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PROJUDI - Processo: 0003867-41.2024.8.16.0130 - Ref. mov. 8.

1 - Assinado digitalmente por Marcelo Torres Liberati:16737


15/04/2024: DEFERIDO O PEDIDO. Arq: Decisão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DE PARANAVAÍ
VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE PARANAVAÍ - PROJUDI
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DECISÃO

Classe Processual: Alimentos - Lei Especial Nº 5.478/68


Assunto Principal: Regulamentação de Visitas
Processo nº: 0003867-41.2024.8.16.0130

Autor(s): JONAS DE MOURA TEIXEIRA


Réu(s): ELLEN PATRICIA MARTINS CARDOSO

Vistos etc...

1. Uma vez atendidos os requisitos previstos nos artigos 319 e 320 do


Código de Processo Civil e se fazendo presentes os pressupostos processuais e as
condições da ação recebo a petição inicial.

2. Concedo à parte requerente os benefícios da gratuidade da justiça.

3. Trata-se de ação de oferta de alimentos, regulamentação de guarda e


visitas, com pedido de tutela antecipada, movida por JONAS DE MOURA
TEIXEIRA em face de TALLISON CARDOSO TEIXEIRA, representado pela
também ré ELLEN PATRÍCIA MARTINS CARDOSO.

4. Acerca do pedido de oferta de alimentos, observo que resta constatada


a relação de parentesco entre a parte requerente e o filho (certidão de nascimento ao
movimento 1.5), assim como a natureza dos alimentos, afetos a subsistência e
dignidade humana, não abrindo espaço para a mora na prestação jurisdicional.
Satisfeitos, portanto, os requisitos da medida pleiteada.

Sabe-se que os alimentos provisórios, como o próprio nome indica, têm a


finalidade de garantir o sustento do alimentado no curso da ação. Assim, deve
atender ao trinômio necessidade-possibilidade-razoabilidade/proporcionalidade, o
que se faz, todavia, por meio de cognição sumária.

Registre-se que em se tratando de decisão liminar para fixação de


alimentos provisórios, tais deverão ser fixados de plano e com base em cognição
incompleta, caso em que o juiz não deve se apegar à necessidade de existência de
prova cabal das possibilidades e necessidades que envolvem a obrigação alimentar, o
que poderá ocorrer com o fim da instrução. Logo, deverá considerar os elementos
constantes dos autos até então, formando um juízo de convicção sumário e fixando a
pensão alimentícia provisória com razoabilidade diante do cenário dos autos. Pois
com o transcurso processual, poderá tal decisão ser revista ou mesmo modificada, em
havendo a alteração do quadro de aparência, em decorrência do contraditório e
produção de provas.
PROJUDI - Processo: 0003867-41.2024.8.16.0130 - Ref. mov. 8.1 - Assinado digitalmente por Marcelo Torres Liberati:16737
15/04/2024: DEFERIDO O PEDIDO. Arq: Decisão

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À vista disso, com base nas possibilidades do alimentante, em juízo
cognição sumária, mostra-se incoerente arbitrar alimentos provisórios no “quantum”
ofertado, notadamente por tratar-se de uma criança com apenas um ano e meio de
vida e o requerente trabalhar, ainda que como ‘diarista’, sendo razoável e
proporcional a fixação no percentual de 35% do salário mínimo nacional vigente, de

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modo a resguardar o melhor interesse da criança.

Saliento, que com o avançar da instrução, à luz de maiores provas, o valor


dos alimentos provisórios poderá ser alterado sem que isto signifique ofensa ao aqui
decidido, desde que comprovado inequivocamente a inadequação do valor arbitrado
frente ao trinômio necessidade-possibilidade-razoabilidade/proporcionalidade.

Portanto, com fundamento no artigo 4º da Lei 5.478/1968, arbitro em


favor do filho/requerido, alimentos provisórios a serem pagos pelo requerente
/genitor, no percentual pleiteado correspondente a 35% (trinta e cinco por
cento) do salário mínimo nacional vigente, devidos a partir do 5º dia útil
da citação dos requeridos, com vencimento todo dia 10 (dez) de cada
mês, mediante depósito bancário.

5. Ainda, o genitor/requerente requer a concessão da tutela provisória


para regulamentação do direito de convivência em relação ao filho e, no mérito, a
concessão definitiva.

O direito de convivência entre pais e filhos está previsto no caput do


artigo 227 da Constituição Federal, o qual prevê que é dever da família, da sociedade
e do Estado assegurar à criança, entre outros, a convivência familiar. No mesmo
sentido o artigo 1.589 do Código Civil dispõe que o genitor, em cuja guarda não
estejam os filhos poderá visita-los e tê-los em sua companhia.

Não obstante, o direito de convivência não pode se negado, isto porque


configura-se como um direito tanto do requerente, quanto da criança, sendo
fundamental para o seu crescimento sadio.

Da análise detida dos autos, verifico que em juízo de cognição sumária,


estão presentes os requisitos autorizadores para fixação do regime de visitas de
forma antecipada em favor do requerente, eis que o indeferimento causaria fundado
receio de haver prejuízo à criança e ao genitor, bem como que seria contrário aos
interesses das partes, considerando que, segundo as informações do requerente, tem
encontrado dificuldades em exercer o seu direito de convivência com o filho.

