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AO JUÍZO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA ___

NOME E SOBRENOME, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da


cédula de identidade n.º, inscrito no CPF/MF sob o n.º, residente e domiciliado à Rua XXX,
nº X, Bairro XXX, Cidade XX, CEP nº. XX, representada por sua advogada devidamente
constituída, nos termos do Instrumento de Procuração em anexo (Doc.01), com endereço
profissional estabelecido na Rua ZZZZ e endereço eletrônico YYYY, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.696 do CC, propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS À PESSOA MAIOR


COM PEDIDO LIMINAR “INAUDITA ALTERA PARS”

em face de NOME E SOBRENOME, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador da cédula de identidade n.º, inscrito no CPF/MF sob o n.º, residente e domiciliado à,
CEP, ante os fatos e argumentos jurídicos que passa a aduzir.

I. DO PEDIDO DE PUBLICAÇÕES

1. Requer inicialmente que todas as intimações e publicações sejam feitas


exclusivamente em nome da advogada da Autora, NOME E SOBRENOME DO
ADVOGADO, inscrita na OAB/UF sob o nº. YYYYY, com endereço profissional
estabelecido na Rua e endereço eletrônico XXXX sob pena de nulidade dos atos processuais
praticados sem a observância do presente requerimento em consonância com o disposto no
Art. 272, §§ 2º e 5º, do CPC.

II. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

2. A Autora pugna pela concessão do benefício da assistência judiciária gratuita,


nos termos do art. 98 do CPC, nos termos do art. 5º, inciso LXXIV da CRFB/88, eis que não
possui condição financeira para arcar com as despesas e custas processuais, sem prejuízo do
seu próprio sustento e de seus familiares, em conformidade com a declaração de
hipossuficiência em anexo (Doc.02).

III. DOS FATOS

3. A Autora nasceu em __/__/___, fruto de um breve relacionamento entre o


genitor (NOME COMPLETO) e sua genitora (NOME COMPLETO), enquanto ainda
eram muito jovens. Por este motivo, foi mantida na casa da avó materna, (nome da avó),
que zelou pela sua educação e cuidados.

4. Seus avós assumiram a função de pais, nunca deixando a autora


desamparada enquanto menor de idade. Sua mãe, há muitos anos já constituiu nova família,
mas com outros filhos pequenos e uma condição financeira inferior, pouco pode ajudar.

5. O Pai, sempre manteve um relacionamento estável com a autora, apesar de


um pouco distante no ponto de vista afetivo. Entretanto, no sentido financeiro, o pai jamais
auxiliou a filha com verbas alimentares.

6. Ocorre que, com o falecimento da avó materna, a autora recorreu ao genitor


para que a auxiliasse financeiramente, o que de pronto lhe foi negado pelo pai.

7. A autora, que hoje possui 18 anos, sempre foi orientada pela família,
inclusive pelo pai, a dedicar-se integralmente a sua formação, e foi o que fez, dedicar-se
apenas aos estudos. E agora, no 7º Semestre letivo do curso superior de Direito, é estagiária
na ..., o que se sabe, paga-se muito pouco, apenas 1 salário-mínimo mensal (comprovante
anexo).

8. Apenas a mensalidade do seu Curso de graduação representa o valor de R$


... (...) na somatória de suas despesas mensais (conforme cópia do contrato de renovação de
matrícula anexa, pois a Faculdade é desorganizada e não entregou a tempo uma Declaração
de Matrícula, tampouco enviou os boletos bancários do ano de ... aos alunos).

9. Para economizar, a autora utiliza-se de transporte público e leva uma rotina


muito mais limitada da que levava quando sua avó estava viva, mesmo assim a autora não
deixa de manter-se dedicada, sempre obtendo boas notas. É um motivo de orgulho para toda
a família.
10. Por sua vez, o pai (nome) é privilegiado por ter uma vida muito estável e
confortável desde que nasceu. É funcionário da (nome da empresa) percebendo uma
remuneração mensal aproximada de R$ ... (conforme últimos comprovantes de pagamento
anexo, em arquivos PDF, retirado de página oficial do Governo do Estado ..., de acordo com
a Lei da Transparência.)

