José Claudemy Tavares Soares

Advogado – OAB/PB 6593

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
____ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL

IORI OLIVEIRA MIRANDA, brasileiro, menor impúbere, representado por

sua genitora AMANDA AUREA FIGUEIREDO DE OLIVEIRA, brasileira, solteira,
enfermeira, portadora do RG nº 3083043-SSP/PB, CPF nº 076.078.474-48, residente e
domiciliada na Rua Abdias Gomes de Almeida, 855 – Tambauzinho – Ed. Deville, Apto
703 – João Pessoa, PB, por seus advogados e procuradores, constituídos na forma do
instrumento procuratório em anexo, vem perante V.Exa. propor

AÇÃO DE GUARDA c/c AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE

VISITAS c/c AÇÃO DE ALIMENTOS

Contra YASUHIRO SUGAWARA MIRANDA, brasileiro, portador do RG nº

3017927 SSP/PB, CPF nº 072.036.474-47, residente e domiciliado na Rua Professora
Mocinha Avelar, 275 – Condomínio Parque dos Ipês II, Bloco B, 104 – João Pessoa/
PB, o fazendo consubstanciado nas razões de fato e de direito que passa a expor:

1- JUSTIÇA GRATUITA

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202 – centro Fone (83)3031-2331 e 9317-4444-Cep 58.013-913
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A Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, assegurada pela
Lei 1060/50, tendo em vista não dispor de condições financeiras para custear as
despesas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família.

2- DOS FATOS:

O menor IORI OLIVEIRA MIRANDA, nascido em 08/04/2005 (certidão

de nascimento em anexo) é fruto do relacionamento amoroso que os genitores tiveram.

Os pais decidiram não continuar com a relação, necessidade se faz de

regularizar questões referentes ao menor, quanto à sua guarda, alimentos, bem como
regulamentação das visitas, motivo pelo qual a Requerente propõe a presente Ação.

3- DA GUARDA:

A Requerente já exerce a guarda unilateral de fato desde o nascimento do

menor, o que foi estipulado verbalmente entre as partes, sendo assim almeja que
permaneça desta forma.

Acerca da guarda unilateral proclama o Código Civil:

“Art. 1.583.  A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1o  Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou

a alguém que o substitua e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

Art. 1.584.  A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:  

II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em

razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.”

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4- DOS ALIMENTOS

O dever alimentar dos pais está expressamente previsto na Constituição

Federal, em seu artigo 229. No mesmo sentido, o artigo 1.634, I, do Código Civil dispõe
que a criação e a educação dos filhos competem a ambos os pais. Este dever de sustento,
criação e educação também é previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
8.069/90), em seu artigo 22, que leciona:

“Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e

educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir as
determinações judiciais.”

Portanto, compete também ao Requerido prover o sustento do menor, e não só

a sua mãe, como vem ocorrendo atualmente, afinal, são prestações para a satisfação das
necessidades vitais de quem não pode provê-las por si.

O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de alimentos, o direito
de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do art. 1.694
ao 1.696.

Deste modo, constatado o grau de parentesco e a necessidade do menor,

reconhece-se o dever de prestar alimentos e requer desde já que sejam fixados
alimentos definitivos no valor de dois salários mínimos a serem homologados
posteriormente, uma vez que o genitor possui uma renda suficiente para arcar com o
encargo tranquilamente.

Ademais, nas ações de alimentos, de acordo com o art. 4º da Lei 5.478/68, o

Juiz deve, desde logo, fixar os alimentos provisionais.

Assim, requer, de plano, que sejam depositados na conta bancária da

Requerente a título de alimentos provisórios a importância de dois salários mínimos
que deverá ser ratificado como alimentos definitivos.

5- DA AUTORIZAÇÃO PARA DEIXAR O PAÍS

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A Requerente e Stefano Pampiglione, italiano (passaporte em anexo),
convivem maritalmente em regime de união estável desde 01/11/2014, e desde então
residem no mesmo endereço, conforme escritura pública de declaração de união estável
em anexo.

Ocorre que pretendem se mudar para a Itália, país de origem de Stefano, e, por
isso, a Requerente pretende levar consigo seu filho, o menor IORI OLIVEIRA
MIRANDA, visto que já exerce a guarda unilateral de fato desde o nascimento do
menor, e pleiteia sua guarda unilateral definitiva.

Concedida a autorização pretendida, não acarretará prejuízos ao bem-estar do

menor, pois sua mudança para a Itália promoverá melhor educação e consequentemente
melhor desenvolvimento.

