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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Núcleo de Práticas Jurídicas – NPJ


Escritório Experimental

AO JUÍZO DA ___ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO


REGIONAL DE SANTO AMARO DA COMARCA DE SÃO PAULO DO
ESTADO DE SÃO
PAULO

MELISSA VITÓRIA SANTOS LIMA, menor impúbere


que neste ato representada por SUELLEN DA CONCEIÇÃO SANTOS PEREIRA,
mãe da Autora, brasileira, em união estável, monitora de sistemas eletrônicos, portadora
da Cédula de Identidade RG/SSP/SP nº 37.751.593-0, inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas, CPF sob nº 478.270.488-70, ambas residentes e domiciliadas na Rua Cesar
Vallejo, 35, apto 303, Cond 4, BL 3 – Real Parque, CEP: 05.685-000 - São Paulo/SP,
vêm respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, mediante figura de seu
procurador que esta subscreve, devidamente constituído conforme procuração em anexo
(doc. n° 01), com fundamento no Art.226, §6, da Constituição Federal, bem como o
Art. 1º da Lei 5.478/68, propor a presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS E DEFINITIVOS

Em face de MOISÉS DE OLIVEIRA LIMA, em união


estável, motoboy, portador da Cédula de Identidade RG/SSP/SP nº 37.901.495, inscrito
no Cadastro de Pessoas Físicas, CPF sob nº 476.860.208-86, residente e domiciliado na
Rua Paulo Bourroul, 360 apto 63, Real Parque, CEP: 05.686-050, São Paulo/SP.

Pelos fatos e motivos a seguir expostos:

I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A Autora é pobre na acepção jurídica do termo, já que,


devido a sua hipossuficiência, não goza de meios suficientes para arcar com as custas do

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processo sem prejuízo do próprio sustento, bem como o de sua família, razão pela qual
se socorre do Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Anhembi Morumbi,
onde a mesma presta serviços jurídicos gratuitos para pessoas de baixa renda, para
representá-la na presente demanda.

Neste sentido, determina o Art. 98, do Código de Processo


Civil:
Art. 98. A pessoa jurídica brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios têm
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. (grifos
nossos).

Aproveita a oportunidade para requerer a juntada aos autos


da Declaração de Pobreza em anexo (doc. 02), pleiteando, portanto, o deferimento do
justo pedido de Justiça Gratuita.

II – DOS FATOS

A Autora e o Réu viveram sob o regime da união estável,


desde de 2019 até Dezembro de 2021, porém em paralelo a presente ação, a Autora
também propôs a ação de reconhecimento e dissolução de união estável com guarda e
visitas, conforme processo n° (doc. 03)

Os mesmos, enquanto pendurava a união do casal, tiveram


uma filha, de nome MELISSA VITÓRIA SANTOS LIMA, nascida aos três de
outubro de 2020 (doc. 04), e que atualmente encontra-se sob a guarda fática da
Requerente.

Ocorre que desde o começo de dezembro de 2021, a


Autora e o Réu encontram-se separados de fato.

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A Autora e o Réu de maneira extrajudicial e


amigavelmente acordaram que o valor dos alimentos a serem pagos seria de R$ 200,00
(duzentos reais) enquanto o Réu não conseguir um emprego fixo, porém, o mesmo
arcou com suas responsabilidades somente por XX meses (doc.05). Sendo assim, a
Autora não tem outro meio, a não ser bater na porta do judiciário para reaver o que é seu
por direito.

III – DO DIREITO

III.I – DOS ALIMENTOS

A Autora é filha do Réu, consoante certidão de nascimento acostada; contudo, este tem
deixado de cumprir com seu dever de contribuir para o sustento dela.

A Autora apresenta natural necessidade de uma criança, englobando despesas com:


alimentação, vestuário, assistência médica e lazer.

A natureza da obrigação alimentar, deriva da demonstração do binômio necessidade e


possibilidade, sendo possível a condenação do Réu, ao pagamento dos alimentos na
base de 1/3 dos seus vencimentos.