11. O pai reside em apartamento próprio, utiliza-se de veículo de marca ...,


também próprio, não tendo nenhuma despesa de moradia, haja vista que sempre teve a
família uma ótima condição financeira. Ademais, nunca constituiu família, nem possui
outros filhos.

12. O requerido, ao contrário da autora, desfruta de seu maravilhoso salário


mensal com lazer e constantes viagens nacionais e internacionais, ignorando absolutamente
as necessidades da filha. Como pai, deveria sentir prazer em proporcionar a ela um pouco
que fosse da vida maravilhosa que ostenta em seu perfil público de Facebook. Aliás, foi de
lá que retiramos e anexamos ao processo algumas fotos de seus inúmeros passeios, entre
outros diversos ambientes caros por onde circula. Dessa forma, é evidente
a possibilidade do pagamento de verba alimentícia para sua filha.

13. A jovem vive agora aflita; posto que para a sua manutenção mais básica, o
dinheiro tornou-se motivo de preocupação e a ajuda do pai, mais do que nunca se
tornou necessária.

14. Precisamos salientar, Excelência, que o que busca a autora neste momento
tão delicado de sua jovem vida, é um apoio, é uma mão amiga daquele que a pôs no mundo,
pois ainda lhe restam 3 semestres letivos para sua tão sonhada formatura em Direito.

IV. DOS ALIMENTOS

A. ALIMENTOS PROVISIONAIS

15. Da leitura do art. 227 da CRFB/88, pode-se extrair os deveres da família, da


sociedade e do Estado em “assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, a alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito [...]”.
16. Neste mesmo sentido dispõe o art. 229 do mesmo texto constitucional, que no
caso em tela podem ser usados em analogia.

17. O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de alimentos, o direito
de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do art. 1.694:

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros
os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender as necessidades de sua educação”.

18. Os alimentos não compreendem somente o necessário para atender ao físico,


mas também tudo o que envolve o desenvolvimento psíquico e social, ou seja, engloba
também as despesas provenientes de moradia, locomoção, estudo, vestuário, lazer, dentre
outras despesas que decorram de atividades ou necessidades lícitas, que atendam à moral e aos
bons costumes.

19. Assim, a fixação judicial dos alimentos, atenderá as necessidades básicas da


filha, porquanto, cabe ao requerido, esta obrigação que decorre da Lei e da moral, nos termos
do art. 1.695 do CC:

“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de
quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.”

20. O citado artigo também esclarece que a obrigação de alimentos depende da


necessidade do credor em receber alimentos e da possibilidade do devedor em fornecê-los, ou
seja, do binômio necessidade-possibilidade, o que se encontra demonstrado de forma clara no
presente caso.

21. Sobre o tema preleciona Sílvio de Salvo Venosa:

[...] com relação ao direito de os filhos maiores pedirem alimentos aos pais, não é o
pátrio poder que o determina, mas a relação de parentesco, que predomina e
acarreta a responsabilidade alimentícia. Com relação aos filhos que atingem a
maioridade, a ideia que deve preponderar é que os alimentos cessam com ela.
Entende-se, porém, que a pensão poderá distender-se por mais algum tempo, até que
o filho complete os estudos superiores ou profissionalizantes, com idade razoável, e
possa prover a própria subsistência. (Direito Civil - Ed. Atlas: 2006 - p. 390).

22. Neste sentido, nosso Tribunal Pátrio já decidiu:

PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ALIMENTOS.


