EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO.

Processo Ref. Nº 0804486-50.2022.8.10.0040

Origem: 1ª Vara de Família de Imperatriz/MA

MAIRON HENRIQUE RAMOS DA SILVA, brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito

no CPF nº 028.093.323-12, portador da carteira de identidade nº 0266815320037, residente
e domiciliado à Rua São João, nº 40, Vila Lobão, CEP 65910-210, Imperatriz/MA, através do
seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
nos termos dos artigos 1015 inciso I e seguintes do Código de Processo Civil, interpor, o
presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL

contra a r. decisão, que indeferiu o pedido de modificação de visitas.

Em atenção ao disposto no artigo 1017, § 5º, do Código de Processo Civil,

informa o Agravante que deixa de anexar ao presente recurso a cópia integral dos autos,
tendo em vista de se tratar de processo eletrônico, para os devidos fins de direito.

Ademais, informa o Agravante o nome dos patronos das partes para efeito de
recebimento de intimações pela Imprensa Oficial:

Pelo advogado da agravante:

 Dr. Pablo dos Santos Silva – OAB/MA Nº 21687, com escritório profissional na
Rua Urbano Santos, nº 155, Sala 1601, Centro, Imperatriz/MA, CEP 65900-410.

Pelo advogado da agravada:

 .
Ademais, requer o processamento do presente, conferindo-se de imediato, a
antecipação de tutela, nos termos do inciso I, do artigo 1019, do Código de Processo Civil,
conforme as razões esposadas, devendo, após serem cumpridas as determinações legais,
ser conhecido e provido, para os fins ora colimados.

Por fim, requer que todas as publicações vinculadas no Diário Oficial, intimações
e qualquer ato de comunicação no presente sejam feitas EXCLUSIVAMENTE em nome dos
patronos Dr. PABLO DOS SANTOS SILVA – OAB/MA Nº 21687, com escritório na Rua
Urbano Santos, nº 155, Sala 1601, Ed. Aracati Office, Centro, Imperatriz/MA, CEP 65900-410,
sob pena de nulidade dos atos que vierem a ser praticados, em consonância com o
disposto no parágrafo 2º do artigo 272 do Novo Código de Processo Civil.

Nestes termos,
Pede deferimento.
De Imperatriz (MA) para São Luís (MA), 21 de junho de 2022.

PABLO DOS SANTOS SILVA

Advogado - OAB/MA n.º 21.687

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTE: MAIRON HENRIQUE RAMOS DA SILVA
AGRAVADA: JULIANA DUARTE BEZERRA
AUTOS Nº 0804486-50.2022.8.10.0040
ORIGEM: 1ª VARA DE FAMÍLIA DE IMPERATRIZ/MA

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
ÍNCLITOS JULGADORES.

I. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

Presentes os pressupostos intrínsecos de admissibilidade: (a) Cabimento: o

Agravo de Instrumento é o recurso apropriado contra decisões interlocutórias que versam
sobre tutela provisória (CPC, art. 1.015, I); (b) Legitimidade: a Agravante é parte vencida na
decisão; (c) Interesse: o recurso poderá se converter em vantagem a Recorrente; (d)
Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do poder de recorrer: não houve
renúncia, aquiescência ou desistência.

Igualmente, presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade: (a)

Tempestividade: o recurso foi interposto no prazo de 15 (quinze) dias úteis (CPC, art.
1.070), sendo que findará o prazo apenasem 29/06/2022 (quarta-feira); (b) Preparo: o
Agravante procede com a juntada de comprovante de recolhimento do preparo (CPC, art.
1.017, §1º); e (c) Regularidade formal: foram respeitadas as formalidades disciplinadas
(CPC, arts. 1.016 e 1.017).

II. BREVE RELATO DOS FATOS

Trata-se de ação de modificação de guarda e visitas de menor c/c pedido de

tutela de urgência, ajuizada por Mairon Henrique Ramos da Silva em face Juliana Duarte
Bezerra, para pleitear a modificação da guarda do menor Manoel Pestana Bezerra Neto em
favor também do genitor, bem como modificar os dias de visitas em virtude do conflito
de dias e horários de visitas com os de trabalho do genitor, e pedido de inclusão da
pernoite do filho em companhia do pai.

No entanto, sobreveio decisão interlocutória nos autos em primeira instância

deferiu parcialmente a tutela provisória de urgência, com a seguinte alegação:
 “IN CASU, em que pese as alegações do Requerente, registro que a
guarda e visitas foi fixada mediante acordo firmado entre as partes,
de modo que ao tempo do ajuste o Autor já desempenhava a
mesma profissão e sabendo de seus compromissos profissionais,
acordou em regular a guarda de seu filho e a convivência com ele,
na forma declinada nos autos principais. (...)

Já a convivência, deve se manter como está, uma vez que não

dispõe este Juízo de informações acerca da rotina dessa criança, que
tem apenas 03 (três) anos.

Ademais, deve-se observar se a forma descrita na inicial tende aos

interesses do menor, que como já dito na vestibular, ingressará na
escola.

Decerto que há possibilidade de novo ajuste desses pontos, no

entanto, a fim de preservar os interesses da criança, entendo que
deve ser deferido, por hora, apenas o pedido de modificação da
guarda.

Ante tudo o que foi exposto, DEFIRO PARCIALMENTE A TUTELA

DE URGÊNCIA, tão somente para fixar a guarda compartilhada,
que será exercida dessa maneira, até decisão em contrário. ”

Assim, considerando que a decisão em primeira instância indeferiu a

modificação de visitas do menor em favor do agravante, faz-se necessário interpor o
presente agravo de instrumento, visando à reforma da decisão interlocutória.

