa relação,
adveio a menor que, desde seu nascimento, convive com sua genitora e seus avós
maternos, vez que a genitora é estudante e não desenvolve atividade remunerada, condição
essencial para prover o sustento da menor.

Da mesma forma, o Requerido ainda é estudante e não possui renda, sendo


dependente financeiro de seus pais, avós paternos da menor, tendo como seus avós
paternos o Sr. XXXXXXXXX e a Srª. XXXXXXXXX, ora Requeridos. Em razão dessa
dependência econômica, o Requerido não vem contribuindo com as despesas da menor,
recaindo sobre os avós maternos toda a responsabilidade em suprir as necessidade da
criança, vez que a genitora, frise-se, não desenvolve atividade remunerada, sendo também
sustentada pelos seus pais.

Diante dos fatos narrados, não restou alternativa senão a propositura desta
demanda com o fito de ver satisfeito o direito do menor a uma vida saudável e em
condições dignas de existência.

I . DA LEGITIMIDADE PASSIVA DOS AVÓS PATERNOS EM INTEGRAR


A LIDE CONJUNTAMENTE COM O RESPONSÁVEL IMEDIATO.

O genitor encontra-se desempregado, conforme é possível comprovar da


conversa de Whatsapp anexa, estando, no momento, desenvolvendo a atividade de
estudante em uma universidade privada, onde a responsabilidade pelo pagamento das
mensalidades é de seus pais, avós da menor.

Após ficar desempregado, tanto a mensalidade da universidade quanto as


demais despesas do genitor estão sendo arcadas pelos avós da criança, ou seja, o Srº.
Kayke não possui rendimentos financeiros para arcar com as suas despesas, tampouco, com
as de sua filha.

Acerca da responsabilidade imediata e da responsabilidade subsidiária para


pagamento da pensão alimentícia, o art. 1.698, do CC, assevera que em casos onde aquele
que primeiro deve não tiver condições de arcar com os gastos, os de grau imediato serão
chamados a concorrer, veja:

Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver
em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a
concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar
alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e,
intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a
integrar a lide.

E, o Código de Processo Civil, estabelece em seu art. 113, I, que duas ou


mais pessoas poderão litigar no mesmo processo, desde que haja comunhão de obrigações,
caso em que se observa, perfeitamente na presente demanda, veja:

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em


conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente
à lide;

Ora, diante da insuficiência de recursos do genitor, é certo que os avós,


paternos, responsáveis subsidiários, devem ser chamados a integrar a lide juntamente com
o responsável imediato, o pai, vez que cabalmente comprovada, através dos documentos em
anexos, ser hipossuficiente financeiro.

Diferente disto, Nobre Magistrado, seria necessário, ao fim deste processo,


ajuizar nova ação em face dos avós paternos para, só então, requerer destes o pagamento
da pensão à menor.

Desta maneira, nobre magistrado a dinâmica processual não iria se amoldar


ao princípio da efetividade e celeridade da prestação jurisdicional, contidos nas normas
pátrias, e estaria desprestigiando, sobretudo, o princípio do maior interesse do alimentando,
haja vista que enquanto se aguardaria o desfecho de novo processo, agora em face de seus
avós paternos, as despesas da menor estariam sendo pagas única e exclusivamente pelos
avós maternos, permanecendo a criança subsistindo com recursos escassos em dissonância
com o que assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 7º, veja:

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,


mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência.

Faz-se mister informar, que os avós maternos já arcam sozinhos com o


pagamento do plano de saúde, (doc. anexo), foi responsável pela mobília do quarto da
criança (notas anexas), e ainda arca com despesas de alimentação, vestuário, remédios,
lazer, estudos, e tantas outras despesas que uma criança necessita.
Acerca desta seara, sobre os avós figurarem, desde já, na demanda
juntamente com o genitor este assunto já foi apreciado pelo Egrégio Tribunal de Justiça do
Distrito Federal no agravo de instrumento abaixo, veja:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS INTENTADA CONTRA