CURSO SUPERIOR CONCLUÍDO. NECESSIDADE. REALIZAÇÃO DE PÓS-
GRADUAÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. O advento da maioridade não extingue, de
forma automática, o direito à percepção de alimentos, mas esses deixam de ser
devidos em face do Poder Familiar e passam a ter fundamento nas relações de
parentesco, em que se exige a prova da necessidade do alimentado. 2. É presumível,
no entanto, - presunção iuris tantum -, a necessidade dos filhos de continuarem a
receber alimentos após a maioridade, quando frequentam curso universitário ou
técnico, por força do entendimento de que a obrigação parental de cuidar dos filhos
inclui a outorga de adequada formação profissional. 3. Porém, o estímulo à
qualificação profissional dos filhos não pode ser imposto aos pais de forma perene,
sob pena de subverter o instituto da obrigação alimentar oriunda das relações de
parentesco, que tem por objetivo, tão só, preservar as condições mínimas de
sobrevida do alimentado. 4. Em rigor, a formação profissional se completa com a
graduação, que, de regra, permite ao bacharel o exercício da profissão para a qual se
graduou, independentemente de posterior especialização, podendo assim, em tese,
prover o próprio sustento, circunstância que afasta, por si só, a presunção iuris
tantum de necessidade do filho estudante. 5. Persistem, a partir de então, as relações
de parentesco, que ainda possibilitam a percepção de alimentos, tanto de
descendentes quanto de ascendentes, porém desde que haja prova de efetiva
necessidade do alimentado. 6. Recurso especial provido. (REsp. 1218510-SP, Rel.
Ministra Nancy Andrighi. Julgamento: 27/09/2011, DJe: 03/10/2011)

23. No caso em tela, estando a autora cursando faculdade e sendo esta atividade
contínua e onerosa, torna-se necessário o cumprimento do disposto na Lei 5.478/68 em seu
art. 13, que versa sobre os alimentos provisórios, tendo em vista a impossibilidade de a filha
aguardar para receber os alimentos definitivos no trânsito final da presente lide:

Art. 13 O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias
de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em
pedidos de alimentos e respectivas execuções.
§ 1º. Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer
tempo, se houver modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será
sempre processado em apartado.
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação.
§ 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o
julgamento do recurso extraordinário.

24. Diante da atual situação da autora e das condições financeiras do genitor, o


qual goza de uma vida confortável e percebe um considerável salário mensal, Justo que
Vossa Excelência fixe a título de alimentos provisórios o valor correspondente a 33% (trinta
e três por cento) sobre a base cálculo utilizada para desconto previdenciário do requerido,
observadas as possíveis alterações salariais e a inclusão no 1/3 de férias, nas horas
extraordinárias e no 13º (décimo terceiro) salário, conforme entendimento pacificado pela
jurisprudência.

B. DO PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS

25. Pede-se que a prestação alimentícia seja liminarmente deferida por Vossa
Excelência, em decisão inaudita altera pars nos termos dos parágrafos anteriores, por tratar-se
de verba alimentar indispensável para a filha, que teve sua rotina drasticamente alterada em
face ao falecimento da avó e a atitude negativa do pai, que mesmo tendo possibilidade
financeira de dar continuidade ao custeio alimentar da autora, negou sua responsabilidade
material, passando a autora a sentir-se desamparada em seu sustento.

26. Os requisitos permissivos da medida liminar – fumus boni iuris e periculum


in mora – estão caracterizados pelos argumentos acima, havendo prova inequívoca e
verossimilhança nas alegações, tudo se legitimando com os documentos ora anexados, visto
que a sua atividade principal – a graduação – tal como sua própria subsistência, são de caráter
contínuo e oneroso.

27. Excelência, não é justo que a jovem filha única, que sempre foi orientada pela
família, inclusive seu pai, a dedicar tempo integral aos estudos, seja privada de receber apoio
financeiro deste, que é pessoa legítima, bem-sucedido e sem outros filhos, portanto
plenamente apto a prover-lhe alimentos.

28. É pertinente e louvável a conduta da autora, que apenas está pedindo o


suficiente para sua melhor qualificação profissional, necessária para alcançar sustento próprio
em futuro próximo.