III. DAS RAZÕES DE REFORMA DA R. DECISÃO AGRAVADA

O presente agravo de instrumento visa reverter a decisão proferida no juízo a

quo que indeferiu a tutela provisória de urgência para modificar os dias de visitas e incluir
pernoite em favor do agravante, em virtude de aos dias e horários estabelecidos de
visitas ser análogos aos dias de trabalho na profissão de DJ, e sobretudo, a difícil
comunicação com a genitora do menor em modificar os dias de modo amigável.

Merece destacar que a decisão proferida no juízo a quo embasou o

indeferimento da liminar em razão de que o agravante “já desempenhava a mesma
profissão e sabendo de seus compromissos profissionais, acordou em regular a guarda de seu
filho e a convivência com ele, na forma declinada nos autos principais.”

Ora, o acordo realizado entre o agravante e a genitora do menor foi

realizado em 23 de setembro de 2020 (doc. 03), isto é, durante a pandemia da Covid-
19, período em que o agravante não estava exercendo a atividade de DJ devido ao
fato de que eventos e shows, fonte dos proventos do genitor, estavam paralisados e
não havia data prevista nem definida para cessar o período de isolamento social por
conta da Covid-19.
Por outro lado, após o fim o da pandemia, o agravante voltou com o
trabalho normal de DJ, época em que iniciou os conflitos entre os horários de
trabalhos com os de visitas, havendo a necessidade de modificação em observância ao
melhor interesse da criança.

Além disso, o fato de que o agravante desempenhava a mesma profissão a

época do acordo não pode ser suficiente para impedir ele de conviver com seu filho. Não
pode também o agravante esperar que o processo de primeiro grau chegue ao fim,
mormente considerar que o mesmo pode levar mais de um ano, período em que o
agravante não poderá está em companhia do filho devido aos conflitos de horários, não
sendo razoável também o menor ser impedido de estar em companhia do pai.

Atualmente o menor, nascido em 04/01/2019, conta com 3 anos e 5 meses de

idade, devendo ser assegurado a prerrogativa de preservar e construir vínculo afetivo com
o seu genitor, ora agravante, não havendo também nos autos nenhum elemento que
desabone a conduta do agravante em relação aos cuidados com o menor, ou qualquer
indicação de negligência ou ameaça à vida e saúde do seu filho.

Dessa forma, as circunstâncias apontadas justificam a modificação de visitas,

dado que deve ser conservado o direito do agravante de criar laços de afetividade com seu
filho, independente se ele já desempenhava a mesma profissão a época do acordo de
visitas, não havendo nos autos provas de nenhum prejuízo para a criança, caso haja a
modificação.

IV. DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL

O legislador estabeleceu, nos exatos termos do art. 300 1do Código de Processo
Civil, a concessão da tutela de urgência uma vez que se façam presentes tanto os
elementos que evidenciam a probabilidade do direito da parte, quanto o perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo.

Por sua vez, dispõe o art. 1.019, I, da Lei Processual, que o Desembargador
Relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela,
total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.

1
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
 No presente caso, os requisitos para a concessão da antecipação de tutela, em
caráter recursal, são evidentes. Isso, pois, há aqui a probabilidade do direito do Agravante,
vez que é genitor do menor Manoel Pestana Bezerra Neto, além de todos os elementos
fáticos e jurídicos trazidos à colação, os quais demonstram todo o suporte probatório
necessário para a concessão da medida.
Some-se a isso o manifesto periculum in mora, pois que atualmente há
conflitos entre os dias e horários de visitas com os de trabalho do agravante, não podendo
o genitor visitar o seu filho aos finais de semana, pois é o período onde encontra maior
facilidade de fechar contratos de trabalhos, tais como shows, boates, bares, eventos
particulares e etc.

Caso não seja deferida a tutela pleiteada, pode o menor e o genitor continuar
sofrendo graves danos com a quebra da convivência entre pai e filho, sendo impossível
reverter esse prejuízo futuramente. Ressalte-se novamennte que, o agravante encontra-se
em uma situação em que na maioria das vezes, não consegue ficar em companhia do seu
filho e muito menos a genitora do menor aceita mudar os dias de visita, o que está
prejudicando a convivência com o menor.

Desta forma, presentes os requisitos legais, conforme art. 300 e seguintes do

CPC, que permitem o deferimento liminar do pedido do Agravante, para que seja
modificada a r. decisão 68562664, de modo a permitir a modificação de visitas para todas
as segundas, terças e quartas a partir das 08h e devolver às 20h, podendo a criança em
qualquer um dos dias pernoitar com o genitor, sendo assegurado o direito de pernoitar no
mínimo 2 (duas) vezes na semana.

V. DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer a Vossa Excelência digne-se conhecer, receber e dar
provimento ao presente recurso para conceder de forma imediata a antecipação da tutela
recursal, modificando a r. decisão de id. 68562664, de modo a permitir a modificação de
visitas para todas as segundas, terças e quartas a partir das 08h e devolver às 20h, podendo
a criança em qualquer um dos dias pernoitar com o genitor, sendo assegurado o direito de
pernoitar no mínimo 2 (duas) vezes na semana.

Caso não entenda o direito de visitas ao filho na forma em que foi proposta,
que seja deferida da tutela de urgência de outra maneira, permitindo a modificação dos
dias de visitas e ao genitor o exercício do direito de visitas.
 Ao final, seja confirmada a liminar recursal, com vistas a reformar de forma total
a decisão do Juízo de Origem, dando total provimento ao presente recurso de agravo de
instrumento.

Nestes termos,
Pede deferimento.
De Imperatriz (MA) para São Luís (MA), 21 de junho de 2022.

PABLO DOS SANTOS SILVA

Advogado - OAB/MA n.º 21.687