AVÔ. OBRIGAÇÃO AVOENGA. LEGITIMIDADE PASSIVA. INSUFICIENCIA
DOS ALIMENTOS PRESTADOS PELO PAI PARA A SUBSISTENCIA DA
MENOR. PRINCÍPIOS DA EFETIVIDADE E CELERIDADE DA PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. PRESTÍGIO AO MAIOR INTERESSE DO ALIMENTANDO.
1. A obrigação dos avós em prestar alimentos é subsidiária e complementar.
Inicialmente, devem ser cobrados dos genitores, e, na ausência ou
impossibilidade deles, dos avós.
2. Se no curso da lide restar comprovada eventual incapacidade do genitor,
nova ação teria de ser proposta, o que, evidentemente, é medida que não
prestigia os Princípios da Efetividade e Celeridade da prestação jurisdicional.

TJDF - Órgão: 3ª Turma Cível, Processo N Agravo de Instrumento


20090020097885AGI, Agravante(s): M. L. D. P. rep. por A. D. S,
Agravado(s): M. P. A. E OUTROS, Relator: Desembargador ALFEU
MACHADO, Acórdão Nº: 378.769

Veja Nobre Magistrado que é perfeitamente possível integrar os avós no polo


passivo da demanda conjuntamente com o genitor que, comprovadamente, não possui
recursos financeiros para prover o sustento de sua filha, ao passo que, vindo este juízo
reconhecer a sua insuficiência financeira, possa intimar os avós paternos para, de logo, arcar
com o pagamento dos alimentos provisórios, a que faz jus a menor, dando celeridade ao
processo e prezando pelo melhor interesse da menor.

2. DOS ALIMENTOS.

Os alimentos devem ser prestados com base no binômio


necessidade/possibilidade, assim como deve atender à condição social do alimentado,
como prescreve o art. 1694 do Código Civil, verbis:

Art. 1.694 - Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação.

§ 1o - Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e


dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2o - Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de


necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Frise-se que no caso de menor impúbere, a necessidade do recebimento
de alimentos é presumida conforme o disposto no art. 4º da Lei 5.478/68, que
prescreve que o juiz deve fixar desde o despacho inicial os alimentos provisórios. Assim,
independente de comprovação da necessidade, pois presumida, cabe ao Judiciário arbitrar
os alimentos do menor, verbis:

Art. 4º - Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.

Neste tocante faz-se mister trazer ao conhecimento deste magistrado o


binômio necessidade x possibilidade, respectivamente da menor e seus avós.

Observe nobre julgador que estamos diante de um menor de apenas 1 ano e


1 mês de idade, que devido a sua tenra idade não faz uso de todo e qualquer tipo de
alimento como um adulto ou uma criança com a dentição formada faria, onde, por óbvio,
necessita de alimentação especial e adequada à sua idade e condição dentária.

Logo, os gastos com mingau, leite, frutas e verduras se fazem constantes e


indispensáveis à vida e saúde do menor, sobretudo pelo fato de, vez por outra, a menor
apresentar algum tipo de rejeição ao mingau e, por conta disto, surgir a necessidade de
substituir a farinha utilizada no preparo do mingau por outra o que aumenta
substancialmente os gastos mensais com o supermercado, conforme conversa de whatsapp
anexa, onde o genitor questiona a possibilidade do “mucilon” ter sido o causador do mal
estar na filha.

Ademais, além dos gastos com alimentação é possível ainda falarmos dos
gastos com o plano de saúde, onde a menor foi admitida como dependente no plano de
saúde do avô materno, conforme comprova o “formulário de movimentação cadastral”
anexo.

Além das despesas já narradas, é evidente que a infante possui grande


despesas com vestuário, pois se encontra em fase de crescimento, razão pela qual, roupas e
sapatos precisam ser substituídos em curtos períodos de tempo.

Faz-se mister ainda destacar que o uso de fraldas descartáveis ainda é


constante diante da pouca idade da menor para, sozinha, controlar suas necessidades
fisiológicas, tanto durante o dia quanto no período noturno, fazendo com que as fraldas
sejam usadas diuturnamente.

Em anexo, uma planilha de gastos da menor que chega no importe mensal de


R$ 3.635,38 (três mil seiscentos e trinta e cinco reais e trinta e oito centavos), o que dá o
importe de R$ 1.817,74 (mil oitocentos e dezessete reais e setenta e quatro
centavos), para cada um.