29. Ante a isso, justo que seja determinado o pagamento de alimentos, o qual
deverá ser confirmado em sentença, tornando o percentual (33%) ora lançado a título de
alimentos provisionais, em alimentos definitivos. Que seja oficiada a fonte pagadora do
genitor para que efetue os descontos dos alimentos provisionais ora fixados, no valor
correspondente a 33% (trinta e três por cento) da sua remuneração líquida, excluídos apenas
os descontos de impostos obrigatórios, incidindo o referido percentual também sob 13º
salário, horas extraordinárias e 1/3 de Férias, a ser descontado em folha de pagamento e
depositado, até o quinto dia útil de cada mês.

30. No caso de ser este pedido confirmado por Vossa Excelência, e o Alimentante
mudar de empregador, que a cópia da Sentença seja apresentada à nova fonte pagadora por
qualquer das partes para os fins de continuidade do desconto em folha e depósito da verba
alimentícia.

31. A autora compromete-se em zelar pela boa administração do valor


pensionado, prosseguindo com boas notas e frequência ao curso superior de Direito.
Investindo ainda mais na sua formação profissional.

32. Por todos os motivos destacados, justo o pensionamento da forma como


exposta.

V. DAS PROVAS A PRODUZIR

33. Por oportuno, a Autora também REQUER pela produção de todas as


PROVAS em direito admitidas, em especial o depoimento pessoal do réu, a prova documental
suplementar e superveniente - e inquirição de testemunhas, a serem arroladas em prazo
estipulado pelo Juízo para instrução.

VI. DOS PEDIDOS

34. Diante de toda situação fática acima aduzida, assim como de acordo com os
fundamentos jurídicos apresentados, vem a Autora requerer:

a. A concessão da benesse da gratuidade de justiça, nos termos do


art. 98 do CPC c/c nos termos do art. 5º, inciso LXXIV da CRFB/88.

b. O deferimento de TUTELA DE URGÊNCIA liminarmente,


inaudita altera pars, para que sejam fixados Alimentos Provisórios
pelo caráter alimentar de referida verba, sendo necessário, para tanto,
expedir ofício a fonte pagadora do genitor que é (NOME DA FONTE
PAGADORA), para que efetue os descontos dos alimentos provisionais
ora fixados, no valor correspondente a 33% (trinta e três por cento) da
sua remuneração, excluídos apenas os descontos de impostos
obrigatórios, incidindo o referido percentual também sob 13º salário,
horas extraordinárias e 1/3 de Férias, a ser descontado em folha de
pagamento e depositado, até o quinto dia útil de cada mês, na conta
corrente: Banco, agência, conta

c. A citação do Réu no endereço indicado no preâmbulo desta peça


para que, querendo, apresente contestação sob pena de revelia.

d. A TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, condenando-se o


Réu e convertendo a obrigação no pagamento de Alimentos
Definitivos, e seja a pensão alimentícia descontada diretamente da
folha de pagamento do genitor, que é ..., sendo necessário, para tanto,
expedir ofício a fonte pagadora: ..., para que efetue os descontos dos
alimentos ora fixados, no valor correspondente a 33% (trinta e três por
cento) da sua remuneração líquida, excluídos apenas os descontos de
impostos obrigatórios, incidindo o referido percentual também sob 13º
salário, horas extraordinárias e 1/3 de Férias, a ser descontado em
folha de pagamento e depositado, até o quinto dia útil de cada mês, na
conta corrente da autora, qual seja: Banco

e. No caso de ser este pedido confirmado por Vossa Excelência, e o


Alimentante mudar de empregador, que a cópia da Sentença seja
apresentada à nova fonte pagadora por qualquer das partes para os fins
de continuidade do desconto em folha e depósito da verba alimentícia;

f. Por fim, a condenação do Réu ao ônus de sucumbência, mediante


pagamento de honorários advocatícios ex lege, em 20% (vinte por
cento) sobre o valor da condenação, nos termos do Art. 85 do CPC.

g. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na


amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial as provas:
documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal da parte ré.

Dá-se à causa o valor de R$ XXXX (valor por extenso).

Nesses termos,
Pede e espera deferimento.

Local e Data.

NOME DO ADVOGADO
OAB/UF Nº YYY

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