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PROJUDI - Processo: 0035519-31.2018.8.16.0019 - Ref. mov. 72.

1 - Assinado digitalmente por Denise Damo Comel:9928


12/07/2019: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO. Arq: Sentença

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DE PONTA GROSSA
1ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE PONTA GROSSA - PROJUDI
R Leopoldo Guimaraes da Cunha, 590 - Fórum - Vila Estrela - Ponta Grossa/PR - CEP: 84.035-900 -
Fone: 42-33091728 - E-mail: jbt@tjpr.jus
SENTENÇA

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AUTOS Nº 0035519-31.2018.8.16.0019

REQUERENTE: DELEU DA SILVA VILELA

REQUERIDO: ANA PAULA MENDES

NATUREZA: MODIFICAÇÃO DE VISITAS

DELEU DA SILVA VILELA ajuizou a presente em face de ANA PAULA MENDES, pretendendo
modificação do regime de visitas consensualmente estabelecido em sede de ação de divórcio, porquanto –
o breve período de convívio – seria insuficiente para aproximação dos filhos.

Disse, para tanto, que a dinâmica então convencionada impede que o pai desenvolva programas e
atividades conducentes ao estreitamento dos vínculos sociais e afetivos com os filhos, de sorte que
interfere no pleno desenvolvimento destes.

Após discorrer sobre o direito que entende aplicável à espécie, pediu a procedência do pedido para o fim
de serem estabelecidas visitas em finais de semana alternados, com divisão dos períodos de férias e
alternância nos feriados. Juntou documentos.

Despacho inicial no mov. 8.1, com concessão de tutela de urgência para estabelecer visitas provisórias em
finais de semana alternados, “das 18h de sexta até as 18 h de domingo”.

A ré foi pessoalmente citada, conforme mov. 44.1.

Audiência de conciliação e mediação infrutífera (mov. 46.1), estando a certidão de revelia da ré no mov.
48.0.

Sinalizado o julgamento antecipado do feito no mov. 63.1, o parquet apresentou cota – mov. 69.1 – pela
procedência do pedido inicial, convolando a tutela provisória em definitiva.

É, na espécie, o relatório.

Decido.

Trata-se de ação de regulamentação de visitas que se processa entre os pais, no interesse de filhos
comuns, atualmente com 9 e 15 anos de idade.

A parte requerida, citada pessoalmente, absteve-se de contestar o pedido, de modo que, por força do que
dispõe o art. 344, do CPC, são de se presumir verdadeiras as alegações de fato formuladas pela parte
autora, em especial no que concerne à natureza proveitosa dos convívios entre pai e filhos, também da
insuficiência do período delimitado, posto exíguo, para estreitamento dos vínculos paterno-filiais.

De outro lado, o requerente, como pai, é detentor do poder familiar, pelo que tem o direito/dever de visitar
o filho, como extensão da função paterna, para que nele realize plenamente a paternidade (CC, art. 1.634).

Sem dizer que não se pode admitir que a criança/adolescente seja privada da companhia paterna, que lhe é
PROJUDI - Processo: 0035519-31.2018.8.16.0019 - Ref. mov. 72.1 - Assinado digitalmente por Denise Damo Comel:9928
12/07/2019: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO. Arq: Sentença

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
direito fundamental, essencial à formação integral e saudável de sua personalidade, sem justo e fundado
motivo.

Até porque, como bem pontuou Eduardo de Oliveira Leite, citando Moacir Gadotti, “nada pode substituir
a profunda relação entre pais e filhos. O pai só é pai quando cria seu filho na sua presença, de olhar
para olhar, no contato epidérmico, na unidade e na oposição dos corpos, no tempo e no espaço da vida”

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[1].

Ainda, nas palavras do mesmo autor, tem-se que “toda tentativa de limitar, ou, o que é mais grave,
impedir o relacionamento do pai com o filho, deve ser veementemente rechaçada pela Justiça, porque
quanto maior o contato dos filhos com o pai não guardião, menor o risco de sofrimento e menores as
sequelas decorrentes da ruptura”. [2].

Assim, as visitas devem ser regulamentadas para serem exercidas na forma pleiteada, também porque o
regime afigura-se bem atender aos superiores interesses do filho, garantindo o direito fundamental à
convivência familiar.

No mesmo sentido, inclusive, o judicioso parecer do Ministério Público (mov. 69.1).

EM FACE DO EXPOSTO, na forma do que dispõe o art. 487, I, do CPC, julgo procedente o pedido,
tornando definitiva a tutela provisória de mov. 8.1, e regulamento as visitas para serem exercidas em
finais de semana alternados, das 18h de sexta às 18h de domingo, com divisão equânime dos períodos de
férias escolares e alternância dos feriados (mantido, de qualquer modo, os filhos com o pai na
comemoração do dia deste e com a mãe, no dia desta); os períodos de férias e feriados deverão iniciar
junto do pai, revezado a cada período.

Condeno a parte requerida (CPC 82, § 2º e 85) ao pagamento das custas do processo, bem como de
honorários de advogado, que arbitro em R$ 500,00, considerando o grau de zelo profissional, o lugar da
prestação do serviço, a natureza e a importância da causa, bem como o trabalho realizado pelo advogado e
o tempo exigido para o seu serviço.

Publique-se, registre-se, intimem-se e, oportunamente, arquivem-se.

Denise Damo Comel - Juíza de Direito

Datado e assinado digitalmente

[1] LEITE, Eduardo de Oliveira. Alienação Parental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 133.
[2] LEITE, Eduardo de Oliveira. Op. cit., p. 135.

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