Neste sentido é o entendimento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Vejamos:

“AÇÃO DE SUPRIMENTO DE AUTORIZAÇÃO PATERNA

PARA RESIDIR NO EXTERIOR: NÃO HAVENDO QUALQUER
INDÍCIO DE QUE A CONCESSÃO DO PLEITO PODE GERAR
PREJUÍZOS À CRIAÇÃO E EDUCAÇÃO DOS MENORES E QUE OS
INTERESSES DAS CRIANÇAS DEVEM SER PRIORIZADOS EM
DETRIMENTO DE QUAISQUER OUTROS, DEFERE-SE A MEDIDA.
(TJ-DF - APE: 9567120058070001 DF 0000956-71.2005.807.0001, Relator:
WALDIR LEÔNCIO C. LOPES JÚNIOR, Data de Julgamento: 23/09/2009,
2ª Turma Cível, Data de Publicação: 14/10/2009, DJ-e Pág. 157)

(...) Na espécie, nota-se que o provimento do pleito não implicará,

de forma alguma, agressão ao bem-estar ou riscos à saúde mental ou
psíquica dos menores. Ao contrário, a mudança de domicílio dos infantes
para aquele país ao certo proporcionara melhores condições de educação e
desenvolvimento para eles, especialmente no que tange ao enriquecimento
cultural. Tal experiência contribuirá para o bom crescimento das crianças,
sendo que os conhecimentos assimilados ser-lhes-ão muito úteis,
principalmente no que diz respeito a suas vidas profissionais.

Os menores terão total oportunidade de melhorar sua comunicação

em outra língua, seja porque estarão efetivamente matriculados em escola
naquele país (conforme documentação colacionada aos autos), onde terão
convívio com outras crianças, seja porque receberão respaldo de vários
familiares lá presentes.

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Ademais, é a genitora dos requerentes que detém a guarda dos
menores. Assim sendo, tem ela o direito de fixar residência onde lhe
interessar. (...)

Dessa maneira, a guardiã das crianças tem o direito de estabelecer

sua residência onde lhe aprouver, principalmente quando o motivo da
mudança se vincula a questões profissionais. Por consequência, os filhos sob
sua guarda, necessariamente, deverão acompanhá-la. (...)”

Diante disso, e com respaldo no art. 83 e ss do Estatuto da Criança e do

Adolescente, constata-se o direito do menor realizar a viagem acompanhado da mãe,
haja vista que lhe proporcionará benefícios intelectuais de grande importância para seu
futuro. Sendo uma injustiça não realizá-la em virtude do desinteresse de seu pai.

6- REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS
Por fim, sabendo-se da necessidade do contato e convivência entre pais e
filhos, para que a criança cresça cercada de amor, carinho e afeto, tendo um bom
desenvolvimento físico e psicológico, imprescindível que o menor tenha contato com
seu pai, sob pena de virem a ter conflitos futuramente, pela falta de convivência.

Sendo assim, a Requerente pleiteia o direito de visita da seguinte forma:

- A criança, que residirá com a mãe na Itália, passará as férias escolares com o pai
no Brasil, sendo as despesas com viagens ao Brasil, custeadas pelo genitor.

7- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1 - A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos da Lei 1.060/50;

2 – A fixação de ALIMENTOS PROVISÓRIOS depositados na conta bancária da

Requerente no valor de dois salários mínimos;

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3 - A CITAÇÃO do Requerido no endereço indicado, para contestar, querendo, no
prazo legal;

4-A PROCEDÊNCIA DA AÇÃO:

a ) fixando a guarda unilateral definitiva do menor IORI OLIVEIRA MIRANDA em

favor da Requerente;

b ) fixando alimentos definitivos no valor de dois salários mínimos, a serem depositados

na conta bancária da Requerente;

c ) concedendo o suprimento de autorização paterna para a viagem à Itália do menor

com a Requerente

5-A INTIMAÇÃO DO ILUSTRÍSSIMO REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO

PÚBLICO para atuar no feito;

Protestando por todos os meios de prova em direito permitidos, de modo

específico a juntada de novos documentos, requer a procedência do pleito com a
condenação do promovido em custas e honorários advocatícios.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00

Neste termos,

Pede deferimento.

João Pessoa, 23 de fevereiro de 2016.

______________________________ _____________________________

José Claudemy Tavares Soares Jéssica Simões Barros Soares

Advogado – OAB/PB 6593 Advogada – OAB/PB 21173

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Rol de testemunhas que comparecerão independentemente de intimação:

1)JORGE DA SILVA, brasileiro, portador do RG nº 207.374 – 2ª via SSP/PB e do

CPF nº 132.876.484-20;

2) MARIA DE FÁTIMA MUNIZ DOS SANTOS, brasileira, portadora do RG nº

1587916 SSP/PB e do CPF nº 854.557.924-15;

3) WANESSA PAIVA SOBRAL, brasileira, portadora do RG nº3072482 SSP/PB e do

CPF nº 080.555.494-78.

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