Vale ressaltar que, nesse diapasão, que a probabilidade do direito se


verifica no fato de que o requerente é genitor do infante, bem como no dever do pai
em conviver com o filho e do direito do filho em conviver com o genitor. Acerca do
perigo de dano, o indeferimento da medida pleiteada, como já demonstrado, causaria
danos tanto ao requerente quanto ao desenvolvimento sadio da criança.

Atendendo, portanto, o disposto no artigo 300 do Código de Processo


Civil e em observância ao princípio do melhor interesse do menor, impõe o
deferimento da tutela pleiteada.
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15/04/2024: DEFERIDO O PEDIDO. Arq: Decisão

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Assim, considerando as circunstâncias e os fatos narrados, bem como a
importância do convívio entre o genitor e a filha, devendo o vínculo entre eles ser
fortalecido e incentivado, DEFIRO parcialmente o pedido de tutela provisória de
urgência, para o fim de regulamentar o exercício direito de visitas do requerente para
com o filho Davi, de modo que a convivência seja exercida, por ora, aos finais de

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semana, alternando entre sábados e domingos, de forma que o genitor busque a
criança às 09h00min e devolvendo-a até às 18h00min do mesmo dia. Quanto as
datas comemorativas/feriados, estas serão exercidas de forma alternada, mediante
ajuste prévio entre os genitores e as festas de final de ano sejam divididas
igualmente entre as partes, permitindo a manutenção de laços afetivos entre o pai e
o filho, tudo em atenção ao princípio do melhor interesse da criança.

Deixo de regulamentar o direito de convivência com pernoite,


neste momento, em razão da tenra idade da criança.

6. Proceda-se à designação de audiência de conciliação junto


ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania – CEJUSC.

7. Após, nos termos do artigo 334 do Código de Processo Civil, cite-se a


parte requerida, observando-se que a contestação deverá ser apresentada no prazo de
15 (quinze) dias da audiência de conciliação a ser oportunamente designada, se não
houver autocomposição. No mesmo ato, intime-se da data da audiência,
observando-se a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, nos termos do artigo 695,
§2° do Código de Processo Civil.

Ainda, intime-se para apresentação dos dados bancários, de modo a


viabilizar o depósito da pensão alimentícia.

8 . Observe-se que o mandado de citação deverá estar


desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado à parte
requerida o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo, nos
termos dos artigos 693 e 695, §1º do Código de Processo Civil.

8.1. A intimação da parte requerente para a audiência será feita na


pessoa de seu advogado, caso esteja representado por advogado particular.

8.2. As partes deverão ser alertadas (o requerente, por meio de


intimação na pessoa de seu advogado; a requerida, no mandado) de que:

a) deverão estar acompanhadas por seus advogados ou defensores


públicos;

b) poderão constituir representante, por meio de procuração específica,


com poderes para negociar e transigir;

8.3. A parte requerida deverá ainda ser alertada, no mesmo mandado, de


que eventual desinteresse na realização da audiência de conciliação deverá ser
informado por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da
data da audiência (artigo 334, §5º do Código de Processo Civil).
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9. Intimem-se as partes para comparecimento, informando-as do
seguinte:

a) obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença;

b) caso contrário, ou se qualquer das partes não comparecer à audiência,

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terá a parte requerida, nos termos do artigo 335, incido I do Código de Processo Civil,
prazo de 15 (quinze dias) para oferecer defesa, contado da data da audiência, sob
pena de revelia, consoante previsão do artigo 344 do Código de Processo Civil,
ressalvadas as hipóteses do artigo 345 do mesmo diploma;

c) caso, na inicial, a parte requerente, nos termos dos artigos 319, VII, e
334, §5º do Código de Processo Civil, tenha manifestado expressamente seu
desinteresse na realização de audiência de conciliação, e a parte requerida tenha
manifestado o mesmo desinteresse, o termo inicial do prazo de 15 (quinze) dias
para a contestação será o dia do protocolo do pedido de cancelamento da audiência
de conciliação ou de mediação apresentado pelo requerido, conforme disposto no
artigo 335, II do Código de Processo Civil. Tal item só será observado se ambas
as partes tiverem manifestado desinteresse na realização de audiência de
conciliação.

10. Infrutífera a conciliação (ou não tendo ocorrido a audiência por


qualquer motivo) e apresentada contestação no prazo acima, intime-se a parte
requerente para impugná-la no prazo de 15 (quinze) dias (artigos 350 e 351 do
Código de Processo Civil).

11. Após, manifeste-se o Ministério Público.

12. Intimem-se. Dê-se ciência ao Representante do Ministério Público.


Observe-se, com cautela, o segredo de justiça (artigo 189, inciso II do
Código de Processo Civil). Diligências necessárias.

Paranavaí/PR, data e horário do lançamento no sistema (CN, art. 237).

MARCELO TORRES LIBERATI

Juiz de Direito

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