No mais, não é possível usufruir de uma vida digna e saudável se limitando ao


uso de alimentos, vestuário, é preciso ter direito ao laser e diversão! Sobretudo quando
estamos diante de uma criança de tão somente 1 ano de idade!

E este fato, sem sombra de dúvidas, onera ainda mais os seus avós
maternos, pois, avós amorosos que são, estão sempre dispostos a proporcionar alegria e
diversão à sua neta!

Diante da narrativa feita nobre julgador e evidenciadas despesas que os avós


maternos vem dispendo, sozinhos, com a menor desde o seu nascimento até a presente
data, nada mais justo e razoável que os seus avós paternos sejam responsabilizados a
também contribuir com as necessidades da menor, haja vista a condição financeira que
possuem, conforme é facilmente possível de constatar das fotos em anexo, onde o casal,
avô e avó da menor, estão, frequentemente em restaurantes de luxo ou realizando viagens
ao exterior.

Vale salientar, que os avós residem num bairro nobre da cidade (numa casa
localizada na região de Villas do Atlântico), localidade que demonstra, claramente, o poder
aquisitivo do casal, o que justifica plenamente a sua possibilidade de contribuir no sustento
da menor!

Dessa forma, estando comprovado o binômio necessidade x possibilidade,


faz-se perfeitamente, justificável o pedido de alimentos em tela.
3. DA LIMINAR – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS.

Os requisitos autorizadores para o deferimento da medida liminar, fumus boni


iuris e periculum in mora, elencados no art. 300, §2º do CPC, se confundem com os fatos e
documentos já valorados no curso da presente petição inicial.

No presente caso, restam presentes os requisitos para o deferimento dos


alimentos provisórios. Senão vejamos.

Como ficou demonstrado (fomus boni iuris), a Requerente é filha do


Requerido (certidão de nascimento, em anexo), que, conforme narrado e demonstrado, não
possui, no momento, nenhuma fonte de renda, sendo, um mero estudante!

Onde, por outro lado, os seus avós paternos são pessoas de considerável
rentabilidade financeira, consoante ficou demonstrado das fotos em anexo onde passeiam
por restaurantes, festas de luxos e colecionam inúmeras fotos de viagens em países
estrangeiros, demonstrando, claramente, a sua condição de classe média alta.

O periculum in mora é evidente. Os alimentos servem de sustento e


manutenção da vida da alimentada, que, logicamente, não pode esperar por um provimento
final.

Assim, requer a V. Exa. o deferimento da medida liminar para arbitrar


alimentos provisórios no importe de R$ 1.817,74 (mil oitocentos e dezessete reais e
setenta e quatro centavos), tendo em vista o binômio da possibilidade/necessidade
prescritos no art. 1.694, § 1º, do Código Civil.

4. DO PEDIDO

Ante todo o exposto, vem requerer a V. Exa:

a) o deferimento da medida liminar para determinar o pagamento de


alimentos provisórios no valor de R$ 1.817,74 (mil oitocentos e dezessete reais e
setenta e quatro centavos), pois atendido ao binômio da necessidade/possibilidade, na
forma do art. 1.694, §1º, do Código Civil;

b) determine a citação dos Acionados para, querendo, oferecerem suas


defesas no prazo legal, sob pena de revelia;

c) seja intimado o Ministério Público para tomar conhecimento da presente


Ação de Alimentos, por envolver interesse de menor;

d) ao final, seja julgada procedente a ação de alimentos para confirmar os


termos da medida liminar, para tornar definitivos os alimentos provisórios anteriormente
arbitrados;

e) a condenação dos Acionados ao pagamento de honorários advocatícios de


sucumbência no valor a ser arbitrado por esse MM. Juízo;

Para provar o quanto alegado, protesta por todos os meios de prova


admitidos em direito, em especial pelo depoimento pessoal dos Requeridos e a oitiva de
testemunhas.

5. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 21.812,88 (vinte e um mil oitocentos e doze reais


e oitenta e oito centavos).

Nestes termos, espera deferimento.


Salvador, 07 de julho de 2017.

ADVOGADO
OAB

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