Neste sentido, aplica-se ao caso o art. 1.696, do Código Civil, senão vejamos:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco


entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em
falta de outros.

A possibilidade do Réu está claramente presente, assim como são evidentes as


necessidades da Autora, atualmente sustentada por sua genitora, diante disso, é

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obrigação do Réu honrar com o pagamento de alimentos à filha, nos termos do art.
1.694 do Código Civil:

Art. 1694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades de
sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.

§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à


subsistência, quando a situação de necessidade resultar de
culpa de quem os pleiteia.

A Constituição Federal, no art. 229, traz a o seguinte teor:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os


filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade

Neste mesmo raciocínio, cabe aos pais conjuntamente, em


razão do poder familiar, prover o sustento dos filhos menores, como preleciona o art. 22
do ECA:

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e


educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.

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Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm


direitos iguais e deveres e responsabilidades
compartilhados no cuidado e na educação da criança (...)

III.II – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Vislumbrando o interesse absoluto da criança e a sua


dignidade como pessoa humana, a Lei 5.478/68 que dispõe sobre alimentos em seu art.
4º e estabelece que o juiz, ao despachar o pedido, fixará desde logo alimentos
provisórios a serem pagos pelo devedor.

A criança é um ser em desenvolvimento e, justamente por


isso, deve ser atendida com prioridade (Art. 4º, da Lei nº 8.069/90) nos pleitos que
formular ao ente público, aqui considerado o Poder Judiciário. Como o interesse social
é a razão mais importante deste tipo de demanda, a lei, antecipando qualquer alegação
das partes, de forma imperativa para não permitir ao juiz perda de tempo na análise da
questão, determina que deverão ser fixados alimentos provisórios em benefício do
requerente, quando despachar o pedido, ou seja, no primeiro momento em que tiver o
processo em mãos.

Nas ações de alimentos, o Magistrado deve, desde logo,


fixar os alimentos provisionais, nos termos do art. 4º da Lei 5.478/68, serem pagos pelo
devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.

Dispõe o Art. 300, do Código de Processo Civil, acerca da


possibilidade da antecipação dos efeitos da tutela, condicionada ao que segue.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

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Os alimentos provisórios, portanto, têm caráter


irrefutavelmente urgentes, pelo que os mesmos deverão ser fixados de forma imediata.

Sendo assim, nesta presente demanda, requer a Autora que seja o Réu
obrigado a pagar, in limine, alimentos provisórios no valor de R$ 200,00
(duzentos reais) caso esteja desempregado e após o Genitor obter
estabilidade empregatícia, ele passará a contribuir com o valor referente a 1/3
do salário mínimo vigente.

Coadunando-se assim os valores abraçados pela


jurisprudência pátria, a qual permite a manutenção do pagamento dos alimentos, sem
que haja enriquecimento ilícito ou desproporcionalidade para uma das partes.

IV – DO PEDIDO

Ex positis, requer digne-se Vossa Excelência:

(i.) Que seja concedida a Justiça Gratuita à Autora, nos moldes do artigo 98 do
Código de Processo Civil, por se tratar de uma pessoa hipossuficiente
conforme declaração em anexo.

(ii.) Seja a presente execução julgada totalmente procedente, pelos motivos


acima expostos e à luz do Art. 528, do Código de Processo Civil.

(iii.) A intimação do representante do Ministério Público para que acompanhe o


feito, tendo em vista a participação de menor incapaz.

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(iv.) O arbitramento de alimentos provisórios no valor mínimo de R$ 200,00


(duzentos reais) caso esteja desempregado e caso esteja com vinculo
empregatício o valor de 1/3 do salário mínimo vigente;

Da a causa o valor de R$ 2.400,00 (dois mil e


quatrocentos reais), correspondente à 12 parcelas do pedido.

Requer provar o alegado por todos os meios em direito


admitido, especialmente documental.

A Autora tem o interesse na audiência de conciliação e


mediação.

Termos em que
Pede deferimento.
São Paulo, 28 de outubro de 2022.

- Assinado digitalmente -
FELIPE D. MARTARELLI FERNANDES
OAB/SP 271.222

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